[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 38
Traidores, eles estão por toda parte


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, aqui é a Yara (sim, eu finalmente voltei), desculpem pela demora fenomenal, tive uns problemas, mas enfim, aqui está o capítulo. Espero que gostem



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Marceline

O brilho intenso do sol cegava meus olhos, mas a brisa leve que soprava era bem reconfortante. O vestido bege com o qual eu estava vestida balançava sem parar, meu pés estavam descalços e eu andava entre diversas flores e plantas, girassóis, madressilvas, alecrins e várias outras que não saberei nomear.

Caminhei durante muito tempo até encontrar uma espécie de penhasco, e lá embaixo se encontrava o mar, agitado, furioso. Sentei-me à beira do penhasco e observei durante algum tempo, no absoluto silêncio.

– Semana ruim, não é mesmo? – uma voz disse, e o garoto ao meu lado sorriu e sentou-se.

– Nem me fale.

– Então é isso que vai fazer? Desistir? – ele perguntou. Seus olhos verdes pareciam estar enxergando minha alma.

– É. Exatamente isso – respondi.

– Devo dizer que estou meio decepcionado – ele confessou. – Eu ainda tinha esperanças.

– Achei que mortos não tivessem esperanças – falei.

Will apenas sorriu.

– Olhe só pra você, desistindo, deixando-os vencerem. A Marceline que eu conheci jamais deixaria isso acontecer.

– Bom, eu não sei que Marceline você pensa que conheceu, mas eu não sou a Mulher Maravilha, então, não enche.

– Ah, nem vem com essa, você nem ao menos tentou, não de verdade. Em vez disso está aqui, tendo alucinações comigo, seu irmão morto.

– Mil desculpas, senhor herói-supremo-de-todas-as-coisas, mas nem todos são como você.

– Não seja ridícula, não existe um herói supremo – ele disse.

– É mesmo? Diga isso a Héracles – falei.

– Tudo bem – ele riu –, além de Héracles. – Will me olhou com cautela. – Falo sério sobre você tentar de verdade, pare de fazer corpo mole e esperar que as coisas aconteçam do nada. Faça acontecer, lute, lute até não ter mais pelo que lutar, mas pelo amor dos deuses, não desista, nunca se deve desistir até que se saiba que está acabado. Você me entendeu?

– Pra uma alucinação você é bem chatinho – reclamei.

– Agora, abra os olhos – ele pediu.

– Estão abertos – eu disse, mas assim que terminei de falar, eles estava fechados, e quando tornei a abri-los, estava de volta no túnel, sozinha, e com frio.

– Ótimo – resmunguei comigo mesma.

Peguei minha mochila e comecei a caminhar, caminhar, caminhar e caminhar mais um pouco. As imagens começavam a voltar na minha mente, todas aquelas pessoas, mortas e se aproximando de mim... Balancei a cabeça para tentar afastar o pensamento. Foram apenas alucinações, Marceline. Apenas alucinações. Ninguém está morto de verdade.

A mochila parecia cada vez mais pesada, e quando a abri me deparei com o pequeno cristal em forma de um crânio humano que eu carregava, quase havia me esquecido dele, quase. Hades havia dito que eu precisaria dele, eu esperava que não mas estava cada vez mais convencida de que ele estava certo. De qualquer forma eu não tinha a menor ideia de como aquilo funcionava, então iria ter que descobrir por conta própria.

Peguei o cristal em minhas mãos e fiquei olhando atentamente para ele.

– Ei, cristalzinho bonitinho? Está na hora de morfar – falei para ele. – Acordar? Despertar? Avante? – esperei por um tempo. – Pelos poderes de... Hades? Ah, droga.

De repente uma ideia maluca passou pela minha cabeça, coloquei o cristal no chão, peguei minha espada e a cravei no cristal. E... Nada.

– Droga, isso é ridículo – reclamei.

