Potter você é a minha escolha escrita por Lily Potter


Capítulo 17
Capítulo 17 - Três quartos depois das duas


Notas iniciais do capítulo

PESSOAAAAS!! Eu devo desculpas, realmente devo desculpas. O capítulo anterior foi encerrado de maneira tão abrupta que exigia que o próximo fosse liberado logo. Bem, não foi. Eu me enrolei (como sempre) com um monte de lição, trabalho, livros e acabei não conseguindo dar conta direito e isso resultou que eu não consegui postar esse cap. pra vcs. Eu lembro que prometi uma coisa a mais só que eu estava pensando com meu tico e meu teco e meio que não vai dar certo então... Fazer o que... De qualquer forma, eu amo, amo mesmo quando vocês comentam, eu me divirto tanto!! Parece clichê mas me deixa mais do que muito alegre. Por isso muito, muito obrigado pelo apoio de vcs (isso tá parecendo uma despedida, sim ou claro?). Espero que gostem do capítulo e possam me perdoar pela espaço de tempo em que não postei.
BOA LEITURA!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/459774/chapter/17

Era incrível como estar submerso em tanto ódio fazia com que as pessoas andassem sem nem saber que realmente o faziam, como algo natural, mais do que bem-vindo. O pensamento correu-lhe pela mente como em uma pequena faísca elétrica e logo foi apaziguada; não se importava se estava andando como que sem rumo e ainda menos se estava atraindo olhares alheios, eram muito mais do que bem recebidos, ficariam fora do caminho dela ao menos. A raiva em seu peito parecia explodir em crateras cada vez maiores. Como ele pode fazer aquilo? Era de Tiago Potter que estava falando. Ele devia sentir-se inflamado por dentro, pensou, como se fosse algo além do impossível, algo que não podia ser tocado, só observado. Nunca desejou tanto amaldiçoá-lo, mas o sentimento só foi ampliado quando entrou no estabelecimento de Madame Puddifoot.

O cheiro de chá e canela era intenso, mas sabia que diversas das xícaras sobre as mesas mal seriam tocadas. O lugar era uma mistura redinhas rosa emboloradas com o tempo e cortinas cheias de bordados. Vasculhando o lugar meticulosamente encontrou Remo e Anne sentados em uma mesa próxima a janela. O olhar da amiga que vagava de uma maneira doce como o conteúdo que fumegava em sua xícara encontrou o seu e paralisou. Lily não sorriu. Não tinha por que mostrar felicidade ali, ambas sabiam bem. Quase como que de maneira incontrolável o olhar da garota se voltou, mesmo que por míseros segundos, para o outro lado da sala onde se via um amontoado de pano, mas que se fosse observado com maior cuidado seria notório uma cascata de longos cabelos castanhos afagados por mãos brancas que, olhando dessa forma, pareciam querem arrancar fio por fio. Notando a falta de senso do pensamento afastou-o como se fosse uma mosca pertinente e seguiu andando com passos silenciosos, mas determinados.

– Ugrum. - Fez como se precisasse limpar a garganta. - O senhor aceita algo mais? - Disse tão leve e friamente que fez com Tiago se ajeitasse abruptamente na cadeira quase que derrubando Jenne. - Bom... Algo mais além de destruir minha vida? Ou, é claro!, você vai me perguntar ingenuamente o que aconteceu?

– Lily... Eu não...

– Não está entendendo? - Terminou a frase pra ele. E então se sentou em frente aos dois, ignorando a garota por completo. - Acho que realmente vou ter que te explicar, não me importo em perder tempo te relatando isso. - Sua voz soava como se estivesse falando com uma criança de seis anos que aprontou alguma coisa e tentava, ardilosamente, escondê-la dos pais. - Ontem à noite, e acho que isso vai te interessar também Lourêncio, o nosso amado Potter decidiu que devia me importunar na biblioteca. Algo que, de fato, é normal para os padrões dele. Mas, como uma trama de novela mexicana, ele não fez o que fez por simplesmente fazer. Me parece, e me corrija se eu estiver errada Potter, que na realidade dos fatos você sabia que eu estaria naquela biblioteca com o Diggory, e não me importo em saber como. Sabia que ele repararia em você se passasse próximo a ele, o que eu acho que não deu certo. Mas, por algum infortúnio do destino, ele resolveu voltar para falar comigo e lá estava você, não é mesmo? - Relatava tudo com um ódio visível nos olhos, quase como se o tom esverdeado em seus olhos fosse capaz de escurecer conforme o humor, ciente de que sua voz estava soando alta o suficiente para as pessoas ao redor observarem. - Me diga Potter, me diga que o que estou falando é mentira. Que você estava no lugar errado na hora errada só para me perturbar mesmo. - Nenhuma resposta. - Vamos. Não vou te azarar. Veja. - E colocou a varinha em cima da mesa. - Ele continuou a fitá-la.

– Exatamente. Mas vamos voltar para o hoje. Sabia que eu tinha um encontro com o Ammos hoje? - Disse, sentindo as lágrimas queimarem no fundo da garganta. Não, disse a si mesma, não agora.– Sabia que ele me fez ficar esperando por sua causa? Que ele acha que de alguma forma eu possa ter algo com você? Que acha que fui infiel a ele esse tempo todo? Porque mesmo que você só tenha simplesmente me beijado na bochecha aquilo foi à gota d’água para ele? Por algum minuto sequer dessa sua incompreensível vidinha você já parou pra pensar que talvez eu realmente não quisesse nada com você? Nem que fosse para cuidar de centopeias? - Dizia cada palavra quase que em um engasgo, era sufocante dizer o que mais queria dizer a tanto tempo. - Já parou pra pensar em quantos garotos que estive afim simplesmente me deixaram sempre dizendo a mesma desculpa? “Você e o Potter realmente se merecem”, “Por que insiste em me procurar? O Potter não vai gostar”, “Não quero ficar entre você e o Potter”. Sempre você.

