Confession's trouble escrita por luud-chan


Capítulo 1
Capítulo Único: Problemas de confissão


Notas iniciais do capítulo

Pois bem, né. Lá estava eu, de boas tentando terminar alguma fanfic (mentira, leia-se: navegando no tumblr) até que eu vi um headcanon e opa! Quando vi, já tava escrevendo. AUHAUHAUAH.

Fiz em UA, porque é mais fácil e foi muito gostoso de escrever, sério! Provavelmente tá OOC, mas nem ligo, porque a diversão foi maior do que minha preocupação com isso!

Espero que vocês gostem, boa leitura!



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CONFESSION'S TROUBLE

Capítulo Único

— Você está agitado hoje. Tem algum problema? — A voz de Hanji despertou-o dos seus pensamentos.

— Não é nada, quatro olhos. — Parou para olhá-la por apenas alguns segundos e depois voltou a andar de um lado para o outro.

— Hum... — Hanji limitou-se a murmurar, mesmo sabendo que era uma mentira e voltou a ler o seu livro.

Eles estavam no clube de literatura, Hanji era a presidente e Levi, bem, ele nunca admitiria, mas só estava ali mesmo por causa dela. Não que ele não apreciasse ler, pelo contrário, mas não chegava a ser um completo obcecado igual a sua amiga quatro olhos, que todos os dias estava com a cara enfiada em algum livro diferente.

Apertou os olhos pensativo. Hum... Tinha um problema, por mais que dissesse ao contrário.  Precisava confessar seus sentimentos por sua melhor amiga, mas nossa! Isso era tão difícil. Toda vez que se virava para ela pronto para dizer, seu coração começava a bater forte e o sangue começava a subir e tomar conta de todo o seu rosto — e era muito difícil esconder que estava corado e isso era simplesmente constrangedor! — e no fim, Levi simplesmente desistia.

Será que não tinha uma maneira mais fácil de fazer isso? Como mandar um e-mail, qualquer coisa do tipo? Não, não. Isso seria muito mal-educado da parte dele.

— Tem certeza que você está bem? — Hanji insistiu, dessa vez deixando o livro de lado e levantando da cadeira para se aproximar dele.

— Sim, eu estou bem — respondeu de mau humor.

— Então qual é a desse comportamento misterioso? — Ela o fez parar, jogando os braços por cima dos seus ombros e o abraçando descontraidamente por trás. — Hein? Hein? Me conta!

 — Não é nada! — Desvencilhou-se do abraço dela com cuidado, sentindo o sangue começar a subir. Droga! — Não está na hora de irmos pra casa? Ninguém veio hoje.

— Hum... Isso é verdade. Por que será? — perguntou, pensativa.

— Deve ser por causa dos malditos testes ou alguma merda do gênero. Sabe, diferente de você, tem gente que precisa estudar. — Arqueou as sobrancelhas.

— Ok, vamos pra casa então. Minha mãe tinha pedido ajuda lá na livraria, vou passar lá e ajudar ela a arrumar os livros.

Eles seguiram o caminho em silêncio, o que não era tão anormal assim, com exceção das vezes que Hanji começava a tagarelar sobre algum livro novo que estava lendo e enchia Levi de spoilers antes mesmo de ele pensar em ler o tal livro. Mas ele já estava tão acostumado, que nem ligava mais, apenas escutava as teorias que ela criava, concordava às vezes e quando estava com paciência, discordava de algo.

Nada fora do comum.

Eles chegaram na frente da livraria que pertencia a família de Hanji, para surpresa de ambos, a mãe dela estava na porta, regando algumas flores que enfeitavam a frente do lugar.

— Hanji! Levi! Que bom que vocês vieram. Poxa, Hanji! Fazia tempo que você não trazia seu namorado pra nos visitar! — exclamou sem parecer notar como os dois começaram a ficar nervosos com tal afirmação, mas também não conseguiram fazer a mulher parar de falar para negar. — Você vai entrar, não é Levi?

— B-bem — amaldiçoou a si mesmo por gaguejar, mas prosseguiu: — Hoje eu não vou poder, tenho que estudar para alguns testes.

— Ah, que pena! Quem sabe na próxima, não é? — A mulher deu um sorriso gentil e puta que pariu! Levi descobriu de onde veio aquele sorriso de Hanji. Urgh.

— Nos vemos amanhã no caminho pra escola, Levi! Tchau! — Hanji despediu-se dele com um aceno.

— Tchau, quatro-olhos. E dessa vez não se atrasa, pelo amor de Deus. Contenha sua vontade de terminar o livro e vai dormir na hora!

— Uuuuh, você está preocupado? ~ — provocou com um sorriso sapeca.

— Se você não estiver lá na hora, eu vou deixar você pra trás. — Levi ignorou a provocação dela e continuou andando na direção de sua casa. — Essa garota... — murmurou para si mesmo.

