Estávamos na fila da montanha-russa eu, Emm e Jake. Alice e Jasper haviam ido para a roda gigante, para poderem ficar a sós. Emm estava emburrado po causa de Jake e ele também não estava lá muito feliz com a presença de Emm ali. Eu realmente não entendo porque eles dois não se dão bem. Compramos nossos ingressos para o brinquedo e sentamos os três juntos, eu no meio, é claro. Eu gritei. Muito. Sempre que havia uma grande descida. Emm sorria e segurava minha mão. Jake gritou uma vez, mas depois que viu Emm rindo da cara dele calou a boca. Assim que saímos do brinquedo Emm se virou para mim.

— Rose, vamos beber algo? – e se dirigiu só a mim. Pelo visto ele havia decidido ignorar Jake porque seu sorriso perfeito de covinhas estava lá.

— Claro! Vamos, Jake? – eu perguntei olhando pra ele e peguei sua mão para puxá-lo.

— Tá. – ele falou meio mau humorado e caminhou ao meu lado ainda segurando minha mão enquanto íamos em direção ao lugar onde vendiam as bebidas.

Ficamos um tempo lá bebendo e conversando, ou melhor, eu conversa com os dois, mas nenhum dirigia a palavra ao outro. Depois vi que Emm olhava fixamente para um brinquedo até que voltou-se para mim.

— Vamos no carrinho de bate-bate, Rose? – pediu e os olhos dele brilhavam. Eu ri de leve achando que ele estava brincando. Jake não aguentou e riu alto. – Por favor?

— Você ta falando sério, armário? – Jake perguntou incrédulo. Emm o ignorou.

— Hmm. – eu suspirei. – É, pode ser divertido. Por que não? – eu disse e sorri. Emm sorriu, me pegou pela mão e me puxou. Jake nos seguiu carrancudo.

— Se não quiser, não precisa ir, gafanhoto. – Emm disse quando chegamos na fila, com um sorriso presunçoso. Ele pronunciou ‘gafanhoto’ com um tom estranho. Eu dei um tapa no ombro de Emm para repreende-lo pelo apelido dado a meu primo.

— Se não quisesse ir, eu não estaria aqui. – Jake retrucou de cara fechada.

— Ei, vocês dois, dá pra parar? – eu pedi revirando olhos quando vi Emm abrir a boca para responder Jake.

— Eu não estou fazendo nada, ele que começou. – Emm disse com uma cara de inocente. Jacob fez um “huunf”. Eles pareciam crianças, não pessoas se formando no colegial. Pelo amor de Deus, Jacob já passara do colegial.

Fomos no carrinho de bate-bate, e até que foi bem divertido, não posso negar, eu me senti uma criança de novo. Depois disso nos encontramos com Alice e Jasper.

— Hm, vocês ainda vão demorar muito aí? – perguntou Jazz.

— Você já quer ir embora? – perguntou Emm e pareceu bem aliviado. Estava assim tão ruim?

— Na verdade queremos sim. – respondeu Alice com um sorriso malicioso.

— Ah, por mim tudo bem, podemos ir. – eu disse.

— Por mim também. – Jake concordou rapidamente.

— Vamos nessa. – disse Emm.

Nos dirigimos à saída e entramos no carro. Emm e Jazz nos deixaram em meu apartamento e depois foram embora. Assim que cheguei ao apartamento tomei um banho, ia na cozinha para comer algo e quando passava pela sala Alice me parou.

— Rose, por que o Jake não dorme no seu quarto hoje? Não acho justo que ele fique dormindo na sala. – disse ela.

— Allie, eu já falei que não precisa. – Jake foi reclamar mas Alice o silenciou com um “shiu”.

— E por que ele não dorme no seu? – eu perguntei. Na verdade não me importava de Jake dormir no meu quarto, mas Alice estava meio estranha quando disse pra ele ir pro meu.

— Porque eu sou uma garota comprometida agora. – ela falou com satisfação.

— Como é que é? – eu perguntei me sentando ao lado dela no sofá. – Alice Brandon, finalmente comprometida?

— Sim, eu e o Jazz estamos namorando! – ela disse e começou a dar aqueles gritinhos de alegria.

— Parabéns, amiga! Você finalmente conseguiu amarrar o Cullen! – eu a cumprimentei.

— Eu sei, já tava na hora né! – ela disse e riu.

— E desde quando Alice Brandon não consegue o que quer? – perguntou Jake rindo. Eu ri também.

— Mas o Jazz é diferente, eu gosto dele de verdade. Eu quero ficar com ele. – disse Ali com um sorriso bobo no rosto.

— Ow, ela ta apaixonadinha! – eu disse apertando as bochechas rosadas da baixinha.

— Nossa, então este é um momento único! – disse Jake.