O silêncio era quase opressor, as pessoas que estavam no recinto pareceram achar interessante de repente olhar para suas xícaras e mãos quando a garota se levantou, filetes de lágrimas rolavam por seu rosto ruborizado, e notou a atenção direcionada para si. Poderia ter dito para cuidarem de suas vidas, mas tudo o que queria fazer era sair dali o mais rápido possível.

Três quartos. Três quartos depois das duas. Passaram-se cinco dias depois daquele dia. Ele não a vira nenhuma única vez. Não que não quisesse, era mais por saber que não devia. Tentou evitar fazer de tudo: acordava mais cedo e tomava um breve café sozinho para não vê-la; chegava às aulas junto com todos para se misturar no fundo e não vê-la; se deixava ficar no dormitório ou no campo nos tempos vagos. Para não vê-la. Para ela não me ver, pensava.

Tinha ficado chato, dizia Sirius. Mas ele não se importava. Aquilo era como um castigo a si mesmo, mais uma detenção só que mais pessoal. Como se isso fosse mudar alguma coisa. Ficava remoendo na mente imagens de Lily. Sua cara e sua voz, passando de um frio de congelar os ossos para um engasgo melancólico. Doía lembrar-se dela daquele jeito. Tudo o que queria ter feito naquele momento era correr atrás dela mesmo sabendo que não podia. Chegou a tentar, alcançou a porta - mesmo sabendo que isso não diminuiria a distância entre ele e ela que obviamente saíra correndo pela vila-, mas Anne bloqueou a passagem.

– Você sabe que é melhor não. - Sua voz não soava fria, mas tensa.

– Anne, eu... - Sentia uma angústia subindo-lhe pelo peito.

– Não, fará melhor a ela se ficar aqui. - Disse decisivamente. Ela mesma decidira deixar Lily sozinha, disse que conversaria quando ela estivesse mais calma, funcionava melhor do que tentar por mais combustão à chama incendiaria, e não conseguiu evitar chamar a garota pelo seu apelido de infância, “foguinho”.

Sirius não estava no local na hora em que a coisa toda ocorrera, chegara mais tarde, quando o estabelecimento já estava quase que vazio; foram fofocar onde não podem ser ouvidos, pensou amargamente quando viu que a maioria das pessoas decidira sair pouco tempo depois de Lily. Vira o amigo jogado em um canto sozinho e, sendo quem era, foi, como sempre, direto:

– Ué! Cadê a Jenne? A Lily e coisinha lá? Vai me dizer que deu zebra? - Vendo que o amigo nem sequer virou o rosto, muito menos lhe respondeu, fez uma careta. - Vish! O que houve?

– Sirius, agora não. - Foi tudo o que ouviu Remo dizer antes que todos os três se retirassem. E novamente foram fofocar onde não podem ser ouvidos, pensou consigo mesmo. Ficou até perceber que estava escurecendo e Madame Puddifoot tê-lo expulsado sobre o pretexto de ter que voltar para a escola. De quê interessava a ela se ele tinha que voltar pra escola ou não? Estava com raiva, mais do que perturbado, sentia que um dementador sugara suas energias deixando-o vagar em meio à escuridão. Não achava que tivesse ao menos o direito de se sentir assim.

Como fui egoísta. Tudo o que eu queria era tê-la pra mim, tê-la comigo. Não me preocupei em pensar que ela talvez não quisesse ter nada comigo porque já estava com outra pessoa.

Essa é a diferença, dizia uma vozinha em seu cérebro que costumava chamar de El Potter Tiago. Ela pode não ter te dado chance porque estava com outro alguém.

Por que me daria uma chance se justamente estava com outra pessoa?

Essa é a questão, não vê? Ou ela fica com outra pessoa porque gosta dela, ou fica porque quer te tirar da cabeça.

Ou os dois, pensou consigo mesmo e logo afastou o pensamento da mente. Sempre achara que estava fazendo o certo. Beijando-a de repente, chamando sua atenção, estando onde ela estava. Mas ela se afastava, ela queria se afastar. Ela sentia alguma coisa, sempre soubera disso. Não era mais a questão de definir se o que ela sentia era puro ódio ou algo mais prematuro, algo que pudesse florescer. Que coisa complicada! Era um dilema engraçado tudo aquilo: se deixasse ela em paz não conseguiria suportar a ideia de perdê-la aos poucos, e se mantivesse o jeito com o qual agia ia perdê-la aos poucos da mesma forma. Como poderia mudar? Mudar quem era sempre foi uma questão em sua vida que classificou como “intocável”, mas agora... Não sabia mais o que fazer. Parecia estúpido mudar por alguém, mas tentaria se não desse certo viveria com aquilo. Que mais poderia fazer?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu não me esqueci lalalalalalalala
A música dessa vez é Out of the woods - T.S
Espero que tenham gostado do cap., e juro juradinho que estou preparando o próximo já.