Zodíaco escrita por Markievicz


Capítulo 1
0.1 — Saquinhos de Amendoim


Notas iniciais do capítulo

OIE, IDEIA NOVA IDEIA NOVA LÁ LÁ LÁ
Okay, parei '-' espero que gostem



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Há pessoas que enxergam mais do que deviam. Na categoria da sociedade, essas pessoas são chamadas de “malucas”.

Delírio Insignificante, Pauline Morris e Jordan Packson.

Selene abriu seus olhos lentamente, vendo o teto frio e triste de um dos vários quartos existidos no setor seis de Colliwood. Ela se apõe pelos cotovelos vendo a ponta dos seus dedos do pé. Bem, isso é um aviso que cresceu ao menos um centímetro – o que é verdadeiramente uma alegria intensa saber que a cada dia ela cresce ainda mais e sem poder algum.

Há luz o bastante para ver a bagunça que Adalta — uma gata roxa de patas felpudas que está neste momento deitada aos pés da cama lambendo seus pelos— fizera no quarto. Quando Srta. Lee pedira para que Selene cuidasse da gata, ela realmente pensou que seria fácil. No momento que a viu, apenas parecia uma gata com uma cor bem diferente das outras, quietinha e enrugada. Mas agora, percebe de como estava errada.

A jovem retira delicadamente suas pernas inchadas da cama e desliza-as dentro do All Star sem cadarço cheio de margaridas pintadas de caneta amarela em volta do pano. Pega seu exemplar de Delírio Insignificante e coloca-o dentro de sua bolsa vermelha. Esse é o preso que se paga quando é uma leitora compulsiva. Mesmo sabendo que não teria nem ao menos um segundo para ler algumas páginas novamente, leva sempre seu livro predileto. Como se ele fosse parte do seu corpo, não poderia deixa-lo para trás.

Havia mais ou menos uns três meses que Selene chegou a Colliwood, ganhando uma muda de roupas cinzas e discretas e um pequeno cubículo chamado de quarto pela população de lá. A jovem tinha o dever de sair todas as manhãs de seu quarto e ir direto ao laboratório central do setor. Fazer testes com cientistas rabugentos não era o que ela esperava quando ganhou uma chance de se tornar igual a todos de sua família, uma dominadora de quais quer elemento.

O pior, é que após Selene ser obrigada á ficar uma semana em um campo de concentração, testada numérica vezes, tendo ajuda apenas por habilidades que não existem dentro dela, ela foi eletrocutada por uma variação de 267 cabos elétricos em volta do campo, todos em sua direção quando a jovem sofreu uma crise mental fazendo-a tentar pular a cerca elétrica. Acabando com o seu teste de rompimento á qualquer elemento existido.

Selene perdeu a memória e foi banida pelo próprio pai por inutilidade ao setor. O que fez o governo –causador da alta eletricidade do campo- dar uma chance a ela de tentar ajustar tudo novamente em seu lugar. Este era o problema, Selene não sabia o que ajustar. Tudo estava bem, pelo menos é o que ela pensa.

Quando colocou seus pés para fora do quarto, a jovem pode ouvir os gritos e assobios que se corrompiam entre as paredes brancas do corredor 09 aonde vive. Ela foi levada pela curiosidade de saber o que estava havendo na praça central do setor. Era só virar alguns corredores mal iluminados –que davam certos arrepios na jovem- para chegar á praça, que era coberta e não se via nem ao menos um raio de luz solar. O setor sete era bem diferente dos outros. Selene preferia chamar de “Setor Psiquiátrico”.

— Aonde se pode ser maluco em conjunto. — a jovem murmura com desprezo.

