Abri meus olhos lentamente, forçando a minha visão adquirir o foco. Minha cabeça latejava com uma dor pulsante, a luz sobre mim impulsionava mais ainda a dor, meu ouvido começou a detectar alguns ruídos como um bip incessante, e passos cautelosos bem distantes, um cheiro forte de álcool e medicamentos subiu até minhas narinas. Senti algo que incomodava um pouco em meu braço, olhei para o lado e pude ver que havia uma agulha em minha veia, e uma mangueira conectada a ela, e mais acima um fluido que com certeza havia mais medicamentos. Eu conhecia aquele lugar, eu estava em um hospital. Quando olhei para o outro lado pude ver Jacob, que dormia sentado, e eu não fazia a minima ideia de que horas seriam, porque as únicas janelas estavam tampadas por persianas minimimente fechadas.

—Jacob? –eu murmurei tao baixo que nem eu mesma era capaz de ouvir –Jacob? Jacob? –nada.

—Jacob?

—Hummmmm.

—Droga, Jacob.

—Mais cinco minutos. –ele murmurou e virou o rosto para o outro lado.

—Mas que merda. Jacob! –eu elevei a voz e isso me custou algumas pontadas de dor nas costelas.

—Bella? Oi, Bella. –ele abriu os olhos e assim que me viu acordada um sorriso iluminou seu rosto.

—O que aconteceu...Onde eu estou?

—Uma porrada de coisas. –ele se levantou do sofá e se sentou na cadeira ao lado da cama hospitalar. –Mas antes preciso chamar o medico para te examinar, você esta bem? Esta sentindo algo?

—Eu estou bem, acho que colocaram muito remédio nesse fluido.

—So um minuto, Bella.

Jacob saiu do quarto me deixando sozinha, tudo na minha mente se passava como um borrão, eu não conseguia lembrar de nada claramente. Surpreendemente eu não sentia nenhuma dor, mas olhando para o meu próprio corpo era possível ver varios hematomas arroxeados.

—Olá, Isabella.

Caius, um medico de meia idade, cabelhos grisalhos e um sorriso gentil, que eu havia visto poucas vezes no hospital, adentrou o quarto com Jacob logo atrás dele, me tirando de meus desvaneios.

—Oi, doutor.

—Bom, me disseram que você havia acordado.

—É, acho que acordei. Mas não consigo me lembrar de muita coisa, mas sei que isso é devido as pancadas que levei na cabeça.

—Sim, é um prazer examinar minha parceira de trabalho. –eu sorri para ele.

Deixei que ele fizesse todos os exames em mim, e as perguntas que eram de rotina.

—Bom, aparentemente você esta se recuperando bem, sua consciência deve estar nublada, mas já que ela se recupera também, você dormiu por muito tempo.

—Quantas horas eu fiquei desacordada?

—Dois dias. –ele afirmou.

—O que? –eu disse espantada, e ouvi o bip se acelerar pela minha exaltação.

—Seu cérebro precisava de um descanso, Isabella, você passou por muita coisa. Voce não pode se exaltar dessa forma, seu corpo ainda esta fraco, você não deve submeter seu coração a esse grau, tudo bem? –ele apontou para o aparelho que media meus batimentos cardíacos.

—Tudo bem, doutor.

—Voce vai se sentir inteira daqui a algumas horas, mas quando eu digo que você tem que se cuidar, você tem que fazer isso duas vezes mais.

—Como assim? –ele sorriu para mim e trocou um olhar com Jacob que eu não pude entender, mas Jacob acenou para ele como dizendo para ele prosseguir.

—Isabella, você sabe quando um paciente chega nos devemos fazer todos os exames, certo?

—Sim.

—Bom, sendo assim, em um de seus exames foi constatado que você esta gravida.

—O que? –eu disse visilvemente espantada.

—Voce esta gravida.

—O que?

—Bella, você esta gravida. –ele disse calmamente como se falasse com uma criança teimosa.

—Oh Meu Deus, isso não e possível, não pode ser...

—É possível, até porque o exame Beta- HCG constatou que seu nível de hormônio hCG esta acima de 15.000 mUI/mL.

