Aposto que todos conhecem aquela frase que diz que o destino ama brincar. E pode até ser verdade, mas não acho que seja adequada. Em minha nada humilde opinião, essa frase é mais que inapropriada. O destino pode sim, gostar de brincar, mas o destino sabe o que fazer para nos dar um final feliz. Porém, são nossas escolhas que o constroem. O destino também pode ser comparado com o significado de algumas cores – como a cor cinza, que representa o equilíbrio. Sempre temos momentos de total equilíbrio – gosto de chamar esses momentos de “tempos cinzentos” –, em que tudo parece estar às mil maravilhas, e era assim que nossos personagens se encontravam.

Annabeth Chase tinha dezoito na época em que essa estória se passa, e assim como todos os outros adolescentes futuramente apresentados aqui, estava em seus tempos cinzentos. Tinha se formado recentemente e com um resultado exemplar. Sempre fora uma espécie de filha perfeita. Inteligente, organizada, pontual. O orgulho de Atena Lewis, sua mãe. Era bonita e popular, tinha sucesso com garotos e podia fazer qualquer um de sua escola virasse seu empregado particular, porém nunca chegara a esse ponto. Mas era horrível na questão do romance. Não que não acreditasse no amor, acreditava demais – passou por tantas desilusões que decidiu parar de namorar e guardar o amor que tinha para dar para a pessoa certa, e consequentemente, não namorava ninguém desde os quinze.

Percy Jackson era o tipo de cara que todo mundo gostava e que todas as garotas querem pegar. Era o melhor jogador de basquete da escola. Percy era uma combinação de olhos verdes e cabelos pretos (lindo) e isso o tornou muito exibido e egocêntrico. Se formou na mais descarada forma de dependência – uma história complicada que envolve um cabo de vassoura, um gabinete e peitos – e ainda assim, achava-se incrível. Se formar e não receber nenhum tipo de castigo de Poseidon Anderson, seu pai – que não sabe do incidente com os peitos – eram seus tempos cinzentos atuais.

Thalia Grace era a melhor amiga de Annabeth e também tinha fama. Fama de brigona e detestada por patricinhas pelas suas roupas em estilo punk. Tinha uma personalidade forte e assim como Percy, formou-se em dependência – outra história complicada que envolve um cabo de vassoura, um gabinete e peitos – mas diferentemente de Percy, não pôde esconder a história complicada que envolve um cabo de vassoura, um gabinete e peitos de seu pai, Zeus Keane. Estaria em seus “tempos negros”, se é que me entendem, agora mesmo se seu pai não tivesse apoiado-a. E o fato de ter se formado sem nenhum tipo de castigo eram seus tempos cinzentos. Diferentemente de Annabeth, não dava muita bola para esse lance de amor graças aos discursos repetitivos de Ártemis, uma prima distante que era obsessiva por caça, que tinha ódio de garotos e que conseguira fazer a cabeça de Thalia quanto ao sexo oposto.

Luke Castellan era do tipo que conseguia fazer todas as outras “fases” durarem segundos e a cinza durar anos. Suas notas eram péssimas, mas se formou graças a seu ilustre desempenho no basquete. Era uma espécie de Michael Jordan, só que bem pior. Passou graças ao professor de educação física, Dionísio Field, que Luke convencera a tentar convencer os diretores da escola de que Luke teria boas chances de entrar para a NBA, porém adolescentes com “dependência” escrito no histórico não tinham muitas chances. O plano deu mais certo do que as maiores expectativas de Luke. Não se dava muito bem com o pai, Hermes Farrell, e tinha esperanças de ele próprio (Luke, não Hermes) conseguir comprar um apartamento para si mesmo. Porém as coisas meio que não... Funcionaram assim.

