Me Rendo a Coroa escrita por Pérola


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

“Like our last kiss it was perfect but we were nervous on the surface and I'm always saying everyday that it was worth it pain is only relevant if it still hurts (Como nosso ultimo beijo, foi perfeito, mas nós estávamos nervosos por fora e eu sempre dizendo todo dia que valeria a pena, a dor só é relevante se ainda dói) UNI, Ed Sheeran.”



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– Princesa Sanye? – ouvi batidas na porta, como já estava pronta endireitei mais o vestido e abri a porta.

– Oh, Rupert. Ainda bem, entre.

Ele estava vestido tão bem que não parecia meu mordomo. Um terno simples, mas ele ainda tinha a mesma postura de educado.

– A senhorita queria falar comigo?

– Sim, Rupert... O que você acha do príncipe Ethan?

A pergunta pareceu pegá-lo de surpresa.

– Bom, devo dizer que ele é um bom príncipe, sabe governar bem um país, e é bem educado por sinal, a senhorita deveria aprender muito com ele, desculpe falar.

Eu sorri.

– Certo, mas... Só?

– A senhorita está me perguntando sobre ele, ou sobre vossa alteza e ele?

Eu fiquei vermelha, Rupert me conhecia bem. Não me admira ele ter falado isso.

– Certo, entendi. Bom, os dois formam um belo casal, creio que tanto eu como toda Jordine apoiaria o casamento de ambos.

– Rupert... E se eu não quiser me casar?

– Mas, vossa alteza – ele riu – A senhorita ganharia uma grande encrenca com seus pais e certamente o seu país. Eis ai a grande chance de sermos livres dos rebeldes.

Abaixei a cabeça e o Rupert a ergueu.

– A senhorita precisa urgentemente rever as aulas de etiqueta.

Dessa eu vez eu que ri, acompanhei-o até a porta.

Como meu vestido era longo tive que levantá-lo ou cairia da escada, Rupert me ajudou a descer. E ria algumas vezes quando eu pisava no próprio vestido.

– Eu deveria ter escolhido uma mais leve.

– Concordo com a senhorita.

Chão. Plano.

Agora conseguia andar normalmente.

[...]

O salão era grande, a mesa de jantar ficava no meio onde eu imaginei que íamos almoçar. O Rei Adalard estava na ponta da mesa, cochichava algumas coisas com a Rainha Anabela. Que sorria, o príncipe Ethan estava sentado a direita do rei e tinha um semblante preocupado. Bem diferente do Rei.

Aproximei-me mais da família.

– Altezas. – me reverenciei. E percebi que o Ethan sorriu.

– Ah, Princesa Sanye. Quanta honra. – tanto como o rei como a levantaram-se.

O Rei beijou minha mão e a Rainha me ofereceu um abraço.

– A honra é toda minha majestade. – sorri.

– Vejo que trouxe amigos. – olhei para o lado e a Rachel estava ali, ela andava muito esquisita.

– Sim Rainha Anabela, está é minha criada a Rachel. E meu mordomo, Rupert. São muito fieis a mim, sempre saem comigo quando viajo.

Eles se curvaram.

– A senhorita Sanye confia demais neles não? Creio que nada em excesso seja bom. – o rei nos fitou – Ah, sentem-se.

Fui guiada por uma das empregadas, a me sentar ao lado do Príncipe Ethan, o que me deixou desconfortável, mas mantive a pose.

– Olá Príncipe.

– Ah, olá Princesa... – ele sorriu – San – sussurrou alto o bastante para que eu ouvisse.

Fomos servidos exatamente quando nos sentamos. A mesa estava cheia, comidas de todos os tipos.

Não falamos muito durante o almoço, daí chegou a hora da sobremesa, tive a sensação de que procuraram saber muito sobre mim, minhas preferidas estavam lá, creio que vou destacar a torta de limão.

– Então, a senhorita Sanye parte hoje à tarde? – o rei perguntou.

– Sim senhor, daqui à uma hora. Também tenho um país para governar. – ele sorriu.

– O que tem a me dizer sobre meu filho Ethan?

Ethan corou e eu não pude deixar de rir daquele episódio. A rainha me olhou de um jeito reconfortante, o que me incomodava era o olhar do rei.

– Bem, seu filho é um rapaz educado. Educado o bastante para me fazer pedir desculpas. – olhei para ele – Ele foi gentil comigo desde quando pisei nesse chão, o que me incomodou bastante foi como nos encontramos no Studio.

O Rei riu alto.

– Belas palavras. A senhorita acha que ele poderia ser um bom rei? – a rainha que tomou a vez.

– Ah com certeza. Mas ele tem que aprender a esperar o momento certo. – ele me olhou como se fosse me matar, pensei no nosso “quase beijo” na escada.

– Ah, posso dar algumas palavras? – Ethan falou.

– Diga filho.

