Zodíaco escrita por Markievicz


Capítulo 20
0.20 — A cidade fantasma dos protetores de Onrus


Notas iniciais do capítulo

HEYYYYY
CARAMBA, O NYAH! VOLTOUU U-U tô feliz
Esse é um pov' Oliver! AHHHHH
Estou escrevendo vários contos quando Zodíaco acabar, eles serão postados após o Epílogo, TODOS bônus.
Querem ver a lista?

1. A história de Alethea Ayla Monroe*
2. Os lábios finos da Swans+
3. O nascimento da escolhida*
4. Os (meio) irmãos e o mar+
5. A megera (in)domada*
6. O inimigo do mundo*
7. A loucura significante*
8. Destino tênue+
ATENÇÃO: Os de "*" são fatos "reais" que aconteceram antes ou presente em Zodíaco, e os "+" são incestos que vieram da minha imaginação maluca.
Zodíaco terá mais ou menos 29 capítulos, então, faltam 9, gente! AHH
Boa leitura.



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Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Delírio Insignificante, Pauline Morris e Jordan Packson.

Tinha uma luz.

Talvez tão fraca e ao mesmo tempo radiante, que ele seguiu-a. Seguiu a luz que poderia salvá-lo. Seu pescoço ainda ardia, e a metade de seu rosto – aquela que os olhos de todos não se cansavam de acusar de que a mesma está queimada – latejava de certa forma, que não importava se aquele caminho era de vidros quebrados e pedras pontudas, tendo os pés dele sem cobertura para salvá-los.

Ela já estava morta.

Tinha a certeza disso, já que depois de Tobias matá-lo, seu corpo espírito tinha ficado, olhando a cor sombria que as órbitas castanhas de Selene ganhara após vê-lo caído no chão, de como Laila e o garoto que ainda não conhecia hesitaram em levantar suas armas, e claro, de como a deusa, sua honesta amiga, tinha segurado os ombros de Selene, para que suas pernas parassem de bambear e suas mãos parassem de tremer histéricamente.

Ele tinha cerrado o cenho quando a deusa murmurou palavras carinhosas como “Eu dei a ele três vidas”ou até milhares de “desculpas” mais do que sussurradas. Será mesmo que ele tinha sobrevivido? Não, sentia que seu corpo tinha ido embora, e faltava pouco para achar o caminho dos campos. Podem ser eles de castigos, ou de descansos. Não tinha morrido como um héroi, mas pelo menos, tentará ser um.

— Hey!

Oliver deu alguns passos para frente ao ver a silhueta de alguém tampar a luz que ele seguia, como uma mosca a caminho da vida, o que provavelmente causou a sua morte.

— Você é Heidi, não é?

O garoto tinha cabelos bagunçados e castanhos-escuros, um casaco de lã preto e uma boca totalmente roxeada pelo frio. Seus olhos azuis fitavam Oliver com indiferença, mas com um sorriso esperançoso nos lábios.

— Hãn... claro.

Mesmo tendo levantando suas sobrancelhas repentidamente, o garoto puxou o semideus para mais adiante. Ele pisava em falso desde então, seguindo as costas grandes do garoto, sem saber como agir.

— Meu nome é Anor. — ele sorriu, virando-se para ver Oliver. — E você não é Heidi.

No momento seguinte, o Moore foi jogado nas pedras do túnel e sentiu uma mão levantar a manga de sua camisa vermelha, soltando um resmungo em admiração. Ele não conseguia enxergar muita coisa, mas podia ver o rosto de Anor ficar ainda mais indiferente - se possível.

— Eu não enfio a lâmina grossa da minha espada no seu peito, e você me conta por que tem a marca da lua no seu pulso. Feito? — agora, apenas uma das sobrancelhas do garoto se levantara, apostando em um desafio sem volta.

