Not so different, After all escrita por Ana Carolina Lattaruli


Capítulo 13
Be Something


Notas iniciais do capítulo

Hey littles, graças aos lindos comentários, aos favoritos e as recomendações, estou postando hoje por um milagre de Deus, o capitulo ta grande mas absurdamente lindo, caprichei e não tenho modestia hue... beijos e aproveitem a leitura. ;***



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–Bem, seria muito esperar que fossemos de outro jeito?

–Que outro jeito teria? - ele ri.

–Ah, sei lá, voando nesse cajado com a força do vento? - arrisco.

–Não - dá risada - realmente não tem outro jeito.

–hum - sinto-me desapontada.

–Ah vai, nem é tão ruim assim - ele se apoia no cajado olhando pra mim.

O encaro um pouco, chatiada.

–Está bem, está bem, é para um bem maior.

Ele retira aquela esfera chata (não me leve a mal, você me entenderá se atravessar um portal, é realmente ruim a sensação) que nos levará ao encontro da fada dos dentes.

–Isso funciona sempre? - desconfio.

–Sim, mas temos que passar por um outro lugar antes de ir para a fada dos dentes, já que é caminho, acho legal te mostrar. - sorri e me oferece a mão.

–É sério, a sensação de estar em um portal é ruim.

–Deixa de ser boba - sorri - vai até ser rápido.

–Deixa pra outro dia. - imploro, pareço até uma criança assim.

–Deixa você de ser teimosa - ele ri e eu rio também. - Vem.

–Irritante.

Aperta um pouco minha mão, mas de modo delicado.

Entramos novamente no portal, antes percebo que nele mostra a neve em um lugar distante e iluminado.

~•~

–Não...acredito - digo pausadamente depois de sairmos do portal e aterrisarmos em um salão que possuía um globo enorme indicando a terra e uns pontinhos amarelos, muitos, na verdade. - onde estamos?

–Pensei que gostaria de conhecer o Norte. - Jack Frost fala e dá um sorriso.

–Norte? - pergunto franzindo a testa - Quem é...

–Ho, Ho, Ho, Tecnicamente me chamo Nicolau, - Me assusto - mesmo assim você não saber quem é Norte é quase ofensivo - uma voz grossa e masculina vem logo de trás de mim.

Me viro devagar e me deparo com um homem alto e gordo, com uma longa barba branca e vestido com uma roupa vermelha que mais parecia uma roupa de mecânico, seus olhos azuis pareciam me estudar de cima a baixo todos os meus movimentos e ouso dizer até pensamentos, era o papai noel, mas não se iluda, ele era bem diferente diferente daqueles que se vê em histórias, ele tinha tatuagens por todo seu braço, atentamente podia-se ver a lista de meninos bonzinhos, no braço direito, e malvados no esquerdo, se eu pudesse apostar, o meu nome deveria estar no dos malvados. O de Jack Frost também.

–Papai Noel? - pergunto incrédula.

–É, acho que sou eu sim, - Dá aquele riso de papai noel tradicional e segura sua barriga enquanto ri - mas prefiro que me chame de Norte.

–Norte - Repito acenando com a cabeça. Ainda confusa.

–Jack! Que surpresa boa, faz tempo que não vem aqui, desde a derrota de pitch... - fala e coça a barba, pensativo.

–É, tive uns problemas, e também tinha que cuidar da Anna, você sabe. - Disse Jack.

–Entendo, maravilhosa aquela garota, ela está na lista dos bonzinhos, mas pede pra tomar cuidado, ela anda um pouco maliciosa demais e...

–Mas eu vim na verdade pra mostrar alguém pra você, essa é a Elsa, de Arendelle. - interrompe Jack.

Norte se aproxima de mim e me dá um abraço daqueles bem apertados que levantam a gente do chão, não sou acostumada a abraços.

O único que tinha me abraçado de verdade antes foram meus pais, a Anna... e Jack...

Acabei sem querer congelando seu cinto e algumas partes de sua barriga.

Norte me soltou na hora que sentiu o frio, eu já era gelada, mas com certeza ele só notou depois do gelo em sua roupa.

–Mas o que... - Começou assustado.

–Norte, calma - Jack disse. - Ela bem... Ela é igual a mim.

–Correção, Sou melhor que você. - zombo.

–Não começa. - ri - Já entendi que você constrói coisas de gelo e pode fazer uma tempestade de neve no mundo, não precisa esfregar na cara. - fala sorrindo depois olha para Norte.

Ele olhava para mim incrédulo.

–Como... - franze a testa - homem da lua? - muda seus olhos em direção a Jack. Ele balança a cabeça.

–Ninguém sabe como ela tem esse poder, parece que ela nasceu com ele.

–Isso é incrível. - diz Norte maravilhado me estudando com os olhos novamente, mas de maneira um pouco mais excessiva, como se tentasse percorrer até minha alma à procura de uma resposta.

