Music In My Heart escrita por Alyssa


Capítulo 4
Capitulo 4 - Santa Claus


Notas iniciais do capítulo

Não me matem ainda por ter demorado, porque primeiro tenho de agradecer à linda, fantástica, querida e tudo de bom da Laís por ter favoritado e pela recomendação mais que perfeita! Eu realmente não estava à espera e simplesmente amei *-* este capitulo é para ti bb s2 também queria agradecer ao Thyago Lopes e leleuzumaki por favoritarem, estes capitulo também é para voces :33
Mas sem mais delongas: eis o capitulo!



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Naquela noite, pela primeira vez em muito tempo, levantei-me ainda de madrugada. Saí do quarto sorrateiramente, evitando acordar Annabeth, e com o calção do pijama a subir insistentemente.

Caminhei pela casa, os pés descalços a bater no chão de madeira fria produzindo um barulho seco e na mais completa escuridão. Quando entrei na sala, foi como se um balde de água fria se entornasse sobre mim, despertando-me completamente.

Andei até uma das janelas e encostei-lhe a testa, a respiração pesada a embaciar o vidro, enquanto observava o tremeluzir das luzes dos edifícios se confundirem com as estrelas. Não consegui evitar o sorriso. Fiz um coração no vidro baço, como quando era pequena.

Preparei uma chávena de chá na cozinha, e regressei à sala, recostando-me no chão com as costas contra o sofá, enquanto observava o céu negro ficar vermelho, para depois tornar-se púrpura, e, finalmente, azul.

***

Passava pouco das 8 horas quando Annabeth levantou-se. Parou no lugar quando me viu pronta, esfregando os olhos inchados e desviando o cabelo emaranhado do rosto. Por fim fez um gesto de descaso, decidindo que não valia o seu tempo, e continuou o seu caminho para a cozinha.

– Bom dia raio de sol – comentei com ironia, enquanto me atirava para um dos sofás. Consegui ouvir-lhe o resmungo abafado da cozinha. – Sabes, a maioria das pessoas minimamente educadas cumprimenta as outras quando as vê – continuei. Não recebi resposta. Após um par de minutos Annabeth regressou com uma caneca cheia de líquido fumegante e sentou-se à minha frente.

– Mas a maioria das pessoas também precisam de cafeína no sangue antes de te enfrentarem – respondeu finalmente, mexendo a chávena na minha direção como se estivesse a brindar e bocejou.

Mexi-me no sofá, apoiando o rosto na mão e fixei-lhe o olhar.

– Querida, a cabra sarcástica por aqui sou eu. – disse-lhe com uma piscadela – Não me tentes roubar o título.

Annabeth revirou os olhos nas órbitas, sorrindo.

– Não o conseguiria nem que tentasse Thals – replicou, assim que engoliu algum do líquido.

–Ouch Annie, esta quase doeu. Quase. A verdade é que eu realmente não me importo. – confessei-lhe, levantando-me num salto, tão rápido que a minha visão ficou negra por uns segundos e cai de volta no sofá. Olhei para Annabeth para ver a sua reação, mas ela estava demasiado entretida com a sua bebida para se ter apercebido do que aconteceu.

– Planos para hoje? – interroguei, brincando com uma mecha de cabelo.

Annabeth fixou os olhos em mim, e a sua face contorceu-se em excitação. Oh oh.

– Empire State Building! – disse, praticamente a gritar, atirando-se para cima de mim.

– Socorro! Isto é invasão do espaço pessoal! – bradei, empurrando-a de cima de mim. Annabeth caiu ao meu lado, no sofá, gargalhando. Quando acalmou-se, passou as pernas por cima do meu colo e agarrou o meu rosto com ambas as mãos, obrigando-me a fitá-la. Olhei-a aborrecida. Não me interpretem mal, eu adoro-a, mas não compreendia a sua necessidade de estar em permanente contato físico.

– Por favor Thals, por favor… - pediu, fazendo beicinho. Desde que me lembro, Annabeth ama arquitetura. No inicio, pensei que estivesse a viver o sonho da Sra. Chase, uma senhora rígida e com os sonhos frustrados, ao querer tornar-se uma grande arquiteta, mas ela de facto interessa-se pelo assunto.

Suspirei derrotada.

– Tudo bem. – concordei com relutância. Ela deu um gritinho excitado perto do meu ouvido, fazendo-me praguejar, e correu para o quarto para se preparar. Quanto a mim, não movi um único músculo.

Estava quase a adormecer, arrependendo-me por instantes de ter ficado acordada grande parte da noite, quando alguém bateu à porta. Considerando que não conhecia ninguém aqui, só duas opções pareciam-me prováveis:

1º - Um assassino em série, com graves distúrbios mentais que andava sendo investigado pela morte de duas moças à pouco mais de duas semanas;

2º - Alguém a fazer Marketing.

Não sabia quais das duas opções me assustava mais. De qualquer maneira, rezei para que as três aulas de Karate que frequentara aos nove anos me fossem úteis, oh bem.

