Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 90
Capítulo 81


Notas iniciais do capítulo

HELLO GUYS! Tudo bem? :D

Hoje é sexta-feiraaaaa! õ/ E um capítulo fresquinho para vocês com narração da nossa querida Ashley!!!

PS: O TRECHO DA MÚSICA NO FINAL DO CAPÍTULO É RUN DA LEONA LEWIS!

Boa Leitura ;)



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Ashley

E o tédio predomina lado a lado com a tristeza.

Ao mesmo tempo em que desejo voltar para meus amigos, a sensação de ter perdido James influencia essa decisão.

Loki saboreia seu café da manhã calmamente sem se reter a detalhes como uma garota deprimida em sua cela.

— Está com fome? Ah, você é só uma alma — ironiza o deus maldosamente.

Cerro os punhos, meus olhos inchados pelo choro contínuo. Ele é um monstro, um demônio. Não existe qualquer resquício de bondade em seus olhos. Apenas o desejo de destruir o que estiver em seu caminho.

— Como consegue rir da dor alheia? — pergunto franzindo a testa. — Como consegue ser tão idiota?

Os olhos de Loki erguem-se de sua refeição e repousam na minha figura ameaçadoramente.

— Eu sou um deus. Não permito que me ofenda!

— Eu não pedi sua permissão de merda — coloco-me de pé. — Você é patético e nojento! Sua inveja te destrói seu... Seu asquerozo!

— Não ache que só porque tem poderes parecidos com os meus eu não posso acabar com você! — ameaça Loki com malícia percorrendo seu olhar.

— Por que não tenta? — o desafio cerrando os punhos. Ele não me assusta, sendo um deus ou o que for.

Encaramo-nos em mútuo silêncio até que um barulho me sobressalta. Imagino por um segundo se é o poder de Loki prestes a acabar comigo, contudo o deus está tão surpreso quanto eu.

Uma pequena luz que se amplia consideravelmente em forma circular, até poder passar alguém maior que eu.

— Ashley! — a voz de Zack vem de um ponto de luz que cresce diante de meus olhos. Consigo ver o grupo reunido em um mar de névoa e a incredulidade de ver James. — Você precisa vir!

Inúmeras questões rondam minha mente, entretanto consigo avançar.

— NÃO!

Paro repentinamente, meus membros estacando como chumbo. Loki sorri ao encontrar meus olhos assustados.

— LOKI! Deixe-a vir! — berra James, um vento forte começando de dentro do portal e me atingindo, no entanto sem que eu consiga me locomover.

— Não! Achou que seria simples? — Ele vira meu queixo bruscamente forçando-me a encará-lo.

O portal começa a se fechar aos poucos. Os gritos furiosos de James se propagam.

Então algo se enrola em meu braço e me puxa com força brusca. Loki não tem controle sobre o que acontece, e separo-me dele rapidamente. O portal se dissolve à minha passagem, e Aurora Clarkson retorna seu braço à posição normal, desenrolando-o de meu pulso.

Caio no chão ou o que parece ser o chão. Olho ao redor completamente confusa, meus olhos repousando na figura de James.

— JAMES! — grito atirando-me em seus braços. Ele me tira do chão em um forte abraço, todas as emoções agitando-se dentro de mim. — Meu Deus! Você... Você... Você estava morto! Ao menos acho que estava...

— Ainda estou Ashley — Ele fala com cuidado, acariciando meu rosto.

Franzo o cenho.

— Como assim? Não! Eu... Eu não posso estar...

— Calma! — Aurora segura meu ombro, sorrindo. — Nós vamos explicar tudo. Mas você precisa se acalmar. Okay?

Abro e fecho a boca repetidas vezes sem conseguir pronunciar nenhuma palavra assim que todos começam a falar. A história parece uma bola de neve, cada vez mais intensa, cada vez... Pior.

Quando finalmente terminam, Zack está segurando minha mão e a incredulidade pode ser facilmente estampada na minha cara.

— Meu Deus! — exclamo atordoada. Meus olhos repousam em Clarissa, seguindo então para Sophia. — Isso significa... Que vocês duas...

— Somos bruxas agora — Sophia diz, meneando a cabeça positivamente. — Clary ativou os poderes dela, então consequentemente consegui os meus. Podemos abrir portais e seguirmos para o mundo dos vivos. Podemos... Ressuscitar vocês.

Zack respira fundo.

— Mas antes precisamos matar seus pais, Ash — Ele diz mexendo em meu cabelo que cai em frente ao rosto. — E você poderá acordar.

Sorrio ainda cheia de informações. Matar os meus pais para que eu possa despertar. Certo. Matar os meus pais com os poderes que Sophia e Clarissa adquiriram... Okay. Eu posso lidar com tudo isso.

Zack aperta minha mão e o encaro. Da sua maneira ele tenta transmitir proteção. Da sua maneira ele demonstra carinho. E meu peito se enche de alegria por estar ao lado dele mais uma vez, quando imaginei que todas as esperanças estivessem se esvaído.

