Teen Banshee escrita por Mr Cookie


Capítulo 2
The Monster


Notas iniciais do capítulo

Primeiro, mil desculpas pela demora! Eu estava na minha vó, e lá não tem net... Mas prometo tentar seguir o prazo de uma a duas semanas.
Segundo, muito, muito, muito obrigado ao percydroid por comentar! Esse capítulo é por causa dele! Se não fosse por ele, provavelmente eu teria desistido da fic. Então esse capítulo é dedicado ao percydroid! o/
E em terceiro e último (já estou acabando, esperem um pouco), quero chamar atenção dos FANTASMINHAS! Fantasminhas que só acompanham a história, mas não comentam! Poxa, gente! Um comentário de vocês seria ótimo! Qualquer coisa que possa me ajudar seria ótimo! E, olha, eu dedico os capítulos a quem comenta, então comente e seja feliz, me tornando feliz! o/
Bom, é só. Aproveitem o capítulo! Ficou pequeno, mas eu me esforcei e, modéstia a parte, eu achei ele ótimo.



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Sou amiga de um monstro que está debaixo da minha cama

Me dou bem com as vozes dentro da minha cabeça

Você está tentando me salvar

Pare de prender a sua respiração

The Monster, Eminem feat. Rihanna

Lydia corria o máximo que podia, a bolsa da Gucci creme e o coração batendo rapidamente contra o corpo. Hanna ia logo na frente, subindo as escadas com, Lydia supôs, a velocidade de um corredor.

— Ei, Hanna, espere! — gritava a menina, arfante.

Hanna parou quando chegou no segundo andar e se virou para trás.

— O que foi? — Era perceptível o nervosismo na voz da menina.

— Se realmente for algum tipo de assombração personificada…. — Ela parou um pouco, curvando-se para recuperar a respiração. — Eu só tenho um spray de cabelo e um lápis de olho desapontado. Literalmente!

A garota se calou por completo quando uma chama brotou da mão de Hanna, iluminando suas feições com um ameaçador tom de laranja. Lydia ficou com a boca escancarada por uns três segundos, até que a outra menina fechou o punho e o fogo se extinguiu.

— Ok, por que eu ainda me surpreendo?

As duas se adiantaram pelo segundo andar, que, como esperado, estava vazio. Pararam em frente a porta do quarto 214. Uma luminosidade estranhamente roxa e brilhante era visível pela fresta da porta velha, quase imperceptível com a luz tênue da lâmpada incandescente.

— Por favor, não, por favor, não, por favor, não... — Hanna murmurava para si mesma. Lydia podia ouvir a voz ecoando em suas entranhas assim como o medo. Ela se adiantou a abrir a porta. Estava aberta, a maçaneta gelada. Girou-a e num impulso de força, abriu-a de uma vez. Chamas instantaneamente surgiram das mãos de Hanna. Estava tão frio que Lydia agradeceu por estar perto do fogo.

Lá dentro, o garoto estava realmente no meio do quarto, o círculo iluminando sua forma com um tom roxo. Sobre ele era possível ver a forma vultuosa do monstro, o capuz e a capa que pareciam ainda mais negros que a escuridão ali, assim como as asas, longas e pontudas nas extremidades. Quando os viu, o que quer que fosse aquilo subitamente se impulsionou para a escuridão atrás, sumindo por entre a negridão.

Foi tudo tão rápido que só deu tempo delas entrarem no quarto. A luminosidade laranja do fogo iluminava parte da parede próxima a porta, assim como uma tomada com a tecla que acendia a luz do âmbito. Lydia adiantou-se a clicá-la. Ela retesou quando tudo ficou claro. A circunferência roxeada ao redor do menino havia sumido, mas sombras rodeavam todo o lugar (por entre as camas, perto da televisão velha, próximas do banheiro...) como cobras negras e vorazes.

Mais que rapidamente, Hanna lançou uma das chamas que segurava contra as sombras que se aproximavam. O fogo eclodiu contra uma das serpentes, soltando faíscas e fuligens por todo o lado. Lydia não hesitou em correr até Richard. As sombras logo a alcançaram, e pareciam fazer uma barreira ao redor dela, circundando e acuando-a. Uma onda de desespero a atingiu. Faíscas laranjas vieram logo depois, o fogo corrompendo a barreira sombria. As serpentes se dissolveram ao redor de Lydia, e quando ela se virou, Hanna a encarava com os olhos verdes tilintando em meio ao brilho das chamas que lançava.

— Vai! Eu te dou cobertura! — ela disse, explodindo outra serpente do mal. Só então Lydia percebeu o barulho que faziam. Era um baque abafado seguido de um sibilar assustador.

Richard ainda estava na mesma posição, abraçando as pernas com a cabeça escondida.

— Richard, ei, Richard! — ela dizia, balançando-o. Ele se remexeu, levantando a cabeça atordoado. Seus olhos eram verdes e estavam vermelhos e inchados, os cabelos castanhos, extremamente bagunçados. Lydia quase se engasgou. O menino era incrivelmente parecido com a versão jovem de Peter. Ele parecia totalmente sem rumo, como se não soubesse nem o que estava fazendo ali. — Vamos, precisamos sair daqui.

Uma esfera flamejante passou rente à Lydia, acertando mais um feixe de sombras que estava bem próximo. Hanna se juntou a eles, arfando.

— Já perdi a conta de quantas bolas de fogo eu já soltei. Vamos logo!

— Ele não quer levantar! — Lydia exclamou, tentando, em vão, puxar o garoto.

