A Sexta Guardiã escrita por Rocker


Capítulo 4
Capítulo 3 - A Fábrica Maluca


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, eu realmente não tive muito tempo pra escrever, mas agr acho que vai relaxar um pouquinho... Capítulo dedicado a leila lourenço sz! Obg pela primeira recomendação!! *-----*



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Capítulo 3 - A Fábrica Maluca

Tenho certeza que muitos esperam que eu diga que voar nas costas de Jack Frost é uma experiência única. E não vou negar; foi uma experiência unicamente desagradável. Porque... Sabe... É bem frio há quilômetros de distância do chão e a ânsia de vômito foi bem grande.

– Não farei isso nunca mais! - exclamei, assim que ele pousou sobre a neve e eu pulei de suas costas, extremamente tonta.

Jack riu, me apoiando quando quase caí na neve.

– Não tem a menor graça! - resmunguei, seguindo-o pela neve.

– Pensei que você fosse mais fã de atividades radicais. - ele comentou, ainda rindo da minha cara. Devo confessar que talvez estivesse prestes a vomitar.

– E eu sou, mas não estou acostumada a voar nas costas de um cara, sem proteção alguma, numa velocidade maior que de um avião! E, cara, como você é gelado!

Eu ainda estava com a roupa que fora pra escola: um jeans, uma bota e um casaco de inverno. Mas nem isso me cobria bem do frio. Estávamos no Polo Norte, cercados por montanhas de neve e gelo. Tínhamos acabado de descer de uma frente fria, de uma temperatura que abaixava a zero, em uma velocidade que não favorecia em nada à minha humilde imunidade humana. E a temperatura de Jack também não ajudava nada, muito menos com a neve que caía. Mas ao invés de reclamar e resmungar manhosa, preferi brincar com sua temperatura quando ele percebeu que eu tremia e batia o queixo.

– O que esperava?! Sou Jack Frost! - ele disse rindo, mas ainda assim me abraçou pelos ombros, como se procurasse um modo de me esquentar.

E então a neve parou de cair. Os floquinhos brancos sumiram do ar de modo repentino demais para se julgar natural. E a temperatura pareceu se tornar um poquinho mais aceitável. Não o bastante para a neve derreter ou algo do tipo, mas apenas o suficiente para que eu não mais batesse o queixo ou os dentes quase racharem com o choque entre si. Olhei pasmada para o garoto ao meu lado e Jack mandou-me uma piscadela brincalhona. E um sorriso se abriu em meu rosto.

Andamos em silêncio durante uns cinco minutos, até que vi uma construção surgindo à minha frente. Uma torre enorme, que aparentava ter mais de vinte andares. Redonda em alguns andares, mas retangular em outros, meio irregular, com andares maiores e mais largos que outros. Era toda pintada de verde e vermelho, com algumas decorações em dourado.

Eu estava encantada e embasbacada com aquilo tudo. Tanto que até travei meus passos há vários metros da entrada. Não conseguia me mexer, imaginando que talvez aquilo fosse uma ilusão que sumiria ao menor movimento meu. Jack Frost percebeu que eu empaquei e me olhou confuso - até que percebeu que eu olhava maravilhada para aquela construção.

Jack sorriu, e abriu os braços como se apresentasse um espetáculo - o que não era muito diferente da verdade.

– Bem vinda à Fábrica do Papai Noel!

Jack falou de uma forma tão extrovertida e animada, que foi impossível não rir. Eu não disse nada, mas passei correndo por ele, como que convidando-o para uma corrida de pega-pega, por mais infantil que fosse. Ele riu, e correu atrás de mim, enquanto íamos até a Fábrica Maluca. Eu sabia que ele tinha uma capacidade bem maior que isso. Jack podia correr bastante - e voar! -, mas eu sentia que ele apenas queria se divertir comigo. E eu também. Era uma competiçãozinha boba, mas a sensação de liberdade do vento gélido batendo em meu rosto, enquanto nossas risadas atravessavam o deserto nevado, era sensacional.

De repente eu senti algo se chocando contra as minhas costas, e Jack Frost envolveu minha cintura com os braços e me rodopiou no ar, deixando o cajado jogando na neve ao nosso lado.

– JACK! - repreendi, mas a risada que saiu da minha boca logo depois me contrariou e deixou claro que eu estava me divertindo.

