Assim que estava de volta ao meu refúgio seguro,o meu quarto de hotel,respirei aliviada.

Tudo o que havia acontecido esta manha no hospital, tinha sido uma experiência fora da realidade.Eu ainda não conseguia acreditar que tinha acabado de conhecer Renesme,uma pessoa que era estranha e desconhecida,mas que é minha filha.

Coloquei a mão no bolso do meu casaco, para pegar o celular,e senti uma coisa pequena e lisa no bolso esquerdo.Não havia percebido isso antes,no hospital.Talvez porque eu tenha saído de lá tão desnorteada,que não prestei atenção.

Puxei,e vi uma folha de papel dobrada ao meio,a abri e o papel me revelou um bilhete curto,de três linhas,escrito em uma linda caligrafia.

"Gostaria de conhecer melhor a sua história.

Me ligue.

Edward Masen."

– Edward?.Quem é Edward Masen?.-falei comigo mesma.

Pensei um pouco,e cheguei a conclusão de que,Dr.Masen e Edward Masen,são a mesma pessoa.Ele deveria ter colocado o bilhete no meu casaco quando o buscou pra mim,antes de Renesme aparecer.

Virei a folha, e vi seu número do celular escrito no rodapé.Decidi ligar logo.

Peguei o celular e disquei seu número,o salvando na lista de contatos, antes de apertar a tecla "ligar".

– Alô.-uma voz potente e masculina falou do outro lado da linha.

– Olá,sou eu Isabella Swan.-respondi timidamente.

Droga,afinal por que eu estava tímida?

– Senhorita Swan,que bom que me ligou.Então,podemos nos encontrar?.-perguntou sem rodeios.

Caramba,que homem apressado.

– Claro.Quando está disponível?.-perguntei.

– Hm...hoje a noite,pode ser?

– Sim,onde?

– Eu passo pra te buscar no seu hotel,para irmos jantar.

– Tudo bem.Que horas?.

– Te pego as oito.Tenho que desligar,até a noite.

– Até a noite.-respondi por fim.

Desliguei,e olhei as horas.Ainda são duas,tenho tempo até as oito.

Como acordei cedo,resolvi voltar para a cama e descansar.Já que com certeza não conseguiria dormir,não depois da manha que tive hoje.

Deitei, e fiquei repassando a cena de hoje pela manhã em minha mente:

Flashback On:

A garotinha que me encarava,estava vestida toda de rosa,com botas e meia calça rosa claros e um vestido pink,que combinava com um lenço que ela usava na cabeça.

Fiquei hipnotizada pelos olhos chocolates,que eram igualzinhos aos meus.Carlisle pigarreou,e pela primeira vez desde que Renesme apareceu,eu olhei para o Sr.Cullen.

Ele estava com os olhos arregalados,ele estava assustado.Tenho certeza de que não estava diferente dele,também estava assustada.As coisas pioraram,quando Renesme resolveu quebrar o silêncio.

– Olá,eu sou Renesme.Qual seu nome?-ela abriu um sorriso tão maravilhoso,que precisei me segurar no balcão da recepção do hospital para não cair.

Precisei pensar rápido.Afinal eu havia prometido mentir,se esse encontro acontecesse,ao Sr.Cullen.

– Hm....meu nome é...Marie.-disse a ela meu segundo nome.Foi o mais longe que minha mente conseguiu chegar,devido a emoção do momento.

– Prazer em conhecê-la.Você conhece meu pai?

Olhei para Carlisle, em busca de ajuda.

– Sim querida,ela me conhece.-respondeu tentando parecer calmo,mas não tendo sorte com isso.Ele respirou fundo e começou a dizer:

– Renesme,ela é a moça que vai te salvar.

Mais que droga.Ele precisava dizer assim?.Como se eu fosse uma santa com poderes de cura?.

As orbes chocolates de Renesme,que eram verdes quando nasceu, ficaram maiores.Tenho certeza que minha cara demonstrava espanto tanto quanto a dela.

E para a surpresa de todos.Ela me abraçou.

Eu tentei resistir,mas um sentimento desconhecido nasceu dentro de mim,assim que ela me tocou,derretendo toda minha resistência em abraçá-la.

– Obrigada,por me salvar.-ela disse,ainda me abraçando.

Deus,por favor pare de me colocar em um pedestal,como se eu fosse uma santa.Eu sou exatamente o contrário,sou a puta que a abandonou e,consequentemente a culpada de todo o seu sofrimento.

Eu queria muito dizer tudo isso a ela,mas eu não podia.

Uma vontade enorme de chorar nasceu em meu peito.Precisei fazer uma força sobre-humana para engolir o choro, e não chorar na frente dela.

Ela me soltou do abraço,que pareceu durar uma eternidade.Mas quando perdi o contato físico com ela,alguma coisa dentro de mim me fez querer puxa-la para meus braços e não soltá-la nunca mais.

Cristo,o que está acontecendo comigo?.

Graças a Deus,Carlisle resolveu que já era hora de ir embora.Mas não pudemos fazê-lo antes de eu prometer a Renesme que voltaríamos a nos encontrar,e ela me dar um segundo abraço,este de despedida,e que doeu soltá-la tanto quanto, ou mais do que o primeiro que ela me deu.

Fomos para o carro do Sr.Cullen,e assim que estávamos longe do hospital,ele quebrou o silêncio.

– Obrigado por mentir seu nome.

– Disponha.Mas o que ela estava fazendo lá?-quis saber.

– Ela foi fazer exame,assim como você.Não achei que fossem se encontrar,a mãe estava com ela em outro andar do hospital.Sabe,queria adiar esse encontro o máximo possível.-ele confessou.

O resto da viagem até o hotel foi feita em silêncio.

Flashback Off.

Olhei para os últimos raios de Sol,estava anoitecendo.Melhor me arrumar para o jantar com Edward.

Respirei fundo e me levantei,indo em direção ao banheiro.Tomei um longo e revigorante banho.Escolhi um vestido vinho, que batia dois dedos acima do joelho.E uns saltos pretos altíssimos.Arrumei o cabelo e fiz uma maquiagem leve,estava pronta.

Resolvi descer, e esperar por Edward na recepção,não sem antes pegar um sobretudo preto,pois estava uma noite fria.

Edward chegou pouco tempo depois,me levando a um restaurante italiano,um pouco mais afastado da badalação da noite londrina.