Piper McLean era considerada a “garota que não se importa com si mesma”. Era linda, porém desleixada com a própria aparência. Piper era mais concentrada no amor. Consequentemente a escola ficava de lado. Por muito pouco também não se formou na dependência. Porém, Piper tinha um grande defeito que era sucumbir a chantagens. Sua mãe, a belíssima Afrodite Adam estava de saco cheio do comportamento da filha, então lhe fez uma baita chantagem: se não terminasse o último bimestre com dez em todas as matérias (incluindo a tão detestável educação física) seria proibida de realizar qualquer tipo de trabalho com Jason, o garoto que ela gosta há bastante tempo. Funcionara perfeitamente. Sua fase cinza começou quando a mãe... Desapegou da ideia de proibi-la de ver o garoto (e depois de Piper passar).

Jason Grace era o irmão gêmeo-nem-tão-gêmeo-assim de Thalia que sempre lhe fazia passar vergonha. Jason tinha um QI normal para caras da sua idade. Não passou com notas altas nem baixas. Normais. Mas tem certa... Facilidade para desmaiar. Também passou por uma história complicada envolvendo um cabo de vassouras, um gabinete e peitos. É um cara com uma personalidade única e chegou há passar um ano sem jogar basquete, apenas no banco dos reservas, até que refez o teste para o time na quarta série e Luke conseguiu convencer Dionísio ver o potencial de Jason. Vem vivendo sua fase cinza agora que há uma chama de esperança de namorar Piper McLean, sua amiga por quem nutre uma coisinha a mais...

Bianca Di Ângelo era a “garota natureza” e ia contra qualquer movimento ou ação que violentasse animais. Todos pensavam que era a queridinha de seu pai, Hades Green, mas talvez não fosse bem aquilo. Nunca se preocupou com notas ou com algum tipo de história complicada envolvendo um cabo de vassoura, um gabinete e peitos. O meio ambiente e seu irmão gêmeo Nico sempre foram sua maior preocupação. Bianca era reclusa a todo tipo de atividade acadêmica com exceção do basquete. Confessava – a visão de Luke suado e tirando a camisa após uma vitória incrível era bonita demais para ser perdida. Vive seus tempos cinzentos agora que se formou e tem se encontrado frequentemente com Luke, já que ela e os garotos são vizinhos.

Leo Valdez era simplesmente o cara mais adorado de Bloody High School – claro, dividindo esse posto com Nico. Estrela do basquete e sucesso com as mulheres, Leo era “o cara incrível”. Um ponto interessante em Leo era seu jeito com ferramentas, que apesar de todo garoto ter um pouco, Leo superava quaisquer expectativas. Era o maior orgulho de seu pai, Hefesto Lockwood, um ferreiro que administrava um canal de TV. Estava em seus melhores tempos cinzentos – recém-formado, morando “sozinho” – e com sozinho, quero dizer com Percy, Luke, Jason e Nico – e sem se preocupar com emprego e as outras responsabilidades de um adulto. Suas notas eram normais e não passou por uma história complicada envolvendo um cabo de vassoura, um gabinete e peitos.

Lilith Lightwood seria considerada invisível se não fosse fotógrafa/colunista do jornal da escola. Estava sempre presente em todos os clubes e em todos os eventos acadêmicos: basquete, tênis de mesa, vôlei, clube de teatro e até mesmo no clube de xadrez. Tinha um pouco de dificuldade para conhecer pessoas novas, apesar disso não ter ocorrido quando conheceu Nico Di Ângelo e com os outros garotos. Passou com pendência, mas não precisou passar por uma história complicada envolvendo um cabo de vassoura, um gabinete e peitos graças ao jornal. Vive seus tempos cinzentos agora que trabalha como fotógrafa de festas e eventos (e compete em competições de karaokê) e ganhou de seu pai, Apolo Knight, um apertamento – muito apertado – aparentemente no mesmo prédio que seu amigo Nico.

Já Nico Di Ângelo era um completo príncipe e dividia o posto de “mais adorado da escola” com Leo. Adorado pelas garotas, Nico era um emo gótico, como já foi dito, e era meio sombrio às vezes, ato que só fazia as garotas pirarem ainda mais – já era um emo gótico, e sendo sombrio... Vish –. Formou-se com notas normais, mas isso não o impediu de passar por uma história complicada envolvendo um cabo de vassouras, um gabinete e peitos. Compete quase todo mês com Leo sobre quem tem mais fãs. É também muito fã dos seriados da Warner Brothers e ama irritar Dionísio, chamando-o de “O cara do vinho”. Vive seus tempos cinzentos agora que se formou, saiu da casa do pai, Hades e que está morando sozinho – ou quase – em um apertamento junto de Percy, Luke, Jason e Leo.

