Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! ESTAMOS DE VOLTA!!! Finalmente!!



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Cortando minutos seguidos de total silêncio uma e outra palavras foram ditas enquanto estavam deitadas sentindo seus corpos unidos por algo maior que a sensação física da proximidade que tinham.

Emma havia perguntado sobre Zelena. Sobre o relacionamento inexistente entre as primas. Regina se esquivou como pôde, deixou sair apenas o que lhe era permitido ao ponto de não entrar em detalhes que a atormentavam.

A morena sabia que Zelena não tinha culpa do que se sucedera em sua vida após aquele dia, mas a vida de Regina estava cortada em pedaços. O primeiro, no ano de 1996, quando provou pela primeira vez o amargo gosto da perda e, desde então, nutria pela garota ruiva e por sua tia Rose um sentimento de amargura, despejava nelas uma culpa que não lhes cabia, sabia disso, mas não conseguia simplesmente esquecer.

A relutância de Regina em não tocar no assunto Zelena deixara Emma com uma curiosidade ainda maior. Queria saber mais sobre aquilo, queria entender melhor o que Regina sentia o que pensava, que mágoa a machucava tanto. Mas sabia que não teria respostas pela morena, resolveu então procurar sozinha.

– Alan! - Emma chama o garoto moreno que entrava na escola em seu costumeiro rebolado.

– Loirinha. O que quer comigo tão cedo? Não me diga que quer entrar para o jornal?

– Não... Quero saber de uma coisa sobre uma pessoa.

– Hum... Então veio a pessoa certa. De quem se trata?

– Zelena... O que você sabe sobre ela, a mãe dela e onde ela mora?

– Nossa, quando interesse. Não vai me dizer que você e ela... .

–Não, não é nada disso! Só me diz.

– Ok. Infelizmente sei o que todo mundo sabe.

–E o que todo mundo sabe?

– Bem, Zelena mora numa fazenda antiga com a mãe alcoólatra que ironicamente trabalha a noite num bar perto da estrada na saída da cidade.

– Onde fica essa fazenda?

– Ah... Sabe a ponte? Você segue reto numa trilha até chegar a um lago, depois contorna pelo lado esquerdo, continua na trilha e logo encontra a fazenda.

– É meio longe, né?

– Sim. Elas moram praticamente dentro da floresta. É de se entender que ela seja tão selvagem. - Emma repreende o garoto com os olhos quando ouvem o soar da campainha que marcava o início das aulas.

~

Emma leva a manhã inteira pensando no que faria no fim de tarde. Iria procurar essa fazenda, iria atrás de Zelena. Queria respostas e para isso exigiria que a garota lhe dissesse coisas sobre sua relação com os Mills. Talvez, ajudando de alguma forma, se tornasse mais próxima de Regina, talvez assim conseguisse entender melhor a morena, entender o que se passa com ela, o que aconteceu, o motivo de ela ser tão fechada com certas coisas.

Pensava e repensava em tudo aquilo enquanto a última aula daquela manhã se aproximava. Literatura. Mais alguns segundos e Regina entraria por aquela porta. Não conseguia negar para si mesma a ansiedade que os ponteiros do relógio redondo que ficava bem em cima do quadro branco lhe causava. Havia preparado uma surpresa para aquela manhã e esperava que a morena gostasse.

– Bom dia. - Regina fala entrando séria na sala de aula em um vestido vermelho que ia até alguns dedos acima dos joelhos, perfeitamente caído em suas curvas. Meia calça escura e saltos, cabelos soltos, maquiagem leve e um batom de um vermelho quase natural. Emma olha para ela que lhe enviava um olhar comum, como a todos os alunos. Em sala de aula Regina era apenas a professora de literatura e não deixava mais nada transparecer além daquilo. Mas naquele dia as coisas seriam um pouco diferentes.

Poucos minutos antes da aula terminar alguém bate na porta, pede licença e diz ter uma entrega especial para Regina Mills. A diretora apenas consente com a cabeça enquanto o homem entra revelando um enorme buquê de tulipas vermelhas. Regina olha para aquilo de boca aberta, sem reação sentido as bochechas morenas tomarem um tom vermelho maçã enquanto a turma solta um pequeno: Uuuuuh!.

– Calados! - Regina os repreende na hora e todos fecham a boca no mesmo segundo.

– Tem certeza que isso é pra mim? - pergunta ao entregador.

