Eu me sentia quebrada, meu coração parecia estar apertando cada vez mais. Depois de Alice me contar com quem fora o acidente, chegamos a uma sala de espera onde Edward e Bella estavam. Edward estava tão mal quanto Alice, e Bella estava tentando consolá-lo. Alice chorava de novo, então quando fui falar com Edward e ele viu minha expressão, pareceu colocar uma mascara de força.

– Edward, o que aconteceu com eles? – eu perguntei, minha voz soando desesperada.

– Eles tinham saído, acho que para alguma festa. – ele começou a contar. – Quando estavam voltando, Jasper perdeu o controle do carro numa curva estreita, ele estava bêbado, e o Jasper adora correr quando está bêbado... O carro tombou, ele dois estão muito feridos, estão na UTI... Meu pai está com outros médicos, cuidando deles, mas acho que a situação é bem grave. E a pior é a de Emmett, que estava sem cinto de segurança.

Depois de me explicar, sentou-se novamente em uma das cadeiras e começou a olhar para parede, aquele olhar vidrado que faz as pessoas parecem sem reação. Bella me deu um pequeno sorriso triste e um abraço, depois voltou a se sentar ao lado do namorado, passando seus braços ao redor dele. Alice estava sentada também, ao lado oposto do deles, com a cabeça nas mãos, proferindo palavras baixinho. Por incrível que parecesse, ela parecia ainda menor do que quando a vi lá fora. Alice não era bem o que eu chamaria de religiosa, então foi com surpresa que percebi que ela estava rezando. Dei um longo suspiro, sentei-me ao lado de Alice e meu olhar se fixou em meus sapatos. Minha cabeça estava a mil.

A preocupação de agora, junto com as perguntas que eu tinha a fazer para Alice. Eu tinha que conversar com ela sobre o bebe, apesar de essa não ser exatamente a situação mais favorável para a conversa. Eu estava desesperada, mas não senti as lagrimas vindo. Eu sentia um vazio imenso dentro de mim, um desespero cada vez mais fundo, mas eu não podia ficar tão mal quanto Alice. Eu precisaria ser forte por mim, ser forte por ela. Alice sempre fora sensível demais, com a gravidez aquilo com certeza ficaria pior, e se ela já estava tão mal, me ver desesperada como ela também não ajudaria muito.

Respirei fundo, procurando forças para me manter calma e inteira.

- Alice, você deveria ir comer algo. – falei, lembrando-me de que ela saíra correndo de casa e não comera.

- Não estou com fome. – respondeu ela, sem tirar o rosto das mãos.

- Você precisa se alimentar, Lice. – argumentei.

- Não quero.

- Alice, você tem que pensar no seu filho. Você não pode ficar sem comer nada. – eu argumentei baixo, para que Edward e Bella não ouvissem o comentário.

- Rosalie, eu não quero comer nada agora, tudo bem? – ela disse com a voz dura, tirando as mãos do rosto e me encarando. Achei melhor parar de insistir depois que vi a expressão dela.

–

Estávamos sentados ao que me pareciam longas horas quando Carlisle apareceu no fim do corredor com uma aparência cansada.

- Pai, como estão meus irmãos? – Edward perguntou se levantando logo quando viu o médico louro. Carlisle não parecia surpreso de me ver ali.

- Jasper está bem melhor, não corre riscos e já respira sem auxilio de aparelhos. Ele foi transferido para a unidade de internação. – ele informou, mas a voz não parecia muito contente e isso me deixou preocupada.

- Graças a Deus! – ouvi a voz de Alice, e estava cheia de alivio. Eu passei meus braços em volta dela.

- Entretanto, - ele continuou, e senti que a parte que o preocupava vinha. – Emm ainda está muito mal, nós tivemos que fazer algumas cirurgias, ele teve hemorragia, e vamos ter que fazer algumas transfusões. – ele deu um suspiro pesado.

Alice já respirava com mais alivio, sabendo que Jasper estava melhor e fora de perigo. Eu estava também, é claro, mas estava mais preocupada com Emm, então não pude demonstrar o mesmo contentamento dela. E nem Edward pôde.