E saber esses poucos dados é crucial para começar a estória, que começa de verdade em uma conversa no MSN, no apartamento de Annabeth.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Está online.

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Finalmente, Thalia! Tem ideia de desde quando estou te esperando?

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Com toda certeza, minha cara Annie.

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: E admite isso na maior cara de pau. Lindo para você, Thalia.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Você não explicou que era importante nem nada… Ah é, para você tudo é “De extrema importância e não pode jamais ser ignorado”. Desencana, Annie.

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Thalia Grace, se eu fosse você calava a boca. Não sabe das novidades.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Você e Percy Jackson se casaram?

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Cale. A. Boca.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Hahahaha, ela se estressou!

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Francamente Tha, como consegue ser tão irritante?

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Aprendi com você, então não me pergunte!

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Certo, então. Minha mãe me deixou dar a festa pré-formatura, mas já que eu sou tãããão irritante assim, acho que você não deve estar interessada em participar...

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: FESTA?! Você é muito manipuladora, loira.

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Obrigada pela parte que me toca, Thalia.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Certo, quem vai?

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Todos que acabaram de se formar, menos os garotos do time de basquete…

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: O QUE?! Como assim você não vai convidar os garotos do time? Festa sem aquele povo não é festa! Se eles não aparecerem, você ficará marcada pelo resto da vida como “A loira que dá péssimas festas”. Vá por mim. Ah! Saquei. É o Jackson...

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Não é bem o Jackson… Lembra daquela festa que fomos, no terceiro ano, que deu muita confusão graças a uma brincadeira desses garotos? Não quero que aconteça um desastre na minha festa. E tem o Jackson, aquele exibido do caramba.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Annabeth falando palavrão? Fujam para as colinas que o mundo vai acabar!

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Muito engraçado, Thalia. Sério. Está bem, eu chamo essa cambada de idiotas. Mas me diz, você tem o e-mail daquela Lilith Lightwood?

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Aquela fotógrafa e colunista do jornal da Bloody? Que é loirinha?

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: É, essa mesma. Tem o e-mail ou o telefone? Queria chamá-la para a festa. E NÃO ME VENHA ME DAR SERMÃO! Preciso das fotos e pelo que me disseram, Lilith é bem legal.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Não vou te dar sermão. Concordo em chamar a Lilith.

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Você não está passando bem.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Por que não?

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Concordar comigo quando o assunto é festa não é de seu feitio, Thalia.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Qual o problema em concordar em chamar a Lilith? E quanto ao e-mail, eu não tenho, mas sei quem tem não só o e-mail, mas o telefone, o endereço...

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Pare com esse suspense.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Pare de agir como se estivesse em uma novela. E Annabeth Chase, me responda, quem você conhece que é intimo de Lilith o suficiente para saber disso e muito mais? Cinco nomes. Leo Valdez; Luke Castellan; Percy Jackson; Jason Grace e... Nico DiÂngelo!

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Não, Thalia, isso não! Por favor, não me faça ligar para os garotos do time. Por favor...

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: Você me deve uma, Annabeth Chase. Hum, pensei em uma massagem nos meus pés com direito a manicure.

Annie – I’ve got a summertime, summertime sadness! Diz: Você só pode estar brincando com a minha cara.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Diz: É claro que estou.

Green_Day_Lover – So stay the night, I don’t wanna say goodbye! Está offline.

. . .

Em um apertamento (ou apertamento) próximo dali, Percy Jackson devorava tortilhas, sentado em cima da mesa da cozinha, enquanto tentava roubar as de Nico. Luke e Leo olhavam para a cena em silêncio. Jason estava escondido embaixo da mesa da cozinha, para que Percy não o encontrasse e roubasse as tortilhas dele também. Percy comia como se o mundo fosse acabar se não comesse, fazendo uma sujeira enorme em tudo (inclusive em Nico).

