Heart By Heart escrita por Blue Diet Coke


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo, espero que alguém leia!



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Sandra Thibault corria.

A alta mulher morena, de feições delicadas e grandes olhos castanhos sabia que o destino do pequeno embrulho que ela carregava junto ao seu peito dependia da velocidade das suas pernas.

Logo ela chegou ao lugar que ela procurava. Era uma casa mediana, onde vive um casal que ela sabia, iria cuidar muito bem do embrulho.

A mulher deixou o embrulho na porta da casa, lágrimas caindo dos seus olhos. Junto ao embrulho, deixou duas cartas e um grosso livro, prendeu um soluço, tocou a campainha e foi embora.

16 anos depois...

"You say that I'm messing with your head/ All 'cause I was making out with your friend/ Love hurts whether it's right or wrong/ I can't stop 'cause I'm having too much fun" Clary Blair Kent cantava enquanto se arrumava para escola, seu corpo se movendo ao ritmo da canção. Ela vestia uma blusa branca simples, uma calça jeans, um cardigan vermelho e um All Star da mesma cor. A garota verificou novamente sua imagem no espelho.

Longos cabelos castanhos com leves cachos, olhos castanhos chocolate, feições de boneca, pele clara, corpo curvilíneo e longas pernas, Clary sabia que era atraente de uma maneira que muitas garotas queriam ser. A diferença é que ela não dava a mínima.

Com o cabelo preso em um coque desarrumado, os óculos de aro preto grossos e roupas simples, ela tenta ao máximo não chamar a atenção. Não gosta de chamar atenção, mas, estranhamente, gosta de ser líder de torcida. Não gosta de beber, mas adora festas. Ela é como um paradoxo ambulante.

Clary pegou a bolsa preta onde ela guarda sua preciosa Nikon, o celular e um grande livro velho sem título. Saiu do quarto e deu de cara com seus primos menores brincando no meio do corredor.

-Blair!- eles exclamaram e ela sorriu. Todos os seus conhecidos geralmente a chamavam pelo segundo nome, e seus primos não eram exceção.

-Vai sair?- Candice, uma menina loura de olhos azuis aos altos dos seus quatro anos perguntou.

-Vou, mas vou estar de volta antes das dez. Vocês se importam de ficar um pouco com a sua tia Eleonor?- Clary perguntou para as duas crianças, ajoelhada para ficar na altura delas, se referindo a sua mãe adotiva.

-Mas a tia Elle não brinca com a gente! Ela só fica no sofá assistindo TV!- Carson, irmão gêmeo de Candice, reclamou.

-Mas vocês podem brincar um com o outro! E além disso, quando eu voltar, vou trazer mashmallows para menina mais fofa do mundo- Clary disse, fazendo leves cócegas em Candice -e cookies para o menino mais gato de todos!- ela completou, fazendo cócegas em Carson.

-OBA!- eles gritaram e saíram, discutindo se iriam brincar de pega-pega ou de desenhar. Clary sorriu e foi falar com a mãe antes de sair.

Eleonor Kent, como seus primos haviam dito, estava deitada no sofá assistido TV. Na verdade, desde a morte de tia Emma e tio Phill, era tudo que ela sabia fazer.

Há um ano atrás, o noivo de sua tia terminou com ela no mesmo dia em que ela foi demitida, um mês antes do casamento. Ela já estava quase em depressão quando, no dia seguinte, ela recebeu a notícia da morte da irmã e do cunhado, deixando com Eleonor a guarda dos dois pequenos.

Desde então, Eleonor está afundada na depressão.

Elas tem sobrevivido do dinheiro que elas haviam começado a juntar para uma grande viagem daqui a alguns anos e os seguros de vida de Emma e Phill, além do salário que Clary recebia trabalhando como babá e fotógrafa em aniversários de conhecidos.

-Mãe, estou saído.

Como sempre nesse ultimo ano, Eleonor nada disse, somente continuou a encarar a TV.

Clary suspirou e saiu.

Foi até o parque da cidade, onde ela geralmente passava o tempo.

A pequena cidade de Fells Church não era populosa. Todo mundo conhecia todo mundo desde pequeno. Sua mãe havia se mudado para cá por causa do noivo, abandonando sua cidade natal, também uma cidade pequena, que Clary vai uma vez ao ano para visitar outra tia sua e uma prima da mesma idade que ela.

Ninguém se importava se Clary tirava fotos no parque. Sabiam que a garota geralmente tirava fotos somente da paisagem e, se acontecesse de ela tirar fotos das crianças brincando, o máximo que os pais fariam era comprar uma cópia para pôr em uma moldura.

Mas Clary não estava indo para tirar fotos. Ela estava indo para pensar.

