Heart By Heart escrita por Blue Diet Coke


Capítulo 6
Sem controle


Notas iniciais do capítulo

OIE GENTE! Férias oficialmente no final. Para celebrar (ou melhorar um pouco a tragédia) aqui está o novo capítulo!
Espero que curtam!



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–Estamos chegando? – Victoria perguntou para Antony pelo que, para ele, parecia a milésima vez.

–Não, querida, ainda não. Você sabe que só vamos chegar daqui a, no mínimo, duas horas. Por que você continua perguntando? – Antony respondeu calmamente, tentando não se incomodar. Eles ainda tinham horas de estrada pela frente.

Victoria não respondeu. Seus pensamentos vagavam em visões que ela tinha do que estava acontecendo em Fells Church. Blair em um jantar romântico, com um homem mais velho, rindo e flertando. Ela parecia feliz, mas os instintos de Victoria a alertavam que havia algo errado com aquele homem. Mas o que seria?

A bruxa bufou e encostou a testa no vidro frio da janela do carro, tentando aliviar um pouco da dor de cabeça que sentia por conta das visões. Sempre tinha dores de cabeça. Começou a olhar para a paisagem das estradas, onde a noite começava a se transformar em dia, tentando se distrair.

Antony dirigiu por mais alguns minutos, em silencio. Por experiência, sabia que a esposa precisava do silencio. Até que a voz da mesma entoou, novamente:

–Estamos chegando?

Enquanto isso, em Fells Church, após uma noite incrível com um cara mais velho, Clary estava indo para casa...

–Não precisava ter me acompanhado. – Clary disse, sorrindo para Elijah, que retribuiu. A noite havia passado tão rápido que Clary nem percebeu que já estava tão tarde. Depois de jantarem, Elijah a levou para um passeio romântico no parque, onde as horas passaram como segundos.

–É meu jeito de te agradecer pela noite maravilhosa. – Elijah disse, e Clary precisou de muita força de vontade para não dizer algo do tipo “Não me agradeça, só me beije aqui e agora”.

–Não precisa me agradecer. O prazer foi todo meu. – Clary disse, olhando para Elijah, que tinha um sorriso no rosto. A conversa deles era tão... Politicamente correta e controlada. Não era preciso ter os poderes de Clary para ver que os dois queriam se beijar. Mas os dois eram muito controlados para fazer isso.

–Então... Chegamos. – Clary disse, se sentindo irritada por sua casa ser tão perto do parque pela primeira vez na vida.

–É. – Elijah disse, sem saber o que dizer. Clary olhou para ele esperançosa. “Me beija” ela pensou. “Me beija agora, não fica aí parado, fala alguma coisa.”

Mas Elijah não sabia o que fazer. Ele esteve se segurando a noite inteira para não usar sua velocidade de vampiro para agarrar Clary e levá-la até o hotel onde estava hospedado para fazê-la sua. Ela estava tão linda, com aquele vestido colado que deixava à mostra suas longas pernas.

Elijah, pela primeira vez em, literalmente, séculos, se sentia sem controle.

Clary resolveu cortar o clima estranho.

–Então... Tchau. – ela disse, começando a se virar para entrar em sua casa. Mas, de repente, Elijah a puxou para perto pelo braço, assim como na primeira vez em que se conheceram.

–Por que estou tendo uma sensação de dejá vu? – Clary perguntou, sorrindo da maneira mais cheia de flerte que ela conseguiria.

Elijah sorriu e a beijou. O beijo começou calmo, doce, com um certa hesitação de Elijah, mas quando Clary respondeu, ele a segurou pela cintura e a puxou para mais perto de si. Ela sentia que precisava sentir mais dele, como se precisasse tocar cada centímetro dele, por isso ela pôs as mãos no cabelo sempre arrumado de Elijah, bagunçando-o um pouco. Ele se afastou dela por um segundo, tempo o suficiente para recuperar a respiração antes de voltar a beijá-la com mais intensidade.

Agora Clary não se dava por satisfeita somente sentindo Elijah. Ela queria que ele passasse suas mãos por todos seu corpo. Queria que suas mãos, sempre a sua cintura, como o cavalheiro que era, escorregassem alguns centímetros para baixo ou para cima.

Foi aí que ela decidiu que estava na hora de acabar a noite.

Ela se afastou lentamente de Elijah, a respiração ofegante. Ele sorriu para ela e disse:

–Vamos sair de novo?

Clary tirou delicadamente as mãos dele de sua cintura e disse, enquanto abria a porta:

–Você tem o meu endereço.

Então, fechou a porta.

Exatamente 11 minutos e 47 segundos depois, no quarto de Clary...

–Agora que você já conferiu os gêmeos, olhou a sua mãe e trocou de roupa, me conte tudo que aconteceu! – Gina praticamente ordenou, enquanto Clary tirava a maquiagem.

–Okay, tudo começou quando eu cheguei no restaurante. Ele estava me esperando em uma das mesas. Ele levantou e puxou a cadeira para eu me sentar.

–Muito bem, continue.

–Aí nós começamos a conversar sobre o menu, aí de repente o assunto mudou para restaurantes, aí Elijah começou a me contar sobre suas viagens, o que me deixou bastante interessada. A gente comeu e saiu do restaurante quando eram umas dez e meia da noite.

–Mas são três da manhã agora! O que diabos vocês ficaram fazendo?

–Elijah me chamou para um passeio no parque e eu não tive como não aceitar, sabe? A gente continuou conversando sobre amenidades normalmente, até que, subitamente o tópico mudou para família e as coisas ficaram meio tensas.

–Como assim? – Gina perguntou, interessada.

–Aparentemente ele costumava ter cinco irmãos, mas um deles morreu e desde então os outros não se falam mais.

–Que horror.

–Eu sei. Eu não sabia como mudar de assunto, mas por sorte (ou azar, ainda não sei) o meu salto, esse salto baixo maldito, descolou e eu tropecei.

–NÃO! – Gina disse, com os olhos arregalados. –E deixa eu adivinhar, você caiu de cara no chão.

Clary sacudiu a cabeça.

–Pior. Eu caí em cima DELE!

Gina começou a rir, de olhos arregalados.

–NÃO!

–SIM! – Clary confirmou, morrendo de vergonha.

–E o que aconteceu?

–Por um instante foi meio estranho, depois rolou uma tensão sexual, aí eu corei, comecei a pedir desculpas e a levantar, mas ele só riu e disse que não havia problema. Aí ele resolveu me levar pra casa, rolou um clima aqui na porta e então...

–Vocês deram aquele show pornô que eu vi da janela do seu quarto.

–É, isso aí.

Gina riu.

–Agora me diga, como você se sente? Quando está com Elijah, quero dizer.

–Eu sinto como se eu fosse alguém completamente diferente. Só uma humana adolescente sem problemas, se divertindo com um cara incrível, mais velho e sexy que a faz se sentir como se tudo fosse dar certo no final. Entende? Como se eu não fosse, bruxa, quase híbrida nem nada do gênero. Eu sou só... Eu.

Gina olhou para a amiga, que estava sorrindo de verdade pela primeira vez desde a depressão de Eleonor.

Clary estava recebendo a felicidade que merece, finalmente.

Mal sabia Gina que essa sensação estava com os dias contados.


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Notas finais do capítulo

Pergunta do capítulo: Quem queria estar no lugar da Clary?
EEEEEEEEEEEEEUUUUUUUUUUU!
Vejo vocês nos comentários!