Eu continuava encarando o rosto do Dr. Caius. Eu sabia o que aquele valor era a certeza de que eu realmente estava gravida, porque o valor em não gestantes era de aproximadamente abaixo de 25 mUI/mL.

—Bella?

Aquela parecia ser a voz de Jacob e pela primeira vez me lembrei que ele estava ali.

Eu estava gravida.

Ele estava me chamando, mas eu não conseguia responder, suspirei e aquilo foi o máximo que consegui, so para mostrar que eu ainda estava ali.

—Não é possível. –murmurei.

Provavelmente Caius ficasse zangado comigo por duvidar de sua capacidade, mas ele deu um sorriso que demonstrava que não estava zangado e entendia meu estado catatônico.

—Dra. Isabella, peço desculpas por dar uma noticia dessa quando voce acabou de acordar de um sono de dois dias, talvez seja difícil de entender o que isso significa, mas eu so quero que voce saiba que o cuidado com voce tem que ser dobrado, justamente porque voce passou por agressões.

Eu havia passado por agressões? Bom, se ele estava dizendo... Jacob sabia também, pois no segundo que olhei para seu rosto sua mandíbula estava travada em sinal de muita raiva. E a policia já sabia? Mas isso não importava agora, porque eu estava gravida.

—Parabens, Isabella. –Caius sorriu gentilmente para mim. –Se cuida, uh? Lembra do que conversamos. Eu preciso ir porque temos mais pacientes.

—Eu vou ficar com ela, até que ela volte a raciocinar. –Jacob pronunciou.

—É bom, Sr. Black. Eu volto ainda hoje para ver como ela esta.

—Caius... Obrigada e desculpe o meu estado.

—Eu entendo. –ele sorriu gentilmente para mim.

—Obrigada, doutor. Até mais. –ele acenou para Jacob e eu, e deixou a sala.

Jacob mantinha o sorriso para mim.

—Meu Deus, Jake, você sabia disso?

—Sim, ele me contou quando os resultados dos exames saíram, e disse que apesar de tudo, o seu bebe estava ótimo.

—Oh... –eu não pude conter as lagrimas que desceram, e imediatamente levei a mao em meu ventre. –Se algo tivesse acontecido com você, eu não me perdoaria nunca.

Jacob caminhou ate o lado da cama e assentou na cadeira que ali estava.

—Parabens, Bella. –ele sussurrou.

—Jake, eu tenho um pedacinho do Edward dentro de mim. Oh meu Deus, eu não poderia estar mais feliz, depois de tudo o que aconteceu comigo, é como se essa noticia me salvasse, eu não sei nem...

—Eu estou muito feliz por voce, Bella. Você esta sorrindo.

Sim, eu estava sorrindo, porque no exato momento eu imaginei um bebe lindo como Edward, e imaginei ele gargalhando com o bebê enquanto brincava com ele, imaginei também ele me beijando e me abraçando, dizendo que ficaríamos para sempre juntos. Nos meus pensamentos tudo seria perfeito. Mas, nem tudo estava como eu gostaria.

—Certo, é muita coisa para assimilar, deixa eu me encontrar primeiro, quer dizer que eu fiquei dois dias desacordada?

—Sim.

—E voce contou para Sue?

—Sim, Leah ligou para ela, e elas vieram para Nova York.

—Nessie veio também? –ele assentiu positivamente enquanto sorria. -Cade minha filha, Jake?

—Ela já esteve aqui te olhando... Elas chegaram ontem, mas calma Bella, lembra que o medico disse que voce não pode se alterar, certo?

—Jake, preciso ver Renesmee, ver se ela esta bem.  –eu fiz menção em levantar, mas não levantei.

—Se voce não se acalmar, eles terão que te colocar para dormir.

—Droga. –eu sabia que ele estava certo, eu tinha que me acalmar.

Porque eu estava gravida.

—Ela foi tomar um lanche agora, mas eu vou buscar ela para te ver. Aqueles seguranças estão cuidando muito bem delas.

—Andrew? –eu me surpreendi.

—Sim, eles montaram tipo uma guarda nesse hospital.

—Por que?

—Depois a gente fala sobre isso tudo bem? Voce estava com Andrew quando desmaiou e ele trouxe para cá.