– Percy Jackson! Será que dá para você fazer o imenso favor de se controlar?! – pediu Nico. – A comida não vai fugir. E vê se devora as suas tortilhas. Se quiser mais, saia para comprar.

– Cara, você é chato, hein? – perguntou Percy. – Eu estou com fome. E eu não estou devorando as suas tortilhas. São só algumas.

Nico Di Ângelo sorriu sarcástico e apontou para onde estavam suas tortilhas, antes de serem devoradas por Percy.

Antes que a discussão sobre tortilhas continuasse, o telefone tocou. Os quatro que não estavam embaixo da mesa trocaram um olhar que sempre trocam quando vão decidir quem atende.

– Hoje é o dia de o Jason atender – disse Luke. – Falando nisso, onde ele se meteu?

Jason parou de mastigar por um momento. Os cinco fizeram um trato de revezarem diariamente quando forem atender ao telefone. Hoje era o dia de Jason atender todas as ligações, e como estamos falando de adolescentes de dezoito anos, a preguiça envolve tudo. Inclusive atender ao telefone.

Leo bufou.

– Deve ter se escondido em algum lugar.

– Se escondido para não atender ao telefone ou se escondido para não ter as tortilhas roubadas? – perguntou Nico, descendo da mesa e sentando-se em uma cadeira ao lado de Luke.

Percy revirou os olhos e atendeu – de boca cheia, mas atendeu.

– Alhou?

– Jackson?

– E aie?

– Você bebeu ou… Esquece, passa para o Nico.

Percy passou o telefone a Nico, meio que aliviado.

– Alô?

– Nico, é a Thalia. Tenho notícias a vocês e aos garotos. Annabeth vai dar a festa pré-formatura e convidou todos vocês.

Nico riu.

– Annabeth vai dar a festa pré-formatura e convidou o Percy? Essa é nova.

– Eu sei, e é por isso que estou te ligando. Ela me passou os dados da festa. Hoje, às nove da noite, na casa dela. Todos vocês estão convidados. Agora preciso saber de uma coisa... O telefone de Lilith Lightwood. Você tem, não é?

– Claro.

Nico passou o número de Lilith à Thalia, antes de combinar os demais detalhes e desligar.

– Pessoal, nós vamos a uma festa!

Naquele mesmo momento, a campanhinha tocou.

– Agora é oficial, eu não atendo mais nada hoje! – exclamou Nico, e Percy concordou. – Quando eu encontrar o Jason... – Nico continuou protestando sobre a “irresponsabilidade” do amigo enquanto Luke abria a porta.

Lilith entrou no apertamento, carregando várias caixas de pizza.

– Achei que não fosse a única com vontade de devorar pizzas e trouxe algumas a vocês. Me devem cinquenta dólares.

– O QUÊ?! – todos os cinco perguntaram ao mesmo tempo, inclusive Jason, que saiu debaixo da mesa e recebeu um olhar nada agradável dos amigos.

Leo fez uma careta.

– Você se aposentará antes dos trinta se continuar nos roubando assim, Lilith – disse, enquanto colocava uma nota de dez na mão estendida da garota.

Lilith sorriu.

– É preciso ser esperta quando se é amiga de cinco jogadores de basquete sedentos por comida que precisam comer de dez em dez minutos – ela avistou a bagunça em cima da mesa e escancarou a boca. – Que furacão passou por aqui?!

– Um furacão chamado Percy Jackson – disse Nico. – Um furacão que sai por aí roubando as tortilhas dos amigos.

Lilith suspirou.

– Eu vou colocar as caixas de pizza em cima dessa mesa – ela apontou para a mesa onde Luke e Leo estavam sentados –, e vocês não vão me atacar. Vão pegar as pizzas como pessoas civilizadas e vão comer normalmente, sem furacões roubadores de pizzas.

