A Nova Vida escrita por Lua Potter


Capítulo 16
Capítulo 16




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Enterrei meu rosto em minhas mãos. Não iria chorar. Não estava com vontade de chorar, muito pelo contrário, me sentia aliviada por ter me livrado de Giovanni. Talvez eu nunca o tivesse amado de verdade.

Senti a mão de Lucas tocar meu ombro, e virei meu rosto lentamente para encará-lo. Ele pareceu aliviado, talvez porque eu não estava chorando.

– Você quer ficar sozinha? - ele perguntou.

– Não - respondi - mas quero ir para o meu quarto. Vamos?

Ele assentiu e subimos as escadas juntos. Quando entramos em meu quarto, eu tirei a aliança que estava dentro do meu bolso e disse:

– Você conhece algum lugar em que eu possa vender isso?

– Não, mas nós podemos procurar. Você tem certeza de que quer vender?

– Sim, Lucas. Não tem mais volta. O que ele fez é imperdoável.

– Você está machucada.

Ele não fez uma pergunta, mas eu respondi como se tivesse feito:

– Um pouco, talvez. Eu gostava dele, sabe? Mas não o amava. Acho que eu só amei uma pessoa em toda a minha vida.

Eu não disse que estava falando dele, mas é óbvio que ele entendeu.

– Mari - ele se aproximou mais de mim - Eu...

– Crianças! Cheguei! - alguém gritou do andar de baixo da casa. Era minha mãe.

Droga! Já era a segunda vez que alguém atrapalhava quando iria acontecer algo entre o Lucas e eu!

– Vamos - eu o puxei pela mão - Vou contar para minha mãe tudo o que aconteceu com Giovanni.

E assim foi. Eu contei tudo para minha mãe e ela achou que o que aconteceu foi melhor para nós dois. Ela também disse que existiam muitos rapazes melhores que ele no mundo, e não pode deixar de olhar para Lucas, o que me fez rir e corar.

– Seu pai disse que tem uma novidade - ela disse - Então vamos esperá-lo para o jantar.

Assim que papai chegou em casa, tanto eu quanto Lucas estávamos curiosíssimos para saber sobre a tal novidade.

– Bom - meu pai disse - Não sei nem por onde começar! Enfim, eu fui transferido novamente.

Ah, não! Não estava acreditando no que estava ouvindo! Mudar? De novo? Não podia ser!

– Para onde, pai? - perguntei, com medo de ouvir a resposta.

– É aí que vem a melhor parte: voltaremos para São Paulo, para a nossa antiga casa, para nossa antiga vida!

Não acreditei no que ouvi. Voltaríamos para São Paulo, para nossa verdadeira casa, para minha antiga escola, aonde eu poderia recomeçar, esquecer Giovanni, fingir que ele nunca existiu.

– Mas querido, e se você for transferido de novo? - minha mãe perguntou.

– Não vou ser. O gerente disse que é definitivo. Não saíremos de São Paulo nunca mais!

Meus olhos brilharam ao ouvir essa informação.

– Mas e o Lucas? - perguntei.

– Eu volto junto, ué - Lucas respondeu - Minha família mora lá, esqueceu?

– Mari - meu pai chamou - Acho que o Giovanni não vai querer ir para lá conosco.

– Ah, não tem problema pai. Nós terminamos nosso namoro.

Papai demorou um pouco para responder.

– Porque?

– Nós brigamos.

– E qual o motivo?

– É que, ahn, ele era ciumento demais.

– Bom, já que é assim, se prepare. Partiremos no sábado.

Assenti. Não poderia estar me sentindo mais feliz.

– Pai, e a minha faculdade?

– Ué, você pode muito bem passar em outra, na USP, por exemplo!

Eu ri.

Depois do jantar tomei um bom banho e fui me deitar. Já estava com a luz apagada quando alguém abriu a porta e se sentou na minha cama. Era Lucas.

– Oi - ele disse - desculpa atrapalhar, mas precisava saber como você estava.

– Estou ótima! - respondi.

Ele sorriu.

– Que bom. Então acho que vou deixar você dormir. Tchau.

Ele iria me beijar na bochecha, mas eu virei o rosto e nossos lábios se tocaram pela primeira vez em um ano.

– Mari - Lucas disse ao se afastar - Eu achei que você não queria me beijar por causa do Giovanni.

– Dane-se o Giovanni, eu sempre amei você - então puxei a cabeça dele e lhe tasquei um beijo demorado. Nos afastamos quando ambos estavam sem fôlego.

– Menina, para com isso - Lucas disse, sem ar - Desse jeito eu não vou querer ir embora.

– Dorme aqui, então - provoquei.

– Não, Mari, que isso! - mesmo no escuro eu pude ver que ele estava corado.

– Calma, a gente só vai dormir, nada mais!

Ele não pensou muito antes de aceitar. Assim, ele se deitou do meu lado eu encostei a cabeça em seu peito, sem me arrepender de nada.


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