—Andrew...

Entao tudo começou a fazer sentido em minha mente, James, Laurent, Andrew e a fita.

—A FITA, JACOB, A FITA.

—O que Bella?

—Eu preciso achar a fita Jacob! –tentei me levantar da cama, mas foi a coisa mais imprudente em se fazer, senti todos os meus músculos doerem, e o bip que fazia juz ao meu batimento cardíaco aumentou. –AI MERDA.

—Puta merda Bella, fique quieta, droga, você esta com muita dor?

Eu respirei fundo e me recostei no colchão.

—Eu estou bem, não posso me mexer.

—Certo.

—O que aconteceu?

—Voce não se lembra? Disseram que voce foi agredida... Isabella eu quero que voce saiba que eu te amo muito e é por isso que eu estou aqui com voce, eu imagino o que aconteceu, mas se voce confirmar, eu não sei do que serei capaz. –seus olhos brilharam de odio.

—Jacob, por favor... Voce promete que não vai a lugar nenhum? Eu não quero ficar sozinha.  

—Eu estou aqui com voce, eu não vou sair daqui.

—Eu lembro que estava no meu apartamento com James...

—JAMES? PORRA BELLA, FOI ELE QUE FEZ ISSO COM VOCE?

—Jacob, calma, por favor. Imaginei que voce já soubesse que havia sido ele.

—CALMA O CARALHO BELLA, SE EU PEGAR ESSE FILHO DA PUTA EU JURO QUE EU QUEBRO ELE INTEIRO E MATO COM MINHAS PROPRIAS MAOS! E EU NÃO FAZIA IDEIA... Porra Bella, o que diabos voce foi fazer naquele lugar?

—Jacob, você esta em um hospital, por favor Jake. –ele deve ter visto algo em meus olhos, porque no segundo seguinte ele se sentou ao meu lado novamente e respirou fundo diversas vezes ate se acalmar. –Eu vou te contar tudo o que eu me lembro, mas você tem que ficar calmo, tudo bem? –ele revirou os olhos para mim. –Eu fui para meu apartamento, encontrei James, e eu lembro que ele me disse uma porção de coisas, ele sabe sobre Edward, disse que ia me matar e depois ia atrás dele e de Nessie. Eu não tinha forças para lutar contra ele, James estava possesso de raiva, pensei que ia morrer, mas então Laurent arrombou a porta do apartamento disse que eu estava livre e que ele tinha entregado a fita. Depois disso eles começaram a se bater, eu reuni todas as minhas forças para correr e me deparei com Andrew. Depois não me lembro de mais nada.

Jacob estava com uma expressão vazia, mas eu sabia que ele prestava atenção em tudo o que eu dizia.

—Andrew te trouxe para cá.

—Aonde ele esta?

—Ele esta na porta, e os outros com Nessie.

Olhei bem nos olhos do meu melhor amigo, eu o conhecia bem para saber que ele estava fazendo o máximo de esforço para não se levantar e ir atrás de James, o conhecia para saber que ele estava fervendo de raiva por dentro, mas também o conhecia para saber que ele estava se sentindo culpado.

—Ei Jake...Nao se sinta assim, ninguém teve culpa pelo o que aconteceu, isso teria que acontecer alguma hora, eu sabia que o veria novamente... –senti minha voz embargada pelo choro. –A única coisa boa de tudo isso é que talvez a fita esteja com alguém que não seja Laurent.

—Ele morreu Bella. –Jacob que mantinha sua cabeça baixa agora a levantou para me olhar. –Laurent esta morto.

—Meu Deus, James o matou também.  –Jacob segurou a minha mão.

—Sim.

—Jake, James matou os irmãos por minha causa.

—Não Isabella, James matou os irmãos porque ele é doente e louco você não tem nada a ver com isso. –ele disse um pouco irado.

Eu me encolhi um pouco na cama, e quando Jacob voltou a falar sua voz estava suave novamente.

—Me perdoa, Bella, eu disse que nada iria acontecer com você e olha aonde você esta agora, toda machucada...