Lamento, mas nem que ele tente muito ele conseguirá, porque nem eu mesma sei.

–Não é tão incrível - digo emburrada. - eu queria ser normal e não um monstro.

Jack se afasta um pouco e olha para o chão, percebo que foi um erro ter dito isso agora, ele também tem esses poderes, e não o considero um monstro.

– Quer dizer - tento consertar, ver jack triste me parte o coração que eu não tenho - eu sou um monstro, mas Jack é diferente porque ele não tem um coração congelado e... - Não sou boa nem consertando as besteiras que faço.

–Está tudo bem - ele morde o lábio inferior e percebo que está tremendo.

Me aproximo dele e o abraço. Não sei bem o porquê, só senti que eu precisava disso, senti que não era eu que precisava de consolo, não era ele que precisava me proteger, era eu que precisava protegê-lo, eu não sou a frágil dessa história, na verdade nem ele é, somos vítimas de algo que pode ser belo mas ao mesmo tempo destrutivo, ele ficou com a beleza, eu com a destruição.

O Abraço foi o mais próximo do termo carinho que consegui reunir.

Norte nos observa, mas não estou olhando para ele.

Jack me aperta entre seus braços e meu rosto está enterrado em seu pescoço, proteção, carinho, amizade... Algo mais? Sinto como se tivesse uma ligação com ele, mas o que eu estou pensando? Só acho que...

Aquele pesadelo era real demais.

Sinto neve ao meu redor, neve por parte de nós dois, não sou só eu que faço nevar.

Ele me solta em meio aos meus pensamentos e não quero soltá-lo, mas o solto mesmo assim.

As vezes você tem que deixar livre aquilo que mais quer por perto.

–Você está bem? - ele pergunta e um sorriso se forma em seus lábios.

–Estou, eu acho. Isso foi bem estranho, desculpe.

–Não, por favor, seja estranha sempre. - rimos e olho para Norte, Jack segue meu olhar.

Havia esquecido que estava aqui por um momento.

Norte dá uma leve tossida, e em seu olhar não vejo malícia, vejo bondade, bem, ele é o Papai Noel, tem que ser bondoso não é?

–Hum, desculpa qualquer coisa... - Jack fala e dá de ombros olhando para Norte.

–Não, está tudo bem -ele sorri. - eu entendo que vocês precisam do momento de vocês e...

–Foi só um abraço - digo secamente empinando um pouco o nariz.

As vezes tento sair da rainha, mas a rainha não sai de mim.

A rainha é seca, sempre uma boa menina, eu sou diferente, ainda não sei exatamente como.

Nesse momento um buraco aparece no chão. Uma coisa pula dele, um canguru talvez? Aquela coisa olha diretamente para Norte sem nem perceber nossa presença.

–Olha aqui norte, precisamos falar com aquele guardiãozinho da neve, já viu a floresta? E a minha toca? Não sei como os ovos estão aguentando naquele frio, - ele aponta para Norte - e ainda é cedo para um inverno assim e...

–Pode falar pessoalmente - Norte ri e olha para nós fazendo com que o "canguru" olhe para trás, quando nos ver ele aponta o bumerangue para Jack e alterna entre eu e ele.

–Jack Frost! - fala com raiva - e... - Franze a testa - quem é ela?

–Elsa esse é o coelhinho, o coelhinho da Páscoa. - Jack fala e revira os olhos provocando ira no tal coelho.

–Ele não é um canguru? - pergunto inocente e Jack cai na gargalhada, ele nem consegue falar de tanto rir.

–Escuta aqui garotinha - ele se aproxima de mim e eu me encolho um pouco mas continuo o encarando de nariz empinado. - eu sou o Coelhão, o coelho da Páscoa, e você? É alguma coisa? Acho que não.

Não gostei muito desse coelho.

–Ei - Jack se põe entre mim e o coelhão. - Trate-a direito. - ele diz apontando para o coelho - Você não tem esse direito, pare de se achar tão importante, você não é melhor que ninguém. - ele diz quase rosnando.

Eu não sou importante? Bem, sou mais importante que você, sou o coelho da Páscoa, trago a esperança, deixo ovos de Páscoa, - eles estão se encarando a apenas poucos centímetros de distância e o coelhão está apontando para jack, há uma pausa - as pessoas acreditam em mim, e em você?

Percebo que Jack está com os olhos marejados.

Eu definitivamente não gostei do coelhão.

–Chega, chega, chega - Norte separa os dois mas eles ainda estão se encarando. - É sempre assim com vocês dois.

–Ele que começa sempre - Coelhão fala e aponta para Jack.

Jack apenas se vira e me olha. Toco seu ombro mas tiro minha mão rapidamente.

