A-Next: Beyond Frontiers escrita por Joke


Capítulo 13
Luke




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Capítulo 13 - Luke Barton

A noite está fria, pelo menos aparenta, já que não posso sentir a temperatura. Algumas pessoas andam cobertas desde a cabeça até os pés com pesadas roupas de inverno. Vários moradores de rua encontram-se amontoados perto de uma pequena chama que fizeram com lixo queimado.

Vaguei por essa cidade o dia todo, e não encontrei um sinal sequer de estar perto de casa. Não reconheço nada nela; suas casas, prédios, ruas e pessoas são completas estranhas. Cansado de ficar rodopiando o lugar, adentro num pequeno parque e sento-me no primeiro banco que encontro, soltando todo o peso do meu corpo em seu concreto frio. Com uma bufada de ar, faço o possível para manter a calma e decidir qual será meu próximo passo.

E só pra constar: assim que eu voltar pra casa, vou arrebentar a cara daquela vagabunda da Sin... E do James por ter uma ex-namorada stalker/psicótica.

Por falar em namorada, pergunto-me como está Mayday agora. Pra onde será que ela tinha ido? Estaria bem? Espero que sim. Não suportaria ver alguém fazendo-lhe mal.

Pensando bem, não entendo o porquê de tanta preocupação, pois eu sei que a minha garota sabe muito bem como quebrar a cara de alguém caso fosse necessário.

Um grito arranca-me das preocupações e pensamentos, levando minha atenção automaticamente para o centro do parque, onde um homem segurava uma mulher de maneira evidentemente bruta. Quando percebi que o maldito estava começando a despi-la, deixando-a ainda mais desesperada e chorosa, não penso duas vezes e logo corro na direção dos dois, pegando o homem de surpresa e derrubando-o violentamente no chão.

– Sai de cima de mim, porra! - Ele grita, tentando acertar um soco no meu nariz. Porém, meu nojo e raiva eram tantos que consigo parar o punho facilmente e quebro seu pulso com uma virada brusca e rápida. - ARGH!

– Isso é pra você aprender a não colocar a mão em mais ninguém! - Grito, querendo quebrar cada osso do corpo daquele verme. - Se bem que o mundo não vai sentir falta de gente como você.

Quebro o pescoço sem muita cerimônia. Reunindo ambas as mãos no peito do cadáver, eu sugo sua energia vital, revigorando-me de imediato. Em meio ao meu êxtase, acabei não percebendo o que está a minha volta, resultando...

– Levante-se devagar com as mãos onde eu possa ver.

Que merda.

Colocando as mãos para cima, faço movimentos lentos, virando-me devagar a fim de encarar o policial. Embora uma arma já não fosse mais uma ameaça pra mim, preferia não arranjar encrenca com o pessoal local. Já estava prestes a dar uma desculpa aleatória quando percebo que não é nenhum policial, mas sim uma mulher de collant preto apertado, jaqueta de couro com meia arrastão e botas de cano alto. Não há arma alguma em suas mãos.

– Agora se afaste dele ela apontou com a cabeça para o morto. E não tente nenhuma gracinha. - Eu queria rir. Ela estava mesmo me ameaçando sem qualquer tipo de arma na mão? Seria ela uma louca? Ou talvez uma mutante?

Quem liga? Não posso sentir dor mesmo.

– Você não tem cara de policial- Muito menos se veste como uma.

A mulher me ignora e se limita a analisar o corpo.

– Eu não acredito! - Ela bufa, voltando seus olhos azuis raivosos pra mim. - Você matou a minha única fonte sobre os assassinatos! Tem noção de quanto tempo demorei para pegar esse idiota?! - Antes mesmo que eu pudesse mudar a expressão do meu rosto, a loira saltou pra cima de mim, derrubando-me no chão com um chute no peito. - Dê-me uma boa razão pra eu não quebrar essa sua cara de palerma agora mesmo?

Não sinto dor, não posso morrer, sou um cavaleiro de Hela... A lista é grande. Porém, apenas solto:

– Ele mereceu!

– Não cabe a você decidir o destino dele. - Ela me devolveu de maneira ríspida. - Você é algum tipo de justiceiro?

– Olha, eu não tenho ideia do que está acontecendo aqui, moça. Você parece ser bem legal e tal, mas eu nem sei onde estou. Sabe aquela frase "lugar errado na hora errada"?

Acho que passei a impressão de ser um retardado pra ela, pois minhas explicações de nada adiantaram para acalmar seus nervos.

– Me deixa ver se entendi: você está num lugar completamente estranho e por isso acha que simplesmente pode matar quem bem quiser? - A bota que antes estava contra meu peito sobre direto para o meu pescoço, comprimindo onde supostamente passaria o meu ar. - As coisas não funcionam assim aqui em Star City, moleque.

Star City? Que cidade grande é essa que eu nunca ouvi falar?

– Você trabalha para aquela garota ruiva? - A loira volta a me perguntar. - Como sabia que ele era minha fonte?!

Pela cara que ela tá fazendo, eu provavelmente já teria sufocado se ainda estivesse vivo e... Espera um pouco... Ela disse garota ruiva?

Sin.

– Se eu pusesse minhas mãos nessa vadia, eu a quebraria ao meio - assegurei-lhe num tom hostil. - Ela é a razão de eu estar perdido nesse lugar.

– Canário! - Uma voz masculina interrompe a nossa conversa amigável, introduzindo a figura de um arqueiro vestido da cabeça aos pés de verde. - O que está acontecendo?

Ela imediatamente tirou o pé de cima de mim.