—Não se culpe por favor, eu me sinto muito melhor agora Jake, sei que James sabe de tudo, eu não tenho mais o que temer. Eu preciso proteger meus dois filhos agora e preciso de voce, da sua ajuda.

—Eu sempre vou estar com você. Você sabe disso. –ele suspirou e uns minutos depois voltou a falar. -Pelo visto voce o protegeu bem, sem nem mesmo saber de sua existência. –ele apontou para minha barriga. –Eu vou ser tio de novo. –seu olhar se suavizou e eu sorri para ele. O ar de tensão havia passado e agora havia um sentimento de felicidade entre nós.

—Ei, por favor, não conte a ninguém, eu quero que Edward saiba de alguma maneira, ele tem esse direito, e não quero que ele seja o ultimo a saber.

—Eu vou me esforçar.

—Promete? Até mesmo para Leah. –eu insisti.

—Ela vai ficar uma fera com voce.

—Eu sei, lido com isso depois.

—Eu prometo então.

Pela primeira vez depois de algum tempo eu consegui sorrir de forma verdadeira, por um motivo real, um motivo que havia mudado tudo em minha vida.

No segundo seguinte ouvimos batidas na porta.

—Pode entrar. –Jacob pronunciou.

E assim que a porta de abriu, Andrew apareceu. Eu não pude esconder minha felicidade ao vê-lo, mas ele também carregava uma expressão de culpa.

—É muito bom ver a senhorita acordada.

—Oi Andrew. –eu sorri para ele.

—Esta tudo bem, Isabella?

—Estou melhorando.

—Eu vou deixar vocês e encontrar Renesmee. –Jacob disse.

—Obrigada Jake.

Assim que ele saiu, eu me voltei a Andrew.

 -Eu tenho algumas perguntas.

—Srta. Swan, você sabe que eu não posso responde-las. –ele disse.

—Você pode sim, Andrew, veja so o que eu passei, quase fui morta, Laurent apareceu, eu consegui correr e me deparei com os seguranças de Edward, depois vim parar no hospital.

Ele suspirou, passou-se alguns minutos, e ele voltou a falar.

—Somente algumas então.

—Como vocês sabiam aonde eu estava? E porque vocês estão acampando em frente o meu quarto?

—Nos sempre sabemos aonde você esta, temos que te acompanhar.

—Por que?

—É nosso trabalho.

—Eu não estou mais com Edward para ser seu trabalho.

—Dr. Cullen nos deu a ordem de nunca perder você de vista. E é por isso que estamos aqui também.

—Por que?

—Ele sabia que você estava e ainda esta sobre ameaças.

—Por que ele se importa com isso?

Andrew ficou em silencio.

—Era você então, todos os dias, eu sabia, eu vi o carro, eu sabia...

—Sim. Era nosso trabalho protege-la, mas falhamos.

—O que aconteceu com Laurent?

—Tem uma coisa que preciso te contar e é por isso que estou aqui.

—Tudo bem... –pela seriedade em seu olhar era algo muito serio.

—Nós estávamos te seguindo, quando você entrou naquele apartamento, já estávamos preparados para subir quando este homem chamado Laurent apareceu, nos o encurralamos, mas ele estava desesperado e nos deu um pacote, e disse que você estava em perigo, ele saiu correndo escadas acima, mas foi tudo muito rápido, e quando estávamos subindo nos deparamos com a senhorita.

—Esse pacote...

—Nós vimos a fita, porque não sabíamos a quem era endereçada e então entregamos a policia. O homem loiro matou Laurent, e está foragido.

—A fita...

—Esta com a policia, senhorita. E a policia também esta sabendo o que aconteceu com voce, eles irão te procurar para depoimento, mas so quando voce estiver bem.

—Oh Meu Deus... –eu cobri minha boca para afabar o grito e o choro estrindente que saíram de mim. –Eu estou livre...

—A senhorita esta sobre proteção policial, nos não podemos interferir no caso, mas vamos ficar por perto, estamos protegendo sua filha.

—Andrew, James esta solto?

—Sim.

—Ele vai vir atrás de mim, Andrew, eu preciso sair daqui, a policia tem que acha-lo...

Meu coração voltou a disparar e o bip apitava muito alto.