Rimos e conversamos mais um pouco. Acabei por nem ir comer nada. Jake iria dormir no meu quarto, então ia levar minhas coisas para o quarto de Alice, para não acordá-lo de manhã.

— Rose, sério, não precisa dormir no quarto da Alice só por minha causa. – disse Jake enquanto eu pegava as coisas.

— Não tem problema nenhum, Jake. – eu disse com um sorriso e revirando os olhos.

— Por que não dorme no seu quarto também? – sugeriu ele. – Bom, sua cama é gigante, eu não vou usar ela toda.

— Jake... Eu, você, quarto escuro e cama grande não tem um bom antecedente. Memórias complicadas. – eu disse me lembrando do que havia acontecido da última vez que isso tinha acontecido.

— Não confia em mim? – perguntou ele sorrindo maliciosamente.

— Claro que confio. Mas não confio na luz apagada e na cama grande. – eu disse e ele alargou o sorriso.

— Bom, eu não acho que a luz, apagada ou acesa, teria nos impedido naquela noite. – disse ele.

— Por que você não chamou a Alice naquela noite? – perguntei.

— Porque a Alice não desperta o mesmo lado que você desperta em mim. – ele falou e piscou pra mim.

— Jacob, você é um pevertido! – eu disse rindo e jogando um travesseiro nele.

— E você também não me parecia muito santa! – ele falou rindo também.

— Eu nunca disse que era. – sorri com malícia.

— Eu senti sua falta, Miss. – disse ele com um sorriso sincero. Eu sorri.

— Eu também Jake. Muita. – eu disse e ele veio me abraçar.

— E então, vai dormir comigo? – perguntou ele. – No bom sentido, claro. – ele completou quando viu minha expressão. – Não bom, na verdade. No sentido inocente. – ele ponderou. Eu revirei os olhos.

— Tudo bem, Jake. Mas não quero gracinhas. – eu concordei.

— Sem gracinhas. – prometeu ele.

Fui avisar Ali que ia dormir no meu próprio quarto. Ela fez um “hmm, to sabendo” e riu. Eu revirei os olhos. Me arrumei para dormir, coloquei meu short e uma blusa de alcinhas, e quando cheguei no quarto Jake estava se deitando.

— Boa noite, Jake. – eu disse, me deitando também.

— Boa noite, Rose. – ele disse me dando um beijo leve.

— Jake, o que eu lhe disse sobre gracinhas?

— Desde quando dar um beijo de “boa noite” é considerado gracinha? – ele perguntou se fazendo de inocente. Não respondi. – Ah, e desde quando você se importa? – completou ele depois de um tempo. E eu não me importava mesmo. Mas não daria esse gostinho de vitorioso pra ele.

— Boa noite, Jake. – repeti, para reforçar a ideia de dormir. Eu estava totalmente exausta. Eu apaguei a luz do abajur.

— Quer outro beijo? – perguntou ele e pela voz parecia estar sorrindo. – Por isso está dando boa noite de novo?

— Vá dormir, Jacob! – eu disse rindo. Ele também riu.

— Tudo bem. Boa noite, Rose. – ele disse e dessa vez não fez nada.

Jake e eu haviamos tido um envolvimento, se é que poderia se chamar assim, antes de eu me mudar de Los Angeles. Eu era apaixonada por ele, ele fora meu primeiro amor. E depois eu me mudei pra cá e tudo acabou. Ninguém nunca soube disso, nem mesmo Alice. Eu acho que no fundo, talvez, bem lá no fundo, eu ainda sentisse algo por ele. Enterrado, bem no fundo, talvez esse sentimento ainda vivesse.

— Rose? – perguntou Jake – Ainda tá acordada?

— Sim, Jake?

— Foi realmente.. ruim, pra você?

— O que foi ruim, Jake? – eu perguntei.

— Nossa história, por assim dizer. – explicou ele. E eu me lembrei que tinha dito “memórias complicadas”. Sorri.

— Não Jake, não foi nada ruim. – eu disse e peguei sua mão para brincar com seus dedos.

— Obrigado. – disse ele e suspirou.

— Agora é sério Jake, preciso dormir.

— Tudo bem. Boa noite. – disse ele.

— Boa noite. – eu disse e dei um selinho nele.

— Ei, quem é que ta provocando e fazendo gracinhas aqui agora? – perguntou ele desafiador.

— Desde quando dar um beijo de “boa noite” é considerado gracinha? – eu disse igual ele havia falado antes. – Ah, e desde quando você se importa? – eu completei ainda reconstruindo as palavras dele.

— Muito esperta. – me elogiou ele e riu.

— Eu sei. – disse eu rindo. – Durma bem.

         Amanhã teria aula e eu precisava estar disposta nelas. Ou pelo menos acordada, então eu fiz o possível para dormir logo.

