[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 25
Perdido


Notas iniciais do capítulo

Oi oi gente, desculpa o atraso, tava cheio de coisa da escola pra fazer. 2º ano não é fácil... enfim, aproveitem o capítulo *u*



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Essa missão não poderia estar nos saindo melhor. Para não dizer o contrário, porque estava muito pior do que imaginamos. Quando eu achava que finalmente o perigo tinha passado e tudo ia melhorar, acontecia alguma coisa ruim.

Pra começar, quase fomos esmagados por um gigante, que eu sinceramente não sei como coube naquele túnel. Então, ao conseguirmos escapar dele, encontramos uma espécie de holograma com aura mágica. E, claro, tínhamos que pegá-la, com nossa curiosidade premiada. Na verdade, parecia que eu estava sendo induzido a isso, como se a imagem me forçasse a tocar nela.

Então comecei a ver várias cenas em flashes. O Camp Half-Blood; eu sofrendo no meu primeiro momento lá, quando cheguei com Joe e Gwen, e quase fomos mortos pelo dragão guardião do Velocino, que pensou que fôssemos invasores mal-intecionados; eu sofrendo com as perturbações nos tempos da escola; eu sofrendo com a rejeição de meu pai e minha avó em casa; eu sofrendo com o bullying no acampamento; eu sofrendo em geral, ou seja.

Então a cena mudou e uma mulher vestida de vermelho escarlate com uma expressão maldosa apareceu.

– Olá, jovem demeteriano – disse ela com doçura.

– Quem é você? – perguntei.

– Nossa, que rude – ela respondeu. – Tenha modos, rapaz, está falando com uma divindade.

Quem é você? – insisti.

– Entra por um ouvido, sai pelo outro – disse ela enrolando. Que coisa, era tão difícil responder logo? – Vocês não sabem escutar, por isso é que muitos acabam se ferrando.

Ela estreitou os olhos, me examinando. Então voltou a falar.

– Guerra de Troia. Não convidada para a festa. Para a mais bela. O que isso te lembra?

– Éris – resmunguei. – Discórdia.

– Exato, meus parabéns – disse Éris. – E eu vim te dizer que posso te ajudar.

– Ajudar? – perguntei desconfiado. – Ajudar com o quê?

– Na verdade você é quem vai estar me ajudando mais – respondeu ela. – Nos ajudando. Mas vamos te ajudar também. Ajudar a se livrar de quem não serve para você. Ajudar você a ser mais bem reconhecido, e não ficar sendo visto apenas como um garoto descartável.

– Do que você está falando? – Já não estava gostando tanto daquela conversa.

– Ora, convenhamos – disse a deusa. – Acha mesmo que consegue liderar uma missão? – A doçura na sua voz transformou-se em crueldade. – Os outros sabem que você está com medo. E que tipo de líder é um covarde? Seus ditos amigos votaram em você para a liderança apenas por pena! Eles têm pena de você, porque você é fraco, não sabe lutar sem suas amigas plantinhas, nem sequer tem uma arma. Resolveram ser gentis, mas não gostam de você. Para eles, você é só um fardo que atrapalha a missão. E na hora certa, vão te descartar.

E ela conseguiu. Essa deusa vadia conseguiu me deixar muito mal, me humilhando com todas as coisas de que eu tinha medo com relação aos outros 4. Mas eu não queria, não podia acreditar nela. Meus amigos não fariam isso, eles não pensava assim.

– E, sendo franca, você não vai chegar muito longe por conta própria tendo este lamentável... gosto pelo mesmo sexo – comentou ela com nojo. Agora eu fiquei mais furioso ainda. Era só o que me faltava, uma deusa homofóbica. Tive vontade de voar nela e estrangular aquela puta até a morte.

Ela continuou.

– Mas eu posso ignorar essa anormalidade – anormalidade? Ah, ela me paga... Se você não fosse imortal, eu te desejaria a morte, pensei. – Se você abandonar esses idiotas que não se importam com você e se juntar a mim. Venha para o nosso lado, Matt, o lado que vai vencer. Os outros não terão a menor chance. Se ficar com eles, infelizmente teremos que te destruir também. Mas não precisa ser assim, não é mesmo? Você pode se salvar.

– NÃO! – gritei. – NUNCA! Você é uma mentirosa e está tentando me manipular. Jamais vou abandonar meus amigos.

– Pense bem... – insistiu ela. – Você pode mostrar a eles quem é que manda de verdade. Mostre que eles estão errados. Venha comigo, acabe com aquelas meninas patéticas e aquele garoto imbecil.

– Nunca vou aceitar isso – disse, tentando não me descontrolar.

– Tem certeza? – ela insistiu novamente. – Basta dizer “sim, Éris, eu aceito”, e você nunca mais terá que sofrer provocações dos outros. Você será temido e respeitado.

– Posso ser respeitado sem ser temido – afirmei. – Agora me deixe em paz!

– Você que sabe, vegetal – disse Éris. – Prepare-se para morrer.

Então as imagens mudaram novamente. Me vi em um lugar fechado e sujo, mais ou menos como um galpão. Tudo parecia mais alto. Então me olhei num espelho rachado encostado numa parede e percebi que eu estava menor. Tinha a consciência de estar com 5 anos, mas só em corpo, porque minha mente era a atual. E na mesma hora, reconheci o lugar. Um galpão abandonado. Em Chicago. Minha experiência horrível e traumatizante em Chicago. Fiquei apavorado e nervoso, comecei a suar, tornou-se difícil respirar.