Ela se aproximou devagar da mesa. Os olhares dos garotos já estavam vidrados nas caixas. Lilith colocou as caixas em cima da mesa, tirando uma para si e saiu de perto rapidamente. Não é preciso dizer que os garotos atacaram as pizzas como verdadeiros canibais.

Ela suspirou novamente.

– Típico. Totalmente típico.

– Lilith, adivinha quem acabou de ligar? Thalia Grace – disse Nico. – A festa pré-formatura vai ser às nove da noite, na casa da Annabeth, e ela disse que vai ligar para você.

Lilith já ia dizendo que ninguém ligou para ela quando seu celular começou a tocar.

– Alô?

– Lilith? – perguntou a voz feminina do outro lado da linha. – Aqui é a Thalia. Thalia Grace. Sabe a minha amiga, a Annie? Ela vai dar a festa pré-formatura e quer muito que você vá.

– É, eu soube. Nico acabou de me contar.

– Pois é… Sabe Lilith, como você tem experiência com fotografias e tudo mais... Você podia levar uma câmera e nos passar as fotos depois? Sabe, como recordação. Não vejo um porquê de contratarmos um fotógrafo sendo que temos você.

De repente, a vontade de Lilith de ir a festa murchou. Então era por isso que foi convidada: pelas fotografias grátis, e não pela presença.

– Não que seja só por isso que estamos te convidando! – a voz de Thalia soou nervosa do outro lado da linha, e Lilith começou a considerar sua frase. Talvez fosse verdade. Talvez tenha entendido errado, e Thalia só dissera aquilo daquela forma porque não sabia de que forma dizer.

– Tudo bem, Thalia. Eu vou, e levo a câmera.

– Ótimo! – Thalia parecia bem aliviada de não ter soado como pensara. – Te vejo na casa da Annabeth às nove?

– Sim. – confirmou, apesar de não saber o endereço.

– Você tem o endereço…?

Lilith arregalou os olhos. Thalia, de alguma forma, lera seus pensamentos.

– Não exatamente, mas consigo com os garotos. Não se preocupe.

– Certo... Certo então. Nos vemos na casa da Annie.

– Tchau.

Lilith desligou o telefone. Pegou sua caixa de pizza e foi em direção a saída do apartamento.

– Vou me arrumar. Nos vemos na festa.

Lilith saiu do apartamento assim que pronunciou as palavras, mas abriu a porta logo após.

– Ah, e, a propósito... Leo e Nico, tentem não se matar até lá.

Leo e Nico fingiram trocar um olhar confuso.

– Por que nos mataríamos? – Nico perguntou de modo inocente.

Lilith lançava um último olhar de “Estou de olho em vocês” à lá mãe, mas Percy já contava os segundos. Três, dois, um.

Assim que ela fechou a porta, Nico e Leo começaram a brigar por pizza.

– Sabem, eu estava pensando... E se “divertíssemos” um pouco a festa? – sugeriu Luke.

– Sugestão digna dos irmãos Stoll – comentou Percy.

– Eles também são filhos do meu pai – disse Luke, amargo ao pensar em seu pai, Hermes. – Talvez seja hereditário.

– E o que você pensou? Teremos que construir alguma coisa? – perguntou Leo, empolgadíssimo, enquanto entrava em um acordo de paz com Nico e cada um devorava uma caixa de pizza.

– Hum, acho que não seria certo com a Annabeth e a mãe dela – opinou Jason. – Atena sempre nos deu uma ajudinha com a matemática nos momentos mais críticos.

– Mesmo que a filha dela odeie o Percy – completou Nico.

– Não vamos brincar com Atena e com nenhum adulto presente naquela festa – garantiu Luke. – Nenhum elemento da nossa peça os atingirá. Apesar de eu adorar “brincar” com meu pai.

– Espera, nossos pais estarão lá? – perguntou Jason, e todos o encararam.

– Jason, se Atena vai dar uma festa com a filha, com toda a certeza nossos pais serão convidados – Leo disse o óbvio. – Mas e então, teremos que construir alguma coisa?

Luke olhou para Leo e sorriu.

– Acho que teremos é que danificar.