– Esse pateta acabou de matar o nosso delator - suas mãos vão parar na cintura violão. - Disse que não tem ideia de onde está, que aquela garota ruiva responsável pelos atentados tem a ver com aparentemente estar no "lugar errado na hora errada". - Ela zomba, fuzilando-me com desprezo.

Porém, ao contrário do esperado, o arqueiro lança-me um olhar de pura surpresa, correndo em minha direção.

– Você é um daqueles da outra dimensão? - Ele me pergunta num tom bem mais calmo e amigável.

Fico tão surpreso quanto ele, balançando a cabeça para cima e para baixo como um idiota.

– Outra dimensão? - A Canário ergue uma das sobrancelhas. - Do que você tá falando?

–Acabei de receber uma mensagem do Bruce dizendo que os filhos encontraram um garoto alegando as mesmas coisas que ele. - O arqueiro verde olha a loira de relance. - Clark, Barry e Zatanna também encontraram esses jovens.

– Espera, eles encontraram meus amigos? Onde estão? Estão vivos?! - Não sei quem são essas pessoas que foram citadas, mas senti uma enorme ansiedade crescer em mim quando o arqueiro mencionou que haviam encontrado "outros iguais a mim".

– Até onde eu sei, todos passam bem - percebo que sua voz suave é uma maneira de tentar me acalmar. Funciona, me sinto mais aliviado por saber que meus amigos estão seguros. - A Canário Negro disse que você conhece a garota ruiva.

Concordo com um rápido aceno e conto aos dois um pouco sobre Sin. Quando termino, ambos ficam em um silêncio fúnebre por pelo menos cinco minutos. Não posso culpá-los, estou tão confuso quanto eles.

– Como se não bastasse os psicopatas que temos aqui, agora vem uma ainda mais doida de outra dimensão - Canário Negro anda de um lado para o outro, ainda processando todas as informações que lhes provi. - Sabe se essa HAMMER possui mais algum lunático como a ruiva aqui?

Penso por alguns instantes.

– Não veio mais ninguém acompanhando a Sin?

O arqueiro nega.

– Sempre sozinha.

– Que esquisito... Achei que o Osborn viesse com ela.

– Quem? - Ambos questionam ao mesmo tempo.

– Ele é conhecido como Duende Macabro. É basicamente mais um maluco como a Sin, mas que prefere brincar com bombas e explosivos ao invés de armas.

Pela primeira vez desde que a conheci, a Canário Negro parece apreensiva.

– Não estou gostando nem um pouco disso - ela confessa para o arqueiro. - O que faremos?

– Acho que o melhor a fazer é avisarmos os outros sobre as informações que o nosso amigo aqui deu - ele estende o braço, oferecendo-me ajuda para levantar do chão. - Precisamos que você venha junto.

– Pra quê? Pra ser o saco de porrada dela? - Dispenso a ajuda oferecida e levanto-me por conta própria. - Além do mais, como vou saber que posso confiar em vocês?

– Acho que nenhum de nós temos escolha. - Ele tem razão. - E querendo ou não, você está no nosso mundo. Então que tal cooperarmos um com o outro?

Mordo meu lábio inferior. Não gosto da ideia, mas obviamente não tenho o que fazer sobre, esses dois são as únicas pessoas que eu conheço nessa droga de lugar, sendo que uma delas tentou me matar.

– Eu não vou trabalhar junto de um moleque qualquer que nem sei o nome e de onde veio. - A Canário Negro não pareceu querer engolir o desagrado com a ideia.

– Aposto que seu nome não é "Canário Negro". - Rebato, mesmo que de maneira infantil, seu comentário maldoso, mostrando que não estou disposto a ser seu saco de pancadas tanto físicas quanto verbais.

– Chega! - O arqueiro pede num tom duro, porém, controlado. - Meu nome é Oliver Queen, e ela é Dinah Laurel Queen, minha esposa.

– Não precisava ter dado a ele essa última informação, querido - Canário Negro repreende o marido num tom seco.

– E você é...? - O arqueiro verde a ignora, tentando manter a diplomacia.

– Luke Barton - digo meio sem jeito. - E sou de Nova York. - Lembro de acrescentar, lançando um sorriso amarelo para a Canário.

Não sei exatamente o que aconteceu, mas ao ouvir o meu nome, a Canário Negro perde toda a cor no rosto, ficando mais pálida que um cadáver. Parecendo estar numa espécie de transe, ela anda devagar ao meu encontro, analisando meu rosto com os olhos arregalados, como se estivesse na presença de um fantasma.

– Laurel? - O marido a chama, preocupado, mas ela não deu sinal de tê-lo escutado.

Quando chega perto o bastante, sua mão pousa com delicadeza em meu rosto, alisando-o com o polegar. Dá a impressão de que a Canário quer ter certeza que eu não sou uma miragem ou qualquer coisa do gênero.

Cara, isso é muito estranho.

Sua atitude me assusta e deixa-me extremamente desconfortável, contudo, permaneço imóvel, esperando que ela não me dê um soco logo em seguida.

– Barton... - Ela comenta baixinho e logo me esboça um sorriso fraco. - Luke...? É mesmo você? - De repente, seus braços envolvem meu corpo e me puxam para um apertado abraço. Senhor, o que tá acontecendo?– Achei que nunca mais te veria... - Dinah Queen comenta num tom choroso.

– Laurel? O que está acontecendo? - Oliver verbaliza meus pensamentos, mais confuso que preocupado. - Vocês se conhecem?

A Canário Negro me solta e limpa as lágrimas com as costas das mãos, dando a resposta que deixa Oliver e eu em estado de choque.

– Claro que sim, Ollie, ele é meu filho.


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Notas finais do capítulo

AEEE!! Finalmente revelado! Espero que tenham gostado! Não deixem de comentar o que acharam!!
Até a próxima!!
Beijocas