- Eu quero o doar o sangue, ele é meu irmão. – Edward apressou-se em dizer. – Onde é que eu faço?

- Não é assim, filho. – Carlisle disse colocando uma mão sobre o ombro do caçula. – Temos que ver seu tipo sanguíneo, ver se você pode ser doador... – ele deixou a voz morrer. Depois, encaminhou-se com Edward para que ele pudesse fazer todo o necessário.

Edward voltou depois de um tempo, com a expressão nada satisfeita.

- O que houve, amor? – Bella perguntou quando o viu chegando com o pai.

- Não posso doar sangue. – ele respondeu. – Eu tenho hepatite.

- Hepatite? – repeti, minha boca se abrindo em um ‘o’.

- Crônica. – Carlisle completou. – Mas não há por que se preocupar agora, nós vamos começar a tratá-lo hoje mesmo. – depois de um segundo, Carlisle me olhou. – Rosalie, posso falar com você um instante?

- Claro. – o segui enquanto nos distanciávamos dos outros.

- Eu sei que provavelmente é pedir muito de você, mas eu ficaria realmente agradecido se você pudes...

- É claro que vou doar o sangue se puder, Carlisle. Não se preocupe com isso. – o interrompi.

- Muito obrigada Rosalie. Mesmo. – ele falou, e sua voz estava cheia de gratidão.

-

Depois de eu fazer todos os procedimentos para ver se poderia doar o sangue, Carlisle veio me avisar que tudo dera certo e eu poderia fazê-lo. Fui com ele, e fiz todos os procedimentos necessários. Depois, voltei para junto de Edward, Bella e Alice.

Como Alice estava mais calma, decidi conversar com ela sobre o bebe naquele momento.

– Alice, vamos comer alguma coisa? – chamei.

– Claro. – ela concordou, levantando-se. Seguimos para uma pequena lanchonete na frente do hospital, Alice queria respirar um pouco o ar fresco e eu também estava precisando, afinal.

– E então, você contou para o Jasper sobre o bebê? – perguntei quando nossos pedidos chegaram. Ela suspirou.

– Eu fui ao medico. – ela disse. Eu sorri.

– E ai? – eu perguntei.

– Ele falou que estou mesmo grávida, é claro. – ela respondeu. – Estou com dois meses. Minha menstruação não tinha vindo mês passado, mas eu nem tinha reparado isso. Só quando fui lá é que percebi isso. Ele conversou comigo, me falou tudo que tenho que fazer, me deu instruções sobre como ter uma boa gravidez, sobre como me alimentar bem e essas coisas, e eu nem deveria estar comendo isso por sinal. – ela revirou os olhos.

– Estou tão feliz por você, Lice. – eu sorri. – Você parece estar mais feliz com a ideia de estar grávida agora. – ela sorriu e revirou os olhos novamente.

– Nem tanto estar feliz, ainda não, quando não me resolvi com o Jasper e tudo o mais... Mas eu aceitei a ideia, e meio que gosto do lance de ter uma vida crescendo dentro de mim. De ter um bebezinho meu pra cuidar, dar banho, alimentar, vestir... – os olhinhos dela brilhavam. Eu ri.

– Nem me fale. Eu tenho certeza que você e o Jasper vão ficar muito bem, Lice. – eu sorri. – Vocês vão ficar juntos e ser uma família bem feliz. E vou estar sempre lá pra puxar a orelha de vocês quando vocês brigarem. – ela riu.

– Eu espero que você esteja certa, Rose. Realmente espero.

–

Ninguém perguntara o porquê de eu ter ido doar o meu sangue, se normalmente eram os familiares que faziam isso primeiro. Alice já sabia a resposta e Edward estava tão louco de preocupação que talvez nem tivesse se dado conta disso. Alice estava muito cansada, e como Jasper estava fora de perigo ela resolveu ir em casa, tomar um banho e descansar um pouco depois de eu a encorajar a isso. Depois de algum tempo, Carlisle voltou para falar conosco.