#

Ao chegar em casa, Levi tirou os sapatos e avisou que já estava em casa. Ele foi direto para o quarto e tirou o uniforme adequadamente, e dobrou-o, para depois deitar na cama e relaxar um pouco. Agora podia pensar melhor no que faria. O ano estava quase no fim e precisava falar com Hanji antes que eles se formassem no Ensino Médio. Ainda não tinha certeza se ela iria para uma faculdade mais longe — sabia que ela tinha essa capacidade, com suas notas, poderia ir para onde quisesse —, nenhum dos dois tinha conversado muito sobre o assunto.

De qualquer forma, Levi precisava dizer para ela como se sentia. Porra. Eles foram amigos por anos, pra dizer a verdade, amigos de infância e isso não era uma coisa da qual se orgulhava, por assim dizer. Provavelmente outro cara já teria se declarado faz tempo — como naqueles shoujos idiotas que a irmã dele gostava de ler — e eles estariam namorando há séculos.

Urgh.

Lembrou-se do livro que estava lendo e retirou-o de debaixo do travesseiro. “Diário de uma paixão”. Hum. Levi jamais admitira, mas bem que gostava dos livros de romance, apreciava as histórias de como as pessoas eram colocadas a prova, os seus sentimentos eram pressionados para os personagens terem certeza se era real ou não, todas essas mínimas besteiras que o faziam sorrir de vez em quando.

E foi folheando o livro que ele teve uma ideia: Já que não conseguia encontrar as próprias palavras para se confessar, que tal pegar alguma citação do livro para falar sobre seus sentimentos? Afinal, Levi duvidava muito que Hanji teria lido um livro como esse, ela gostava muito mais de livros de terror e ficção científica.

Hum... Então tudo seria perfeito, só faltava escolher o que exatamente ele ia dizer. Até o final do ano, Hanji tinha que ser a namorada dele!

#

— Ah, eu estou tão cansada! — Hanji se espreguiçou na cadeira e soltou um longo suspiro. — Esses testes acabam comigo. Tão chatos! — Levi ficou em silêncio, hoje era o dia em que falaria com ela e parecia que tinha um bicho dentro do seu estômago, de tanto que ele revirava. — Levi? Qual é? Sério, você tem agido estranho a semana inteira, eu sou sua amiga, me conta qual é problema!

Virou-se para ela de repente e Hanji se assustou ao ver sua expressão determinada. Era agora ou nunca, agora ou nunca, era o que Levi estava pensando. Tinha se preparado a semana inteira só por aquele momento, só por aquele caralho de momento, agora não era hora de recuar.

— Eu tenho uma coisa pra falar pra você.

— Uma coisa pra falar... Para mim? — Arqueou as sobrancelhas, receosa. Não fazia ideia do que viria a seguir.

Levi se aproximou o suficiente para pegar o rosto dela entre suas mãos, Hanji não o afastou, apenas o encarou com aqueles olhos castanhos e brilhantes, esperando pelo que viria a seguir. E começou, encarando-a profundamente:

— Em tempos de sofrimento e dor, eu irei te abraçar, te embalar. Farei da sua tristeza a minha tristeza. — Hanji arregalou os olhos e deixou um suspiro escapar de seus lábios, até aquele momento, não tinha percebido que estava prendendo a respiração. — Quando você chorar, eu vou chorar, e quando você sofrer, eu vou sofrer. E juntos tentaremos estancar a maré de lágrimas e desespero e, juntos, vamos superar os obstáculos das esbarrancadas ruas da vida.

Ele terminou e esperou por uma reação. Qualquer uma. Qualquer uma mesmo. Onde estava os ataques de riso? Ou talvez algumas lágrimas? Não, não. Hanji não era mulher de chorar, seria muito mais fácil ela começar a rir mesmo. Um minuto inteiro se passou, eles não saíram daquela posição, até que a garota finalmente quebrou o silêncio ao dizer:

— Nossa, Levi! Isso foi lindo! — Um sorriso doce desenhou os lábios dela e Levi quase sorriu também, mas ela continuou: — Isso é do “Diário de uma paixão”, não é? Eu não sabia que você lia esse tipo de livro.

Ah, merda, merda, merda! POR QUE RAIOS DE TODOS OS LIVROS ELA TINHA QUE TER LIDO ESSE TAMBÉM? PUTA QUE PARIU!

Ele ficou olhando para ela, sem saber o que responder, o que fazer e qualquer merda do tipo. Então, fez o inesperado: Ele fugiu.

Fugiu deixando Hanji sozinha. Ela olhou para a porta e ficou estática por um instante, depois levou os dedos ao rosto e o sangue espalhou-se por todo o seu rosto, deixando-o em um adorável tom de rosa. Fechou os olhos e balançou a cabeça.

— Tão perto, ele estava tão perto. Aí, Meu Deus! E eu estraguei tudo! Ele estava tentando se declarar, não é? Eu preciso consertar isso!

#

Hanji já estava ficando sem paciência, fazia exatamente uma semana que Levi estava a evitando. Isso começara no mesmo dia que ele tinha “confessado seus sentimentos”. Não tinha a espero pra voltar pra casa e no dia seguinte não a esperou para caminharem na ida para a escola e nem no dia seguinte, nem no outro.

