I'm Not the Enemy escrita por Queen B


Capítulo 29
Capítulo 29- Fuga


Notas iniciais do capítulo

E AÊ! estou muito animada e vou postar esse capítulo gigante e especial para vocês. sim! tá, vocês vão entender o que eu disse quando lerem.
como sempre, quero agradecer as lindas leitoras que comentaram. e para elas que pediram, aqui está o capítulo Fuga:



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Era o segundo buque de flores em que eu fazia e mandava para Irina, minha melhor amiga e que estava com raiva de mim não sei porque. Mas eu sentia que eu era a errada na história.

Ultimamente estou descobrindo muitas coisas horríveis sobre mim, por exemplo, que o meu namoro com o Klaus era tudo uma farsa. Eu fingia gostar dele por dois anos para fazer uma suposição que eu era uma garota normal, vivendo em uma cidade pequena e com um namorado.

–Flyer. –o carro do Klaus parou ao meu lado. Ele desceu o vidro e usava o seu chapéu de piloto de aviação, sendo que ele não era piloto, mas engenheiro.

–Oi. –sorrio, fazia um bom tempo que não nos víamos.

–Você precisa parar de mandar flores á Irina. Ela está cada vez mais irritada quando lembra de você. E eu não faço ideia porque. –ele desce do carro. -Eu pensei que vocês já tinham melhorado.

Droga. Aqueles olhos me faziam lembrar do quanto ruim eu era. Foram dois anos.

–Ainda não. Preciso me desculpar com ela, nós somos melhores amigas, não vou conseguir parar. -desabafo triste.

Era estranho ter aquela conversa com ele, mas eu estava falando normalmente, talvez como a antiga eu faria.

–Porque vocês brigaram?

–Eu não sei! Não me lembro.

–Sério mesmo Flyer? Você me contava tudo. Sabe que pode confiar em mim. Não tem nada que eu não saiba sobre você. Eu sou o campeão milionário do “Quem Sabe Mais sobre a Flyer Morozov”.

Klaus me fitou com uma cara divertida e eu não me segurei, desviei o olhar para sorrir. Ele não sabia de tudo ainda. Mas a maior parte sim. Claro que antes eu não contaria a ele que nosso namoro era tudo uma mentira. Deve ser por isso que terminamos e eu fui para Nova York, talvez eu estivesse tentando evitar o juízo final entre nós dois.

–Eu estou falando a verdade, eu não sei.

–Ok, tudo bem. -ele levantou a mão em rendição. -Porém... Vamos sair para beber hoje à noite. Eu te pego ás dez horas. –Klaus ajeitou o chapéu.

–Como que nossa conversa chegou a um encontro? Eu aceito, Sr. Não Piloto da Aeroflot.

Voltei para casa sorrindo. Eu não quis ir esta manhã para a ALRS. Com certeza, Burlem estaria planejando uma vingança dificultando cada exercício. Segundo ele, eu nunca estive tão ruim. Nem quando eu entrei na Aliança eu era assim. Claro que na viagem de três dias que tivemos juntos, eu melhorei muito. Eu conseguia fazer uma árvore crescer ou morrer, um jardim inteiro ao mesmo tempo também.

–Planeja ir como para sua faculdade? –perguntou minha mãe, enquanto ela e Wraz, seu namorado ou marido, arrumavam a mesa do almoço.

–Posso te levar se quiser. –ofereceu ele.

–Seria ótimo, mas eu acho que vou de táxi. Eu vou passar na casa de câmbio para trocar os dólares que sobraram e depois eu vou para lá. –inventei a desculpa que eles compreenderam rapidamente.

Almoçamos tranquilamente. Tomo um banho e visto uma roupa normal. Eu já estava atrasada. O tempo de descanso entre os treinos ia até 14:30. Já era 14:30 e eu nem sai de casa. Pego o táxi e desço na feira comercial, percorrendo por todos aqueles caminhos até chegar à tenda e descer pela escada secreta. Enfim, estava na base da ALRS.

–Você está muito atrasada. –avisaram as secretárias. –Burlem ficou furioso.

–Normal. –dou de ombros.

–Flyer Morozov. –fechei os olhos. Era ele.

–Burlem.

Aquela sua expressão séria. Eu estava perdida, definitivamente. Mexer com o Burlem não era uma boa ideia. Eu me arrependo.