– A princesa Sanye tem apenas um defeito, que poderia acabar com toda a Scárvia e Jordine em um piscar de olhos.

– E o que seria? – o rei riu e eu já sabia a resposta.

– Nunca, nunca mesmo, ela pode dar de cara com um rebelde, sua sinceridade acabaria conosco.

– Príncipe Ethan.

– Princesa Sanye.

– Vejo que se deram muito bem não? – a rainha disse.

– Sim mamãe, ela é uma boa pessoa. – Ethan piscou pra mim e eu desviei o olhar, foi um erro, mas se eu continuasse olhando para ele ia cair em gargalhadas.

[...]

Estava no meu quarto, com a Rachel e o Rupert, eles estavam me ajudando a arrumar as malas.

– Foi um ótimo almoço senhorita. – a Rachel sorria, era estranho como ela rapidamente mudava de humor.

– Sim, agradável. – respondi colocando a última peça de roupa na mala.

Sim, eu já havia me trocado, uma saia. Quis fugir um pouco dos vestidos, mas eu era proibida de usar calças, e a saia me caia bem. Ela tinha pregas e era amarela, usava uma blusa mais solta e azul claro. O meu colar dourado assim como os brincos.

– Senhorita, vamos nos retirar para arrumarmos as nossas malas. – Rupert disse, eles se curvaram e saíram do quarto.

Eu abri a gaveta do criado-mudo e peguei minha caixinha de jóias. Quando a abri encontrei o broche que o Ethan havia me dado, quis prendê-lo na blusa, e assim o fiz.

– Que bom que gostou do presente. – me virei e vi o Ethan, me encarando.

– Sim, combinou muito bem comigo.

– Gostei do almoço. – ele se sentou no chão, e eu tinha que olhar pra baixo já que estava sentada na cama.

– Também.

Ficamos um pouco calados. Até ele falar.

– Obrigado pelos dois dias na sua companhia, foram extremamente agradáveis. – ele passou a mão na bochecha que eu havia batido.

– Que pena, não posso dizer o mesmo sabia. – dei de ombros brincando com ele.

– Vamos nos encontrar novamente.

– Ah, acho que... – percebi que aquilo não tinha sido uma pergunta – Vamos?

– Sim, eu tenho que conhecer seus pais.

– Ah! – suspirei.

– Você não concorda com a ideia não é?

– Tenho meus motivos Ethan.

– Eu sei San, mas... Por incrível que parece eu nutri sentimentos bons por você.

“Ah Ethan, eu também por você, mas eu estou em muita duvida, ah Ethan, me beija pra que eu possa me decidir, eu te imploro.”

– Lhe admiro por isso, não são muitos que gostam da minha sinceridade.

Ele sorriu.

– Você se faz de boba, ou é de sua própria personalidade?

– Ethan.

– Sanye.

– Não sou boba.

– Não parece.

– Ethan.

– O que?

– Pare. Por favor.

– Parar?

– É você às vezes parece me copiar.

– Copio?

– ETHAN.

– Certo. Desculpe-me princesa, isso não acontecerá novamente, prometo.

– Você não vai cumprir isso.

– Quer apostar?

Ótimo, adoro apostas.

– Sim.

– Certo, se eu conseguir durante nosso próximo encontro não lhe copiar eu ganho um beijo seu, caso o contrário eu ganho uma de suas tapas. – ele sorriu maliciando.

– Boas propostas, aceito.

“Me copia, Me copia, Me copia.”

Ficamos um tempo discutindo sobre esse assunto, até eu me esquecer completamente da hora e a Rachel veio me chamar.

– Senhorita eu... – ela parou ao ver o príncipe e se curvou – Alteza.

– Olá Rachel. – ele beijou a mão dela que ficou envergonhada.

– Está na hora? – perguntei.

– Sim senhorita, por favor.

– Certo, já vou descendo, vá à frente.

Ela fez outra reverência e saiu.

– Bom Ethan. Até outro dia.

Abraçamos-nos.

– Quer ajuda com as malas? Princesa.

– Pra falar a verdade, sim. Príncipe.

Rimos e ele desceu comigo. Quando chegamos ao carro lá estavam o Rei e a Rainha. Fiz minhas despedidas e a rainha cochichou no meu ouvido: “Me chame apenas de... Anabela.” Eu assenti pra ela com um sorriso.

Ethan pediu para me acompanhar ao aeroporto, mas em compensação três guardas deveriam vir conosco.

[...]

No aeroporto tiveram que dar uns remédios para a Rachel dormir durante o vôo. Ainda não havia surtido nenhum feito.

– Adeus San.

– Não é um adeus Ethan, só um até logo.

Ele me puxou para perto sem que ninguém visse e me deu um beijo na bochecha. Paramos, quando ouvimos gritos.

– Ethan, o que está acontecendo? – perguntei nervosa.

