Chegamos ao local do show no horário e está lotado. Kate só faltava dar pulinhos de excitação, afinal quem não gosta de Kings of Leon?

Jamie avisou que nos esperaria na entrada e logo o encontramos.

– Oi Meg – me abraça forte e diz que estou linda.

– Oi – respondo meio boba.

– Oi garotas – ele cumprimenta as meninas e nem mesmo elas estão imunes a sua beleza -Animadas?

– Muito! Vamos entrar logo? – Kate diz empolgada.

– Claro, só estava esperando vocês chegarem.

Ele nos leva até a entrada com o seu braço na minha cintura me mantendo ao seu lado possessivamente e entrega nossos convites. A banda de abertura estava tocando e Jamie foi nos guiando até a área Vip, onde disse que iríamos ficar. Lá estavam todos: Ethan, Elliot, Ryan e Andrew. É claro que eles estariam aqui... Falamos com todos eles e é perceptível a tensão entre as meninas, o Andrew e Elliot.

– Jamie ninguém vai sequestrar a Meg, não precisa manter ela presa – Ryan o provoca tirando risadas de todos, inclusive dele.

– Ryan, cala a boca! – diz me apertando mais. Estávamos o típico casal e eu que não iria reclamar por estar nesses braços.

– Quer beber alguma coisa? – pergunta solícito.

– Eu quero algo diferente – respondo.

– Diferente? Deixa comigo – me dá um selinho e vai até o bar.

Enquanto ele pegava as bebidas eu entrei na conversa. Ethan estava comentando da banda e era ele que produzia, por isso temos acesso a essa área e aos bastidores após o show. Andrew estava o mesmo e Elliot parecia agir como se nada tivesse acontecido em relação à Kate.

– Voltei – Jamie diz e entrega meu drink – espero que goste.

Experimento e é uma delícia, um pouco forte, mas no fim tem um gosto diferente.

– O que tem nesse drink? – pergunto curiosa

– Vodka, Rum, tequila, licor de melão e mais algumas bebidas...

– Parabéns, realmente é diferente! – respondo.

Anunciaram que o show principal iria começar e Jamie me levou até a grade ficando atrás de mim, me cercando com os braços. O seu contato com a minha pele era eletrizante e me provocava arrepios. Escuto a voz profunda, poderosa e sexy do vocalista antes de vê-lo e os acordes inicias de “Use Somebody” começam. Os fãs estavam enlouquecidos.

– Eles são bons – Jamie diz com a boca colada ao meu ouvido e eu concordo com a cabeça.

A banda emendava uma música atrás da outra e Jamie não tirava as mãos de mim me deixando louca, até que “Sex on Fire” começou e a plateia reagiu aos berros. Ele começou a mover a mão em círculos na minha cintura e dar beijos leves no meu pescoço, eu já estava ficando louca com a sua proximidade, o seu cheiro amadeirado e limpo, o seu hálito fresco. Eu não aguentava mais. Me virei, lancei os braços por sobre os ombros de Jamie e o beijei na boca.

Suas mãos estavam no meu cabelo dando leves puxões e me mantendo na posição em que queria ao me beijar. Seus lábios me beijavam violentamente e desesperadamente como se não aguentassem mais ficar longe dos meus, seu beijo era fogo, sua língua se movia perfeitamente e ia fundo junto a minha com movimentos rápidos. Eu só pensava no seu gosto, gemia diante do seu desejo, do meu desejo. Ele dá leves mordidas no meu lábio inferior e sussurra junto com a música.

“You... Your sex is on fire

Consumed with what's to transpire

Hot as a fever, rattling bones

I can just taste it, taste it…”

“Você... seu sexo está em chamas

Consumido pelo que está transpirando

Quente como uma febre, ossos se tocando

Eu poderia só sentir o gosto, sentir o gosto...”

– Tem alguma ideia de quanto a desejo, Megan? – sua voz é provocante e sinto o seu gemido no meu ouvido. Seu pau estava duro e pressionado contra o meu corpo, e eu praticamente me contorço – Desde a boate você não sai da minha cabeça e não vejo a hora de estar dentro de você. Eu já estou ficando louco...