–Eu estava me sentindo mal. Não consegui vir mais cedo...

–Não quero ouvir suas desculpas. –ele elevou a voz e deu as costas, saindo andando.

Eu odiava quando ele me dava as costas e ele fazia isso sempre. Parecia que era para me irritar.

–Vamos treinar então?

–Não. Está dispensada por hoje.Não era isso que queria? -perguntou e parou de andar. -Olhe Morozov, eu sei que você acha que o mundo gira em torno de você, mas não. Você não é uma criança. Eu não sou sua babá e, graças a deus, não sou sua mãe. Então, não quer se dedicar cem por cento, dê sua vaga á alguém. Tenho certeza que tem milhares de pessoas melhores que você.

Eu abaixei a cabeça sem fala. Era melhor não discutir. Burlem me deu as costas novamente e saiu. Uma das secretárias me entregou um copo de café e eu, logicamente, aceitei sentando na poltrona vermelha da entrada.

–Uau, ele é sempre assim? –comentaram uma delas.

–Sim. Eu tenho a maior má sorte do mundo de ter ele como meu treinador.

–É, mas dizem que ele é o melhor. Viu como sua irmã cresceu aqui dentro? Quando ela chegou era meio assustada e agora ela nos assusta. –opinou a secretária. –Você sempre gostou do Burlem. Porque mudou tanto?

–Eu ainda gosto, eu apenas perdi o costume do método dele. Em Nova York não era assim. –respondi e coloquei o copo de café vazio em cima do balcão. –Obrigada.

Burlem podia ser o melhor, mas eu não aguentava mais. A diretora Yvana terá que ouvir o meu pedido de transferência, qualquer treinador era melhor que ele. Subi as escadas e as portas da sua sala abriram.

–Claro e... –Ty falava e foi interrompido pela diretora.

–Não Ty, mesmo eu sendo sua mãe não vou poder fazer o que pediu.

–Sim, porém você pode! Não vai ser difícil.

–Não. -ela insistiu negando.

A diretora era a mãe do Ty, o namorado da Gabrielle? Os dois olharam para mim. O rosto do Ty se iluminou, ele pediu licença a sua mãe e aproximou de mim. Disse que precisava conversar algo urgente e me puxou pelo braço. Gabrielle esta bem? Ou Ty estava bem? Porque da ultima vez que nos vimos, ele ficou falando do Klaus comigo.

–O que foi? Tem certeza que quer falar comigo? Eu sou a Flyer, não a Gabrielle. –perguntei preocupada.

–Eu sei que é você. Seu cabelo é bem mais longo que o da Elle. Espere. –ele continuou me arrastando e encontrou uma sala vazia.

–Agora fala!

Ty sorriu e colocou uma mão na minha cintura e outra no meu pescoço me puxando para um beijo. Meu susto foi tão grande que deixei me levar pela sensação, mas depois o empurrei chocada.

–Ty!

–O que foi? –questionou confuso.

–E-E Gabrielle? Vocês namoram certo? E eu estou com o Klaus! –gaguejei um pouco nervosa e passei a mão na minha boca.

Ty franziu a testa e se aproximou lentamente me observando, ele tocou meu queixo e eu dei um tapa em sua mão. Ele estava achando que eu era a errada? Não, ele estava errado! Ele me agarrou enquanto namora minha irmã!

–Flyer? Está zoando com a minha cara? –ele riu nervoso. –Pare com esses jogos.

–Eu preciso ir. –me encolhi.

–Flyer! –Ty segurou o meu braço forte antes que eu saísse correndo e olhou em meus olhos confuso. –Como você não se lembra? O que aconteceu com você? –sua voz era melancólica. –Quem é você?

Ele sabia que tinha algo de errado comigo.

–Me solta. –puxei meu braço e sai correndo.

–Flyer! Flyer!

Eu traia o Klaus com o Ty? E a Gabrielle também? É isso que Irina descobriu, por isso ela está com raiva de mim. Como ela mesmo falava, não adianta fugir. Eu precisava falar a verdade com o Klaus. Aliás, eu nem gostava dele de verdade, eu amava o Steve.

–Flyer, a diretora Yvana estava a sua procura. –avisou a secretária e eu fiquei em pânico.

Ty sabia que algo aconteceu comigo. Ele iria contar para sua mãe, que era a diretora da ALRS. Eu precisava sair dali o mais rápido possível.

