POV’s Nick

Acho que o único fato que me mantém com algum senso de humor ultimamente é que eu sei que eu vou achar quem matou minha irmã e esse arrombado vai pagar por isso e o mais caro possível. Els estava em uma missão em busca de informações sobre o assassinato da minha irmãzinha, eu estava na agencia em uma reunião com Faster ele me falava sobre os resultados da morte de Sophia:

—Parece que o namorado dela é realmente um homem de negócios, os negócios nem sempre são tão bons quanto parecem.

—O que quer dizer?

—James, além de cantor e ator, é acionista na empresa de Jace Sanders.

—O cara que Lola está perseguindo?—Eu quase surtei.

—Exato! — Ele disse abrindo uma gaveta de sua escrivaninha. O que me leva a crer que a morte de sua irmã não é um acaso.

—James não seria capaz de matar minha irmã, ele sabe o quanto ela é importante pra mim... A namorada dele era apenas mais uma. —Eu estava em choque.

—Pense bem Nicole, quem mais poderia querer matar uma menina de apenas 16 anos assim do nada.

—Meus pais — Pensei em voz alta e Faster me encarou com severidade — Até onde eu sei eles são fugitivos, me deixaram com minha tia, anos depois chegou outro bebê na casa dela, minha irmã. Minha tia dizia que nossos pais nos abandonaram para nossa segurança. E se o que aconteceu com minha irmã tiver relacionado a eles.

—Não diga uma bobagem dessas. —Faster respondeu nervoso.

—Não posso descartar hipótese nenhuma Faster, eu vou achar o culpado disso e se for o caso eu pago o preço que a empresa cobra para matá-lo. Eu me levantei da cadeira irritada.

—Nicole, por favor, não torne as coisas mais difíceis, vá pra casa, tire o dia de folga, amanhã te entrego uma missão. Só promete que hoje vai descansar. — Ele tinha um tom paterno na voz.

—Pra que isso Faster? Eu não tiro folga e você sabe disso. — Aquela conversa estava me deixando estressada.

—Estou cuidando de você. Tenho certo carinho por Lola, Els e por você, vocês são minhas melhores agentes. São a três que tem a vida completamente vinculada à empresa.

—Não tivemos opção. — Eu disse com certa dor na voz.

—Eu sei e é por isso que quero que você vá para o seu apartamento e descanse.

—Tudo bem eu vou fazer isso. — Cedi ainda meio confusa com toda aquela “compaixão” do meu chefe.

Fui para meu prédio, era próximo da agencia, Faster é meu tutor dês da minha segunda prisão, o apê estava no nome dele, era meu, porém as meninas moravam lá também. Cheguei no prédio cumprimentei o porteiro, peguei o elevador até a cobertura, o apê era perfeito, espaçoso, na cobertura, tinha até piscina na sacada, era um lugar no qual e eu amava estar. Amava, agora não sinto mais isso, sinto ele vazio, falta a alegria do lar, falta os pequenos olhos azuis que me motivavam a sempre querer melhorar, falta aquela doce menina que sempre me esperava com um abraço, falta o aconchego da minha única família, faltava minha pequena Victoria.

*Flashback on*

Eu estava na sala de reuniões sozinha ouvindo música, do nada Lola e Els entram na sala completamente desesperadas:

—O que aconteceu? — disse assim que as vi entrando com aquelas expressões nervosas.

—Nick, você vai ter que ser forte. —Els falou se aproximando de mim.

—Você pode contar com a gente e...

—Falem logo! O que aconteceu? —Aquilo estava me dando desespero.

—Eu não sei como contar— Os olhos de Lola se encheram de lágrimas.

—Nick — Els respirou fundo— Encontraram a Victoria, mort...

—O que? Onde? Como isso aconteceu? Onde minha irmãzinha está?— eu disse saltando da cadeira, as lágrimas já rolavam pelo meu rosto, segui em direção a porta e as meninas foram atrás.

—Por favor, Nick tente se acalmar, o corpo dela está passando pela pericia. Els me alcançou. Corri para sala de Faster com toda certeza era ele quem estava cuidando dos procedimentos necessários. Abri a porta violentamente.

—O que fizeram com minha irmã? Minha voz estava alterada, a raiva passava por cada veia do meu corpo.

—Acalme-se Nicole, de cabeça quente você não vai resolver nada. A voz de Faster parecia embargada e seus olhos estavam avermelhados, mas a expressão como sempre estava séria.

—Não me mande ficar calma, minha irmãzinha está morta, eu exijo saber o que aconteceu. — Soquei a mesa de Faster, Lola e Els se surpreenderam ele por sua vez levantou-se da cadeira e me encarou.

—O corpo foi encontrado na frente da atual escola dela, ao que me parece ela tem sinais de agressão.

—Quer dizer que alguém a matou? — Eu disse tentando digerir o que me foi dito.

—É a nossa principal suspeita. — Essas palavras explodiram nos meus ouvidos.

Mataram minha princesinha, tiraram a vida de uma pobre criança e com certeza com o objetivo de me atingir. Meus pensamentos estavam embaralhados mais uma coisa ecoava mais forte entre eles VINGANÇA, a coisa que eu mais desejava no momento.

—Faster— Eu disse em tom rude, todos na sala tinham no rosto uma expressão amedrontada— Eu preciso apenas do nome, o vagabundo que fez isso vai pagar da forma mais dolorosa e doentia possível. Eu berrei Lola engoliu seco.

—Não sabemos ainda quem foi o responsável.

—Se você não descobrir eu mesma me encarrego disso e vocês vão me ajudar. — Disse encarando Lola e Els que pareciam assustadas, as duas assentiram.

Eu sai da sala batendo os pés, segui até a garagem da agência e peguei minha moto, coloquei o capacete subi nela, sai da garagem em disparada, rodei até chegar em um bairro afastado da cidade, um lugar de casas humildes, próximo ali tinha um parque, desci nesse parque. Aquele lugar me fazia lembrar Victoria, lembrar de seus primeiros passos, lembrar do seu sorriso. Aquela menina de cabelos castanhos olhos azuis e pele branca que sempre andava como uma mini rockeira e me enchia de orgulho. Sentei em baixo de uma arvore do parque peguei meu celular e comecei a vasculhar minhas várias fotos com ela, as fotos de seus desenhos, eram seu maior talento e sua grande paixão, além de seus vídeos tocando violão, ou guitarra em suas apresentações com sua “banda”.

Voltei do parque só após escurecer quando recebi uma mensagem de Faster dizendo que o velório seria no salão “hotel” da agência, que ele já tinha providenciado tudo. Fui até la passei a noite ao lado do seu caixão, ela continuava linda, parecia que estava apenas dormindo, meu anjo que agora estava em sono eterno. Na tarde seguinte foi o enterro, chorei muito nos braços das minhas melhores amigas. Voltamos para o apartamento e elas resolveram ficar la comigo. A dor que eu sentia não iria se cicatrizar sem que eu fizesse o responsável passar pelo mesmo.

*flashback off*

Passei resto do dia no apartamento comendo e assistindo filmes da Disney(coisa que fazíamos juntas desde que ela era pequena), os últimos foram a triologia Rei Leão que de alguma forma me confortou naquele momento. Fiquei com a frase que Simba canta para sua filha na cabeça:

“{...} Mesmo quem já morreu quem você nem conheceu nos segue, pois nós somos um, na alegria ou na dor nossa força é o amor {...}”

Adormeci refletindo essa frase.