–Isso é muito ruim, muito ruim. -disse a curandeira asgardiana número dois.

Olhei para ela desesperada. Elas desenrolaram minha perna, o machucado não tinha indícios alguns de cicatrização, ele estava escurecendo em volta, o meu sangue praticamente era preto. A dor aguda havia se passado meia hora depois.

–O que houve? -perguntou Frigga, a madrasta do Thor.

–Há uma energia negativa em seu corte. -respondeu a curandeira 3.

–O que? -estranhei. -Que tipo de energia? Não tem cura?

–Não sabemos. Você não é asgardiana certo? -perguntaram. -O que você é?

–Ela é humana. -disse Thor.

As três curandeiras se entreolharam franzindo a testa discordando do deus. Meu coração entrou em conflito, eu tinha medo delas iniciarem uma cirurgia ali mesmo o que for que estivesse em mim. Se completaram seis horas que eu estava ali, quando a dor se aliviou, pedi a Thor para dormir e elas consentiram me deixando aqui. E quando abri os olhos me assustei com as três a minha espera.

–É uma humana bastante...Peculiar. -disse com certa incerteza a número um.

–Ela tem o dom verde.

–Sua resposta está em Migard. Ela precisa retornar.

–Hoje? -estranhei.

–Não, amanhã as seis horas da tarde.

–Porque? -ela olhou para mim, cansada de minhas perguntas. Para ela parecia tudo óbvio, mas nada se esclarecia em minha cabeça.

–Não podemos falar. Algo importante vai acontecer.

Olhei para Thor confusa e finalmente elas me liberaram para levantar. Fui para meu quarto, acompanhada dele, nós dois silenciosos e depois tomei um banho. Um novo vestido estava disponível para mim em cima da cama, mas resolvi vestir meu uniforme da SHIELD. Abri as portas do quarto e vi o deus andando pelo corredor acompanhado de dois guardas.

–Aconteceu algo? -perguntei preocupada.

–Não. Irei ver meu irmão.

–Posso ir?

Ele hesitou, mas refletiu em tudo que passei. As dores, as ameaças, a amnésia, então consentiu. Andei silenciosamente atrás dele. Estava animada para conhecer seu irmão, nunca tinha ouvido falar dele e talvez seja uma boa distração. A cada minuto, descíamos por escadas subterrâneas e estranhei alguém viver ali. Quando percebi, estávamos no presídio, onde o mal de Asgard era abrigado.

–Seu irmão vive aqui? -estranhei olhando em volta.

–Sim. -assentiu.

Os vilões não tinham aparência humana, e sim, semelhante a animais. Eram mantidos em celas brancas, de estado limpo, com uma parede de cristal incrivelmente resistente. Finalmente avistamos um homem, sozinho em uma cela, com móveis, pilha de livros. Ele tinha um cetro, roupas verdes, olhos verdes, cabelos incrivelmente escuros e um pouco comprido.

–Querido irmão. Que agradável ter sua presença. -disse sarcástico sentado na poltrona como um verdadeiro rei. -Você precisa de algo?

A expressão de Thor mudou imediatamente, ele precisava de alguma coisa. E talvez eu esteja atrapalhando seus objetivos ficando ali. Os olhos verdes do irmão percorreu seu corpo e me encontrou escondida atrás. Sua boca abriu maravilhado.

–Quem é ela? Trocou a pobre Foster por uma Agente da SHIELD? -ele riu estridente.

Thor parecia amar mesmo a cientista, todos a conheciam ali ou queriam conhecer. O deus se aproximou do vidro raivoso.

–Cale-se Loki. Preciso de uma resposta.

–Eu sei do que precisa. Mas eu preciso de algo em troca. Simples. -Loki estendeu as mãos.

–O que?

Seu olhar pousou em mim, todos presidiários, silenciosos até então, começaram a rir e gerar barulho. Ele me queria.

–Um beijo. -especificou.

–Não Loki. -estabeleceu Thor.

–Eu dou. -digo e recebo olhares. -O que você precisa com certeza é importante.

Loki sorri vitorioso para o irmão. Thor ainda não compreendeu minha decisão. Os guardas abriram a porta e o deus entrou comigo. Realmente, aquela cela não era nada mau para um presidiário.

–O beijo, depois a resposta.

Loki se aproximou de mim, o verde era cada vez mais intenso. Fecho os olhos, toco meus lábios nos seus frios e secos. Sinto uma dor em minha pele, especificamente em minha barriga. Olho para baixo. Thor imediatamente puxa sobre o irmão. Ele enfiou um pedaço de madeira em mim. A nova ferida sangrava constantemente, mas não doía. O sangue escorreu e alcançou o antigo machucado. Minha perna voltou a doer e caio no chão.

–Ela precisa voltar para Migard e tem apenas quatro horas. -Loki dizia achando tudo uma graça.

–Precisamos voltar para a SHIELD.

Thor deu dois pelos socos em seu rosto e me carregou preocupado. Saiu correndo. Minha perna atingiu o ápice da dor. E quando percebi atravessávamos para outra dimensão. Sinto o vento em meu rosto, caminhávamos no estacionamento da ilha.

–Porque voltaram? -Phill Coulson apareceu.

–Loki disse que a cura está aqui.

–Thor estou melhor, eu posso andar. -pedi a ele e meus pés tocaram o chão. -Eu sei onde está.