Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 98
Capítulo 86 — Parte 03


Notas iniciais do capítulo

HELLO GUYS! *-* Tudo bem?

Capítulo fresquinho com a penúltima parte da narração da Clary :D Espero sinceramente que gostem ;)

Obrigada pelo carinho nos comentários! Amanhã respondo todos vocês!

Boa Leitura!



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Clarissa

Parte 03
 

Lexi hesita antes de falar.

— Tyler Stone era o ajudante direto da Emeline — Ela suspira buscando ar, secando o rosto ainda agarrada à blusa que um dia pertencera ao garoto que agora a destrói. — Ela o tinha adotado depois que um acidente matou os pais dele. Eram civis lutando contra o Coringa — Lexi passa os dedos pelo tecido da blusa, pensativa. — Então ele praticamente foi minha única companhia durante muito tempo. Brincávamos juntos, e com o tempo... Ele... Conseguiu ativar algo dentro de mim.

— Humanidade — completo, e ela meneia a cabeça positivamente com os olhos marejados. — Ele conseguiu ativar isso em você? Mesmo com todo o ódio que Emeline queria fazer você sentir?

Lexi assente novamente, suspirando uma segunda vez para controlar o tom de voz.

— Eu tinha que fingir que estava com o controle das emoções ruins, mas pela primeira vez Tyler me fazia sentir... Alegria. E eu tive os dois anos mais felizes da minha vida. Até que Emeline descobriu quando me viu sorrindo com uma boneca que ele tinha me entregue — uma nova torrente de lágrimas inundou o rosto da Riddle. — Eu tinha apenas oito anos quando vi Emeline arrastar Tyler e espancá-lo. Ele foi tão corajoso tentando resistir! Além de bondoso era corajoso, como seus pais eram. O sonho dele era ser um civil também — por um segundo ela sorri, apertando a blusa em suas mãos. — Tyler quase não aguentou a tortura de Emeline. Então ela simplesmente o mandou embora. Homens foram buscá-lo e eu só pude observar tudo. Não fiz nada. Emeline apagou as sensações boas de mim, tornando-me mais uma vez um monstro prestes a receber a Morte.

Continuo com a mão em seu ombro, drenando seu poder. Lexi seca o rosto mais uma vez, fitando-me.

— Eu soube depois de muito tempo depois que ele morrera. Em Gotham — Ela se encolhe por um segundo, franzindo o rosto. — Tyler era um menino incrível. Que conseguiu me fazer feliz. Que conseguiu deixar boas lembranças em mim.

— Ele morreu por causa do tráfico de órgãos — explico, baixando os olhos. Faço um segundo de silêncio, enquanto Lexi choraminga. — Por que você não o ressuscitou?

— Porque Emeline bloqueou a alma dele — responde ela, afastando-se de mim. Cambaleio para trás com o choque da desconexão. Tenho o máximo de poder dela, contudo ainda falta mais. — Isso impede que qualquer um possa ressuscitá-lo. — Lexi cerra os punhos, jogando para o lado a blusa e assumindo mais uma vez seu semblante debochado. — Não me interessa mais. Ele está morto.

— Sei que se importa Lexi — digo, colocando-me de pé. Cerro os punhos, determinada a ir até o fim. — Assim como se importa com Dylan.

A Riddle gargalha diante de mim, dando-me as costas e voltando o olhar para a janela do quarto. Franzo o cenho.

— Dylan foi um passatempo, Clary — Ela coloca as mãos na cintura. — Eu mandei os pais dele para outra galáxia. Então depois lhe dei colo, e ele aceitou de bom grado. Ele me distraiu durante um bom tempo — Seus olhos se voltam para mim com desdém. — Mas nada mais do que isso. Gente como eu não pode amar.

A carga de poder preenche meu íntimo. Tenho pouco tempo.

— Agora, você vai aceitar o seu destino — Lexi caminha até mim, semicerrando os olhos. — Está acabado. Você tem sete minutos. Apenas sete. Acha que pode impedir a detonação das bombas e o meu poder?

Sorrio, passando para a palma da minha mão a quantidade de poder existente em meu corpo. Respiro fundo. Lexi me ataca, e com uma velocidade sobrenatural lanço-a contra a cômoda de mármore, fazendo-a cair no chão derrubando o móvel.

— Sua idiota! — Ela grunhe, tentando se colocar de pé. Contudo já agarro seu pescoço, prendendo-a a parede com uma força descomunal. — Ah!