Devagar e sutilmente uma fina fumaça começou a sair do pequeno cristal, era acinzentada e começava a se espalhar rapidamente.

– Mas o que... – dei dois passos para trás.

A névoa começava a ganhar forma, começavam a aparecer várias silhuetas de homens grandes e fortes, como guerreiros... Não, como super guerreiros; não, não, como super guerreiros plus. Uma camada de pele grossa havia se formado, todos tinham enormes braços e estavam super armados, como se estivessem indo para uma guerra. Pareciam pessoas normais (só que com dois metros de altura e cento e vinte quilos), a não ser pelos olhos, completamente negros. Eles me encaravam sérios, e eu os encarava horrorizada, até que um deles, o que estava mais próximo de mim, caiu de joelhos de forma que o joelho direito e o punho direito tocavam o chão, levantou a cabeça e disse numa voz cortante como a mais afiada das navalhas:

– Senhora, estamos aqui para servi-la.

Os outros atrás dele repetiram o gesto. E a coisa mais inteligente que eu disse foi:

– Vocês todos saíram daquela coisa pequenininha?

– Tem muito mais de onde viemos, senhora – o da frente respondeu.

– Então, o que são? – perguntei.

– Um exército, e devemos servir a quem possui o cristal.

– Tudo bem, é muita coisa pra lidar de uma vez só, por enquanto só... Voltem pro lugar de onde vieram – falei.

– Precisa retirar a espada – ele avisou.

– Ok. – caminhei até onde o cristal e a espada estavam, removi a espada do cristal e rapidamente os super guerreiros cinzentos desapareceram.

Rapidamente guardei o cristal de volta na mochila, e só conseguia pensar no significado de ter um exército sinistro ao nosso lado. Talvez agora nós tenhamos uma chance de vencer, pensei, talvez, só talvez...

Parei subitamente quando vi uma enorme placa cor-de-rosa com enormes letras em dourado que dizia:

PRA QUE SOFRER POR AMOR SE A SOLUÇÃO PODE ESTAR MAIS PERTO DO QUE SE IMAGINA? CONHEÇA OS NOSSOS SERVIÇOS, TRAZEMOS O HOMEM AMADO EM ATÉ TRÊS DIAS, NOSSO SERVIÇO É O MELHOR E A GARANTIA TAMBÉM!

PS.: Se o resultado não agradar, não devolvemos o dinheiro. Levou, tem que ficar!

– Mas que diabos...?

Continuei caminhando e seguindo outras placas, quando me deparei com uma cortina de pedrinhas preciosas e além dela uma sala, cheia de balões em forma de coração. No meio dela, a mulher mais linda que já havia visto em toda a minha vida. Ela vestia um vestido vermelho, e seu sorriso era tão doce quando um milhão de maçãs do amor. Não sei dizer de que cor eram seus cabelos ou olhos, pareciam mudar o tempo todo, e quando falou, foi a voz mais suave que eu já havia ouvido:

– Oh querida, está perdida, entre.

– Eu... Hã... Bem...

– Shhh – ela me puxou pelo braço e me fez sentar em uma das cadeiras. – O que deseja? Encontrar o amor? Bom, com esses cabelos vai ser meio complicado.

– Nã... Não. Eu quero encontrar a saída.

– Ah, é uma daquelas crianças do acampamento. Pois bem, é por sua causa que estou aqui. Você já deve saber quem eu sou – ela não esperou resposta. – A vida da deusa do amor não é tão fácil como todos imaginam, com todas essas guerras... Ah, as guerras, como eu detesto guerras...

– Mas você... E Ares...

– Não, não, não, não, não. Não fale – ela me interrompeu. – Não sou a favor das ideias de Ares, por que motivo eu haveria de querer uma guerra? Por isso vim até aqui ajudar você e seus amigos. Quero que saiam daqui e impeçam essa guerra ridícula.

– Bem, nós queremos, mas estamos presos aqui.