- Tudo ocorreu bem com Emmett. – sua expressão estava drasticamente mudada. Onde antes estava uma mascara de preocupação que não mudava, agora estava um sorriso. – E Jasper finalmente acordou.

Edward respirou aliviado.

- Posso ver o Jasper? – ele pediu.

- Não quero que o Jasper se esforce muito, então não peça muito dele, filho. – Carlisle falou. Depois os dois saíram.

Eu estava muito aliviada e menos preocupada, e conversei com Bella sobre como estavam as coisas em Forks. Pouco tempo depois Edward voltou para onde nós estávamos.

– Rose, o Jasper quer ver você. – ele disse enquanto se sentava, a voz um pouco amarga. Eu sorri.

– Obrigada, Ed. – eu disse e me levantei. – Onde ele está?

– Apartamento 23. É só ir pro segundo andar, e virar à esquerda. Depois siga reto.

Eu me virei e comecei a caminhar rapidamente em direção ao segundo andar. Quando cheguei ao quarto dei duas leves batidinhas e entrei. Jasper estava deitado na cama, estava bem machucado, havia cortes em seu corpo.

– Você está horrível! – eu disse me encostando a cama.

– Obrigada Rose. – ele deu um pequeno sorriso. – Você também já esteve melhor. – eu sorri. Com certeza ele estava certo.

– Estava tão preocupada com você, Jazz! – eu disse. – É tão bom ver você bem! Mas o que você tinha na cabeça quando decidiu dirigir bêbado, Jasper? – revirei os olhos. – Ate parece que é um idiota que não entende que isso é perigoso... Se bem que você deve ser mesmo idiota pra fazer isso, não é?! – fiz cara de brava. Aquele não era o momento pra bronca, mas eu não resistira.

– Claro, é bom ver você também Rose. Também estava com saudades... – ele disse brincando. Eu revirei os olhos e tentei dar um abraço nele, de um jeito que não o machucasse.

– Agora vamos a assuntos sérios. – eu disse com a expressão seria e ele me encarou.

– Que assuntos sérios? – ele perguntou. – Alias, soube que você fez o DNA com meu pai.

– É. – eu concordei. – Ainda bem que você queria uma irmãzinha. – ele sorriu.

– Eu sei, isso é tão legal. Meu pai me contou, quando eu perguntei e ele percebeu que eu já sabia. – ele sorriu. – Mas não contou a nenhum dos outros.

– É, super legal idiota. – concordei com ironia.

– Ah qual é, você entendeu. – ele disse com a voz que pediu desculpas. Revirei os olhos. – Mas então, que assuntos sérios são esses que você precisa tratar comigo numa cama de hospital e não parece poder esperar?

– Eu soube que você brigou com a Alice. – comecei. A expressão dele endureceu.

– Não quero falar sobre isso.

– Jasper, como você pode querer abandoná-la nesse momento? E ainda mais por um motivo tão ridículo e que ela já explicou pra você! – eu perguntei, bufando. – Que tipo de homem você é?

– Não é ridículo. – ele virou a cara.

– Jasper, por favor! Abandonar uma garota grávida por causa de um mal entendido é ridículo sim! – eu contradisse. Jasper me encarou com a boca aberta por alguns segundos, pasmo. Eu o olhei, confusa. – O que foi?

– Grávida? – ele repetiu.

– Alice não te contou? – eu repeti surpresa. Então me lembrei de Alice ter se esquivado da pergunta quando a fiz, mudando de assunto. Maravilha, Rosalie. Maravilha.

– Não! – Jasper exclamou.

– Bom... Acho que ela não vai gostar de eu ter te contato isso, argh. Era pra ela ter te contado. – falei mais baixo.

– Ela esta esperando um filho... Meu? – ele perguntou, parecendo não acreditar.

– Claro que é seu, Jasper! De quem mais seria? – rebati.

– Do Edward, talvez. – ele disse, franzindo o cenho.