Oliver apenas assentiu, gemendo de dor. Aquelas pequenas pedras grudaram em suas costas já lamacentas, fazendo-o ter mais difículdade em se levantar, apoiando-se na parede suja do túnel. Anor tinha força, uma força descontrolável. Uma força que só filhotes de Ares poderiam ter.

— Você é um semideus, não é? Filho de Ares? — Moore perguntou.

O garoto riu sarcástimente, empurrando Oliver, que deixou totalmente suas costas presas na parede. Pequenos fios tênues e azuis bateram contra a mão de Anor, que gemeu baixinho.

— E você é um filho de Zeus! — ele não desmentiu, mas também não afirmou. —Há, nunca irá sentir a dor de jogar um filhote do deus do céu no chão. — e sussurrando, completou: — Dói, doí muito.

...

— Aconteceu tantas coisas. — murmurou.

Anor viu a careta de desgosto do semideus – e possível novo e único amigo, enquanto o mesmo amarrava o cadarço do seu coturno empueirado que pegara escondido do Sr. Apolodoro no estufado do banco da cafeteria.

— Selene é a única deusa que apoiou a construção desta cidade fantasma. Foi antes da Guerra dos Cem anos consumir todo o seu poder. — disse ao Moore, que apenas assentiu.

— Deve ser por isso que tem isto. — Oliver riu, tentando não mostrar sua isolação, apontando para a enorme rachadura na parede onde se apoiava.

— Atena nunca foi com a cara dos espartanos. — os lábios cortados de Anor se corromperam em uma careta.

O filhote de Zeus olhou pela janela de vidro da cafeteria, vendo um grupo de jovens brigando, sangue jorrava, e mesmo assim, pessoas passavam por eles sem expressão, como se fosse a coisa mais normal que acontece hoje em dia, pelo menos naquele lugar.

— Então criaram essa cidade fantasma para que os guerreiros mortos e seus descendentes vivessem sem a fúria de Hélio?

— Nós chamamos de “koutou a muri ake makaro”. — bebendo mais um gole de seu café, Anor continuou: — O futuro distorcido dos soldados que lutaram pelo fim da escravidão dos Onruanos. Era a linha tênue da separação de Siterwood e Chernobyl. Provavelmente, quando morrera no St. Steve, sua alma se separou do corpo, indo em direção a luz. Mais especificamente: “koutou a muri ake makaro”.

— O problema é: eu não sou uma soldado. Nem ao menos sei quem são os Onruanos! — exclamou o Moore.

— Fale baixo. — repreendeu Anor. — Nossa cidade é a separação da paz contra a guerra, mas isso não quer dizer que não temos espiões do outro lado da separação. — direcionou com a cabeça para o cozinheiro que se estabeleceu repentidamente perto da mesa de ambos.

— Eu não sou um guerreiro, já lhe disse, nem soldado.

O garoto riu debochadamente, deixando sua caneca de lado.

— Isso mesmo, cara, mas mesmo assim, vou tentar o meu possível em te transformar em um.

...

Os dois semideuses andaram em direção da última casa daquela rua escura. O sol já se escondia atrás de um enorme prédio, o clima esfriava e o coturno de Oliver parecia cada vez mais desgastado.

— Isso é... uma loja antiga de discos? — o filhote de Zeus perguntou.

— Nós, espartanos, gostamos de música.

Já subindo os poucos degraus de madeira velha para a porta da casa, a mesma foi aberta, revelando uma miúda garota. Com cabelos azuis enrolados, um olhar irritado com suas órbitas também azuis – um pouco mais escuras do que a de Anor – e a boca roxeada, como se a minutos atrás, tiverá comendo sorvete perto de um ar condicionado.

— Ela me ama tanto que já até sente minha presença. — Anor disse divertido, acabando de subir os últimos degraus e indo em direção a garota, beijando-a na bochecha, causando uma coloração avermelhada nas bochechas da mesma. — Não é mesmo, Agnes?