– Não estarão mais – Afrodite disse levantando-se e me levando junto com ela até o fundo da sala, onde se encontrava uma porta. – Entrando nessa porta, encontrará seus amigos perdidos, e quando voltarem por aqui, sairá no acampamento.

– O quê? Como? – perguntei.

– Não pergunte, apenas faça. E por favor, dê um jeito nesse cabelo.

– Por que está nos ajudando? – perguntei desconfiada.

– Um dia cobrarei. Agora entre.

Abri a porta, e me deparei com uma sala escura.

– Ahn... Quem está ai? – perguntei.

– MARCY – escutei a voz de Matt e Helo enquanto pulavam em cima de mim, me abraçavam e falavam várias coisas ao mesmo tempo que eu mal conseguia compreender.

– Shhhh – disse Matt, de repente.

Ouvimos um barulho.

– Temos que sair daqui – eu disse. – AGORA!

Eu os puxei em direção à porta, e quando passamos por ela, estávamos de novo no acampamento.

– Como... – Helo estava boquiaberta.

– Explico depois – falei. – No momento, o que precisamos mesmo é deter Peter.

O acampamento estava um caos, quase tudo estava destruído, e o que mais podia se ver eram campistas lutando um contra os outros.

– Vamos nos espalhar – sugeri –, ver como está a situação.

Eles assentiram e foram cada um pra um lado. De relance, vi dois garotos altos lutando ferozmente, corri para me aproximar, e quando cheguei mais perto percebi que eram Luc e Charlie. Ah não, não acredito que Charlie está do lado do Peter. Corri para afastá-los, e com um golpe de espada atirei Charlie ao chão.

– O QUE ESTÁ FAZENDO, SUA MALUCA? AGORA TODO O CHALÉ DE HADES VIROU LAR DE TRAIDORES? – Charlie gritava.

– O quê? Você estava tentando matar meu irmão...

– Isso porque ele está lutando ao lado de Peter.

Olhei para Luc, que apenas observava e sorria, sem nada dizer.

– Luc, você...

Não tive tempo de terminar a frase, ele me empurrou para trás e saiu correndo com a espada na mão, provavelmente para contar tudo a Peter. Eu não podia acreditar, como ele tinha aceitado fazer aquilo?

– As filhas de Afrodite estão usando o charme para convencer os semideuses a lutarem ao lado de Peter – Charlie disse como se lesse meus pensamentos.

Mais à frente, avistei uma cena que partiu meu coração em mil pedaços. Uma garota de cabelos longos e escuros cortava a garganta de outra garota, loira e pequena, era Cass, e a garota que a matou era Maia. Eu não podia acreditar no que tinha visto, Maia acabara de matar Cass, minha irmã. Como Peter podia ser tão frio a ponto de deixar os irmãos que o acolheram serem mortos? Uma onda de ódio invadiu meu corpo, eu tinha ódio de Peter, de Ares, dos deuses, e agora de Maia. A garota pela qual me senti culpada de ter machucado dias antes, agora havia matado minha irmã. Mas eu iria vingá-la. Sim, eu iria.

– Charlie, você segura, e eu faço o resto – eu disse, e ele assentiu.

Charlie e eu caminhamos até Maia e o corpo de Cass, ele a segurou por trás, de surpresa, e eu me coloquei em sua frente, ela se debatia e xingava, mas Charlie era forte o suficiente para aguentá-la.

– Até a vista, sua maldita – eu disse e cortei a garganta dela com a espada.

Seu sangue se misturou com o de Cass, no chão, e percebi que estava sorrindo, até que ele apareceu.

Peter tinha a espada nas mãos, e dela pingava sangue. Olhou-me primeiro com espanto, depois o ódio se formou no seu rosto.

– Você... – ele começou.

– Ah, não fique triste, irmãozinho – eu o interrompi – Você é o próximo.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Até a próxima.



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