— Você é patética! Está fingindo que não se importa com nada! — aperto sua garganta, fazendo-a tossir. — Dylan... Tyler... Pessoas que fizeram diferença na sua vida! Acha que não sei como é? Tentar desativar suas emoções? Fingir que nenhuma vida é importante? — Aperto ainda mais, e Lexi arregala os olhos, suas bochechas perdendo a cor. — EU FIZ ISSO! Por anos! Mas não adianta. Alguma hora você ama alguém, sente a perde de alguém, sente tristeza! E sofre, e sorri, e abre a merda do coração!

 Lágrimas rolam pelos olhos de Lexi, que para de lutar contra meu controle.

— Eu não posso... Eu não posso amar...

Solto-a, deixando que ela caia no chão, tentando recuperar o fôlego. Consigo vagamente me ver nela, e a raiva não preenche minha mente como deveria.

“Estou chegando”, James avisa.

Agacho-me em frente à Lexi, enquanto ela se desestrutura mais uma vez. Está lutando contra seus sentimentos, suas emoções, e se torna extremamente vulnerável.

— Eu sei como é — digo calmamente, e ela me encara.

— Era para eu odiar você agora! — exclama a morena, mexendo em seus cabelos, nervosa. — Mas... Mas... Eu estou sentindo...

Inesperadamente seguro sua mão, gelada e trêmula. Dreno o restante de seus poderes, aquecendo meu peito e descarregando por completo qualquer resquício da Morte que existia em seu interior.

— Você vai ficar bem — digo calmamente.

— V-Você... Você... Vai me matar, não é? — Lexi gagueja, olhando-me com desespero.

 Suspiro, desviando o olhar. Nunca pensei que fosse tão difícil. Nunca imaginei que seria tão difícil matar Lexi Riddle. Mas agora, de alguma maneira, consigo compreendê-la. E isso torna a situação desesperadora.

— Eu não vou matar você — coloco-me de pé, ouvindo passos no andar debaixo do prédio. — Você precisa pagar por tudo que fez antes disso.

Seus olhos vermelhos fitam-me durante os longos segundos que James e Ashley demoram a chegar aqui, ofegantes.

— Clary! Você está bem? — James questiona, pegando meu braço e lançando-me um olhar urgente.

Meneio a cabeça positivamente, encarando a Lexi que treme no canto do cômodo, irreconhecível.

— Essa é Lexi Riddle? — Ashley franze o cenho, confusa.

Franzindo os lábios, foco minha mente no que realmente importa.

— Vocês foram ótimos investigando o passado da Lexi — fito a garota no chão mais uma vez, voltando-me para os Turner. — Eu jamais conseguiria roubar o poder da Morte sem vocês.

— E agora? Vai matá-la? — questiona Ashley, cruzando os braços.

Meneio a cabeça negativamente.

— Eu quero que ela sinta — digo, recebendo olhares confusos dos irmãos. — É a maneira que acho mais sensata de fazê-la pagar pelo que fez. Ativando as emoções dela. De uma vez. Ela ainda está lutando contra seu lado maligno. Precisa se estabelecer.

— Quem é você e o que fez com a Clarissa Wayne que destrói vidas? — indaga James com um sorrisinho irônico.

Dou de ombros.

— Acho que se eu consegui ativar minha humanidade, ela também consegue.

James encara Ashley, e ambos seguem até a Riddle. Observo com os braços cruzados quando os dois usam seu poder contra ela. Um grito de dor escapa dos lábios de Lexi durante o processo, obrigando-a a apertar as têmporas e desabar no piso.

Embora pareça idiota essa decisão, consigo ao menos encontrar algo de bom nisso. Lexi merece viver, não porque eu tenha algum tipo de afeto em sua pessoa, mas porque da mesma maneira que eu tive minha chance, ela merece a dela.

A quantidade de poder dentro de mim parece prestes a explodir. Cambaleio por um segundo, a visão ficando turva.

DEVOLVA OS MEUS PODERES!

Cuspo sangue, caindo de joelhos. Alguém me ampara, e identifico ser James.

— CLARISSA!

Tento falar, mas ao invés disso, emito um grito. A figura atrás de James me assusta mais do que tudo. Atrás dele, se encontra a própria Morte, completamente enfurecida e prestes a acertar as contas comigo.


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Notas finais do capítulo

Amanhã, a última parte da narração da Clary encerrando a Maratona Destroyers õ/

A própria Morte apareceu para receber seus poderes de volta! E ainda teremos Emeline causadora de problemas no próximo capítulo u.u Aguardem!

Beijokas ;)