Tudo o que Sou escrita por Samantha Silva


Capítulo 11
Capítulo 11




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— Acho que já sou completamente capaz de ir ao banheiro sozinha, Thomas.

— Eu sei, Brenda, mas alguns hábitos são difíceis de abandonar – explicou Thomas, enquanto se afastava para que a amiga andasse sozinha.

— Hábitos? Você me ajudou com isso durante pouco mais de duas semanas, não seja exagerado.

Thomas limitou-se a dar de ombros e Brenda sorriu em resposta. O hábito a que ele se referia não era o de ampará-la até a ida ao que eles chamavam de banheiro, mas o de estar com ela o tempo todo. Era algo difícil de se abrir mão, no entanto, ela não precisava mais dele para nada, nem mesmo para lhe contar histórias, já que praticamente tudo já havia sido contado – com exceção, claro, da história que os envolvia isoladamente.

Logo a rotina dos dois foi se tornando algo próximo ao que era antes do acidente de Brenda, cada um com seus afazeres, cada um com responsabilidades que os afastavam, já que Thomas devia fazer algum trabalho pesado e Brenda, ainda em recuperação, limitou-se a cuidar das crianças. Os únicos momentos em que se viam, eram os das refeições e alguns minutos antes de dormir, já que Thomas fazia questão de ir dar boa noite à Brenda.

Apesar de ter sonhado com o dia em que poderia ficar com Brenda da forma como desejava, Thomas aceitou que tê-la como amiga, era melhor do que perdê-la novamente, então, acabou por aceitar a perda de memória dela como algo positivo, pois assim conseguiu sua amiga de volta. De qualquer forma, uma parte em seu interior, embora não quisesse reconhecer, estava esperando pelo momento em que Brenda se apaixonaria por ele novamente, desta vez, sem fantasmas do passado para lhes assombrar. Era uma esperança tola e até infantil, mas inevitável também.

Minho e outros de seus amigos, podiam jurar que isto já estava acontecendo: Brenda estava apaixonada por ele. Mas como ter certeza? Como tomar qualquer iniciativa havendo o risco de estragar a amizade que havia recuperado a tanto custo? Não. Era melhor deixar como estava e esperar até que as coisas fossem mais claras, até que ela enviasse algum tipo de sinal. Até lá, tudo que ele se limitaria a ser era o amigo que ela se acostumara a ter naqueles últimos dias, e tudo que lhe daria no lugar dos beijos e abraços que desejava, seriam os cumprimentos e sorrisos habituais. E tudo que esperaria dela eram as respostas resmungonas e sorrisos irônicos e debochados de sempre.

Havia muita felicidade nessas pequenas coisas, ele podia se acostumar com isso.

Podia aceitar que era tudo que teria dali pra frente e já se dar por satisfeito, pois durante algum tempo nem isso tinha.

Mas não.

Aquela esperança tola o dominava por inteiro e ele aceitava sua condição de ter que esperar, mas jamais aceitaria ter que desistir de ter Brenda como necessitava ter.

E, embora a paixão tomasse seu corpo com urgência, o amor o cobria com toda a paciência.

Ele esperaria.


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