O melhor de se viver no corredor 09, é que é bem perto de uma das maiores lojas de alimentos que migram no setor, e é claro, a Praça Central. Dando isso, Selene tem um privilégio gigantesco de entrar pelos fundos da loja e comprar tudo que em um minuto colocado na bancada já se acaba. Em teoria, se você comprar algo que não se acabou em minutos, a coisa está invalidada ou é o seu dia de sorte. Na maioria das vezes é a primeira opção, o que faz muitas pessoas reclamarem de dores na barriga em uma pequena enfermaria improvisada perto de uma loja de cupcakes.

Hoje, Selene não pode comprar nada na loja ou ir direto para o laboratório. A Praça Central estava completamente lotada, e isso fez a jovem ter seus pés pisados por estranhos e seus ouvidos quase surdos pelo alvoroço dos gritos e algumas caixas de som que não podia ser ouvidas por causa daquilo tudo.

Na cabeça dela, o melhor a se fazer era encontrar alguém conhecido, e a única pessoa que veio em sua cabeça naquele momento era Oliver Moore, o garoto que corria em direção a ela –por pura sorte- com suas botas de couro escorregadias e um saco médio de amendoins.

— Luna! — ele grita com sua voz grossa que por um milagre ao certo, Selene pode ouvir e virar em seu encontro.

Oliver parou na frente dela, com sua boca cheia de amendoins e sua camisa molhada de suor com gotas grandes caindo no chão. A jovem queria resmungar, dizendo para que ele parasse de chama-la de Luna, mas foi pega novamente pela curiosidade e apenas perguntou:

— O que aconteceu com você?

O garoto encharcado apenas apontou para os muitos degraus em direção á prefeitura, que no momento havia pacificadores com mangueiras grossas jorrando água em todos que tentavam passar por eles. Não era uma das mais bonitas imagens que Selene gostou de ver, mas era uma boa noticia que poderia tocar no amigo sem sentir um pouco de nojo.

— Há alguns boatos que o prefeito roubou 56% do pagamento que o governo de Colliwood deu para manter as maquinas de fisioterapia do corredor 02. — Oliver desenvolve uma careta em seus lábios finos. — Sempre há corrupção em setores.

— Você estava tentando entrar na prefeitura?

— Na verdade, eu estava tentando sair dela. — a amiga abriu a boca para mais uma pergunta, mas o garoto encharcado continuou sem hesitar: — Consegui uma vaga no campeonato de Prypat.

— Você vai morrer em segundos.

— Eu só preciso de alguns segundos de coragem insana para vencer. — o garoto encharcado abraça a amiga com um só de seus grandes braços e com o outro, ele deixa voar pelo ar. — Imagine, “Moore vence todas as partidas com força e coragem”.

— Ou “Moore perde todas as partidas com fraqueza e idiotice”. — Selene faz um bico com seus lábios fingindo estar pensativa. — Acho que isso está mais a sua cara.

— O máximo que podem fazer é quebrar algum dos meus braços. — ele olha para baixo. — Ou pernas.

— Você vai jogar com Lucius Maclaine. — Selene o olha indiferente. — Não acho que terá só pernas e braços quebrados, Oliver.

— Eu sei que está preocupada, Luna. Mas você sabe...

A garota não escutou mais o amigo, ela estava vidrada na farmácia ao lado de outras três lojas depois da prefeitura. Dominick Baker era o farmacêutico mais cobiçado do setor, com suas mãos em chamas – especificamente, Dominick é um dos poucos dominadores de fogo do setor-, ele conseguia cobrar dinheiro dos malandrinhos facilmente e construir sua fortuna pelo dom especial que ganhara.

O que Selene estava vendo era uma cena que não se parecia que Dominick era bom com sua dominação. O farmacêutico estava sendo carregado para dentro de sua farmácia por dois vultos que a jovem não soube saber o que era.

— Oliver. — ela cutuca seu amigo e olha de novo para a farmácia rezando para que só fosse uma das coisas malucas na sua cabeça. Mas não eram. Dominick Baker estava sendo morto dentro de sua própria farmácia e ninguém estava vendo.