Eles eram da mesma sala e sentavam-se lado a lado, e Levi simplesmente ignorou todas as suas tentativas de se aproximar e sempre dava uma desculpa para fugir dela quando ficavam sozinhos. Até inventou que estava mal do estômago para não ter que dividir o livro com ela!

Qual era o maldito problema dele? Ele tinha se declarado e agora não queria ouvir uma resposta? Ok, ela tinha sido uma escrota e ao invés de falar algo como “Ah, Levi, eu sempre te amei, vamos nos casar e ter trinta e cinco bebês” — ok, isso também é um exagero —, simplesmente teve que falar a maldita citação do livro!

Hanji. Tão inteligente e tão burra.

Mas ela tinha se decidido, daquele dia ele não passava. Nem que tivesse que amarrá-lo na cadeira, faria com que Levi escutasse tudo que tinha para dizer!

O dia passou tortuosamente devagar, a morena mal conseguia conter a ansiedade que corria em suas veias. Estava tão impaciente, achava que iria explodir a qualquer momento! No final da aula, para sua sorte, todos os alunos estavam empolgados com alguma porcaria e saíram rapidamente, Levi tentou ir na onda, mas Hanji foi mais rápida e segurou-o pelo colarinho da camisa, impedindo-o de fugir.

— Hoje você não escapa!

— Me solta, quatro-olhos de merda.

— Não, baixinho maligno!

— Eu vou te dar um soco.

— E eu vou pisotear você.

— Eu odeio você.

— Mentiroso.

Sob os protestos de Levi, ela o arrastou até a sala do clube de literatura e certificou-se de fechar a porta para que ninguém os interrompesse — e para que ele não fugisse, claro. Ele cruzou os braços, emburrado e desviou o olhar do dela totalmente constrangido com aquela situação.

Ah, porra! Ele passou a semana toda evitando qualquer contato com ela, por que tinha que terminar assim? Vida cruel, vida cruel.

— Por quanto tempo você pretendia fugir de mim? Pra sempre? — perguntou sarcástica.

— Não sei do que você está falando, eu só estava ocupado.

— Fugindo de mim! — acusou veemente e depois soltou um suspiro. — Eu tenho uma coisa pra te falar.

Levi levantou os olhos para encará-la, não queria ouvir. Ela ia rejeitá-lo, só podia ser isso, e então, a amizade deles estaria arruinada para sempre. Só porque ele não conseguiu ficar com a maldita boca fechada.

E assim como ele tinha feito antes, Hanji aproximou-se em passos lentos e calculados, enquanto ele a encarava desconfiado, mas também não se afastou. Segurou o rosto dele entre suas mãos — e ignorou a diferença de altura — e o fez olhar diretamente pra ela.

— Você e eu éramos diferentes, viemos de mundos diferentes e ainda assim, foi você aquele que me ensinou o valor do amor. Me mostrou o que era me importar com uma pessoa, e eu sou uma mulher melhor por causa disso. E eu não quero que você se esqueça nunca disso. — Ele piscou surpreso, mas ela continuou com outro trecho: — Você é o meu melhor amigo e também, bem, ainda não, não sei, tanto faz, mas... continuando... Você é o meu melhor amigo e o meu amante, e eu não sei qual dos dois eu aprecio mais. Eu aprecio cada parte, assim como aprecio cada momento que passamos juntos. — Hanji tomou fôlego, mas não parou: — Você tem algo dentro de você. Algo bonito e forte. Bondade. Eu amo você, Levi.

Depois disso, ela deixou as mãos caírem ao lado do seu corpo e esperou, esperou pela reação dele. Era para ele ficar feliz, não era? Ou será que tinha entendido tudo errado? O nervosismo começou abater sobre si e ela quebrou o silêncio:

— Eu queria te dizer isso faz uma semana, mas como você estava fugindo de mim, eu...

Hanji parou de falar quando os braços de Levi a envolveram em um abraço firme e quente. Ela arquejou, surpresa, mas logo tomou consciência do que estava acontecendo e retribuiu o gesto, abraçando-o com força e afundando o rosto na curva do seu pescoço.

— Você é estúpida, mulher.

— Eu sei, mas você também é. Precisou plagiar a declaração de um livro pra se confessar pra mim.

— Cala a boca, você também fez isso. — Hanji conseguia sentir os lábios dele roçando em seu ombro através do tecido da sua fina camisa do uniforme escolar.

Hehe, é verdade. Desculpe por demorar tanto. — Afastou-se apenas por um instante, para dizer: — Não é agora que deveríamos nos beijar?

Levi apertou os lábios em uma linha reta, pensativo, até balançar a cabeça concordando. Ela se inclinou na direção dele e os lábios se roçaram por alguns segundos, em um beijo tímido e totalmente inexperiente, não passou disso.

— Eu acho que precisamos praticar isso — ela murmurou bem pertinho dele.

— Nós temos tempo.

— Temos?

— Claro, porque agora que você é minha, eu nunca vou te deixar ir.


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Notas finais do capítulo

hehehe, ai gente, de alguma forma isso acabou assim. Era pra ser algo fluffy e romântico, não sei se consegui fazer ao todo, mas espero que vocês gostem! *-*

Obrigada por terem lido até o fim e até a próxima! :)