Duas Metades escrita por Mel


Capítulo 14
Capítulo 14 - A fuga


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo vai ser contado pelo ponto de vista na nossa pequena, Kate/Nessie.



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Capítulo 14 - A fuga

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POV. Kate/Nessie.

Querido Diário não tem como continuar no abrigo, depois de muito pensa eu vou embora, achei um lugar perfeito, tem uma cerca do outro lado do abrigo e tem um buraco, já fiz o teste e ele me cabe perfeitamente. Depois da cerca tem uma rua deserta o que é mais perfeito ainda, só tenho que preparar uma mochila com todas as coisas que vou precisar.

– Katharine, o que está fazendo, posso saber?– Ferrou é a bruxa má. Joguei meu diário para debaixo da cama, porque se ela me pega já era diário.

– Nada senhorita Tânia – Respondi educada, para que não me castigasse, mais uma vez.

– Então trate de arrumar o que fazer, os banheiros precisam ser limpos, você pode começar por lá caso não queira passar mais uma noite no quartinho escuro.

– Não, senhorita estou indo – Respondi saindo correndo.

Fui até a sala onde guardam os materiais de limpeza, peguei um rodo, uma vasoura, panos, produtos de limpeza de todos os tipos e fui para os banheiros. Coloquei todos os objetos no chão, e voltei para pegar o meu diário, antes que a bruxa encontrasse. Como ela já não estava mais lá, entrei e guardei meu diário debaixo do meu cochão.

– Já não lhe falei para arrumar algo para fazer, mas parece que você gosta de desafios? – Disse me pegando pelo braço – Não, senhorita Tânia, eu já estou indo, por favor, me solta – Chorava, mas nada fazia com que ela me soltasse, pelo caminho que fazíamos eu sabia para onde estava indo, o quartinho escuro.

– Não, eu não que...quero ir para o quarti...nho escuro, eu faço qualquer coisa, senhorita Tânia. – respondi chorando. E ela me deu um forte tapa na cabeça.

– Pensasse isso antes. – Respondeu – vai ficar lá até aprender a obedecer. – gritava

– Eu Es..tava in...indo eu ju...juro – Tentei me defender

– Isso é o que você diz, entra ai – Falou me jogando lá dentro – Por favor, senhorita Tâ...tânia, não me deixe aqui, eu tenho muito me..medo do escuro – Gritei, mas ela apenas trancou a porta e foi embora enquanto eu chorava descontroladamente,

Eu tentava olhar para os lados para ver se tinha alguma coisa, mas tudo que podia perceber eram os barulhos dos ratos. Com medo eu chorava, mas sabia que ninguém viria me tirar daqui. Tenho que fugir, tenho que sair, prefiro morar nas ruas, é melhor do que isso.

A noite estava chegando e com ela meu medo piorava, porque agora não veria nem a frestinha de luz que passava pela porta. Como estava trancada, tenho certeza que essa noite eu também não comeria.

Quando não aguentava mais ficar acorda apenas ajoelhei e fiz uma oração, a única que aprendi. “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou à piedade divina,sempre me rege, me guarda, me governa e ilumina. Amem.” Ao terminar a oração me deitei no chão frio e úmido e acabei dormindo.

– Vamos sua lerda, vai sair ou quer passar mais uma noite trancafiada – acordei com os gritos de Tânia, ao abrir a porta, eu imediatamente tampei meus olhinhos e sai. Como se não bastasse ela segurou meu cabelo puxando para que eu a olhasse nos olhos. Doía tanto.

– Você tem cinco segundos para desaparecer da minha frente, comece arrumando os dormitórios, se em uma hora em chegar, e não estiver tudo pronto, fica sem café da manhã.

– Sim, senhorita – Quando me soltou sai correndo, sem olhar para traz.

Enquanto eu arrumo os dormitórios, pensava em como pegar um pouco de comida para que eu pudesse levar na minha fuga.

“Por que a maioria das vezes quem recebia o castigo era eu”. – Pensei, sentindo as lagrima cair dos meus olhos.

– Não acabou ainda? Você é muito lerda mesmo – Disse brava, em minha opinião não tinha passado uma hora ainda.