—Vai ficar tudo bem, ele não vai chegar ate a senhorita. Mas, eu preciso tomar todas as medidas e ter certeza que voce esta segura, e é por isso que estou aqui.

Andrew remexeu no bolso dentro do paletó e tirou de lá duas coisas.

—Isso é um celular, serve para voce fazer ligações e ele tem um rastreador, a qualquer lugar que voce o levar, nos vamos saber aonde voce esta. E, isso... é so um rastreador, voce pode colocar em sua roupa ou sapato.

—Ok... e pra que tudo isso?

—Medidas de segurança.

—Chega! Eu não vou usar isso, vocês não tem mais que trabalhar fazendo a minha segurança, vocês não são meus empregados, eu não vou usar rastreador nenhum.

—Isabella, por favor, James esta solto e ele pode sim vir atrás de voce, é so uma medida de segurança.

—Primeiro voce me diz que nada vai acontecer comigo e depois diz que ele vai vir atrás de mim.

—Isabella, voce poderia por favor ficar com os rastreadores?

—O que vocês estão fazendo ainda aqui?

—Já falei para senhora que eu trabalho para o dr. Cullen e nosso trabalho agora é ficar aqui.

—EU QUERO QUE VÃO EMBORA, EDWARD NÃO MANDA EM MIM.

Eu virei a cara como uma criança birrenta. Ele não falou mais nada, e eu ouvi ele colocando alguma coisa ao lado da cama. Andrew se levantou e andou ate a porta, e antes de sair se virou para mim.

—Andrew, me desculpa... Eu estou muito nervosa, tudo isso é demais para mim.

—Eu entendo, Isabella. Tudo vai acabar bem no final.

—Eu espero que sim.

—Tenho que ir... Melhoras, Isabella.

Quando ele estava quase na porta se virou para mim novamente.

—Dr. Cullen se preocupa muito com a senhorita. Nós estaremos sempre por perto.

E saiu, me deixando sozinha. Eu me senti uma completa idiota por o tratar mal, ele não tinha culpa, so estava fazendo o seu trabalho, mas o seu trabalho era me dar ordens de segurança, o seu trabalho era a mando de Edward e isso me incomodava muito. Eu estava exausta, sentia meu corpo responder por todas as pancadas que levei, sentia minha cabeça doer por todas os processamentos de informações, Laurent havia entregado a fita, Laurent estava morto, eu estava livre de acusações, mas James me perseguia. Nessie, meu bebê e eu corríamos perigo, e eu precisava nos defender. Fiquei muito mais aliviada quando lembrei que Andrew e policiais estavam do lado de fora do meu quarto, mas eu sabia que se James quisesse me encontrar, ele me encontraria e era isso que eu mais temia. Decidi esquecer James por alguns minutos e me concentrar na noticia mais linda que eu havia recebido nos últimos dias.

Eu estava gravida.

De Edward.

E meu filho estava bem.

Eu estava gravida.

Eu estava gravida.

Repousei mais uma vez a mão sobre minha barriga sentindo uma alegria assustadoramente e me lembrei que era a mesma sensação de quando eu descobrir estar gravida de Nessie. Quando dei por mim as lagrimas escorriram descontroladoramente, e eu tentei me controlar porque sabia que tudo refletia no bebê e meu bebê não podia mais ser afetado de nenhuma forma, e eu nunca mais o colocaria em risco.

Havia novamente alguém dentro de mim, alguém muito importante, metade minha e metade de Edward. Eu estaria para sempre conectada a ele. A coisa mais horrível que podia acontecer seria ele não querer saber do filho, mas eu cuidaria dele e de Nessie, e agora que a fita estava com a policia nada mais poderia me separar da minha filha. Se Edward não quisesse o filho, eu cuidaria com todas as minas forças, eu o amaria com todo meu ser e isso seria o bastante.

.

Meu estado de espirito mudou assim que eu vai Renesmee entrar no quarto de mãos dadas com Leah. Seus olhinhos brilharam quando me viram, Leah tentou disfarçar a emoção e Sue não conseguiu se segurar, assim que colocou os olhos em mim já pude ver seus olhos sendo inundados por lagrimas.

