Desconstruindo Mycroft escrita por Sparkles


Capítulo 8
Detenção


Notas iniciais do capítulo

Eu me segurei muito para não chamar esse capítulo de "Os Embalos de Sábado de Manhã", porque quem dá o título é o Mycroft e eu não acho que esse filme faça o tipo dele. Ou será que faz??? Brincadeira, haha, feliz capítulo pra vocês.



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Não me lembro de que horas fui dormir sexta, só me lembro de acordar maravilhosamente bem às nove e quinze da manhã de um sábado sem sol forte. E então, eis que a doce orquestra que tocava em minha mente desafina, quando me lembro de que eu preciso ir pra escola e já estava muito, muito atrasado. Claro que o despertador não tocou, era sábado!

Coloquei o uniforme e fui comendo um croissant no caminho. Não fui com pressa, eu já tinha perdido a hora mesmo, qual era a diferença?

Chegando, fui direto à sala da detenção. Assinei meu nome na chamada, que ficava na mesa do professor. Ele estava sentado, lendo um jornal. Vi Greg debruçado sobre uma mesa no fundo da sala e sentei-me ao lado dele, tentando não acordá-lo.

Tudo estava surpreendentemente quieto. Algumas crianças conversavam baixinho, outras estavam lendo e outras dormindo. Pensei que a gente ia ter aula mesmo, mas não, era só ficar naquela sala até dar a hora da saída. Se eu soubesse teria trazido palavras-cruzadas.

Fiquei tentando ler as manchetes da capa do jornal que o professor segurava em mãos, mas eu estava muito longe. Arrastei a cadeira um pouco pra frente, fazendo um barulho que fez Greg acordar.

“Mycroft” disse, sem tirar a cabeça da mesa “achei que você não vinha mais.”

“Perdi a hora” suspirei.

“A detenção aqui é igual nos filmes” falava, com uma voz de sono “estou me sentindo no Clube dos Cinco.”

“Não vejo muitos filmes americanos”

“Você precisa de muita ajuda, Mycroft.” Dei uma risada de deboche.

“Sabe que eu te culpo inteiramente por eu estar aqui hoje, certo?”

“Certo” ele riu “mas valeu a pena, tivemos uma banda por cinco minutos. Eu já posso riscar isso da lista das coisas que eu quero fazer antes de ir pra faculdade.”

Ficamos quase uma hora sem pronunciar nenhuma palavra. Greg parecia finalmente aceitar que nem todos os silêncios são constrangedores e precisam ser preenchidos com algum assunto aleatório. Ou ele só estava com sono.

Fiquei feliz pela detenção não ser nada de mais, porém eu já estava ficando muito entediado. Debrucei minha cabeça sobre a mesa, na altura da dele.

“Por favor, me diz que você trouxe alguma coisa pra passar o tempo.”

Ele fez que não com a cabeça. Fiz um barulho de desânimo.

“Mycroft”

“Quê?”

“Seus olhos são castanhos” eu não sabia o que fazer com aquela informação. Levantei a cabeça.

“Gregory, você fica tão gay quando está com sono” Ele riu.

“Cala a boca” disse, empurrando minha cadeira “mas o que você costuma fazer no seu tempo livre?”

“Ah, eu leio, cozinho, às vezes cuido do Sherlock e... só.”

“Que bonitinho, uma perfeita dona de casa” ele riu, enquanto apertava minha bochecha. Dei um tapa na mão dele.

“Não me toque!” falei, me recompondo.

“Eu costumava andar de bicicleta, mas ultimamente eu estou usando todo tempo livre que tenho para desempacotar as coisas da mudança. Ás vezes vejo filmes, toco violão...” ele começou.

“Eu não perguntei o que você faz no seu tempo livre.”

“Ah, e às vezes eu vou ao trabalho do meu pai, também. Ele trabalha na polícia.”

“Eu realmente não tinha interesse em saber disso.”

“Você tá azedo hoje” ele riu consigo mesmo “Hoje.”

“Então você me faz desperdiçar meu sábado, aperta minha bochecha e ainda quer que eu fique feliz?”

“Desculpa, eu não achei que você tivesse ficado tão zangado com essa punição.”

“Arrume uma maneira de sairmos daqui e terá meu perdão.”

Ele não pensou duas vezes. Foi falar com o professor que lia o jornal. Depois fez sinal para que eu levantasse e saímos. Eu mal podia acreditar.

“Que história milagrosa você inventou?” falei, ainda surpreso.

“Ué, eu só perguntei educadamente se a gente podia sair mais cedo e ele disse que sim.”

“Acho que essa é a vantagem de ser do terceiro ano. Eles começam a te tratar como adulto.”

“Ou ele também está irritado por ter ido ao trabalho no sábado” falou, enquanto andávamos “Vamos almoçar em algum lugar?”

“Sim, por favor!” almoço era a melhor coisa que alguém poderia me propor naquele momento “Você tem meu perdão e a minha gratidão, só pra constar.”

“Eu sei” ele sorriu, enquanto adentrávamos um restaurante italiano.


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Notas finais do capítulo

Ficou só um tiquinho gay, né? Hahaha. Nossa, eu reescrevi tanto esse capítulo!
A propósito, eu gostaria de agradecer às duas recomendações que essa fic ganhou. Muito obrigada, estou emocionada até agora! Não deixem de comentar e beijos, até outro capítulo.



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