Potter você é a minha escolha escrita por Lily Potter


Capítulo 19
Capitulo 19 - Só o meu nome


Notas iniciais do capítulo

EAEEEEE!!
Gente, eu estou tão feliz. Sempre pego pra ler os comentários de vocês e eu fico sorrindo e rindo uma ameba (sou a rainha das amebas, flw). Eu sou tão agradecida por isso!! Muito mesmo!! E para não enrolar muito como em geral eu faço... Boa leituraaa, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/459774/chapter/19

Sabia que tinha guardado o espelho em algum lugar, era um espelho não poderia sumir assim! Ou ao menos não deveria se ele tivesse guardado em um lugar visível. Lindo seria se estivesse partido em mil caquinhos em algum canto debaixo dessa zona, pensou Sirius.

Não encontrava Tiago desde o jantar quando chegou à mesa e viu que o amigo já estava lá.

“- ‘Comer rápido faz mal’, não era você quem costumava me dizer isso? - dizia Sirius olhando de esguelha para o amigo. Estranho demais, guardou para si o pensamento.

– Parece que as posições estão sendo invertidas. - Brincou Tiago, se levantando.

– Vai aonde agora?

– Preciso mandar uma carta.

– Para...?

– Minha mãe, embora não acho que isto seja da sua conta... Se bem que você se apoderou até dela, não é Black? - Brincou, esbarrando a bolsa de propósito na cabeça do outro.

– Não tenho culpa se sou o filho que ela sempre quis ter.

– Engraçado, “filho que ela sempre quis ter”. Não está falando de você, está? - Riu, se afastando.

– Ela está bem?

– Sim, e perguntou sobre você, aliás, respondi que para a minha infelicidade você ainda está respirando.

– Quanto amor para uma única pessoa, tsic tsic. - Disse, elevando o tom de voz enquanto Tiago seguia em direção às portas do Salão. - Ele está muito estranho ou é só impressão minha? - Indagou para ninguém em específico.

– Acho que ele de alguma forma está mais... quieto. - Concluiu Remo.”

Pensou em ir ao Corujal depois que terminasse de jantar, mas sabia que seria uma caminhada longa demais para que ele provavelmente não estivesse lá. Aliás, não entendia nem porque estava procurando por ele. Se ele queria ficar sozinho, que mais poderia fazer além de deixá-lo em paz?

– Essa porcaria some só quando eu não preciso dela... - Dizia para o quarto vazio. - Haha! Te achei! - Gritou depois de encontrar o espelho gêmeo debaixo de uma pilha de livros mais do que meia hora depois. - Nunca uso essas coisas, como veio parar aqui Merlim? - Indagou-se olhando para a pilha.

Tiago? Tiago? Responde seu tronquilho! Nada em resposta. Falta você ter largado o espelho aqui! – Disse jogando o seu par em cima da cama e atravessando a cama e encontrando o espelho do amigo dentro da cabeceira. - Pelos céus! Para quê... Para quê ter um desses se não anda com ele???

Cara mãe linda e espetacular que irradia minha vida com luz e carinho,

Posso te jurar pela minha varinha (ou por menos...) que não estou tramando nada, ao menos não ultimamente. Estou até te escrevendo como prova! Que coisa horrenda de se esperar de uma pessoa culta e direita como eu! O Sirius vai bem, infelizmente ainda está respirando... Mas eu também estou bem, obrigada pela preocupação comigo também. Está tudo bem por ai? Tirando o fato de que “Eu e seu pai temos trabalhado muito e blá blá blá”. Depois de ler isso se lembre de que eu amo muito vocês.

Gostaria realmente de saber se o fato de vocês acharem que é melhor eu e Sirius passarmos as férias de Natal aqui em Hogwarts tem alguma mísera ligação com um tal de Voldemort. O que raios ele tem a ver com podermos ou não ir para casa? Está tão sério assim? Ele está recrutando mais aliados? Li no Profeta Diário uma vez que ele está ficando mais forte. Não acha que vocês também deveriam se proteger? Eu sei que “somos aurores, meu filho, sabemos onde metemos nossos narizes e, aliás, nosso dever é proteger” e, é claro, “não sermos protegidos...” Adoro seus discursos.

Seria possível me dizerem alguma coisa além de me deixarem em completa escuridão por eu ser “novo demais para me meter em assuntos como esse”?

Com amor do seu filho querido que não é o Sirius,

Tiago, o Potter

“O Potter”, riu de si mesmo. Parecia ser algo tão importante, escrever seu sobrenome. Acariciava Apolo que o encarava com olhos da cor de rubis que contrastavam com sua pele acastanhada tingida por algumas penas brancas.