–Diga que estou passando muito mal. Acho que vou para o hospital.

–Meu deus! Precisa que eu chame um táxi?

–Não. Eu vim de carro. –minto e vou embora.

Passo pelo labirinto que é a feira. Dessa vez faço um caminho diferente para que ninguém me persiga. Eu estraguei tudo. Eles iriam descobrir. Viriam atrás de mim. Eu não tinha para aonde ir. Fico na rua a procura de um táxi. Apenas Klaus podia me ajudar. Ele trabalhava na Aeroflot, ele podia arranjar um avião para mim e eu poderia voltar para os Estados Unidos.

–Para o aeroporto internacional o mais rápido possível.

–Sim senhora.

Me contive para não deixar lágrimas caírem. A ALRS poderia ser mais rápida que o meu coração e no momento, ele estava a mil.

–Obrigada. –entreguei uma nota grande para o taxista e desci.

Encontrei um balcão da Aeroflot e a minha cara de assustada deixou a mulher da bancada preocupada.

–Eu preciso falar com o Klaus Volkova, o engenheiro aeroespacial. Diga que é urgente e fale que é a Flyer Morozov.

–Senhorita nós não...

–É urgente! –exclamo novamente furiosa.

A atendente começou a digitar rápido no telefone uns números. Eu olhei em volta para ver se havia alguém me observando. As pessoas andavam normalmente carregando suas malas.

–Mandaram avisar que ele está vindo.

–Obrigada.

Sentei nos sofás de espera por algum tempo, mas eu estava tensa demais para sentar e o medo estava me dominando. Em alguns minutos vi Klaus sair por uma porta atrás do balcão, mexer com algumas funcionárias, inclusive aquela que me atendeu e ainda piscar o olho para ela! Ele estava vestido com blusa branca social, calça preta e o chapéu de piloto que me perseguia.

–Ei Flyer. –cumprimentou de longe sorrindo.

–Klaus! –minha cara era de pânico e eu o abracei, praticamente, me escondi em seu peito quase chorando.

Eu precisaria da ajuda dele e para isso eu falaria toda a verdade. Tudo! Desde a amnésia, a SHIELD e a traição. A antiga Flyer contava quase tudo para ele, certo? Klaus sabia da ALRS, do meu dom, dos meus problemas. Então eu podia confiar nele.

–O que foi? –estranhou preocupado e acariciando minha cabeça.

–Tenho algo sério a te contar. Não pode ser aqui. É algo muito sério.

–Flyer... –seus olhos ficaram preocupados. –Sério a que ponto?

–Pior do que qualquer coisa que já te contei. Eles podem me matar por isso.

–Eu estou coordenando a manutenção de um avião. Podemos falar lá. –Klaus olhou para os lados e depois me fitou. –É tão sério assim?

–Não estou brincando. –o encarei.

Klaus segurou minha mão levemente e me levou para atrás do balcão da Aeroflot, mas eu fui barrada pela atendente.

–Ela não pode entrar.

–Ela pode. Eu estou autorizando, Barbara. É questão de vida ou morte.

–Ok. Você arcará com as consequências. –ela olhou com ódio.

Passamos por alguns corredores. Eu devia estar tremendo muito, pois Klaus olhava para mim de vez em quando preocupado. Ele cumprimentou alguns outros funcionários, os convenceu e logo estávamos em um enorme galpão com um avião sendo consertados por alguns mecânicos.

–Pessoal, podem descansar. –ordenou Klaus.

–Já vai estrear o avião Sr. Volkova? –brincou um dos funcionários que fez os outros rirem.

–Ainda não. Ela é a designer dos estofados das poltronas. –inventou ele de ultima hora.

Eles fingiram acreditar e saíram tranquilamente. Entramos no avião pelas escadas e Klaus fechou a única porta de saída. Sentamos na poltrona.

–Agora eu acho que você pode falar. Estou preocupado.

–Klaus, escute com toda a sinceridade. Eu não sou a Flyer. Na verdade, eu sou ela, mas eu estou com amnésia. Então não lembro de nada. É por isso que...

Comecei assim, de pé, e fui contando parte por parte. Klaus ficou assustado, mas eu compreendi. Ele parecia também compreender, era um ótimo ouvinte. Era difícil de resumir toda a história e eu entenderia se ele não quisesse dizer nada.