– Forrei as camas, varri todo chão, tirei pó, só falta passa o pano – Tentei argumentar

– Hoje você não toma café – Olhei assustada para ela, pois desde ontem não como nada.

– Mas...

– Mas... Você disse mas?! – Perguntou arregalando os olhos de monstro.

– Não senhorita – Respondi com medo de que ela me desse outro castigo.

– Termine o dormitório e vá ajudar a Bree na cozinha – Disse

– Sim Senhorita Tânia – Respondi feliz, afinal agora eu já tenho como pegar comida.

Terminei os dormitórios e estava indo para a cozinha, como a VACATania havia mandado, mas pelo corredores encontrei algumas coleguinhas que sempre caçoavam de mim.

– Olha Bernadete, a empregada mirim do abrigo – Falou Pedrelina rindo.

– Essa daí só serve para limpar privada – Completou Bernadete.

– Apostou que os pais dela, não a quiseram porque ela é uma inútil – Disse Bernadete.

– Me deixem em paz, suas idiotas, vocês também não têm pais – Gritei.

– Olha! A orfãzinha ficou bravinha- Emendou Predelina – Não tem o que fazer não, quer que eu chame a diretora. – Fiquei assustada com a possibilidade, peguei minhas coisas e sai correndo ao fundo percebi que elas riam.

Cheguei ao refeitório cumprimentando a única pessoa boa neste lugar, Bree Tanner, ela tem apenas vinte e seis anos e é a cozinheira desde que eu era pequenina, ela conta que cuidou de mim.

– Olá Bree – Disse

– Olá, bonequinha a bruxa feia te mandou para o refeitório – Falou rindo, e eu a acompanhei.

– Sim e mandou para o quartinho escuro de novo ontem a noite – Contei.

– Sério, que horas que eu não vi – Perguntou.

– Ontem à tarde, mas já passou, eu estou bem – Tentei tranquilizá-la, porque eu sabia que Bree gostava de mim e não séria legal que ela ficasse triste.

– Você é uma criança muito forte sabia – Bree seria a única pessoa que eu sentiria falta – Deve estar com fome, já tomou café, bonequinha?

– A bruxa proibiu – Falei me lembrando do castigo

– Ela não vai saber – Disse, me entregando dois pães e um copo de suco.

– Obrigada Bree – Agradeci comendo como se a comida fosse fugir a qualquer hora.

Ajudei Bree a preparar o almoço para as outras crianças. Com ela por perto tudo parecia mais divertido, enquanto eu lavava as vasilhas, íamos cantando canções divertidas. Entre elas a canção do Rei leão, Ela fazia a fazia a voz do Pumba e eu a do Timão e juntas cantavamos a parte do Simba.

http://www.youtube.com/watch?v=5yPjv3GP5kI

O rei Leão - Hakuna Matata

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–Timão: Hakuna Matata, é lindo dizer
–Pumba: Hakuna Matata!!, sim vai entender!!
–Timão: Os seus problemas,você deve esquecer
–Timão/Pumba: Isso é viver, é aprender
–Timão: Hakuna Matata!!
–Simba: Hakuna matata?

–Pumba: É! É o nosso lema!
–Simba: Lema? O que é isso?
–Timão: Nada, não confunda com lesma (risos)
–Pumba: Sabe garoto? Essas duas palavras resolvem todos os seus problemas!
–Timão: Tem razão, veja o Pumba por Exemplo.
ouça, quando ele era um filhote...
–Pumba: Quando eu era um filhooooteee!...
–Timão: É foi bom isso hein?
–Pumba: Obrigado.
–Timão: Sentiu que seu cheiro era de um porcalhão, que esvaziava a savana depois da refeição!
–Pumba: Era só eu chegar,e era um tormento!
Quando eu via, todo mundo sentar contra o vento!!

AAAAAIIII QUE VEXAME!
–Timão: Era um vexame!
–Pumba: Quis mudar meu nome!
–Timão: Ah o que é que tem o nome?
–Pumba: Me sentia tão triste!
–Timão: Se sentia triste!
–Pumba: cada vez que eu...
–Timão: Ei Pumba, na frente das crianças não!
–Pumba: Ah desculpe!