– Quê foi? Eu não trouxe nada para você, sabe que se tivesse já teria te dado. - A ave continuou encarando-o. - Não me olhe assim. Quando voltar prometo que lhe arranjo alguma coisa. - Ele continuava a encará-lo. - Qual é! Olha a imensidão da Floresta! Não é possível que não possa arranjar alguma coisa lá! - Disse apontando para as copas das árvores já então quase indiscerníveis do céu negro. - Vamos, tenho que fazer umas lições ainda. Não é algo tão estranho assim ao ponto de você precisar piar surpreso, sabe... Talvez seja, mas tanto faz... - No que Apolo levantou voo de seu ombro, se mesclando com a escuridão da noite.

Parecia ter ficado lá por horas, ouvindo o som de corujas piando e se aconchegando com roedores recém-capturados, das copas das árvores farfalhando a leve brisa e do burburinho de vozes que vinha do castelo. As escadas pareciam uma mistura de titica, palha e concreto se esfarelando por causa do tempo. Não é por menos, pensou, Hogwarts existia tempo suficiente para completar inúmeros centenários...

– Lily? - Disse, parando de repente, surpreso. - Ahm... Oi... - E então reparou no estado dela: seus cabelos estavam bagunçados e tinha cortes em seu rosto e braços onde partes da roupa foram perfuradas. - Lily, - disse com maior urgência na voz - o que houve?

E então a garota completou um arco, tombando de lado no chão. Tiago sentiu as pernas bambearem, mas forçou-as a irem em direção à Lily, cada passo pesando uma tonelada de chumbo. Agachou-se ao lado dela, forçando-se a encontrar o lugar exato de pulsação no pulso da garota. Nada. Tente no pescoço, dizia uma voz em sua mente. Nada.

– Nem para encontrar pulso você não serve! - Disse para si mesmo, suas mãos tremiam. Aproximou seu ouvido do rosto dela. - Vamos, respire, respire!– Nada outra vez. Ouviu passos atrás de si. Quem quer que fosse que a atacou encontraria maior facilidade em fazer o mesmo com ele, não queria soltá-la, não iria. Sentiu o corpo de Lily flácido em seus braços, como se estivesse se esvaindo...

Riddikulus! – Disse uma voz atrás de si e ele sentiu o corpo morto de Lily se transformar em um peixinho cantando o hino de Hogwarts em total desarmonia. Se sentiu desmoronar. O que era tudo aquilo? Como... Como Lily podia ter estado ali, caída, morta e de repente não estar mais? De repente virar a droga de um peixinho?

– Por Merlim... - Sussurrou, por fim encontrando sua voz. - Um bicho-papão... - Conclui fechando os olhos, sentia seu rosto molhado mesmo que não se lembrasse de ter chorado. Olhou para trás. - Quem... Quem... Quem o espantou... - Ninguém mais estava lá. Quem quer que tenha executado o feitiço devia ter ido embora assim que o bicho-papão se transformou. Sentiu-se exausto de repente, de tudo e ao mesmo tempo de nada. Queria correr o mais rápido que conseguisse, mas era como se tudo que lhe fora permitido fazer era sentar-se, segurando a cabeça com as mãos como se fosse possível que suas lembranças fugissem-lhe.

– Pontas! Até que enfim! Já estava pensando que as corujas tinham te feito de jantar. - Brincou Sirius quando o amigo adentrou na Sala Comunal, se direcionando para o dormitório.

– Teria sido melhor... - Comentou, passando as mãos pelos cabelos.

– Vixi, bateu depressão em... Está tudo bem, cara? - Disse, percebendo que o amigo parecia mal. - Você está meio pálido... Mais para um “desbotado”, sabe...

– Acho que não me fez bem ir lá pra fora. Sabe... Estava meio frio, choque térmico ou sei lá. Vou me deitar, daqui a pouco passa. Vejo vocês de manhã. - Disse acenando para os amigos.

– Oi? Não, espera... - Disse, mas o amigo já tinha subido as escadas. - Levanta essa bunda daí Rabicho!

– Por quê? Não é só por que ele foi dormir que eu tenho que ir, certo?

– Certo, mas se você não tão obtuso perceberia que ele não vai realmente dormir. - Concluiu Remo subindo as escadas e abrindo a porta do quarto. - Pontas?

– Quem é o obtuso agora? Falei que ele disse que ia dormir! - Apontou Rabicho, mal-humorado. - Agora, sendo uma pessoa que respeita as outras, me deem licença.