                                               -

         Acordei naquela manhã meio sonolenta, sentindo os raios de sol bem fracos entrarem pela janela e ouvindo meu despertador tocar. Desliguei antes que Jake acordasse. Ele estava dormindo com um sorriso sereno no rosto. Eu sorri. Como ele estava dormindo, me troquei no quarto mesmo. Vesti uma saia, uma blusinha de alças e coloquei sapatilhas. Coloquei um casaquinho fino de listras por cima e saí em direção à cozinha. Causando zero surpresas, Alice já estava preparando o café.

         - Bom dia, Rose! – disse ela animada.

         - Bom dia, Alice! – disse com o mesmo entusiasmo dela.

         - Nossa, desde quando você se arruma tão bem pra ir pra colégio? Eu achei que só eu daqui que fazia isso. – disse ela. Eu franzi o cenho. Eu não estava arrumada tão bem. Eu estava normal. – Algo especial, que eu não saiba? Ou alguém especial? – perguntou ela e sorriu. Resolvi ignorar, atribuindo aquilo ainda aos efeitos de Jasper.

         - Na verdade, só acordei de bom humor hoje.

         Tomamos nosso café da manhã e enquanto isso Alice me contava com detalhes como havia sido ela e Jasper ontem no parque. Eu havia sonhado com Jake essa noite. Com a primeira noite que tinha passado com ele.

         Os pais dele não iam estar em casa e ele insistira para eu dormir na casa dele. Eu hesitara, sabendo que nada que prestasse sairia daquilo. Entao ele jogou a clássica “não confia em mim?” e eu fiquei me sentindo culpada e ele me provocou até eu concordar.

         No meio daquele noite ele tomara a atitude e começara a me beijar, e como eu já gostava dele eu correspondi. Ele levou as coisas mais adiante e eu sabia onde aquilo ia parar, mas eu não quis pará-lo. Não naquela noite.

         - Rosalie Hale! – gritou Alice.

         - O quê? – eu perguntei voltando de meus desvaneios e a encarando.

         - Onde é que você estava? Estou te chamando há um tempão. – reclamou ela.

         - Desculpe Allie. – eu disse e olhei o relógio. – Acho melhor me arrumar, se não chegamos atrasadas. – falei bebendo o resto do meu suco.

— É, vamos sim. – Alice disse ainda meio chateada.

Fui ao banheiro, voltei ao meu quarto, dei um jeito no meu cabelo e coloquei um colar com um pingente de coração que Jake havia me dado. Olhei Jake e ele dormia profundamente. Sorri com a visão. Saí ao encontro de Alice depois que peguei minha bolsa e alguns materiais, ela já me esperava.

— Podemos ir no meu Porshe? – pediu ela sorrindo.

— Claro, Allie. – respondi.

Fui até o colégio ouvindo Alice contar sobre ontem a noite, de novo, só que dessa vez eu fiz todo o possível pra prestar atenção ao que ela dizia. Chegando no colégio Alice me deixou no corredor e foi ao encontro de Jasper. Ela estava realmente feliz com ele e eu queria que aquilo durasse. Parei no meu armário para guardar os livros que não usaria nas primeiras aulas e assim que fechei o armário, fui prensada contra o armário por Emmett. Surpresa, não entendi bem o que ele queria fazer de início, mas então ele se aproximou de mim e me beijou.

E meu Deus, que beijo! Uma de suas mãos estava na minha cintura e a outra segurava meu rosto e ele me beijava de uma forma urgente. O corpo forte dele estava pressionado contra o meu e minha mente estava uma confusão. Eu ainda estava ridiculamente surpresa quando ele se separou de mim.

— Emm, o que foi isso? – eu murmurei enquanto tomava ar.

— Me desculpe Rose, mas eu precisava fazer isso, eu não aguentava mais. – disse ele.

— Não aguentava mais o quê? – eu perguntei.

— Te ver todos os dias e não fazer o que eu realmente quero. Ficar inventando pretextos para te levar a algum lugar e sempre ser interrompido na hora errada. Te ver e não poder te pegar nos braços e te beijar, sem o medo de que você poderá me rejeitar ou ficar com raiva... – ele disse e me olhou bem no fundo dos olhos. – Com medo de dizer que eu gosto de você e não ser recíproco. – ele continuou e eu o olhava admirada. Nunca havia visto Emm falar aquele tipo de coisa. E ali estava o cara que eu queria que me notasse, basicamente falando tudo que sempre quis ouvir dele.

— Eu... Jamais faria isso. Jamais te rejeitaria ou ficaria com raiva de você. Como eu poderia fazer isso? – eu disse sorrindo, uma sensação agradável percorrendo meu corpo.

— Obrigado. – ele disse, sua voz soando sincera. – Isso era tudo que eu precisava ouvir. – ele disse antes de juntar seus lábios aos meus mais uma vez, só que agora num beijo mais calmo e repleto de satisfação.