Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas....
Sem enrolação, vamos ao capítulo. Abraços.

*Música que aparece no cap. *

http://letras.mus.br/adele/1817931/



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Summerville, apesar do nome, não tinha nada de ensolarada. Fazia frio naquela tarde quando os dois times que competiriam a final dos jogos estaduais de Rugby estavam em campo se aquecendo. Mulan ainda sem trocar uma palavra com Emma que resolveu ficar mais afastada do grupo, já que nem as garotas do time tinham coragem de sair do lado de japa, ela exercia o poder entre as jogadoras. mas, uma em especial era alguém que definitivamente não se deixava intimidar por nada, nem ninguém.

Zelena se aproxima de Emma:

–Sua popularidade caiu, hein! - comenta.

– Nunca me importei com isso. Esse será meu último jogo.

– Pretende sair do time?

– Sim. Vou encontrar outra atividade.

– Você vai ficar?

– Não sei. Se você encontrar algo melhor pra fazer me avisa, quem sabe eu também me interesso. - Sorri para a loira quando ouvem um apito soar. Era o início Do jogo. Emma corre até o meio do campo junto das outras garotas olhando para a arquibancada. Regina estava lá com Henry ao seu lado. Acena para o garoto que lhe acena de volta e Regina sorri. "Ótimo" pensa "ele não contou a ela sobre a SMS de ontem", sorri aliviada.

O time da casa era bastante forte, o mais forte pelo qual já haviam passado naquele campeonato. Mulan, mesmo estando meio de lado com Emma, não deixava de fazer as jogadas ensaiadas entre as duas tantas outras vezes, quando a amizade ainda não havia sido tocada por uma discussão qualquer. As duas movimentavam-se com tanta sincronia que até mesmo o improviso saia com perfeição, ainda eram as melhores em campo. Zelena ficava sempre na sua posição de retaguarda, atenta a tudo, tão atenta que não conseguia tirar de dentro de si aquela pontada de ciúmes que começava a ser desenhada ou ver a loira formar uma dupla tão sincronizada com a japa, Já havia visto aquilo tantas vezes, mas era a primeira vez que a incomodava. Algo meio parecido com sentimentos bastante comuns a ela. Era como se alguém estivesse tirando algo que lhe era seu por direito. Um fio de raiva começava a sustentar todo seu corpo e, durante todo o Jogo, o intervalo, e os conselhos da treinadora, aquele fio tornava-se ainda mais forte. Tudo era sempre dirigido a Mulan e Emma, Mulan e Emma, Mulan e Emma, sentia aquilo enchendo sua cabeça. Precisava fazer alguma coisa, e faz.

O jogo termina.

Mulan anda a passos pesados na direção de Zelena. Puxa a garota de forma bruta:

– Por que você fez isso sua garota idiota!!!!! - grita enquanto sacode a ruiva.

– Isso o quê? - Pergunta com uma expressão Surpresa.

– Era sua função não deixar a garota passar, porra, Zelena! Você fez de propósito! Você está fora desse time! Você fez de propósito sua cobra mal amada!!!! - Mulan gritava com Zelena no meio do campo a plenos pulmões. O jogo estava empatado nos últimos minutos, quando uma das jogadoras do outro time fura a retaguarda e faz o ponto de misericórdia.

Uma confusão se forma no meio do campo. A treinadora fazia soar o apito insistentemente, mas ninguém arredava o pé ou tirava os olhos das duas que se engalfinhavam no chão. Emma vai pra cima tentando tirar Mulan da briga.

– Mulan, para! Para com isso, não adianta, isso não vai fazer mudar nada! - gritava com a japa enquanto segurava seus braços nas costas.

Zelena jogada no chão com os lábios sangrando, sorria pra japa um sorriso debochado, típico seu, como se fizesse apenas para irritá-la ainda mais.

Mulan consegue soltar-se dos braços de Emma e virando-se para a loira, fala irritada e raivosa:

– O que foi? Vai defender essa cobra? Por quê? É sua amiguinha agora? Pois faça bom proveito, só não venha chorar pro meu lado depois que ela te empurrar num abismo. - Cospe as palavras e sai do campo enfurecida.

Emma não sabia direito o que fazer. Mas sabia que ir atrás de Mulan naquele momento não era a melhor opção. Olha pra Zelena ainda jogada no chão, arranhada, a borda dos olhos azuis em tons de roxo e vermelho, os lábios sangrando. Por que a ruiva aceitou apanha daquele jeito? Vai até ela e lhe estende a não.

– Você está bem? - a garota segura na mão da loira e a ajuda a levantar.