– Jamie – sussurro sem fôlego o seu nome e ele ataca a minha boca novamente. Ele me beija ferozmente, com vontade e eu me agarro a ele demonstrando o quanto o quero. Meu corpo pulsava pelo seu toque, suas mãos fortes desciam pela minha cintura em direção a minha bunda. A nossa privacidade era a distração dos demais, e se estivéssemos a sós já estaríamos sem roupa.

"If it's not forever, if it's just tonight

Oh it's still the greatest, the greatest

You... Your sex is on fire

You... Your sex is on fire

Consumed with what's to transpire...”

“Se não é para sempre, se é só por essa noite

Oh ainda é a melhor, a melhor

Você... seu sexo está em chamas

Você... seu sexo está em chamas

Consumido pelo que está transpirando...”

Eu estava totalmente envolvida, entregue e alheia a tudo ao nosso redor que não percebo minha tatuagem formigar, não sinto as fisgadas e muito menos dou atenção ou a devida importância para o que deveria fazer. Eu não quero isso agora, não quero parar esse momento. A dor começa a se intensificar e não consigo disfarçar mais.

– Jamie, preciso ir ao banheiro – digo interrompendo o beijo aos poucos e tentando o máximo parecer normal.

– Eu vou com você – ele acha estranho, mas me acompanha.

Desvio do mar de pessoas e vou em direção ao banheiro. Com o canto dos olhos vejo Jessie me olhar com reprovação e entro em desespero. A dor é insuportável, a minha cabeça lateja sem parar.

Jamie pergunta preocupado se estou bem e diz que vai me esperar na porta. Corro em direção ao vaso sanitário e sento com a cabeça entre as pernas. Eu não quero mais viver um sentimento de outras pessoas, não quero ver o amor pelos olhos de alguém e sim pelo meu. Eu quero viver isso, quero conhecer e provar. De todas as pessoas com quem eu me envolvi nenhuma delas me despertou esse sentimento. Foram queridas, pessoas da quais eu me apeguei, adorei, mas amar? Conheço o amor pela minha família, amor de irmã, de amiga... A paixão eu nunca vivi. Não por mim mesma.

Jamie estava lá fora. Ele me enfeitiçou desde que o vi e a atração que eu sinto por ele é surreal, nunca senti isso antes. Eu o quero perto e o desejo exageradamente.

Jogo uma água no rosto e respiro pausadamente. A dor diminuiu, mas está lá. Vejo de relance Jessie no espelho, mas me recuso a ser essa pessoa hoje à noite. Eu quero ficar com o Jamie, quero aproveitar e esquecer que isso existe na minha vida. Viro e finjo que não o vi e saio do banheiro decidida.

– Está tudo bem? – Jamie pergunta apreensivo.

– Tudo ótimo – escondo a minha dor com um sorriso e um beijo nos seus lábios.

– Tem certeza?

– Sim, vamos voltar? – eu quero voltar de onde paramos, quero me perder na sua boca, no seu sorriso, no seu perfume e nos seus braços.

Voltamos e só vejo Ryan e Ethan curtindo o show. Jamie me leva até onde estávamos e me puxa em um abraço passando o nariz pela lateral do meu rosto, com seus lábios roçando minha orelha.

– Eu quis te sentir a semana inteira, não quero ficar longe de você – ele começa a falar no meu ouvido e termina me olhando nos olhos.

– Então não fique – sustento o seu olhar.

Ele fica sem palavras por um momento e no outro se aproxima roçando os nossos lábios.

– Eu não vou ficar, nunca na minha vida quis tanto estar com uma pessoa...

Jamie me beija, só que dessa vez seus movimentos são lentos, sua língua se movia devagar explorando habilmente a minha boca. Minhas mãos foram diretamente para os seus cabelos, passeando por eles e os seus braços me envolvem arrastando-me para junto de si.