—Renesmee. – a emoção em minha voz, era evidente.

Ela me olhava cautelosa e amedrondata, Sue e Leah estavam logo atrás dela. Leah engoliu em seco antes de falar.

—Nessie, é sua mamãe e voce pode ir ate ela e abraça-la.

—Mamãe?

—Oi, filha. –eu disse sorrindo. –Vem aqui com a mamãe.

Renesmee deu pequenos passos ate chegar a cadeira que ficava ao lado da cama, ela subiu nela ficando de joelhos e na altura da cama, se aproximou de mim, e envolveu meu pescoço com seus bracinhos, seu cheiro de doce e inocente me inundou e eu respirei tranquila.  Meus dois filhos estavam bem e meu coração pode descansar.

—Senti saudades meu amor. –sussurrei para ela.

—Eu também senti saudades mamãe.

Ela se separou de mim e me olhou.

—Voce esta dodói?

—Eu estou, mas estou melhorando. –eu pisquei para ela.

Vi quando seus olhinhos encheram de lagrimas e ela me abraçou de novo.

—Ei, não chora meu amor, esta tudo bem. Reneesme... Meu amor, esta tudo bem.

Quando os tremores de seu corpo passaram eu afastei ela e olhei em seu rosto.

—Meu amor, não chora, a mamãe esta bem.

—M-m-mas voce esta no hospital e hospital não é legal. Se eu beijar o seu dodói como você faz comigo, eles vao sarar?

Sua forma doce e inocente fizeram meu coração se inflar e eu respirei fundo para não chorar mais ainda.

—Isso so funciona com a mamãe. –sorri para ela. –Só de você estar aqui, mamãe já vai melhorar, amor.

—Quando você vai poder ir para casa, mamãe?

—Mamãe tem que ficar aqui descansando por uns dias, mas quando sair vamos poder ficar juntinhas, certo?

—De verdade?

—Sim, meu amor, de verdade. Nunca mais vamos nos separar agora.O que voce acha de morar com a mamãe em Nova Iorque?

—Serio mamãe?

—Sim! –eu disse sorrindo para ela.

—Eu quero, eu quero!!! –ela disse me abraçando. Olhei para Sue por cima do ombro, ela sorriu piscando para mim.

—Renesmee cuidado com sua mãe. –Sue a alertou. Nessie olhou para tras. -Deixe-me falar com sua mãe.

Nesse momento Leah se aproximou também, Sue pegou minha mão e a beijou.

—Minha querida, como voce esta?

—Estou melhor agora, mas sinto dores. Como vocês estão?

—Bella estou com tanta raiva de voce por ter nos deixado tao preocupadas. –Leah disse tentando ser brava.

—Não fique com raiva, eu amo todas vocês.

—Graças a Deus o pesadelo acabou. –Sue disse.

—Eu estou livre, finalmente.

Sue chorou mais ainda e me abraçou com cuidado, Leah me abraçou logo depois.

—Ah querida eu fiquei tao preocupada.

—Eu sei Sue, mas esta tudo bem agora.

Ela me olhou com muita preocupação e eu sentia que ela sabia sobre James, segurei firme sua mão e ela suspirou.

—Vai ficar tudo bem. –eu insisti.

—Coração bobo de mãe. –Sue beijou de leve minha testa, se afastou e abraçou Renesmee de lado, a mantendo perto de mim.

—Bella, eu não acredito que eu não gostava daqueles seguranças de Edward e hoje eles estão protegendo a gente.

—Edward mandou eles fazerem isso.

—Serio?

—Foi o que disseram.

—Mamae eu conheci o Edward. –Renesmee disse empolgada. Todas nós a olhamos com um certo espanto.

—O que Renesmee? –Leah perguntou.

—Eu conversei com ele, estava tentando pegar um refrigerante na maquina, mas não conseguia, ele me ajudou. Eu gosto dele, moço bonito.

—Quando foi isso, querida?

—Ontem a noite.

—Tio Jake, não estava com você?

—Ele estava conversando com um médico, e eu fui pegar um refrigerante.

—Entao voce saiu de perto de seu tio, Renesmee? –Sue perguntou com a voz firme.

—Sim, tia Sue.

