Aquele homem, ele me lembrava o Henri. O seu sorriso dolorido, suas covinhas, seu olhar... Não sei o que deu em mim, mas eu tinha que tira-lo dali!

Viajei centenas de quilômetros carregando-o, fazendo de tudo para não perder o controle, o sangue dele tinha um cheiro forte e eu não sabia o quanto seria capaz de me dominar.

Mais o que ele faria depois? Se Carlisle realmente lhe poupar a vida, transformando-o? Ele vai ser o bem ou vai seguir o lado ruim como a maioria de nós?

— Rosalie o que é isto? — Edward berrou sem encostasse muito.

— Carlisle, por favor! Poupa a vida dele! Ele não merece morrer! — Carlisle ficou nervoso, mas mesmo assim cedeu.

O tal rapaz já estava inconsciente e Carlisle partiu para agressão. Cravou-lhe os dentes em seu pescoço, em seu tornozelo, em seus pulsos... Perdi a conta de quantas mordidas e estava chorando por dentro. Aquilo me fazia lembrar-me de como foi quando Carlisle me transformou aquela dor intensa e aquela corrente de acido nas minhas artérias. Realmente estava chorando, mas não tinha como demonstrar.

Sentia-me culpada pelo fato de fazer alguem viver eternamente como um monstro, de mudar o destino de uma pessoa, de apagar os desígnios de Deus. Era como se eu cometesse um crime. Esme estava tensa atrás de mim e Carlisle me deu um abraço consolador. Edward estava sentado do lado daquele rapaz, com um olhar fixo que me deixava assustada.

— AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! — o rapaz gritava por causa da dor — Tirem-me daqui! O urso tá me carbonizando!

— Não somos ursos! — Edward falou, segurando o riso — Somos vampiros e é que você está se tornando agora.

— Isso tem haver — ele parou fazendo uma careta de dor —, com aquela anja que me tirou de lá?

— Tem, ela o trouxe para cá. — Carlisle tentava o acalmar, dando sedativos e nada adiantava.

— Com licença. — me retirei do escritório de Carlisle e fui a até meu quarto.

O que estou pensando?! Não posso fazer isso com ele, não posso condená-lo a uma vida de solidão eterna! Ele não merece perder sua alma e eu não tenho o direito de tirá-la.

...

Haviam se passado horas, e a transformação estava completa. Eu decidi enfrentar minha fúria interna, na verdade meu medo, e ir até lá para vê-lo e ele era realmente como eu esperava. Seus olhos estavam escuros, como todo o recém criado, ele era forte e seu cabelo liso e pouco bagunçado, seus lábios eram de uma linha perfeita. Ele era lindo, na verdade parecia uma escultura e eu fiquei ali, fitando-o.

— O que houve Rose? — Edward se divertindo em meus pensamentos.

— Não o interessa! — rebati — Já conversaram com ele Carlisle?

— Sim, já me contaram um monte de merdas que eu prefiro não acreditar. — nossos olhos se encontraram, eu desviei e ele sorriu — Queria conhecer a minha salvadora.

— Terão toda a eternidade para conversar, agora o melhor a fazer é te levar para caçar. — ele colocou a mão na garganta — Sei que a dor é incomoda por isso tem que ir o quanto antes. — Carlisle alertou.

— Caçar? — ele fez cara de nojo.

— É, caçar... Ou você acha que os vampiros se alimentam de chocolate? — Edward tentou fazer uma piada, muito sem graça — A Rose vai com você.

— Eu vou? — perguntei. Todos olhavam para Carlisle.

— Vai, essa é sua semana para caçar, porque não aproveita e leva o...

— Emmett McCarty. — ele se pôs de pé ao lado do Edward — Acho que agora sou um Cullen certo? Que sobrenome engraçado, para ser realista incomodo, não fazem piadinhas por causa dele? — Carlisle ficou sem graça.

— É, vamos logo. — Apontei para porta e corri para que ele me seguisse. Ele estava parecendo uma criança, testando seus novos “poderes mágicos”.

...

 Ele entrou na floresta como um maníaco, para dizer a verdade, a fome faz isso quanto mais à sede!