Sentada em um canto afastado, Clary abriu o livro que carregava. Dentro deles haviam duas cartas. A primeira era endereçada a Eleonor, que na verdade era sua mãe adotiva, que dizia coisas como sua data de aniversário, alergias e tipo de sangue. Também pedia para quem quando fossem registra-la no cartório, colocassem o nome Blair. Mas como todas as crianças dessa geração de Kent's tinham o primeiro nome começado com "C", Blair ficou como segundo nome.

A segunda carta era endereçada a ela.

Na carta dizia que ela era uma bruxa, entre tantas criaturas sobrenaturais como vampiros e lobisomens. Que sua linhagem era a mais poderosa e que sua mãe teve que escondê-la por causa de seu pai. Aparentemente, seu pai era um lobisomem que morreu pouco antes dela nascer. Ou seja, se ela ativasse a maldição matando alguém, ela seria uma híbrida. De bruxa e lobisomem.

Ótimo.

Para ativar a maldição, ela precisaria matar alguém, algo que não faria. Por enquanto, ela é somente uma bruxa.

E como bruxa, ela precisa treinar feitiços.

O livro deixado pela sua mãe tem vários feitiços, tanto simples quanto complicados. Nele, havia uma explicação sobre os cinco tipos de magia existentes. Ela começou a praticar pouco antes da morte dos tios e já dominava quatro das cinco.

A primeira era a magia a base da natureza. A segunda era magia negra. A terceira expressão. A quarta que ela dominou é um tipo raro de magia, que a pessoa tem que nascer com o dom de fazer, que se baseava nas emoções. E a ultima, que ela ainda não havia conseguido dominar, era magia ancestral, já que é necessário contato com seus antepassados. Ela estava tendo dificuldades, já que não sabia nada sobre sua família biológica.

Quando começou a ficar tarde, a garota desistiu. Fechou o livro, pegou as coisas e começou a ir embora. Porém, lembrou-se da promessa que fez aos primos e, por isso, foi até o mercado, onde comprou os doces.

Andando, o caminho de sua casa até o parque leva vinte minutos, mas Clary estava acostumada a longas caminhadas.

O problema foi quando começou a chover.

A garota correu até o estabelecimento mais próximo que, por coincidência, foi o bar mais popular entre o pessoal de sua idade. Logo que chegou, viu a mesa onde estavam suas companheiras líderes de torcida e alguns jogadores de lacrosse. Sim, em sua escola se praticava lacrosse, não futebol.

-Blair! Vem sentar com a gente!- Kiera, uma das garotas, gritou para Clary, que os sorriu.

-Só estou de passagem, vou só pegar uma bebida e ir.

Todos assentiram e voltaram a conversar enquanto Kiera sorriu para ela. Provavelmente era a única daquelas meninas que tinha coração.

A bruxa suspirou e foi até o bar, sentando-se ao lado de um homem alto, vestindo um terno impecável, o cabelo caído de lado cobria parte do seu rosto e tinha olhos castanhos bem escuros.

"Gato" ela pensou. O homem estava bebendo em goles pequenos o que parecia ser vinho, mas ela não prestou atenção.

-O de sempre John!- ela gritou para o seu amigo bartender, que riu. Ele iria servir-lhe um martíni, porém, ele botaria água ao invés de vodca. Enganaria qualquer um naquele bar. John serviu a bebida e sorriu para a garota, que lhe deu uma nota de cinco. Ele apanhou-a e foi atender uma mulher que, a esse ponto, nem conseguia mais andar tamanha a quantidade de álcool que havia ingerido.

-Não é um pouco jovem para beber?- o homem ao seu lado perguntou.

-Sou. Mas não se preocupe, é só água.- Clary respondeu calmamente enquanto tomava um gole de sua bebida.

-Por que você viria a um bar só para beber água?- o estranho perguntou. Ela olhou para ele. Ele definitivamente não parecia um estuprador nem um pedófilo, mas nunca se sabe.

-A chuva me obrigou a entrar.

Ficaram em silencio por um instante, até que ela terminou a bebida e levantou-se para sair. Porém, foi impedida pelo estranho, que a segurou pelo braço.

-Sei que pode parecer estranho, mas... Algum dia, gostaria de sair comigo?

Clary soltou uma risada nasal.

-Eu nem te conheço.

O estranho sorriu galanteador.

-Meu nome é Elijah Mikaelson, sou novo na cidade e não sou um psicopata.

-Meu nome é Clary Kent, moro na cidade a vários anos e a reposta para sua pergunta é um talvez.

Sorrindo, a garota virou-se e saiu do bar.

Então ela percebeu.

Quando Elijah a tocou, ela sentiu uma sensação estranha.

Ela sacudiu a cabeça. Provavelmente não era nada.


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Notas finais do capítulo

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