– Eu já mandei comer! - Gritou Sebastian. Essa foi a minha maior decepção. Eu Confiei nele.

– Oh, esqueceram de te avisar? -Fiz uma cara de preocupação falsa.

– Esqueceram de avisar o que?

– QUE VOCÊ NÃO MANDA EM MIM! - Gritei com ele. Ele só suspirou e me empurrou para que eu caísse no sofá.

– Se você não comer eu vou ter que te obrigar novamente. Como é Clary? Já estamos nessa birra há 4 dias. Você não vai sair daqui, aceite isso que vai doer menos.

– Eu prefiro morrer do que ter que conviver com você, seu acéfalo! - Me zanguei.

– Cale a sua boca, sua irritante! Coma isso agora ou eu vou te amarrar a esse sofá e te obrigar a comer. Se não comer por bem, vai comer por mal! - Se exasperou.

– Eu não vou comer! - Revidei.

– Então vai ser por mal! - Ele deu um passo para frente e eu levantei as pernas para o reter. Ele agarrou meu calcanhar e sua expressão ficou rígida e ele apalpou a area até achar meu... celular. Logo ele o tirou dali e sua expressão foi de rígida a furiosa.

– POSSO SABER O QUE É ISSO? - Se exalta. Começa a mexer, mas não consigo ver no que exatamente. - Você ligou para Jace, é? - Gargalhou. - Ele nunca vai saber onde estamos. Ele não vai conseguir rastrear esse aparelho. Tenho um aparelho que codifica nossa localização.

Engoli em seco e senti o ar sair de meus pulmões. Meu sorriso debochado se esvaiu e deixou uma careta raivosa no lugar. Ele me obrigou a tomar o suco e comecei a ver tudo em dobro. Tentei ficar acordada, mas foi impossível. O que aquele maldito colocou no meu suco?

☆★☆★☆★☆★☆★☆★☆★☆★☆★

POV Jace.

Eu não consegui rastrear o celular. Tentei de tudo, mas era impossível.

Revirei o quarto de Sebastian todo. O dormitório era a minha última esperança. Mas eu não encontrei nada ali. Tentei pensar igual a ele, agir igual a ele. Se eu fosse o Verlac, o que eu faria? Mas eu não era o Verlac. Eu não era um psicopata.

Repassei todas as cenas depois da suspensão dele, mas ainda não descobri nada. Eu estava desesperado. Minha Pequena estava sumida e aquele idiota era o responsável. Tudo era irrelevante, mas eu achei uma coisa de quando eramos amigos no fundo da minha mente.

Lembrança:

Nós não éramos mais amigos, mas Sebastian convidou a todos da escola para uma festa de fim de ano organizada por ele e Simon. Os Verlac possuiam uma casa não muito longe da Holiter. A casa ficava bem escondida e era luxuosa. Geralmente não era usada. Sebastian era órfão, tinha sido emancipado aos 16 anos. Era o lugar perfeito para manter a Pequena de refém. Era um pouco isolado, mas não totalmente. Eu não sabia como chegar lá, mas Simon com certeza. Eles eram melhores amigos.

Me vi sair correndo em direção ao quarto de Isabelle. Eu sabia que ele estaria lá.

♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥♡♥

POV Clary.

Acordei amarrada em uma cadeira. As cordas pinicavam minha pele, minhas pernas estavam dormentes. Provavelmente eu tinha dormido nessa posição por horas. As lágrimas arderam em minha garganta, mas eu não daria esse gostinho para Sebastian.

Ele entrou no quarto com uma bandeja. Aquilo cheirava muito bem e eu já estava de greve de fome há quatro dias. Me sentia muito fraca. Ele se sentou ao meu lado e começou a me alimentar. Eu queria cuspir-llhe aquela comida na cara, mas não pude resistir, comi aquele troço maravilhosamente bom.

– Assim que eu gosto de ver! Clary boazinha! - Ele zombou e eu me balancei naquela cadeira, numa tentativa vã de me soltar. Ele riu. - Se você prometer colaborar, eu te solto! - Agora ele estava perigosamente perto. Senti uma vontade de vomitar quando beijou meus lábios. Apenas trinquei os dentes e ele esmagou mais seus lábios contra os meus. Mordi seu lábio com força e senti gosto de sangue. Ele se afastou rapidamente e me olhou com um olhar mortal. - Você..! Quer saber, Fray! Quer ficar de mal criação, esse jogo é para dois. Só vai comer novamente depois de Implorar um beijo meu! IMPLORAR! - E saiu. O gosto de sangue continuava em meus lábios e dessa vez eu me permiti chorar silenciosamente.

☆★☆★☆★☆★☆★☆★☆★☆★☆★

POV Jace.

Bati na porta de Izzy várias vezes sem interrupção. Ela abriu a porta rapidamente e olhou para mim. Seus olhos estavam inchados por causa do choro.

– Alguma novidade? - Ela perguntou. Eu a ignorei e adentrei o quarto.

– O que houve, Jace? - Simon perguntou, preocupado com meu comportamento.

– Preciso da ajuda de vocês! - Respondi.

– Para o que? - Eles perguntaram em uníssono. Suspirei.

– Acho que sei para onde o Sebastian levou a Clary!