– Não sei... Eu...

Mais gritos, dessa vez, também mais agudos.

– Ethan...

– Princesa, peço que a senhorita se dirija logo para o avião com seus amigos. – Ethan disse.

– Mas, Ethan e você? – segurei ele no braço.

– REBELDES SULISTAS!

Um guarda gritou, e o Ethan me abraçou. Dessa vez forte. Os rebeldes sulistas eram piores que os nortistas, os sulistas eram assassinos, se eles visitaram Scárvia que tem um trato com eles imaginem o que fariam com Jordine... E pelos gritos que ouvimos haviam deixado sua marca de sangue.

– Fique comigo. – pedi a Ethan

– Não vou te soltar.

Varias pessoas começaram a correr e a multidão arrastou Rachel e Rupert, gritei por eles e comecei a chorar.

– Ethan, a Rachel... O Rupert... – solucei, ainda estávamos no mesmo lugar.

– Calma San, aqui tem um abrigo, os rebeldes não sabem onde fica. Fique, calma... – algo na voz dele me acalmou.

– Mas... E nós? Ethan eles vão nos matar. – gritei ao ouvir tiros.

Ethan pigarreou e soltou alguns palavrões, eu estava chorando de medo. Medo de perder a Rachel, medo de perder o Rupert, medo de perder a vida... Simplesmente medo.

O príncipe me puxou para ficar atrás de alguns balcões, havia pessoas, escondidas ali embaixo também, eles abriram espaço para nós, alguns nos reconheceram, mas não falaram nada, ninguém falava nada... Mais tiros e um grito.

O silêncio ecoou.

Ethan me deixou confortada em seus braços, eu havia parado de chorar. Mas ainda respirava fundo.

– Ethan... – sussurrei e ele me abraçou mais.

Silêncio.

Um pulo.

Gritos. Um rebelde havia nos encontrado, ele tinha um sorriso maldoso, daqueles vilões de filme, mas os seus olhos... Eles abrigavam o medo, a insegurança, o desespero. Ele segurava uma arma e tinha uma faca no cinto.

– Ah mocinhas... Pequenas mocinhas medrosas. – ele atirou pra cima e todos gritaram.

– Por que gritar? Não vou matar vocês.

Ele passou por cada um de nós. Quando chegou perto de mim e do Ethan se abaixou.

– Ora, ora. Se não é o casal real.

Ele pegou minha mão para beijá-la, mas eu a puxei dele.

– Que isso, alteza, a senhorita não deveria fazer isso.

Ele me puxou, ficamos de pé. Ele me segurava no pescoço e tinha mantinha a faca nele.

– Por favor, solte-a. – Ethan falou.

– Ah, Príncipe Ethan.

– O que aconteceu com nosso acordo?

– Nada, mas em momento algum aceitamos a família real de Jordine aqui. – ele cuspiu no chão.

– Mas. Isso influência em algo? – eu perguntei e ele apertou mais meu pescoço, senti uma forte dor e comecei a chorar.

– Calada alteza.

Ele me jogou para junto do Ethan com violência, e eu percebi por que. Alguém havia tentado atacá-lo por trás. Um homem estava caído no chão de olhos abertos e a boca estava sangrando. A faca que a pouco estava no meu pescoço agora estava cravada no peito de um pobre trabalhador. Uma mulher que estava com uma criança de colo chorava.

– Ah moça, era seu esposo? Que pena. Meus pêsames.

– Você é cruel. Seu monstro. – eu falei e chorava no colo do Ethan.

– Obrigado alteza. – ele se curvou.

– Por favor, Sanye, não o desafie. Fique em silêncio.

– É bom ouvir o Príncipe, ele sabe o que faz. – os dois se olharam por um instante, até que ouvimos tiros do lado de fora.

O rebelde correu até lá. Uma mulher ousou se levantar e logo se abaixou, ela sussurrou para o homem do lado e todos foram passando a mensagem.

A guarda real estava ali, eles expulsaram os rebeldes. Por enquanto.

As pessoas estavam agitadas e se levantaram. Eu e o Ethan fizemos o mesmo.

– San, meu Deus. Eu achei que você fosse morrer. – Ethan me abraçou e fez o que eu já esperava, me beijou.

Foi tão rápido, mas ao mesmo tempo lento. Ele estava fazendo aquilo pra mim, não para o público. Foi doce e delicado. Eu me esqueci completamente dos rebeldes.

– Ethan...

– Sanye. Princesa Sanye. Eu...

Um guarda veio falar conosco e conferir se estava tudo bem.

– Você vai ficar mais um dia até estar tudo bem. – Ethan me confortou.

– Príncipe.

– Sim?

– Onde está a Rachel e o Rupert?


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado. Postei hoje como meu presente a vocês, simplesmente porque hoje é meu niver O/ kkkk Enfim, obrigado por lerem >