– Que amigo você, hein Rabicho! - gritou Sirius quando a porta se fechou atrás do outro.

– Melhor do que vocês que parecem adorar me perturbar. - Disse abrindo o cortinado que envolvia sua cama.

– Ah! Resolveu nos dar o ar da sua graça! - Comentou Sirius, fechando a cara. - Quer, por favor, nos dizer o que está acontecendo? - Inquiriu sem tirar os olhos dos de Tiago.

– Sobre...?

– Sobre o por quê de você estar se afastando tanto, de andar no que me parece pela madrugada, de fazer visitas à Biblioteca e ao Corujal ou ainda o que houve lá hoje que foi o suficiente para esvair as cores do teu rosto. Algo a acrescentar Remo?

– Não, só peço que nos responda Tiago.

– Eu não estou me afastando, só estou... Olha, eu não sei. Só sei que eu não paro de pensar no quanto fui egoísta com a Lily e no quanto ainda sou, e é isso que eu tenho feito quando não estou com vocês, o que parando para pensar só agora me pareceu por muito tempo. E eu tento, Deus sabe o quanto eu tento, não pensar nela ou no quanto de ódio ela pode sentir em relação a mim. E eu sei que parece ridículo ouvir isso tudo, mas é isso. - Parou de falar, observando as reações dos outros dois, esperando que eles dissessem algo, sem obter uma única resposta.

– E o motivo para eu estar “desbotado”... - Disse, passando as mãos nos cabelos. Isso a faria revirar os olhos, pensou, rindo amargamente. - Me deparei com um bicho-papão quando estava voltando do Corujal, jamais me daria conta do que era, ainda menos quando ele se transformou... Eu não sabia o que fazer entendem, eu estava lá e ela apareceu com inúmeros cortes e de repente estava caída no chão... Não tinha pulsação, nem o ruído de uma respiração falha, mas ainda assim um indício de que ela estava viva... - Sentou-se na cama, sentindo cada músculo de seu corpo enrijecer e se solidificar.

– Como soube que era um bicho-papão? - Murmurou Remo, quebrando o silêncio.

– Alguém executou o Riddikulus. Não, não vi quem era. - Disse ao ver a expressão no rosto de Sirius. - Quando me virei já tinha ido embora.

– Venham, vamos sair um pouco desse lugar. - Disse Sirius, se encaminhando para a porta.

– O quê? Não, não... Vou ficar aqui um pouco.

– É só o que você faz. Vamos andar um pouco talvez ou se estiver tão indisposto ao menos socialize com alguém além do seu travesseiro e do Apolo.

– Vai te fazer bem esfriar a cabeça um pouco Pontas, vamos lá.

– Qual é, vão vocês. Vou ficar bem aqui, posso socializar com minha cama, não? - Disse, forçando um sorriso.

– Muito engraçado, Potter, mas não. Vai vir por bem...

– ... Ou por mal? - Concluiu Remo.

– Que bonitinhos terminando a frase um do outro. Quando vai ser o casamento?

– Vai se ferrar, seu monte de bosta de dragão.

– Sabe o que o monte de bosta de dragão que não é tão inútil assim aprendeu com as visitas à Biblioteca? - Disse enquanto desciam as escadas. - “Não, caro Tiago”, ai eu responderia que o nosso amado Filch parece estar se engajando com a nossa delicada bibliotecária.

– “Amado” e “delicada”, sua sinceridade ainda vai me fazer parar no St. Mungus. - Riu Remo.

– O engraçado é que só é necessário dar corda nele que não para mais. - Disse Sirius quando atravessaram a abertura do quadro da Mulher Gorda.

– Eu disse que queria ficar em paz...

– Oi? Ahm? Você ouviu alguma coisa Sirius? Um sussurro talvez?

– Não, acho que só barulhos menos do que insignificantes... - Disse enquanto viravam o corredor. - Vai te fazer bem, pelo menos andar um pouco.

– Vamos para onde?

– Sei lá, para as cozinhas ou para o lago...

– Olha, desculpa, mas eu realmente não quero sair lá fora de novo. Não depois de... - Viram o amigo parar com o olhar vidrado em algum ponto mais adiante. - Lily...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

P.S.: o nome do cap eu me inspirei no momento em que o Ron está contando pra Mione a história da bolinha que sai do desiluminador, créditos (é claro!) à rainha J.K *-----*
E a música dessa vez é: Last Hope - Paramore
Espero que tenham gostado do cap. ;D