– Não muito. - olha para baixo numa expressão triste.

– Vamos, te acompanho até o vestiário. - fala colocando os braços de Zelena atrás de seu pescoço. A ruiva soltava pequenos gemidos de dor, como se tivesse sido pisoteada por uma manada de elefantes.

– Por que fez isso?

– isso o quê?

– Com o time, nos íamos vencer essa.

– Não foi de propósito, juro. Eu... Eu não sei o que aconteceu, eu me distrai por um segundo e quando vi... A garota já tinha passado. Juro Emma,. Não sei o que aconteceu, tenho todos dias ruins em casa. - solta-se da loira e de frente pra ela põe ambas as mãos entre as suas:

– Você acredita em mim? - Emma se viu numa situação delicada. Acreditava ou não acreditava em Zelena? Olha para além. Na arquibancada ali mais ao longe conseguia ver o outro time comemorando, as outras garotas do instituto Mills subido no pódio para receber a medalha de segundo lugar, o olhar longe de Regina que observava as duas ali de mãos dadas. Emma solta as mãos de Zelena rapidamente, como um ato involuntário.

– Olha.. Tudo bem. Tá tudo bem. Vamos....

******

– Foi triste o que aconteceu, né? Eu queria tanto que o time ganhasse. - Henry fala enquanto caminhava com sua mãe até o carro.

– Sim... Foi triste. - a morena responde olhando para longe.

– Ao menos dessa vez não foi Emma que bateu em ninguém, né? - faz a pergunta olhando desconfiado para a mãe. Queria ver a reação dela ao pronunciar o nome da garota.

– É... Pelo menos não foi ela dessa vez.

Henry não conseguiu captar nada. Regina continuava olhando distante, como se seus pensamentos estivessem tão longe dali que suas respostas haviam entrado em modo automático.

– Mãe... - o garoto para fazendo sua mãe parar também.

– O quê?

– Emma lhe enviou uma SMS ontem. Dizia: boa noite, minha rainha. - O garoto olhava firme para os olhos marrons e dessa vez eles haviam deixado escapar uma expressão surpresa, surpresa até demais para o esperado. O que viria a seguir, na cabeça de Henry, seria apenas mais uma confirmação de que algo acontecia entre sua mãe e sua amiga Emma.

– Isso, isso não... Pode ter sido engano? - pergunta escorregando nas palavras.

– Foi o que Emma disse. - Henry fala sorrindo. - Ela é meio desajeitada mesmo, né?

– Sim, um pouco. - Regina responde mostrando um meio sorriso de leve no canto da boca, sorriso quase imperceptível, mas que não passa desapercebido por seu filho.

– Acho que devíamos chamá-la pra voltar conosco pra Storybrooke. O que a senhora acha?

– Não sei, querido. Talvez Emma será ficar com as amigas. - Diz com uma voz rouca e baixa enquanto bagunça os cabelos castanhos do filho.

– E talvez ela queira ir conosco. Por que não ligamos e deixamos ela decidir? - pergunta entusiasmado.

– Ok. - Regina finalmente concorda dando o seu celular nas mãos do filho.

***

Na escola de Summerville Emma já havia levado Zelena à enfermaria, ajudado a enfermeira com seus curativos e permanecia ao seu lado no vestiário para que mais ninguém tentasse bater na garota.

– Não precisa me tratar como uma criança. - fala para a loira enquanto recebia ajuda para arrumar a própria mochila.

– Seu braço está machucado, então acho que você precisa de ajuda com a mochila.- sorri.

– Não digo por isso. Eu sei que você só está aqui ainda pra ter certeza que não vai haver outra briga.

– Sim...

– Por que se importa? - Pergunta realmente curiosa e meio confusa. Ninguém nunca havia se importado com ela antes, nem mesmo ajudado nas vezes em que brigava na rua, mas entendia, ela sempre era a que batia, nunca a que apanhava, sempre a vilã, nunca a mocinha, mas com Emma... com Emma era diferente e Zelena queria saber, entender porque.

– Bem... - fala sentando com as pernas abertas no banco ao lado de Zelena. - Por mais que alguém seja assim tão cobrinha como você, - dá um peteleco leve na ponta do nariz da ruiva. - Não merece ser espancado E... você gosta de Arctic monkeys, não posso deixar que te batam.- sorri pra ruiva de forma divertida.

Zelena mostra um sorriso amarelo.

– Você pensa que sou uma cobra? - Pergunta séria.

– Não... Uma cobrinha. - Zelena sorri revirando os olhos.