Coelhão abre outro buraco e se vai deixando uma flor no lugar onde o buraco foi aberto, penso que é assim que funciona com o coração também, no coração quando você abre um buraco, não tem como não deixar cicatriz.

Norte olha para mim e para Jack.

–Jack será que eu poderia falar com a Elsa por um instante?

–Eu estou na lista negra? - pergunto brincando, mesmo em meio a tristeza que Jack teve, ele acaba rindo também.

Norte ri - Vamos.

Vou com Norte por um corredor, deixando Jack congelando alguns anões.

~•~

–Uau - digo enquanto passo por um lugar cheio de Yankee's fazendo brinquedos. - pensei que os anões fabricavam os brinquedos.

–A gente deixa eles acreditarem que são eles. - ele fala enquanto passamos por anões tentando consertar uma árvore de natal do tamanho da metade da minha perna.

Eles estavam indo um pouco mal.

–Isso, é assim mesmo que se faz, continuem o bom trabalho - Norte diz forçando um sorriso e fazendo um sinal de positivo com o dedo.

~•~

A fábrica realmente é encantadora, tem mágica por todo lugar e tudo é colorido, aviões de brinquedo voam de um lado para o outro.

Norte abre uma porta para mim, possivelmente seu escritório, e eu entro.

Em cima de sua mesa tinham esculturas de gelo como se fossem montanhas russas e carrinhos de gelo rodopiavam nelas.

Ele fecha a porta atrás de si e se aproxima de mim.

–Então, qual é o seu cerne? - ele pergunta de modo até um pouco assombroso.

–Como...como assim, seu cerne?

–Você deve ter algo em você, não é todo mundo que nasce com poder, por exemplo, o Jack Frost. - ele diz e acena com a mão para eu me sentar mas recuso. Ele acaba não sentando também.

–O que tem o Jack?

–O cerne do Jack é a diversão, mas ele não nasceu com esse poder do gelo, essa história não sou eu quem deve contar, já a minha, bem... - ele pega uma daquelas bonecas russas e há como se fosse o Norte na boneca. - o que você vê?

– Você em um... Brinquedo? - digo.

–Continue.

Eu continuo e a cada boneca retirada ele vai explicando.

–Eu sou corajoso - e tem um desenho dele com cara de coragem.

–Posso ser misterioso - mais um, olho para o Norte de soslaio, esse me assustou um pouco.

–E mais por dentro sou bondoso. - outro desenho.

–E aqui está meu cerne.

Olho para o desenho, nele há um bebê, parecido com o Norte, com grandes olhos azuis.

–Diga-me, o que vê?

–Hum, Você é um bebê? - arrisco.

–Olhe mais um pouco - estimula ele.

Observo um pouco e franzo a testa sorrindo e balançando a cabeça levemente.

–Tem olhos grandes?

–Isso! - ele me surpreende, não achei que fosse isso, eu estava apenas dizendo o que vi.

–Grandes olhos que exploram cada centímetro do mundo, que vê mágica em tudo, que olha para o mundo como um bebê, querendo perceber tudo. Olhos de criança, imaginação, isso que prezo nas crianças... Imaginação, esse é o meu cerne, qual é o seu?

–Eu...eu não sei... Eu só não queria ser assim do jeito que sou.

–Não diga isso, seus poderes não são usados para o mal, a não ser que você queira, e não acho que você quer. - ele diz e apoia a sua mão em meu ombro, olho para baixo, não é isso que uma rainha faria, mas e daí?

Uma rainha também não congelaria corações ou mataria com gelo.

–Não quero esses poderes para o mal, mas eles mesmos já são perigosos. Meu cerne deve ser destruição.

–Descubra seu cerne, acho que sei para onde Jack a está levando, fada dos dentes não é? Vem tendo sonhos ruins.

–Como sabe disso?

–Sou o papai noel, as vezes tenho que ver se minhas crianças estão se comportando direito Elsa. - ele diz e pisca para mim enquanto coloca a boneca russa na palma da minha mão - Você saberá seu cerne quando for a hora.

Me sinto agradecida, mas pelo que exatamente?

–Obrigada - digo mesmo assim.

–Você é sempre bem vinda, e... Bem não leve pro lado pessoal o coelhão, ele é ranzinza as vezes. - Ah, eu levei totalmente para o lado pessoal. - Está bem?

–Está bem. - concordo.

Estou ficando profissional em mentiras, mas ultimamente minhas mentiras ou coisas omitidas estão vindo à tona.

~•~


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Notas finais do capítulo

(Comentários, favoritos, acompanhamentos e ♥recomendações♥ são sempre vem vindos, próximo capitulo sai em breve, se não sair a culpa é das aulas. ;***** comentários ajudam a postsr mais rápido! Recomendações tbm assim como favoritos...leitores fantasmas apareçam!! ★♥★♥ beijooooos