–Timão/Pumba: Hakuna matata, é lindo dizer, Hakuna matata, sim vai entender!
–Simba: Os seus problemas, você deve esquecer!
–Timão: É isso ai garoto!
–Todos: isso é viver, é aprender, Hakuna MATATA!
..

Rimos juntas durante um tempo da nossa cantoria

– Se a bruxa Pega... - Disse Bree

– Verdade... Ela mata a gente e serve a gente a refeição. - Respondi

– Melhor terminarmos o almoço. - Falou

– Kate, vou pegar alguns temperos na horta e já volta – Agradeci mentalmente a Deus, essa seria minha oportunidade de pegar alguns alimentos.

Subi em um banquinho pequei dois pacotes de biscoito, uma caixa de bombons, um pacote de pão de forma, fui à geladeira pegando uma garrafinha d’água, um Danone, em cima da mesa tinham algumas frutas peguei uma de cada. Coloquei tudo em uma sacola e corri para o dormitório sempre olhando para que ninguém me visse. Coloquei tudo dentro de uma grande mochila, Enfiei a mochila debaixo da cama e voltei para o refeitório correndo.

– Está ofegante Kate, o que estava fazendo? – Perguntou Bree, eu tinha que pensar rápido. “Vamos Kate, pense.” Dizia a mim mesma.

– Eu vi uma barata ali – comecei a gritar

– Uma barata Kate, faça- me o favor já viu tanta coisa pior – falou desconfiada.

– Mas eu tenho muito medo – Finalizei e ela fez cara de quem fingia acreditar.

–Por aqui está tudo pronto, se quiser pode ir se preparar para o almoço – Disse me liberando da cozinha.

Corri ao dormitório para terminar de arrumar minhas coisas, mas dessa vez fui esperta tranquei a porta com uma cadeira. Seria castigada se vissem, mas pelo menos daria tempo de guardar tudo.

Coloquei uma coberta quentinha e algumas peças de roupa, apertei bem para que coubesse. Com muito esforço consegui fecha-la. Coloquei tudo de volta no lugar e sai para o almoço, agora só falta conseguir a chave para sair da parte de dentro do abrigo e eu já sabia onde conseguir.

[..]

Todos estavam dormindo, como me deitei de roupa sem que ninguém percebesse foi fácil, peguei minha mochila e minhas botas e sai na pontinha dos pés, quando consegui sair do dormitório coloquei as botas, andando devagarzinho pelo escuro para que ninguém percebesse. Consegui chegar ao refeitório. Bree costuma deixar a chave reserva da porta do refeitório em uma das latas de biscoito. Tirei a mochila das costas, coloquei um banquinho e subi, abrindo as latas, até encontrar a chave. Escutei um barulho, vindo em minha direção. Meu Deus e agora tinha alguém vindo para cá. Desci do banquinho peguei minha mochila e me escondi debaixo da mesa.

Pelas patas de vaca, percebi que era a diretora, se ela me pegasse aqui eu estava frita, me encolhi, prendendo a respiração para que ela não me visse.

– Tenho que arrancar mais dinheiro dos Cullen. – A bruxa falava sozinha – Katharine você não imagina o quanto é uma mina de ouro. – Ela falou meu nome. Cullen? Quem será?

Depois de beber água, a diretora ia saindo mais percebeu um banquinho fora do lugar.

– O que este banquinho está fazendo aqui – A meu Deus é agora que ela me pega, fechei os olhos esperando pelo que vinha – Amanha vou ter uma conversinha com a cozinheira. - falou colocando o banquinho no lugar, quase pegando em mim e saiu.

“Essa foi por pouco” – Pensei, esperei um pouco e saí, com a chave em mãos abri a porta e a fechei novamente, para não notarem até eu estar bem longe. Dei a volta por todo o abrigo até chegar à cerca, passei minha mochila primeiro tendo um pouco de dificuldade para empurra-la, ela estava muito cheia, depois passei pelo mesmo buraco, tendo cuidado para não ficar presa no arame. Colocando a mochila nas costas, dei apenas uma olhada para trás, correndo o mais longe possível dequele lugar.

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Notas finais do capítulo

Amores,
O que acharam?
Concordam o Decisão da Kate/Nessie em fugir?
Agora vai ficar mais difícil para a Belinha encontrá-la. ):

Beijos e Até o Proximo