Oliver teve a audácia de rir, indo em direção a Anor, esperando ser apresentado. Anor e Agnes fazia-o lembrar-se de Laila e Charlie, que mesmo não juntos, a expressão mortal da garota de cabelos azuis e o ar de deboche do filho de Ares, era, aparentemente, um sinal de como ele sentia saudade dos amigos.

— Esse daqui é o Oliver, ele está morto, pelo que ouvi, e precisa da ajuda de uma linda jovem que se chama... Agnes! — recebendo um revirar dos olhos como resposta de ambos, Anor se virou para o amigo, sussurrando baixo: — Ela não é muito de falar. — virou-se para a garota, sorrindo debochadamente. — Então, Oliver, essa daqui é a Agnes, como pode ver, a descendente de Azula Packson.

Entrem logo. — ela murmurou, já se cansando dos olhares indiferentes e divertidos do amigo e seu companhante.

...

Ele tinha fios de todas as cores possíveis no pulso, suava compulsivamente, e ainda sim, parecia preparado para entrar na câmera. Tinha os cabelos espetados por algum gel estranhamente familiar que Agnes tinha passado nos fios escuros, como sempre, quietamente, fazendo-o ter o tanto de nervosismo e ansiedade.

— Tire a camisa. — ela disse, alto e bom claro.

— Como? — franziu o cenho, assustado.

Anor soltou o equipamento de ferro que segurava, gargalhando escandalosamente, indo em direção aos dois.

— Epa, epa, epa... Estou conhecendo o “eu” tarado de Agnes Packson? É isso, meus deuses?

A mesma colocou uma das mãos na face do amigo, o tamanho não era lá uma grande coisa, não tampando muito bem o sorriso bricalhão do filho de Ares. Ela se virou para Oliver, sussurrando:

— Ignore, assim, ele irá parar. — o semideus assentiu, sorrindo. — Preciso que tire sua camisa para que... irei colocar fios, entende?

Assentindo novamente, Oliver viu Agnes se virar, e sair em direção ao um corredor perto de onde eles estavam. Deixando os dois amigos sozinhos.

— Esse é só um meio de nós dois dialogarmos sexualmente. — se favoreceu Arnos, rindo. — Baixo, silêncioso e amoroso. Você sente isso também, sabe, quando está com Luna?

O estômago de Oliver se revirou, sentindo uma pressão invisível cutuca-lo.

— Somos apenas amigos. — disse, tão verdadeiramente, que até parecia mentira, uma mentira lá no fundo de sua alma.

— Hm. — Anor apenas murmurou, voltando na direção do equipamento que tinha deixado cair.

Agnes voltou no mesmo momento, olhando e repreendendo o peito do semideus ainda coberto pelo pano vermelho. Enquanto tirava, ela olhava assustada para cada centímetro que se revelava. Foi então, que Oliver viu: as várias e gigantescas cicatrizes que pegavam de sua barriga, até partes de seu corpo que seus olhos não reconheciam, como suas costas.

— Oliver... cicatrizes. — a garota de cabelos azuis disse baixo, ainda assustada.

Ele deixou perto de seus pés a camisa vermelha, mas logo percebera que não era realmente escarlate aquela cor, mas sim branca. O vermelho, não era tinta, era sangue.

— Machucado... — Agnes estalava os dedos histéricamente, chamando Anor com os olhos – que ainda assustados, se tornavam pretos, como se demônios tivessem prontos para sair. — Preciso. Fios... colocar fios.

— Ah, claro. — pela primeira vez, o filho de Ares gaguejou, sem saber o que falar.

Após todos os fios colocados, a garota de cabelo azuis sorriu torto, fechando delicadamente os olhos de Oliver. Mandando Anor se afastar antes de acabar de colocar pequenos escudos de ferro esculpidos com os olhos verdes da Medusa.

— Pense. — sussurrou no ouvido do semideus. — Pense nela.


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