Hermione pegou no Manto da Invisibilidade que tinha pedido a Harry Potter, “Ele nunca me negou nada, nem perguntou para que queria um dos maiores tesouros que tem.”

Saiu da escola sem grandes cuidados, a vigilância nestes tempos não era apertada. Levava consigo alguma comida que tinha ido buscar às cozinhas, “comida fresca, o Severus precisa disto”. Desapareceu e apareceu em frente da casa onde ele a esperava à janela.

Tirou o manto e ele saiu pela porta.

“Tenho de me controlar, só me apetece correr e abraça-la. Olha a tua saúde, Severus Snape, tem juízo, não és um adolescente…”

     - Que saudades. – A voz dela transmitia toda a sua alegria.

Entraram dentro de casa, ele abraçou-a e beijou-a lentamente.

     - O que é que trazes aí?

     - Pedi alguma comida nas cozinhas, achei que ias gostar. – O rosto dele abriu-se num sorriso.

     - Achas mesmo que a Minerva me deixa viver só dos meus cozinhados? – “Ups.” – Mas adorei saber que te preocupas comigo.

     - Sempre, Severus, sempre. - Os lábios deles voltaram a encontrar-se. O sabor do reencontro era doce. Hermione quase podia esquecer a decepção que sentiu ao receber a última carta dele, apenas três linhas. Mas quando ele parou bruscamente o beijo, a memória do pequeno pergaminho voltou. – Porquê uma resposta tão pequena à minha ultima carta? Não ficaste feliz por vir passar o fim-de-semana contigo?

     - Fiquei, claro que sim. Hermione que dúvidas são essas? – Ele estava a evitar a outra pergunta.

     - Porque é que evitas o assunto? – “Não posso continuar a ignorar!”

     - Hermione, - ele pegou nela ao colo, sentou-se no sofá e abraçou-a, - nós não podemos ceder ao amor físico assim. Provoca uma mudança muito grande, e eu não quero que tu te arrependas de nada.

     - Eu quero. – Ela olhou para ele, e de repente, “é isso, ele não me quer… Afinal, eu sou só uma miúda… O que pensava eu? Que ele me iria tratar como mulher?!” Os olhos dela encheram-se de lágrimas, escondeu a cabeça no peito dele.

“Magoei-a… E isso, eu não posso fazer. Diz-lhe a verdade, Severus Snape.”

      - Eu tenho medo Hermione, eu nunca tive algo tão delicado nas minhas mãos como tu. E se eu me torno num monstro e te aleijo? Tu és tão pequena, tão linda. Não iria suportar magoar-te. – As palavras dele saiam confusas, a respiração dele estava ofegante. Hermione fechou os olhos, estava a tentar acalmar-se para poder falar. – E, também tenho medo que te arrependas. Que te arrependas de partilhar algo tão lindo comigo.

     - Não digas isso. – Estas últimas palavras despertaram a voz dela. – Eu quero que seja contigo. – “Ela é virgem?!” – Eu confio em ti, amo-te e sei que me amas. – A insegurança voltou aos olhos dela. – Então, não recusas falar do assunto por que não me queiras?

     - Tu não tens razões para estar insegura, és linda. – Severus Snape sorriu-lhe com carinho. Beijaram-se carinhosamente.

Hermione olhou-o nos olhos, e reparou que ele continuava ofegante. Ele agarrou-se ao pescoço e desmaiou.