Ouvi sua risada ao meu ouvido, enquanto ele me colocava de pé novamente na neve. Seu hálito gelado me vez arrepiar da cabeça aos pés e eu rezei para que ele não percebesse. Eu me virei de frente a ele, ainda envolta em seus braços. Assim que encontrei seus olhos azuis de gelo me analisando atenta e curiosamente, quis que ele não me soltasse mais. Por um momento, eu odiei que o momento em que aqueles braços me soltariam estivesse próximo.

Mas então o momento passou assim que ouvimos uma barulho vindo da fábrica. Pulamos para longe um do outro, e eu me senti um pouco envergonhada, rezando para que minha coloração não demonstrasse. Um pouco ao longe, eu podia ver um portão grande ao lado do principal, de madeira vermelha. E parecia estar sendo empurrado por... Cascos?

– O que é aquilo? - perguntei, receosa.

– Ah, é só as renas gigantes do Norte. - Jack disse de maneira tão narutal que eu quase engasguei com a minha própria saliva.

– Okay. - eu disse, respirando fundo para tentar absorver todas essa informações. - Mais alguma coisa estranha pra me dizer antes de eu entrar e ter um infarte?

– Você ainda não viu nada! - ele brincou, mandando-me uma piscadela, pegando seu cajado na neve e abrindo os portões dourados principais da Fábrica Maluca do Papai Noel.

E me encantei mais uma vez com tudo aquilo. A fábrica era enorme, com duendes se enrolando sobre as próprias pernas e ursos gigantes com bigodes - acho que são yetis - trabalhando com os brinquedos que seriam entregues em algumas semanas. Era tudo incrível demais para minha pobre visão humana.

– Uau! Isso é incrível! - exclamei, encantada. E me desviei de um helicóptero que um yeti testava. - Pensei que os duendes que fabricavam os brinquedos.

Jack Frost riu, e eu o olhei confusa. - Eu perguntei a mesma coisa na primeira vez que eu vim aqui.

Eu ri, e ele me levou até um elevador de madeira que nos dirigiu até o último andar. Acho que já chega de altura por hoje. Saímos do elevador e dei de cara com quatro seres na sala. Sandman, um homenzinho dourado, um pouco baixinho e gorduxo, mas era fofo demais, que eu aprecisava seu trabalho todas as noites. A Fada do Dente, uma mulher até bonita, com asas transparentes e um vestido de penas azuis, verdes e amarelas, como o cabelo, mas que mais parecia ter vindo direto de um bloco de carnaval. O Papai Noel - Norte, como era mais conhecido ali -, um homem alto e gordo, com roupas vermelhas que me lembravam piratas e com os braços tatuados escritos os nomes dos comportados e não-comportados. E o Coelhinho da Páscoa, que de coelhinho não tinha nada.

– Impressão minha ou o coelhinho da páscoa parece um canguru? - perguntei baixinho para Jack Frost, que riu mais alto do que eu queria.

– Olha com quem fala, garotinha! - o Coelhão, como meu pai sempre se referiu a ele, apontou seu boomerang para meu nariz, e eu fiz uma careta, afastando-o.

– Epa, calma aí! - eu disse. - Estou aqui pra ajudar, mas se não quiser vou embora agora!

– Ajuda?! - Coelhão disse cinicamente. - Quem disse que queremos sua ajuda?!

– Jack! - disse Norte, olhando curioso para mim. - Onde está Jamie?

– Quem é ela, Jack? - perguntou a Fada, sorrindo para mim.

– Então, as notícias iniciais não são muito boas... - começou Jack.

– Boas?! - Coelhão perguntou mal-humorado. - Você trouxe uma adolescente ranzinza pra cá que parece uma cópia sua! Onde. Está. Jamie?!

Franzi o cenho para a parte da cópia. Fala sério, eu não tinha nada a ver com ele! Sandman fez algumas imagens no alto de sua cabeça com a areia dourado, mas eu não entendi muita coisa. Entendi apenas que ele tentava acalmar o canguru.

– O tempo passou mais rápido do que pensamos, mas eu resolvi parte do problema. - Jack disse sério, mas então sorriu e abriu os braços para mim, como se eu fosse um espetáculo a começar. - Apresento-lhe Angeline Bennett, a filha de Jamie!


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