Andei até a entrada em passadas lentas e abri a porta só um pouco, apenas o suficiente para a cabeça, enquanto o resto do corpo permanecia seguro por detrás desta. Deparei-me então com um homem a sorrir, as fileiras de dentes perfeitos a contrastar com a sua aparência bizarra. Tinha uma dúzia de cachos crespos, que pareciam feitos de plástico, a cair-lhe sobre a testa que, assim como o resto do rosto, estava completamente coberta de maquilhagem. Usava umas calças verdes brilhantes e uma blusa larga riscada, tendo nas mãos uma caixa quadrada embrulhada em papel brilhante.

Levantei uma sobrancelha interrogativamente, à espera de uma explicação, mas ele continuou mudo, a sorrir estupidamente.

– E tu és? – exigi irritada, abrindo a porta completamente, o medo de à segundos atrás completamente extinto.

– Eu sou o Ajudante do Pai Natal. – falou sério.

– Como o cachorro dos Simpsons?

– Exato. - concordou

Nos minutos seguintes, esquecemos como falar e olhamos um para o outro em silêncio. Depois ele abanou a cabeça, a sorrir (porque pela minha experiência, as pessoas de Nova Iorque sorriem muito), e entregou-me a caixa dizendo:

– Thalia Grace, certo?

Confirmei com um pequeno aceno e, assim que o fiz, ele foi-se embora, tão inesperadamente quanto chegou. Franzi a testa e fechei a porta com o pé.

Sentei no chão da sala com as pernas cruzadas e rasguei o papel de presente. Lá dentro, no meio da tralha preta, estava um papelinho amarelo, raspado por uma letra maltrapilha.

Desculpa pela noite passada, espero que isto te compense o estrago.

Com amor,

Pai Natal (também conhecido como Percy).

P.s. – Deixo-te o meu número caso queiras me encontrar. Espero ansiosamente. – li alto, e ri-me, tirando o conteúdo da caixa para fora. Não somente Percy tinha-me comprado uma camiseta nova dos Nirvana, como também um vestido, um colar e uma edição em vinil de um dos álbuns destes. Por mais que me custasse admitir, o menino estava a fazer um ótimo trabalho em me seduzir. Não que alguém tenha de o saber.

– O que é isso? – questionou Annabeth confusa, a uns metros de mim. Quando já estava perto o suficiente, entreguei-lhe o bilhete. Vi o entendimento iluminar o seu rosto e logo ofereceu-me um sorriso presunçoso.

– Este é para casar Thals – comentou, com a voz sonhadora.

Atirei-lhe a almofada que estava mais perto, a tirando do transe. Na mente de Annie, os romances são eternos. Por mais que ela já tivesse sido provada do contrário, não consegue evitar pensar assim, e eu realmente não sabia se havia de a condenar ou louvar por isso.

– Podemos ir ou não? – perguntei retoricamente. Enquanto Annabeth caminhava para a saída, deslizei o pequeno pedaço de papel para o bolso da saia de tule, mordendo o lábio inferior para evitar o sorriso eminente.

***

Eu realmente, não percebo o que o universo tem contra mim. O primeiro sinal que estávamos perdidas veio quando o GPS começou a gritar insistentemente para virarmos à esquerda, depois à direita, para depois voltarmos a virar à esquerda e à direita. Parei o carro bruscamente.

– Annabeth? – chamei, esperando uma solução.

Ela abanou a cabeça negativamente.

– Não esperes nada de mim – avisou, para depois concluir – esqueci-me do telemóvel.

No dia anterior a virmos para Nova Iorque, eu perdi o meu iPhone, logo não tínhamos acesso aos mapas ou GPS que vinham nele. Eu realmente perco coisas com uma facilidade extrema, mas não merecia andar com o meu Nokia velho.

Suspirei resignada, e tirei o papel do bolso, começando a digitar os números. Annabeth começou a perguntar algo mas fiz-lhe um sinal para estar calada.

Ao terceiro toque, Percy atendeu.

– Olá? – falei incerta, ouvindo várias vozes desconhecidas.

– Hey – disse, à medida que estas se tornavam mais distantes. – Tudo bem?

Olhei em redor.

– De facto não. O meu GPS avariou e eu estou meio perdida.

– Onde estás?

– Não faço ideio! – proferi desesperada.

Ele riu.

– Olha em redor. Dá-me algo que me faça te encontrar – instruiu, com a mesma voz rouca de ontem.

– Estou parada à frente de um sítio chamado Harlem Bed and Breakfast e à um parque aqui perto. – lembrei-me.

Silêncio do outro lado da linha.

– Estou aí em 15 minutos. – prometeu, antes de ouvir o ruído fino, que indicava que a chamada estava terminada.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que não ficou muito bom, eu também não gostei, mas prometo que o próximo vai ser mais emocionante :) Deixem as suas opiniões que o próximo sai com no minimo 6 comentários, e se fosse voces ponha já as mãos à obra u.u Conseguem adivinhar quem elas vão conhecer no próximo capitulo? ;)
Se quiserem favoritar e recomendar, estão à vontade, beijo :*