(...)

É estranho pensar em bruxas. Porque a princípio lembro-me de Harry Potter, Hogwarts e tudo mais. E em seguida penso em American Horror Story. Mas o que vejo é tão diferente...

Clarissa e Sophia mantém concentração ao fazerem floreios com as mãos em meio ao mar de névoa que nos encontramos. E com um breve estalo, um segundo portal começa a se abrir, lentamente.

— Primeiro as damas — digo arrastando Stella e Aurora comigo. Porque claro, estou morrendo de medo para ir sozinha.

 Pulamos para dentro do círculo, e um vento forte praticamente me puxa antes que suavize de uma única vez. Abro os olhos. Estamos em... Pera, eu conheço esse lugar!

— NovaHead? — Aurora murmura.

Com um barulho, Simon e Zack caem atrás de nós, e se debatem no chão antes de conseguirem se separar e colocaram-se de pé.

— NovaHead? — ambos questionam confusos ao mesmo tempo.

Em seguida, Clarissa, James e Sophia pulam pelo portal, e este se fecha às costas deles.

— Uau — James diz ajeitando a camiseta em seu corpo. — A escola.

— Que emocionante — completa Clarissa revirando os olhos.

— Tem certeza que meus pais estão aqui? — pergunto franzindo o cenho. Não consigo imaginar o casal Turner nesse ambiente.

É então que uma das portas se abre. Penso em me esconder, mas lembro-me do que Clarissa disse: estamos presos no mundo dos mortos. Ninguém a não ser Lexi pode nos ver. Contudo, com os poderes de invisibilidade da Sophia, é descartável essa possibilidade.

Laurence Turner atravessa o salão em saltos altos de grife e roupas ao estilo “executiva elegante que não lava louça nem transa com o marido”. Seus cabelos negros se encontram curtos e seus olhos claros fitam o ambiente com tédio.

— Você tem certeza? — Ela questiona para uma figura que vem logo atrás de si. Morgana Le Fey, trajando um vestido na cor vinho e seus cabelos negros caindo até a cintura.

— Absoluta. Queimamos os corpos deles para termos certeza. A Wayne e a Thompson estão adormecidas e vivas, sem possibilidade de acordarem. Nada vai afetar o plano — a vaca anuncia com orgulho.

— Ótimo — Laurence olha no relógio que deve custar quase um apartamento nas Bahamas e murmura com interesse. — Falta uma hora e meia.

— E quanto à sua filha? — Morgana questiona cruzando os braços. Laurence a encara com despreocupação em sua face. — Ela está sendo cuidada pelo Doutor Strange pelo que soube...

Laurence ri com desdém.

— Ela está presa em Asgard graças a um feitiço que fiz — meneia a mão como se a questão fosse patética. — A essa altura a alma dela está presa lá e seu corpo não serve de nada. Ela e James só me deram decepções...

— Deveria ter ficado feliz com a morte dele — fala Morgana caminhando para longe. — Foi tão trágica... Vi uma pedra esculpida com o nome dele e da namoradinha em frente aos destroços da nave... Quem diria que a morte dos dois amoleceria o coração da Wayne.

Vejo James e Aurora sorrirem simultaneamente para Clarissa, que acaba sorrindo de canto.

— Ele mereceu o que teve — Laurence suspira, levando uma das mãos à testa. — Por que não vai providenciar champanhe? Temos que ter algo para comemorar aqui.

— Suponho que nossa líder esteja se divertindo com o Allen. Ela adora controlar as pessoas. — debocha a bruxa deixando o salão onde as líderes de torcida praticavam para dançar nos jogos e os grupos de teatro ensaiavam para suas peças. Parece há tanto tempo que estive aqui para uma aula normal...

Laurence Turner respira fundo. O silêncio impregna todo o ambiente. Repentinamente ela retira algo do bolso de seu terno lilás, e percebo ser uma fotografia. Aproximo-me, hesitante, e percebo serem James e eu, muito tempo atrás.

Ela aperta a foto em sua mão, antes de amassá-la e rasgá-la em pequenos pedaços. James não se surpreende com essa atitude (ou finge não se importar), no entanto, eu sinto meu coração ser despedaçado juntamente daquela foto.

Por que meus pais não poderiam nos amar como nós os amamos? Por que James teve de ser rejeitado por eles e se tornar um monstro antes de finalmente vir para o lado certo? E todas as ações deles nos levaram a isso.

Sem piedade, Clarissa se aproxima de Laurence logo que a mesma caminha com seus saltos pontiagudos até uma lata de lixo onde lança os restos daquela foto.

Cerro os punhos. James me abraça pelos ombros.

— Tem que acontecer — Ele diz friamente, logo que Clarissa se encontra atrás de Laurence, que está com a mão na maçaneta. — Não tem outro jeito. Eles não vão mudar...