A conversa é interrompida pelo celular de emma tocando no bolso de seu casaco. A loira olha para a tela e sorri. Levanta-se e vai até um lugar mais deserto.

– Regina...!?- atende com uma voz suave.

– Emma?

– Henry... Ear... Oi. - Faz uma expressão surpresa, como se tivesse sido pega fazendo algo proibido.

–Quer voltar pra casa comigo e com MINHA MÃE? - fala dando ênfase a segunda pessoa.

– Claro, eu adoraria! - responde com um enorme sorriso. - Cinco minutos e já encontro vocês.

– Ok.

Emma volta para perto de Zelena abrindo um enorme sorriso. Pega a mochila que havia deixado no banco. Olha a garota ruiva que estava com uma expressão curiosa no rosto.

– Você vai ficar bem, ne? Tipo... Ninguém vai mexer contigo?

– Sei me cuidar. Pra onde você vai?

– Ah... Henry me ligou. Quer que eu vote pra Storybrooke com ele... e a mãe dele... - responde meio sem jeito.

– Henry...- Repete o nome do garoto com um certo aborrecimento. - gosta dele? São amigos?

– Somos. - confirma sorrindo.

– E da Regina? Gosta dela? - Emma é pega de surpresa, mas sabendo que não tinha tempo para abalos, responde logo em seguida:

– Ela é muito fechada, não sei dizer se gosto. Pessoa difícil.

– Hum...- Zelena analisa a loira. Algo em seus olhos verdes lhe parecia meio desconfortável ao ouvir falar o nome da morena .

– Ok, então. - conclui.

– Ok. Até segunda. - Emma se despede sorrindo, mas Zelena não retribui, era clara a expressão irritada da ruiva.

******

Andava em direção ao Mercedes preto parado no estacionamento. Ao longe, já via mãe e filho conversando. Era perceptível o quanto os dois eram próximos, o quanto mãe e filho tinham uma sintonia familiar perfeita. Emma se sentia completamente em casa vendo aquilo, era como se seu lugar fosse ali entre eles. Amava aquele garoto, amava aquela mulher, amava aquela família. O sorriso abria brilhante em seu rosto. Aspirava o ar preenchendo todo o seu pulmão.

–Emma! - Henry abraça a loira assim que a vê se aproximar dos dois.

–Hey, garoto. - Sorri para ele. - Obrigada pelo convite.

–Que isso, Emma.. não precisa agradecer. - Henry fala entusiasmado.

–Obrigada R... Senhrita Mills.

–Não precisa agradecer, Swan.

–Por que vocês não se tratam pelo primeiro nome? Já vi isso acontecer, Não precisam dessa formalidade na minha frente. - Fala olhando para as duas. - Ela é sua rainha, né? -Pergunta sorrindo encarando a loira.

Emma fica completamente desconcertada. Sua vontade naquele momento era de abrir um buraco no chão e sumir dos olhos de Regina que com certeza seriam furiosos. Engano seu. Regina abre um sorriso meio tímido. Os olhos passeando pelo chão enquanto colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha. A garota sabia exatamente o que aquilo significava, a morena estava nervosa e envergonhada.

–Ela é... - Fala sem pensar enquanto admira seu sorriso. - Ela é minha rainha!

Regina levanta os olhos numa expressão assustada. Não era possível que Emma estivesse falando aquilo na frente de Henry. Tudo bem que o filho não era mais nenhuma criança, mas agir assim de forma tão aberta na frente do filho a deixava verdadeiramente nervosa, sem saber direito o que fazer ou o que pensar. E pra ser sincera consigo mesma era necessário admitir que Emma tinha aquele efeito em sua vida. Tirava seus pensamentos do eixo, tirava toda sua sanidade, toda sua vontade de se fechar para a vida se iam quando ouvia a voz da garota, quando olhava seus olhos, quando sentia todo o amor que lhe era direcionado naquelas palavras, mas era necessário manter-se em ordem, manter-se firme, não era uma menina como Emma, não podia se deixar levar por aquele sentimento como se não tivesse nenhuma responsabilidade ou um nome pesado nas costas.

–Emma está brincando, querido... - Tenta concertar as coisas. Não sabia o que o filho pensaria daquilo.

Emma apenas sorri enquanto Henry olha as duas calado. O que se passava na sua cabeça naquele momento nenhuma das duas conseguiria decifrar. Há algum tempo que desconfiava que algo acontecia com sua mãe. Nunca a havia visto tão triste como naquelas duas semanas em que Regina passara quase o tempo todo trancada tocando piano, nem nunca havia visto tão feliz como naqueles últimos dias. Era um garoto esperto, não pensava que o afastamento repentino da amiga e depois aquela aproximação, também repentina, era completamente gratuito. Depois, bastava apenas juntar alguns pontos, alguns olhares, algumas frases soltas e estava ali na sua frente. Emma e sua mãe tinham algo, algo que as ligava, as unia. Aquilo era ao mesmo tempo surreal e emocionante.