— Vamos ter que levá-lo. Pega de um lado, que eu pego de outro — ela respondeu, passando a mão sob os braços direitos dele e colocando a mão esquerda em seus ombros, enquanto Lydia fazia o mesmo com o outro lado. Ele era pesado. Tiveram de colocar força para levantá-lo.

Quando finalmente o fizeram, as sombras já estavam circundando-os. Hanna ergueu a mão livre e lançou uma rajada de fogo contra o empecilho. Um buraco do tamanho de um bambolê surgiu, mas foi engolido como se a parede se regenerasse. Outra bola foi lançada, dessa vez do tamanho de uma bola de boliche, mas a parede nem se alterou muito.

Eles estavam perdendo as forças, assim como a parede estava ganhando. As sombras já estavam a uma velocidade surpreendente. Conforme Hanna lançava as rajadas de fogo, elas diminuíam de tamanho e poder. Logo Lydia não conseguia mais segurar Richard, não aguentava nem seu próprio peso. Ela era empurrada aos poucos para o chão, largando o garoto.

Lydia estava caindo mais uma vez. Assim como caíra quando foi atacada por Peter, como quando foi forçada a revivê-lo, como quando Jackson a machucou, como quando foi quase morta por Darach. Ela não queria mais ser uma presa, mas ali, deitada no chão frio e sujo do Glen Capri, vendo as sombras se remexerem ao seu redor, vencendo-a, ela percebeu que sempre seria caçada.

Quando estava quase perdendo a consciência, ela viu pés calçados com Vans roxos. Lydia forçou a cabeça para identificar o que ou quem era. Richard estava em pé, forçando todos os músculos para não sucumbir e cair perante as sombras. Por um momento, a garota viu faíscas em seus olhos, como se eles se tornassem chamas vivas, que sumiram completamente quando o garoto abriu os braços. Chamas surgiram ao redor deles, sob as serpentes malignas. As torrentes de fogo se levantaram contra elas, queimando-as, transformando o sibilar assustador em um silvo voraz, a escuridão em cinzas brilhantes. O frio dali foi trocado por um calor aconchegante, e Lydia sentiu um pouco da sua energia se renovar. Ela ouviu as chamas crepitarem até o silêncio dominar o quarto.

Lydia se levantou, cambaleante e fraca. Só lembrava de ter se sentido assim quando fazia sexo com Aiden. Richard estava em pé, arfando, e Hanna ainda se levantava, os cabelos preenchendo metade do rosto.

O menino demorou os olhos pelo quarto, indo de Hanna até Lydia, franzindo as sobrancelhas grossas.

— Todas estão bem?

— É CLARO QUE EU NÃO ESTOU BEM! — Lydia gritou. — ESTOU SURTANDO AQUI! ALGUÉM PODE ME EXPLICAR O QUE ESTÁ ACONTECENDO?

— Então vocês são salamandras? — Lydia perguntou, depois de ficar três segundos com a boca aberta.

— Ou fadas do fogo, mas eu prefiro salamandras — concordou Hanna, balançando a cabeça bobamente.

Eles estavam se explicando havia uns vinte minutos, cinco de silêncio somente para se recuperarem do pânico. Estavam sentados nas camas, nem se importando para as cinzas que sujavam o chão e o cheiro de incenso intenso no quarto, as luzes bem ligadas e os olhos bem abertos. Hanna contava que ela e o irmão eram pirotécnicos, quer dizer, controladores do fogo. Eles eram como os lobisomens, só que fogosos — literalmente — e com várias famílias, e com rituais estranhos também. Richard contou que de uma hora para outra começou a delirar, as lembranças ruins se tornando reais mais uma vez. É claro que não citou quais eram as tais memórias, mas disse que nem sentira aquela coisa atrás dele. Lydia também contou que era uma Banshee, mas deixou de lado praticamente toda a história que passou em Beacon Hills. ''Basicamente, eu achava corpos e gritava. Bastante.'', ela dissera, olhando para o vácuo.

— Então... alguma hipótese do que seja aquilo? — perguntou Hanna, depois de um tempo em que se passaram em silêncio, tamborilando os dedos das mãos.

— Uma druida vadia, um protótipo de anaconda humana, um lobisomem assassino... Vamos ficar o dia inteiro falando em suspeitos. — Lydia disse.

— Era algum controlador de mentes — Richard falou, depois de muito tempo calado. — Provavelmente um demônio.

— Se é um demônio ou um anjo, não quero saber. — Lydia se levantou da cama onde estava sentada. — Prometi a mim mesma que tentaria levar uma vida de adolescente normal, e é isso que eu vou fazer.

— Mas, Lydia, precisamos fazer alguma coisa — Hanna protestou, levantando-se. — As pessoas estão correndo perigo!

Por um momento, Lydia retesou com as mãos na maçaneta da porta. Ela engoliu a seco, fechando os olhos. Uma vozinha na mente dela ecoou, dizendo a ela que não era a antiga Lydia, aquela garota superficial e fútil, que só ligava para si mesma.

Mas qual era mesmo a verdadeira Lydia? O que ela realmente era? Uma presa, uma localizadora de corpos. Ela não servia para salvar pessoas, somente para achá-las mortas. Se entrasse novamente naquele mundo, iria sofrer e ver pessoas sofrendo, iria morrer e ver pessoas morrendo.

Ela respirou fundo, abrindo a porta.

— As pessoas sempre estarão correndo perigo. — E dizendo isso fechou a porta, vendo por uma última vez o rosto aflito de Hanna e o impassível de Richard.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado por terem chegado até aqui! Espero que tenham gostado. Se quiserem fazer a minha alegria ou apontar algum erro que eu deva modificar, comente! Eu vou adorar! =D



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