– Com certeza, senhora. Aqui diz: Regina Mills, instituto Mills sala 38. – Responde mostrando um papel com tudo anotado e entregando o buque à diretora. Ela leva seus olhos pelo vermelho intenso das flores, evitando que eles tomem contato com os olhos de Emma, isso só podia ter sido coisa dela, pensava enquanto abria um pequeno cartão que acompanhava o buquê:

"Nos olhos do meu amor vejo um brilho de estrela. Nos cabelos negros uma noite eterna que me faz ter fome de infinito enquanto um desejo enorme de me jogar no teu céu me consome. Os teus lábios, que tantas coisas me dizem, se movem lentamente enquanto eu os sigo capturando com a lente de meus olhos todos os movimentos teus: tuas palavras que me fazem rir e chorar e os teus mínimos gestos por mim não passam despercebidos. Eu me embeveço em tua imagem, minha rainha, eu me perco na tua voz rouca, eu enlouqueço com o teu toque e com o calor do teu corpo moreno, mas agora apenas peço...

Mostra pra mim um pouco do teu sorriso....”

S.

Regina se esforça para conter o riso. Deixa o buquê em cima da mesa. Seus olhos não percorrem a sala, ao menos não um canto específico no qual encontraria os olhos de Emma. Neste mesmo instante a campainha soa marcando o fim das aulas da manhã. Regina libera os alunos para o almoço. Todos saem fazendo comentários o mais baixo possível. Emma espera todos saírem e vai até a morena que ainda trazia uma expressão fechada.

– Você é louca? - Pergunta ao ver a garota se aproximar.

– Você sabe que sou, ou melhor, sabe por quem sou completamente louca, senhorita Mills. - Fala num sorriso maroto e saí da sala deixando no ar um convite silencioso.

Regina respirava ofegante. O coração martelando dentro do peito. Apoia-se na mesa e não mais reprime o sorriso enorme que se abre involuntariamente ao ler aquele cartão mais uma vez e outra, e outra e outra vez...

~

Na diretoria, enquanto todos almoçavam, a morena colocava as flores num jarro com água enfeitando sua mesa. Aquilo dava um ar mais vivo à sua sala assim como à sua vida. Não podia negar que desde a entrada de Emma em sua vida se pegara fazendo e pensando em coisas que há muito não se permitia. Sentia-se mais leve, mais livre, como se fosse possível ser novamente apenas a Regina.

Assusta-se quando alguém entra batendo a porta da diretoria levemente. .

– Emma o que você... - é interrompida por um beijo inesperado. A garota toma a diretora nos braços acolhendo seu corpo no dela de forma apaixonada. A morena não reluta. Retribui o beijo como se esperasse por ele.

– Como entrou aqui? E Alex? Você desvia estar no refeitório.

– Eu fugi... Sua secretaria está almoçando. Só tem nos aqui nesse pavilhão. Precisava te ver, precisava te beijar...

Beija a morena mais uma vez.

– Emma, - interrompe o beijo. - isso é loucura.

– Eu sei. Sou meio louca – Fala sorrindo apertando a morena contra seu corpo gentilmente enquanto dispõe pequenos beijos no canto de sua boca.

A morena fica pensativa por alguns segundos.

– O que foi? - pergunta. - Não gostou das flores?

– Eu amei, são lindas. - fala olhando o buquê no vaso em cima da mesa.- estava pensando em outra coisa agora.

– Em quê?

–No que você me faz pensar, no que me faz fazer e me faz sentir me apertando assim contra você desse jeito tão, tão acolhedor. – Fala sensualmente olhando a garota com um olhar travesso enquanto enrolava uma mecha de seu cabelo entre seus dedos.

Rapidamente solta de seu abraço. Vai em direção A sua mesa. Pega um bloco de papel e nele escreve alguma coisa. Depois, virando-se para a loira, propõe:

– Vem comigo. E não faz barulho.

– Mas o que...

– Disse para não fazer barulho. - fala interrompendo a garota com um selinho rápido em seus lábios.

Regina toma a não de Emma e a conduz pelo corredor apressadamente como se não quisesse ser vista por ninguém. Estariam fugindo da escola? Era isso mesmo? Andam alguns corredores em surdina até uma porta pequena que dava pros fundos do estacionamento. Aquilo tudo era extremamente clandestino e excitante para Emma, mas Regina estava seria como se realmente estivesse sequestrando uma aluna da escola, e não estava?

– Regina, estamos fugindo? –

–Fala baixo. - Repreende a garota mais uma vez. E continua: - Vê meu carro? - pergunta ao abrir a porta e apontar o Mercedes preto estacionado não muito longe.