–Eu desconfiava. –pronunciou suspirando quando eu terminei.

–Que você era traído ou que eu não era a Flyer? –perguntei nervosa e me arrependi de ter dito.

Eu sentei do outro lado, virada para ele.

–Que você estava estranha. Não lembrava de nada que nós fazíamos antes e agia mais docilmente. –respondeu ignorando a primeira parte.

–Juro Klaus, eu descobri tudo hoje sobre o Ty. Planejava te contar imediatamente. Mas como Ty também percebeu que eu estava estranha, precisei fugir.

–E planeja fazer o que agora?

–Tenho que arrumar uma passagem. Ir embora para os Estados Unidos, pedir ajuda ao...

–Capitão América. –ele completou e abriu um sorriso amarelo. –A ALRS deve estar a sua procura. Você não vai conseguir arrumar uma passagem com o seu nome. Eu tenho um avião...

Eu o olhei esperançosa. Estava feito. Eu poderia voltar para os Estados Unidos.

–Mas que não aguenta muito tempo de viagem. Precisamos parar um algum lugar para abastecer, mas até isso, seremos considerados foragidos e nenhum aeroporto irá nos aceitar.

Abaixei a cabeça concordando. Klaus não podia se arriscar por mim. Nossos olhares se encontraram novamente, ele se aproximou de mim e colocou meu cabelo atrás da orelha.

–Você acha que a Flyer vai voltar? –perguntou.

–Bom... –enrolei um pouco e suspirei. –Não.

Klaus se aproximou mais. Eu previa, ele iria me beijar. Fechei meus olhos e senti seus lábios nos meus. O corredor era o espaço que nos atrapalhava. Ele levantou o apoio de braço do seu banco e se inclinou mais. Tínhamos uma sintonia diferente da Steve. Claro que com o Rogers era tudo delicado e apaixonante, mas Klaus era uma forma diferente, difícil de descrever, mas boa.

–Flyer Morozov! -chamaram meu nome do lado de fora da aeronave. -Precisamos que desça.

Um agente vestido de terno bateu na janela da porta do avião. Eu me assustei. Eram eles! Klaus me olhou desesperado.

–E agora?

–As portas são blindadas. –disse Klaus. –Eles...

–O que planeja fazer? –questionei em pane.

–Eles não vão entrar rápido. –ele elevou o tom de voz nervoso, assim como eu.

–Klaus, você não precisa fazer isso por mim. Eu...

–Flyer Morozov! Você tem cinco segundos para sair.

O agente voltou a falar. Era provável a minha morte por um ataque cardíaco do que ser pega pela ALRS, porque meu coração estava prestes a pular. Minhas mãos tremiam e eu não sabia o que fazer. Não tinha outra forma de sair. Klaus esbarrou em mim saindo correndo para a cabine do piloto. Ele estava procurando alguma coisa.

–Klaus! Não planeja decolar certo? –gritei desesperada.

Os cinco segundos já tinham se esgotado. E se Klaus iniciasse a decolagem ele seria provavelmente morto quando for encontrado pela ALRS e seria tudo minha culpa. Além disso, essa aeronave nem estava preparada para voo. Um barulho começou a apitar no lado de fora, perto do portão de saída.

–Klaus! Pare. –caminho até a cabine. Ele mexia em alguns botões.

Um som de uma explosão leve ecoa e Klaus me abraça para proteger. Eu solto um grito. Abro meus olhos e três agentes armados entram no avião.

–Rendam-se. –fala um dos agentes.

Eu levanto o meu braço. Era tarde demais para fugir. Não havia mais chances ou esperanças. O homem vestido de preto me segura e me prende. Ele não era policial, era claro que era da ALRS. Klaus relutava um pouco para sair.

–Soltem ela! –ele gritava.

–Cala a boca.

O agente coloca um pano branco no meu nariz, tudo se torna zonzo e eu desmaio.


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Notas finais do capítulo

UUUUUUUUUUUUH! é isso. bom, e como será agora que a Flyer foi pega? e o que irão fazer com Klaus? e os Vingadores parecem cada vez mais distantes ou não?
parei bem ai porque eu vou viajar amanhã, então demorarei um pouco para postar. mas eu espero que quando eu voltar, receberei vários comentários até das leitoras fantasmas.
beijo para vocês e não me matem por favor, haha!