Ele andava pelaVia Praetoriasem saber o que fazer. Sua cabeça quase explodia, Leo já não aguentava mais.

Leo se sentia mal, especialmente horrível naquele dia. E não, não era porque seu cabelo estava mais bagunçado do que o normal e as filhas de Vênus pouco se interessavam por ele, era por causa de sua promessa. "Juro pelo Estige que virei te buscar." Leo havia prometido uma coisa que queria realmente cumprir, mas não por causa de seus sentimentos... Bem, talvez ele sentisse algo por Calypso, mas sua paixão havia assinado sua morte. Se ele não conseguisse, morreria, e Calypso continuaria presa.

A questão era que, mesmo se ele conseguisse buscá-la, sabia que já não sentia o mesmo. Na verdade, nos últimos três meses, muita coisa mudara. Leo estava no Acampamento Júpiter por causa de Jason e Piper, e ninguém decidia nada quanto á isso de gregos ou romanos pelo fato de que a guerra com Gaia estava apenas esperando que os semideuses se unissem. Mas todos os sentimentos do filho de Hefesto tinham mudado, e drasticamente.

Ele continuou andando, com as mãos na cabeça, até que chegou á ponte que dava para o Lago. Ele se sentou na borda da ponte, quando avistou alguém na outra ponta.

– Reyna? - ele a chamou, sentindo seus batimentos cardíacos aumentarem sem sua permissão. - O que faz aqui?

– Não é só você que se sente mal, Valdez. - ela respondeu fria. Reyna sentara ali esperando que a água lhe acalmasse a respeito de seus pensamentos e confusão, mas com Leo ali seria complicado. Então, para não demonstrar nada e não sofrer outra vez com sua rejeição, Reyna fazia o que ela mais sabia fazer: ser fria.

Mas Leo Valdez apenas riu.

– Sabe que essa coisa de ser a romana durona não funciona comigo, né? - ele perguntou, girando um anel de ferro nos dedos. Ele sempre fazia isso quando estava meio nervoso.

– Não precisa funcionar. - Reyna falou, tremendo na base. Era fácil demais a forma como ele quebrava suas estruturas, e tudo o que ela menos queria era ser rejeitada outra vez, e por umacurandeira. - Não deveria estar atrás da sua namoradinha Calypso?

– Deveria. - Leo respondeu. - Mas não consigo.

– Por que? - Reyna perguntou, testando os limites de quem sabia fingir melhor.

– Porque eu estou entrando em parafuso, Reyna! - Leo exclamou, se levantando da ponte e indo em direção á ela.

Reyna se levantou simultaneamente, como se algo á atraísse. Ela havia começado o jogo de perguntas e indiretas, então sabia que teria de terminá-lo. Mas Leo, á aquela altura do campeonato, já não queria mais jogar esse jogos, ele estava cansado, tanto físico quanto mentalmente de tentar esquecer o que sentia em relação á Reyna. Era difícil tentar evitá-la, principalmente quando o lugar de relaxar era igual para os dois.

Ele andava até ela enquanto falava.

– Por que você continua com isso? - Reyna perguntou aflita ao sentir as lágrimas brotarem. - Por que não simplesmente sai daqui? Não vê que é ruim para nós dois?

Leo havia chegado perto de Reyna, e agora os dois estavam frente a frente, tão perto que podiam sentir a respiração um do outro. Ela se perguntou como de repente eles ficaram tão próximos.

– Eu não consigo ir embora. - Leo falou, olhando no fundo de seus olhos. - Sabe por que? - ele se aproximou mais, e Reyna respirou fundo para não fazer nenhuma besteira, o que era difícil já que a cada palavra ele se aproximava mais. - Porque em qualquer lugar que eu vou, você vai comigo. Não consigo evitá-la, mesmo que tente, mas também não consigo sair dessa droga de Acampamento romano! - ele xingou, se aproximando mais dela.

– Não precisa fazer isso. - Reyna disse olhando para o chão, pois ela sabia como aquilo terminava. - Calypso precisa de você, - ela ergueu os olhos, determinada a ser forte - Leo Valdez, eu ordeno que você vá agora, e cumpra sua promessa! - ela ordenou o mais firme que pôde.

Leo a olhou com olhos lacrimejantes, ele passou as mãos nos cabelos e Reyna esperava que ele se virasse para ir embora.

– Ainda bem que eu não sou de cumprir ordens. - Leo falou, rindo. - Ah, que se dane! - ele disse, jogando mentalmente tudo para um baú. Leo se aproximou e puxou a cintura de Reyna para mais perto, e subitamente a beijou sem hesitar.

Reyna estava com o coração á mil, enquanto Leo a beijava e apertava mais sua cintura como se ela pertencesse á ele. Ela passou as mãos por sua nuca e correspondeu ao beijo. Leo a beijava vorazmente, seus lábios quentes intercalando entre os dela. Os dois se beijaram por um longo tempo, de olhos fechados, como se fosse o momento mais especial de toda a sua vida. E foi, realmente.

– Reyna Avila, eu te amo. - Leo disse entre os beijos.

– Eu também te amo, Valdez. - Reyna respondeu.