– Sim. – Responde fingindo seriedade.

– Ótimo. Vamos até ele rápido e sem fazer barulho. Você entra no banco de trás e fica deitada, ok?

– Ok. - concorda num sorriso cúmplice.

Na saída Regina acena para o jardineiro que cuidava do pequeno jardim em frente à escola. Emma ainda deitada no banco de trás ria abafando o sorriso com mãos.

– Alex? – A diretora liga para a secretaria enquanto dirigia - Sei que deve estar almoçando agora, não ligaria se não fosse importante. Tive um pequeno imprevisto, precisei sair e não voltarei mais hoje. Você poderia pegar um bloco na minha mesa? Entregue à senhorita Blue, obrigada, querida. - desliga o celular e continua dirigindo.

Emma fixa os olhos no lado de fora da janela. Deitada conseguia apenas ver o céu passar cheio de nuvens.

– Pra onde vamos, Regina?

– Pra casa. - responde despreocupada.

– Estamos fugindo da escola. Não sabia que tinha esse lado inconseqüente.

Regina respira como se uma lembrança acabasse de lhe tomar os pensamentos.

–Não sabia que um dia ainda conseguiria ter vontade de fazer coisas inconsequentes assim.

– Éssa é a coisa mais doida que já fiz. E você?

– Sério? Você nunca fugiu da escola?

– Não.

– Já fiz algumas coisas assim antes. Mas tem muito tempo.

A morena estaciona o carro na entrada do estacionamento de sua mansão. Ambas saem e apressadamente entram na casa.

– Tô amando isso. - Emma fala ofegante parando bem no meio do hall de entrada.

Regina logo atrás dela trancava a porta e ia em sua direção.

– Temos a casa só para nós a tarde inteira.

Fala enquanto abraça a garota pela cintura.

Emma leva os braços em volta de seu pescoço e lhe sorri com os olhos, com a boca, se corpo inteiro era como um grande sorriso.

– Isso significa que posso conhecer seu quarto?

– Agora mesmo se você quiser. - fala entre beijos. Sobem as escadas entre risos e beijos. Os sons de suas vozes preenchendo a casa. Estavam apenas as duas para toda aquela mansão, todos os quartos, salas, banheiros, tudo para elas e todos para ouvir o som da felicidade clandestina que as tomava por inteiro a cada pisada de cada degrau.

No quarto da diretora, Emma se deixa passear com os olhos por alguns segundos. Regina tinha bom gosto. A loira sentia como se tivesse entrado num cenário cinematográfico. Olha para todos os cantos. A cama branca bem ao meio, grande, confortável, cheia de almofadas de seda em um tom meio cinza. Uma poltrona, abajures, cortinas, armários, até a porta do closet e do banheiro pareciam ter sido escolhidas cuidadosamente para dar um ar imponente ao local.

Dos olhos do cenário passa a encarar a morena. Regina é uma mulher incrivelmente bela, sedutora, madura, viajada, culta, alguém que se encaixa perfeitamente com todo aquele requinte que sua casa possuía.

– Às vezes me pergunto o que você viu em mim. - a garota fala se aproximando da morena, envolvendo-a em seus braços.

–Você não sabe? ´

Emma fica pensativa e logo em seguida sorri falando:

–Bem, além dos meus belos par de olhos e meu abdômen bem definido, não sei... ah...minha modéstia, claro! – sorri.

Regina balança a cabeça de forma divertida. Olha Emma nos olhos enquanto diz:

–Não é apenas por esse seu par de olhos, ou por seu abdômen, que é realmente incrível – fala levantando a blusa da garota lentamente e fazendo um caminho lento com a ponta dos dedos até o cós de sua saia. Emma fecha os olhos sentindo todo seu corpo derreter. Regina leva ambas as mãos ao rosto da loira fazendo-a encará-la profundamente:

–Nem é pelo desafio que me proporciona, ou pelo jeito maravilhoso como me beija. –Emma sorri enquanto a morena deposita um beijo leve em seus lábios e a empurra levemente para a cama:

–Também não é pela sua insistência, nem pela sua coragem de vir até mim, mas... – Deita a loira completamente na cama enquanto desfaz o nó de sua gravata e abre lentamente os botões de sua blusa:

–É pelo que eu sinto quando estou com você. É pelo que eu sinto quando você me olha. É pelas loucuras que tenho vontade de fazer quando estou com você. É por que é como se você me trouxesse de volta a mim. É pela vontade enorme que tenho de ser feliz ao seu lado e te fazer feliz. Você me faz ter vontade de dançar, de cantar, de sorrir, de viver... – Conclui abrindo o último botão da camisa da garota. Beijava seu abdômen quando Emma pergunta:

–Então você dança? Já dançou? Dança pra mim? – Pergunta sorrindo sem nem imaginar que sua resposta seria um sim.