– Jasper. Pare de ser cabeça dura. – eu disse com a voz baixa, o encarando. – A Alice te ama. Ela nunca te trairia. A Alice não é esse tipo de pessoa. E você deveria acreditar nela quando ela diz que não fez isso, se você a ama também. Preste bem atenção. Se você deixar a Alice por causa disso, a magoar, eu jamais vou perdoar você. E nem a Alice vai. E você vai perder sua irmã, antes mesmo de poder dizer que tem uma. E vai perder a melhor garota que você poderia encontrar na vida, porque eu te garanto, que uma namorada como a Lice você não vai encontrar em uma esquina qualquer.

Ele deu um longo suspiro.

– Eu sei. – ele finalmente respondeu. – Você esta certa. Ela esta ai?

– Não. Eu a mandei para casa, para descansar. Ela estava aqui desde que vocês deram entrada no hospital.

– Mas esta tudo bem com o bebê? – ele perguntou, parecendo preocupado. Eu sorri e revirei os olhos.

– Claro. – concordei. – Você parece animado com a ideia de ter um filho.

– Claro que estou! – ele respondeu. – Eu vou ensinar tantas coisas pro garoto. Vou ensinar a jogar bola, vou apresentar as melhores menininhas para ele começar a praticar desde cedo! – eu ri e revirei os olhos.

– Bom mesmo você estar empolgado, maninho. – eu disse e ele riu.

– Com quantos meses ela está? Não deve ser muitos, ela ainda esta sem barriga nenhum, se não eu teria notado... – ele perguntou.

– Dois. – eu respondi. – E acho melhor eu sair agora, porque seu pai disse que você não pode se esforçar muito e precisa descansar. E eu meio que já abusei não, é?

– É seu pai também. – ele falou.

– Meu gerador. – eu disse, virando a cara. – Meu pai é o Eleazer.

– De uma chance para ele, qual é. – ele disse enquanto revirava os olhos. – Ele não é tão ruim. Quem esta sendo cabeça dura agora?

– Vá descansar, Jazz. – eu disse me virando e saindo do quarto.

Enquanto caminhava pelo hospital vi Carlisle em um balcão, preenchendo uma ficha. Sua expressão estava estranha, parecia perplexa, assustada. Corri para chegar mais rápido perto dele, preocupada que algo tivesse acontecido com Emmett.

- Carlisle? Esta tudo bem? – perguntei, minha voz saindo estranha. Ele não me respondeu, só continuava a encarar fixamente a folha. Tentei ler e entender alguma coisa, mas não obtive sucesso. – Carlisle! – repeti mais alto, tocando seu braço e dando uma leve balançada. Ele finalmente me olhou. – O que aconteceu?!

- Eu não tinha parado para pensar... Eu estava tão preocupado o tempo todo, que não vi isso... E estava na minha frente, sendo esfregado na minha cara todo o tempo... – ele disse atordoado.

- Do que você esta falando? – eu perguntei confusa. Aquilo não parecia ter nada a ver com a saúde de Emmett.

- O tipo sanguíneo do Emmett é AB+, Rosalie. – ele me disse com a voz mal saindo. Parecia que estava quase sendo estrangulado. A pergunta devia estar escancarada no meu rosto: “E daí?” – E meu tipo sanguíneo O-. – ele sussurrou.

Eu não entendia, o que tinha de errado naquilo? Demorou um pouco para que eu percebesse, mas finalmente a compreensão me atingiu. Velhas aulas de biologia voltaram a minha mente... Genética...

- Você não é pai dele. – minha voz soou estranha. Ele me encarou, os olhos profundos nos meus.

N/A: Oi xuxus! Como voces estão?

Espero que tenham gostado desse capítulo, porque eu particularmente não gostei dele. Achei que ficou terrível, mas eu tinha que postar né, não dava pra adiar mais, tsc. ]:

Então, mereço reviews? Espero que voces pensem que sim q.

Ah, e pra quem não acomapnha minhas outras fanfics, deem uma passadinha pelo meu perfil, e deem uma olhada nelas :B Tem que fazer uma propaganda, né? Afinal, é a alma do negócio q.

Hoje não tem mais enrola, então beijos!

Lanninha.

PS: Novamente me desculpem por qualquer erro relacionado a medicina ;s