As lágrimas rolam por minha face continuamente e abraço meu irmão com intensa força. Stella segura minha mão.

— Eu sinto muito — Ela diz tapando meus olhos.

Ouço o grito de Laurence. Afasto a mão de Stella do meu rosto, a tempo de ver Clarissa com uma faca presa às costas da minha mãe. O sangue mancha seu terno lilás, tornando-o vinho. A Wayne retira a lâmina do ferimento então abre outro, enfiando a lâmina em diversos pontos das costas de Laurence com uma brutalidade que se assemelha ao seu ódio. Os gritos permanecem contínuos, e ela se debate, tentando escapar, a mão na maçaneta soltando-a aos poucos, até cair.

Meu corpo estremece ao vê-la cair e Clarissa continuar a esfaqueá-la, mesmo sem os gritos, mesmo que a mulher tenha caído na inconsciência. Apenas quando a lâmina rasga profundamente a garganta, a Wayne parece se satisfazer.

Sophia ergue sua mão e é possível ver a sombra que deixa o corpo de Laurence como se fosse puxada com força logo que a mulher cai no piso em uma poça de sangue. Clarissa solta à faca, limpando o sangue de sua mão na roupa da minha mãe.

— Sangue e o poder — observa Simon, levemente incomodado.

— Gostei — diz Clarissa, sem emoção. — Os gritos dela... Amenizaram minha raiva.

Permaneço parada por uma fração de segundos, observando o rosto impregnado de morte da minha mãe.

— Eu não consigo sentir nada — digo tristemente. James segura meu ombro, seu semblante completamente impassível.

— Pense que... Ela sofreu as dores de cada um de nós. Ela nos fez sofrer, Ashley.

— EU FIZ VOCÊS SOFREREM? — a voz de Laurence chega aos meus ouvidos.

Não consigo vê-la, apenas ouvi-la. A raiva dela, a fúria que a atinge.

— EU VOU REVIVER! EU VOU REVIVER E ACABAR COM VOCÊS!

— Nós já estamos mortos mãe — James fala com Aurora ao seu lado segurando sua mão. — Graças a você.

— SEUS IDIOTAS! — finalmente reconheço a sombra diante de mim, sem realmente ver seu rosto ou roupas. Apenas uma sombra escura. Sua risada ressoa tão maldosa que chega a dar arrepios. — A Wayne e a Thompson não ativaram seus poderes! Lexi vai me ressuscitar em breve!

— Sinto dizer, mas... — Clarissa mexe no cabelo, com desinteresse. — Sophia e eu conseguimos ativar nossos poderes.

Reconheço sombras surgirem de diferentes pontos do salão. Do teto, do corredor, do piso. Sombras idênticas à da minha mãe.

— O-O quê? — finalmente a sombra dá lugar ao corpo de Laurence Turner, e vejo o pânico em seus olhos. — NÃO! Não! Não é possível!

— Quando tocaram em meu corpo eu já tinha conseguido sair da tentação — Clarissa fala sorrindo maliciosamente. — E com minha conquista Sophia recebe a parte dela. Você perdeu. E agora vai pagar pelos seus pecados... Para sempre.

— NÃO! NÃO! ASHLEY! FILHA! — Ela grita em desespero quando começa a ser puxada pelos braços. Mãos agarram seu pescoço, e seus olhos se arregalam em pânico. — FILHA! Eu amo você! Por favor! Me livre disso!

Recuo, ainda chorosa.

— Não. Eu não posso fazer nada — digo firmemente com o que resta de força dentro de mim. — E mesmo que pudesse... Eu não ajudaria.

— NÃO!

Laurence é arrastada cruelmente, seus membros sendo torcidos e retorcidos durante o caminho, até que ela desaparece por fim.

— Eu sinto muito, muito mesmo — Sophia diz para mim, envolvendo-me em um abraço.

 

Acenda a luz, acenda a luz

Como se tu tivesses escolha

Mesmo que não consigas ouvir a minha voz

Eu estarei sempre ao teu lado, querido



Mais alto, mais alto

E nós correremos pelas nossas vidas

Eu não consigo falar, mas compreendo

Porquê é que tu

Não consegues levantar a voz para falar

Aperto Sophia, descarregando toda minha tristeza. Eu não queria isso. Nunca quis chegar até aqui. Nunca quis acreditar que meus pais no fundo não me amavam, nem amavam James. Sempre quis acreditar que eles tivessem morrido honrosamente, que meu irmão fosse culpado de tudo. Mas a verdade dói. Infelizmente não temos o poder de escolher quem vai cuidar de nós e roubar nosso amor sem retribuí-lo jamais.


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Notas finais do capítulo

Vou dedicar as próximas horas respondendo os reviews de vocês já que postei mais cedo õ/ Portanto fiquem atentos!

Obrigada pelo carinho mais uma vez. E sim, eu não me canso de agradecê-los ;)

Beijokas!!!



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