Regina sorri como se contasse uma piada para si mesma. Levanta-se da cama. E sai do quarto sem dizer nada. Quando volta traz em uma das mãos uma caixa de som e na outra um iPod. Tudo estava ficando cada vez mais surpreso. Regina põe a caixa de som em cima da cabeceira da cama, acopla o iPod na mesma, escolhe uma música. O som começa a encher o quarto. Emma abre os olhos em total surpresa. Por aquilo realmente não esperava.

Música

–Por que me olha assim? Eu já tive sua idade, sabia? - Sorri um sorriso maroto enquanto leva as mãos ao zíper do vestido vermelho fazendo-o descer por seu corpo lentamente enquanto balança os quadris suavemente de um lado pro outro, mostrando uma lingerie cor de vinho.

–Não sei dançar, mas, como você pediu, é o máximo que posso fazer. – Fala enquanto retira o sutiã lentamente e aproxima-se mais da loira sentada na cama de queixo caído. Regina se despia para ela, se despia e movimentava o corpo devagar e sensualmente no ritmo da música. Vendo aquilo, como ela poderia pensar em alguma coisa? Qualquer coisa que fosse?

Segundos depois e a morena encaixa seu corpo completamente nu no corpo da loira. Emma passeia as mãos por toda a silhueta da morena, suas pernas, nádegas, quadris, cintura, barriga, seios, deixando-se sentir sua pele macia e quente, deixando-se deliciar com os olhos fechados da morena quando se arrepiava com o toque de suas mãos. A morena põe o peso de seu corpo contra o da loira fazendo-a deitar-se na cama e ali ficam durante horas enquanto enrolam-se nos lençóis.

~

–Mãe.... Mãe! – Henry bate na porta do quarto com insistência. Saíra da escola mais cedo, estava preocupado com o sumiço de Regina. Sabia que a diretora da escola era uma mulher que cumpria seu horário de trabalho com rigidez, jamais sairia tão cedo a não ser que algo tivesse acontecido com ele, mas nada acontecera. –Mãe! Sei que você tá aí, seu carro tá lá em baixo! Tá tudo bem?! Mãe! – Continua insistindo, quando houve uma voz de dentro do quarto.

–Henry?! Tá tudo bem, querido. Vai descendo e me espera na cozinha, já desço.

O garoto senta num dos bancos do balcão. Pega uma maçã da fruteira a sua frente e encara sua casca lisa, vermelha. As coisas tinham mudado na sua casa, principalmente com sua mãe. O que estava acontecendo com ela? Com certeza não tinha nada a ver com seu noivado, quase não via no noivo da mãe, ele só passava uma semana na cidade a ia embora, não podia ser por causa dele toda aquela mudança, mas também não via nada que pudesse ter desencadeado todo aquele comportamento estranho da mãe. Ela desaparecia nas noites de sábado, algumas vezes no domingo, tocava piano nas horas mais inapropriadas, jogava vídeo game com ele, fazia mais lasanha que o normal e o deixava tomar quanto sorvete quisesse, não era normal. Estava feliz por aquilo, mas também preocupado.

–Henry?!

A voz da morena tira o garoto de seus pensamentos.

–A senhora está bem?

–Estou ótima! – fala colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Henry conhecia a mãe mais do que ela gostaria de imaginar.

–Mãe, você está namorando?

–Do que você tá falando, garoto?

Henry sorri com o desconcerto da outra. Quando ouve um barulho vindo do hall.

–Ouviu isso?

–Isso o quê? – Pergunta numa expressão desconfiada enquanto levava um copo com água à boca.

Henry ri mais uma vez sacudindo a cabeça como se já soubesse tudo que estava acontecendo.

–A porta da frente acabou de ser fechada e com certeza não foi sozinha, mãe.

–O vento... quer jantar no Granny’s? Não fiz jantar hoje, estava meio mal, dor de cabeça, mal estar, essas coisas.

–Claro, jantar no Granny’s seria ótimo! Vou subir e trocar de roupa.

Regina relaxa os ombros e sorri para si mesma enquanto ouve o filho subir as escadas correndo


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