–Então... vamos tomar sorvete?

–Mas aqui não tem aquela sorveteria mega ultra perfeita, tem?

–Não.. mas tem outras, né? - Fala contente.

Regina apenas sorri e chama os dois para o carro.

*****

–Eu vi você conversando com Zelena hoje. - Comenta olhando para os olhos verdes da garota ao seu lado.

Emma se remexe no banco do carro. Regina havia acabado de estacionar em frente ao prédio em que a loira morava. Henry dormia pesado no banco de trás. Na rádio uma música tocava baixinho.

You've been on my mind

I grow fonder every day...

–Isso te incomodou?

–Com certeza não é agradável ver você de mãos dadas com outra pessoa, principalmente com Zelena.

Lose myself in time

Just thinking of your face...

–Acho que nunca vou entender essa ligação estranha. - Faz uma pausa, pensa por uns segundos. - Coisa de família, eu sei, mas...toda família briga e depois faz as pazes, nunca vi nada assim antes.

Regina suspira.

–Desculpe. - Pede pondo a mão em cima da mão da morena.

–Pelo quê?

–Não sei. Talvez tenha feito ou falado algo que te desagrade. - fala olhando os olhos castanhos da outra.

–Não tem motivos para me pedir desculpas, Emma. Eu fico apenas... não é apreensiva, insegura nem com ciúmes,,, é... eu não sei. - Leva os olhos na direção de suas mãos entrelaçadas, respira. Olha de volta para os olhos da garota: - Você é uma pessoa doce, forte, você se preocupa com os outros, ajuda, tem piedade, compaixão, é naturalmente gentil, engraçada, divertida e... e linda. É quase impossível não se apaixonar por você, Emma... é quase impossível pra mim não pensar que...

Emma quebra o discurso da morena beijando seus lábios gentilmente.

God only knows

why it's taken me so long to let my doubts go

You're the only one that I want...

–Emma... o Henry...

–Você acha que ele não sabe?

–Não sei..

–Você tem que conversar com ele, Regina.

A morena se afasta com o comentário da garota.

I don't know why I'm scared,

I've been here before,

Every feeling, every word,

I've imagined it all...

–Não, não tenho. E você não devia ter dito aquilo na frente dele.

– Por que não? Nós estamos... estamos juntas, não.. ele vai saber uma hora ou outra..

–Emma... nós - Fecha os olhos, respira fundo

–Nós não estamos juntas, é isso que quer dizer? - Pergunta abaixando os olhos.

You'll never know if you never try,

To forgive your past and simply be mine...

Regina fecha os olhos novamente. Por que aquilo era tão difícil? Era ótimo estar nos braços de Emma, era ótimo tê-la ao seu lado, mas... tudo parecia tão complicado quando se tratava de sua vida e de seu filho, de sua vida como Regina a diretora da escola,a filha da prefeita, a mulher para a qual não era permitido um relacionamento com uma menina, uma aluna, uma garota.

Will I ever know how it feels to hold you close,

And have you tell me whichever road

I choose, you'll go?

–Emms... por que não deixamos como está?

Emma engole em seco.

–Tudo bem. -Responde cabisbaixa. O que mais poderia responder? O que poderia exigir? Nada... aguardaria o tempo da morena, o tempo que ela precisasse, por mais doloroso que era saber o quão aquilo poderia demorar, que poderia simplesmente dar em nada, que um dia Regina não poderia mais continuar com aquilo, que não seria sua de todas as formas que gostaria.

I dare you to let me be your, your one and only,

I promise I'm worth it,

To hold in your arms,

So come on and give me a chance...

Beija os lábios da outra mais uma vez e despede-se.

–Boa noite...

–Emms... - Segura seu pulso fazendo-a virar para si novamente. - Me encontra amanhã? No mesmo lugar?

A loira concorda com a cabeça e sai do carro tristonha.

Come on and give me a chance,

To prove I am the one who can walk that mile,

Until the end starts.


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Notas finais do capítulo

É isso... espero que vcs tenham gostado, não teve muita coisa nesse cap, mas ele é importante. Obrigada por todos os comentários lindos que vcs sempre deixam, eu fico mega feliz lendo. *_____*
Então, até sábado, mas... se eu escrever o prox cap antes posto logo. Abraços