Então ouvi passos e vozes. Pessoas conversando. Elas entraram no galpão e se aproximaram de mim. Vários caras, alguns quase caindo de bêbados, outros me olhando de forma perversa. Dois chegaram bem perto e fizeram menção de me segurar, mas corri e gritei.

– SOCORRO! SOCORRO!

Então caí no chão, voltando bruscamente ao local do holograma no túnel. Helo me chamava. Todos pareciam ter entrado nesse transe.

Não durou nem um minuto e o chão rachou, nos fazendo despencar e cair em um lago. Nada demais. Depois só apareceu um grifo que nos atacou, tentando nos matar, obviamente. Pouca coisa também.

E para piorar a situação – porque isso sempre vai ser possível, já me convenci –, o grifo arrastou Peter para longe, separando-o do grupo.

Continuamos andando, encontramos dois caminhos e Ana nos mostrou o que ela achava ser o melhor a seguir.

Eu ia à frente, por ser o líder. Virei uma curva e encontrei rajadas fortes de vento, que pareciam soprar só naquele ponto específico. De repente, antes que os outros pudessem me alcançar, fui puxado para cima em alta velocidade e fiquei suspenso no ar vários metros acima do chão. Olhei para baixo e vi meus amigos, que me chamavam. Gritei para eles, mas não saiu nenhum som, como se as rajadas fortes de vento tivessem me deixado mudo. Então fui novamente puxado para cima, e as rajadas me levaram rapidamente para longe sem eu poder fazer nada. Fiquei girando sem rumo. Então desmaiei do nada.

Acordei confuso. Olhei em volta e vi uma parte do túnel que tinha paredes avermelhadas. Senti que o chão embaixo de mim era liso, de pedra polida. Procurei meus amigos, mas era inútil. Eles provavelmente estavam muito longe. Eu estava sozinho, que lindo! Ótimo, maravilhoso.

Senti meu corpo cansado. Sem poder resistir, caí no sono. Ou desmaiei. Ou os dois, não sei.

Não gostei nada do meu sonho. Lá estava Éris de novo, me olhando com sua expressão de maldade.

– Você de novo? – reclamei. – Achei que tivesse dito para me deixar em paz. O que quer?

– Resolvi te dar outra chance, querido – disse ela com a mesma voz de doçura de antes.

– Não quero, já disse que não quero – falei com raiva. – Não aceito sua proposta. Não vou me unir a você nem a nenhum outro deus do mal.

– Deus do mal? – ela caiu na gargalhada. – Não existem deuses do bem e do mal, criancinha. Apenas deuses. Todo deus toma qualquer atitude para conseguir o que quer. Todo deus castiga.

– Não me interessa. Eu não aceito.

– Pensei que você talvez mudasse de ideia quando visse isto... – disse ela, e sacudiu a mão no ar formando uma imagem.

– Não quero ver nada – falei, grosseiro. – Quero que você saia daqui. Quero sair desse sonho.

– Olhe. Eu insisto.

– Não.

Olhe.

Então ela apontou a outra mão para mim e usou algum poder que me forçou a olhar para a imagem formada.

Eram Helo, Marcy e Ana. Elas caminhavam por alguma parte do túnel conversando.

–... não vai adiantar, Marcy – dizia Helo.

– Ele não podia ter feito isso! – exclamava Marcy indignada. – NÃO PODIA!

– Nós vamos achá-lo, vamos conversar com ele – Helo parecia tentar manter a si mesma calma.

– Nunca pensei que Peter faria isso – disse Marcy. – Nunca pensei que ele nos trairia. Trairia a mim.

Ana chorava muito e não dizia nada.

– Já basta – disse Éris, e com outro gesto, fez a imagem desaparecer. – E então?

Não, não podia ser verdade.

– Você criou essas imagens! – gritei. – O que eu vi não está acontecendo, nem nunca aconteceu! Você quer me convencer a mudar de ideia, mas não vai conseguir.

– Hahaha, você pensa que eu criei tudo isso? – perguntou ela, retoricamente. – Pois sinto muito desapontá-lo, mas seu amiguinho filho do Bafo de Caveira passou para o nosso lado. Ele é um de nós agora. Vai nos ajudar a acabar com vocês. A menos que você também se una ao time, e nos ajude a acabar com elas.

– Sinto muito desapontá-la, sua vagabunda – falei calma e firmemente –, mas não vou me juntar a vocês. Agora, por favor, saia da minha cabeça.

– Bom, essa foi sua última chance – disse ela. – Considere-se morto. Você e aquelas três água-com-açúcar.

Acordei. Ainda estava isolado. Não podia fazer nada a não ser caminhar para tentar achar os outros. Então levantei.

Enquanto andava, fiquei pensando no que Éris me dissera e mostrara. Será que Peter tinha mesmo nos traído? Não, não é possível. Ele não faria isso, faria? Algo bem lá no fundo me dizia que era verdade: que ele havia nos dado as costas. Mas eu não devia acreditar no meu subconsciente. Não devia... ou não queria.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram? Bye bye, see you guys after 4 chapters



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