—Isso não se faz Renesmee, você não pode sair de perto de quem voce conhece, existem muitos perigos.

—Mas o moço bonito não era perigoso.

—Ele não era filha, mas algumas pessoas são, então não faça mais isso, certo?

—Tudo bem, mamãe, eu prometo.

Depois de uma hora, Sue e Renesmee foram para a casa com Jacob, onde passariam a noite.  Leah passaria a noite comigo, os policiais estavam a porta do quarto e os seguranças haviam ido com Jacob.  Se não fosse pelos remédios que eu havia tomado, certamente não sentiria sono, minha mente borbulhava com o tanto de informação que havia recebido em apenas um dia.

—Caramba Bella, se realmente for verdade o que Nessie disse, Edward a conheceu.

—Sim, Leah. Eu estou assustadíssima com isso. Nenhum de vocês o viram aqui na noite passada?

—Não, Bella. Ninguem o viu.

Se Edward realmente havia estado aqui, porque ele havia vindo? Essa pergunta e a imagem de Edward com uma criança linda nos braços foram as ultimas que minha mente processou até eu cair no sono profundo novamente.

 “-Eu encanto você? –ele riu.

—Oras Bella, você é a pessoa mais encantadora que eu conheço tudo em você é absurdamente lindo, você é uma ótima pessoa, compreensiva, alegre... Você me ilumina. “

“-Edward você deveria saber o quão importante é para mim.

—Bella...

—Edward, eu quero ficar com você. Você também quer?

—Eu quero você, é tudo o que eu mais quero. –ele disse.”

“-Você tem sido tão boa comigo... Você foi a melhor coisa que me aconteceu. “

“-Esse é o mundo que eu cresci, eu gostaria de compartilhá-lo com você. –ele disse sinceramente. –Eu quero te dar o mundo Isabella, se você deixar.”

Acordei com falta de ar, arfando muito e com o coração disparado novamente, olhei para a janela e tudo o que podia se ver era escuridão, eu podia ouvir a chuva forte que caia, e o quarto estava iluminado apenas por um abajur. Procurei Edward pelo quarto, mas não havia ninguém a não ser Leah, senti minha mente me puxando para a escuridão novamente.

“Edward estava nervoso, eu tentei permanecer sem rir de seu nervosismo exagerado. Ele tirou a caixa de veludo preto em forma de quadrado de dentro do paletó, e abriu em minha frente. Lá dentro estava uma correntinha de ouro com uma pedra em forma de coração, adornado por contornos de fios de ouro. Eu cobri a boca com a mão, era lindo.

—Oh meu Deus é incrível.

—Esse é um diamante raro, lapidado mais de 100 vezes e muito forte, eu achei que combinava exatamente com você.”

“-Edward eu não sei dançar. –eu sussurrei.

—Bella, tudo depende de quem conduz a dança.

Ele me tomou nos braços, passando um braço pela minha cintura e pegando minha mão na sua. Então dançamos, como se não existisse ninguém, como se no mundo houvesse apenas nós dois.

—Quem disse que você não sabe dançar? –ele sussurrou em meu ouvido, eu sorri.”

—Acorda... Acorda Isabella.

Alguem tentava me tirar meus sonhos mais perfeitos... Hum... Não... Eu quero estar com Edward novamente, me deixe com ele, por favor.

—Acorda, porra. Vai Isabella, acorda!

Não...Edward....

—Isabella, acorda.

Não conseguia entender o que estava acontecendo, mas tudo o que eu queria é que me deixassem dormir, mas a voz insistia em querer me acordar, eu não fazia ideia de quanto tempo eu estava no estado subconsciente. E então meus olhos se abriram, o pânico me dominou quando eu vi quem estava a minha frente. Era ele, James. Ele havia me encontrado.

Eu tentei gritar, mas ele apertou minha boca tao forte que eu não conseguia, eu tentava me desvacilhar de seus braços, mas ele me apertava contra a cama. As dores em meu corpo estavam melhores, mas alguns pontos doíam muito ainda.

Por favor, não, por favor, isso não. Eu pedia silenciosamente enquanto chorava.

—Você vai vir comigo, Isabella.