— O que foi? — o amigo resmunga com a boca cheia de amendoins. — Você ignorou-me é agora quer atenção? Eu não vou ser...

— Você já me respondeu e me deu atenção. Agora olha pra farmácia e vê se olha direito com esses seus olhinhos pequenos. — Selene brinca tentando tirar toda a nervosidade que preenche dentro dela.

— Uau, uma farmácia com remédios. — Oliver banca o irônico após estreitar seus olhos negros e pequenos para ver melhor a farmácia um pouco ao longe. — O que há de estranho nisso, Luna?

— Jura que não está vendo? — a amiga morde seu lábio inferior. — Tipo, alguma coisa... Com o Sr. Baker?

— Ele é um dominador, Luna. — o garoto encharcado coloca mais um pouco de amendoim em sua boca. — Sabe se cuidar.

— Mas...

Oliver a olha triste.

— Não quero que você vá para o corredor 04, Luna. Então pare de falar besteiras.

— Mas...

— Acho melhor você voltar pro seu quarto. — ele amassa o saco de amendoim e a olha carrancudo.

Selene queria dizer não, mas o sono a pegou de jeito que se fez culpar de dormir tão tarde ontem a noite. Então, apenas coçou seus olhos com uma mão em punho e sussurrou um tudo bem para o amigo. Tinha que concordar, aquela multidão estava dando alucinações a ela.

Voltando para quarto, Adalta ainda estava lá, rasgando uma das almofadas em cima da cama que ao ver a dona, puxou-a para debaixo dela e continuou com a rasgação. Selene deitou sobe os lençóis frios e pensou no que o garoto encharcado dissera.

Ela sabia muito bem na qual categoria o corredor 04 tinha, e isso não há fez sentir melhor. Seu estomago se embrulhou, uma dor repentina, e foi aí que se lembrou, fazia horas que não comera nada. Mas a dor sumiu, rapidamente e frugalmente, de uma hora para outra.

Oliver Moore estava certo, ela está com fome e com sono, as causas de ver e falar coisas absurdas. Era isso. E se ficasse quieta, não iria precisar ir para o corredor 04 e sofrer as mesmas perdas de neurônios iguais ao amigo. Oliver falou e viu muito mais que um paciente de um setor tão injusto poderia ver e falar, isso o fez ganhar as seguintes consequências.

Não ter a chance de receber a sua honra de volta era uma das coisas que fazia Selene se arrepiar – igualmente os corredores mal iluminados-, ela achava mesmo que conseguiria sua honra de volta se ficasse na linha. E isso era a única meta que ela tinha nesses meses pra cá. Ficar na linha e voltar para casa.

Um bater da porta fizera ela se levantar rapidamente e correr para atender. Não queria mais pensar, pensar á fazia ficar triste e cheia de esperança. As duas coisas que ela não gostava.

Era Oliver que estava do outro lado da porta, com mais um saco de amendoim e um olhar assustado. Ele ainda pingava e escorregava se segurando na porta por causa de suas botas de couro. Parecia diferente e assustado. Muito assustado.

—Jure dizer a verdade, somente á verdade e nada mais que a verdade— ele repetiu as palavras de um juramento no tribunal.

Selene o olhou indiferente, segurando o para que ele não caísse e olhou fundo em seus olhos.

— O que aconteceu, Oliver?

— Jure. — o garoto fingiu que não a escutou.

— Eu juro pelo Rio Estige, garoto. Agora me fale o que aconteceu.

Ele chegou um pouco mais perto dela, olhou para os dois lados do corredor e tentou sussurrar baixo, o que não adiantou, já que sua voz era grossa e correu pelas paredes do corredor.

— Dominick Baker está morto.


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Notas finais do capítulo

ME DESCULPE os erros. u.u, juro, eu corrigi! Mesmo assim, se achar, me fale no comentário e me diga o que achou do capitulo! Obrigada por ler e espero que tenha gostado! Daqui a 6 comentário :3