Sinal escrita por Universo das Garotas


Capítulo 25
25º capítulo




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25º Capítulo – Beatriz

Passei a semana toda indo trabalhar de 10hs às 18hs na CEM. Hoje, tirei o dia para ver Diogo e Felipe Andreas que me aguardavam no escritório. Devem estar aborrecidos comigo, porque não comuniquei a eles nada antes do anúncio oficial da empresa. Estacionei o carro na garagem e dei de cara na recepção com a fofa da Sra. Margot, recepcionista.

– Olá Bia! Quanto tempo? E agora você virou empresária heim? Tá todo mundo comentando por aqui... Ela era muito atenciosa comigo, conhecia me desde a época que meu pai tinha uma sala nesse prédio. Depois acompanhou de perto quando ele mudou a sede da empresa para o novo endereço da CEM. E eu acabei ficando com a sala que era dele. Isso já fazia uns dez anos.

– Olá, Margot. Não precisa se preocupar, continuarei vindo trabalhar aqui. Pode me dizer se meus colegas já chegaram?

– Sim, eles estão lá em cima há mais de uma hora. Estranho. Diogo até poderia ter chego mais cedo, porque já eram quase 10hs mas Felipe? Ele só aparecia quando chamávamos, porque tinha seu próprio escritório não muito longe dali. E eu marquei com ele apenas às 10 em ponto. Estavam conversando sobre o quê? Fui andando em direção a sala e dei dois socos leves na porta. Ouvi barulhos na parte interna como de cadeiras sendo arrastada. Diogo abriu a porta e meu deu um longo abraço:

– Bem vinda de volta! Bem, não sei se está de volta, agora que é praticamente milionária? – disse isso com um sorriso no rosto. Olhei para dentro e surpreendi que não estavam apenas Felipe e Diogo. Havia ali pelo menos mais três advogados com rostos familiares. Ana Carolina Bastos, Juracy Ferreira Souza que ostentava sua barriga protuberante e um que não me lembrava o nome.

– Olá Bia! Felipe Andreas veio na minha direção e plantou um beijo na minha bochecha. Você conhece estes aqui? Todos tem processo contra a GlobalTime e estamos trabalhando há semanas nas nossa pesquisas buscando patrimônio. Fiquei nervosa com a menção ao Frederico. Mas precisava estar ali e saber o que já tinham encontrado. Todos me cumprimentaram, fui apresentada para o que desconhecia o nome, Dr. Fernando Souza.

Era um homem de meia idade e de aparência parecida com o Dr. Juracy. Isso era facilmente explicado pelo fato de serem irmãos. Ana Carolina era da minha idade, velha conhecida dos corredores da Justiça do Trabalho. Era alta, de porte elegante e possuía uma beleza clássica de cabelos lisos e compridos arrematados com uma boca em formato de coração.

Após eu explicar brevemente que estaria a frente da Diretoria recém inaugurada de projetos sociais da CEM, e que portanto, trabalharia por lá alguns dias da semana, mesmo que ainda conseguisse acompanhar os deveres do escritório, recebi deles o resumo das execuções da GlobalTime. E tudo que ouvi, deixou me escandalizada.

A começar pelas inúmeras irregularidades. Eles conseguiram encontrar uma série de fraudes milionárias em nome da GlobalTime que envolvia além das questões trabalhistas uma série de infrações fiscais. E tudo levava a um série de bens camuflados de origem de Frederico Costa. Primeiro, este havia se retirado da sociedade empresarial há alguns anos adquirindo um patrimônio enorme em imóveis, resorts e até mesmo ilhas particulares. Após a sua saída, foram inseridos vários nomes de sócios que não ficavam mais que seis meses no contrato social.

Seus bens pessoais também sofreram alterações passando a pertencer por um bom tempo a nomes de pessoas cujas identidades eram declaradamente falsas. Até pessoas já falecidas estavam na lista. Mas o que mais chamou atenção de Felipe era que apenas um bem permanecia em nome de Frederico:

– O estranho é que esse é o primeiro bem em seu nome. Trata-se de uma casa no Condomínio Fechado, aqui da Cidade, avaliada em R$ 20 milhões – disse Felipe confuso. Olhei para Diogo, que parecia saber exatamente o que eu estava pensando. Tratava-se da casa de Frederico em que passei algumas noites. Não restava dúvida. E Diogo era o único que sabia que eu conhecia intimamente esse bem.

– Bem precisamos primeiramente atacar este patrimônio. Mas precisaremos apresentar o dossiê no qual aponta Frederico Costa como sendo o real dono da GlobalTime – disse Ana Carolina de maneira determinada.

– Não acho que isso seja necessário – contra argumentou Diogo – penso que se chegarmos ao bem do sócio que ainda estava nos últimos anos no Contrato Social conseguimos pressiona-los para pagarem as nossas execuções – vendo que estávamos confusos ele continuou – pensam bem, seria mais fácil acusar um sócio recente do que o outro mais antigo. E definitivamente já levantamos bem em uma boa quantidade que praticamente cobriria as dívidas trabalhistas. O que você acha Bia?

Eu não conseguia pensar. Preferia que atacassem quem quer que fosse e deixar a casa de Frederico em paz. Eu sabia o quanto ele amava aquela casa pela riqueza com que ele decorou cada pedaço daquele lugar. Sabia também que aquilo representava sua primeira conquista e entendia demais sobre isso para querer privar alguém de seu troféu. Mas se a outra opção não fosse suficiente também não me sentiria confortável em prejudicar os trabalhadores.

– Não sei, Diogo. Juridicamente envolver um sócio recente seria mais fácil mas cobriria todas as execuções?

– Não Bia – disse Felipe me olhando com curiosidade – já fizemos os cálculos e não chegaria a 70% do total. Mas confesso que nos colocaria em uma posição mais privilegiada para negociarmos.

– E vocês descobriram quem é esse sócio? Eu disse querendo resolver a questão por esse ponto.

– Já sim - disse um dos irmãos Souza – fui eu quem o encontrei por acaso. Quando Felipe me ligou relatando o avanço sobre os bens do Frederico Costa eu estava indo em outra direção que encontrei ao averiguar arquivos antigos de audiência. Eu gravei o nome desse cara porque ele costumava vir a todas audiências como preposto. Era um imbecil. Uma pessoa difícil de esquecer. Levantei tudo sobre ele: endereço, idade, profissão e bens. Aqui há uma foto recente dele em uma revista de Celebridade pois parece que o sujeito está saindo com uma atriz.

E me entregou uma revista com a tal foto do sujeito. Eu congelei quando reconheci! As coisas começaram a fazer sentido e eu percebi o quão perigosa minha relação com Frederico começava a ficar...


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