Enquanto nos perdemos um no outro a banda termina o show cantando “Beaultiful War”.

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Encontramos todos antes de sair e adoraram o show.

– Posso levá-la? – Jamie pergunta.

– Não precisa, a Blair veio dirigindo.

– Eu faço questão anjo – Como falar não? - E eu adoraria passar mais um tempinho com você – sorri.

– Megan – Kate interrompe – Posso falar com você?

– Claro – respondo – Já volto Jamie.

Andamos um pouco a frente e percebo que ela está um pouco bêbada.

– Bebeu? – pergunto.

– Só um pouco. Não volto para casa hoje tudo bem? – ela emenda uma palavra na outra.

– Não? – pergunto surpresa – Vai para onde?

– Eu... Vou sair com o Elliot... – responde cuidadosamente.

– Katherine – a repreendo.

– Ele me explicou o que aconteceu essa semana, o motivo por ele não ter dado sinal de vida.

– E você acreditou? – É impossível ele não ter tido cinco minutos do seu tempo para falar com ela.

– Acreditei Meg, ele é um dos CEOs, tem responsabilidades...

– Responsabilidades? Sério? – é como se ela estivesse cega.

– Meg, não precisa se preocupar eu sei me cuidar – diz.

– Eu sempre vou me preocupar com você – ela não sabe se cuidar.

– E eu com você – me abraça – Te vejo amanhã.

– Boa noite – digo enquanto ela se vira sorrindo e sai acompanhada do Elliot.

Ela é uma pessoa que precisa cair para aprender, e às vezes nem caindo aprende. Eu posso alertá-la, posso cuidar, mas não posso tomar decisões por ela.

– Podemos ir? – Jamie me chama.

– Sim – respondo e vamos para o estacionamento.

Blair e Andrew estavam discutindo quando chegamos lá.

– Eu não vou deixar você dirigir – ele diz impassível.

– Você não tem que deixar, ainda não entendeu isso? – ela responde exasperada gesticulando com as mãos.

– Vi você bebendo DE NOVO! – ele aponta o dedo acusando-a.

– Eu sou maior de idade e o problema do que eu faço ou deixo de fazer é MEU ANDREW!

– A partir do momento em que você quer arriscar a sua segurança e não preza a sua vida o problema é meu sim! – Blair para por um segundo digerindo o que ele falou.

– Você é IRRITANTE! – rosna ela.

– Eu sou irritante? – ele faz uma pausa, olhando para ela - VOCÊ É IRRITANTE! – ruge ele.

Blair o encara com descrença e indignação e o Jamie resolve intervir.

– Andrew, cara melhor parar por aqui. Estamos em um lugar público – ele o censura.

– Blair, acho melhor irmos – esses dois são como Tom e Jerry.

– Eu também – ela sussurra não tirando os olhos do Andrew.

Despeço-me do Jamie, achei melhor ir embora com ela.

– Nos vemos amanhã? - pergunta ele, olhando para mim. Estica o braço e acaricia o meu rosto.

– Claro... Obrigada pela noite – murmuro.

– Foi um prazer poder ter você comigo essa noite Megan.

– Então... Até amanhã?

– Até! Boa noite anjo – diz ele entre beijos.

Antes de ir embora Blair para e se vira.

– Andrew – o chama e a sua voz é calma – Eu tomei um drink... E era sem álcool – sem esperar por uma resposta entra no carro.

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No momento em que eu entrei no carro com a Blair a minha cabeça começou latejar e a dor era insuportável. Chegamos em poucos minutos e fui direto para o banho.

A dor é dilacerante, indescritível, está em tudo, em todo o meu corpo. Eu quero gritar, mas não posso e sofro em silêncio. Sento e deixo a água cair. A minha cabeça explode de dor, meus olhos se enchem de lágrimas e a minha visão fica embaçada. É agonizante. Os meus gritos de pavor saem como gemidos e o ar foge dos meus pulmões. Me encolho suplicando mentalmente para que passe, mas a minha suplica é em vão.