Zack

Ah, ser um herói. Isso é um verdadeiro meio de conseguir a atenção de belas donzelas.

Hoje descobri que não apenas as garotas sem poderes podem ser ssalvas, como também as que tem poderes. E mais especificamente ainda: minha colega de equipe.

— Estou bem agora, Zack —  Ashley diz quando chegamos em frente ao hotel que estamos hospedados. Ela ainda está um pouco pálida, mas ao menos seu nariz parou de sangrar.

Coloco-a no chão, seu perfume caro com fragrância de rosas sendo exalado naturalmente. Ashley retira uma mecha de cabelo castanho de seu rosto, e me encara. Sinto como se seus olhos pudessem ver minha alma, algo que certamente ela seria capaz de fazer.

Então uma explosão quebra nosso contato visual, e os gritos da população —  antes alegre e bêbada —  de Vegas chega aos nossos ouvidos.

— Precisamos achar os outros —  digo rapidamente, um tanto desesperado.

— Acho que não vai ser preciso ir longe para achá-los — Ashley indica com a cabeça a minha direita, e ao olhar vejo Simon, Stella e Sophia descendo do prédio graças aos poderes da Richard.

E PERA AI! ELA PODE VOAR AGORA?

— M-Mas que merda é essa? —  berro apontando para Stella que traja sua roupa prata de Metallick. Sophia e Simon pousam com ela e vem até nós.

— É uma longa história que não temos tempo —  Simon toma as rédeas da situação, sério. Ele tá me lembrando o Capitão América agora... —  Tem clones de nós de uma realidade paralela ruim na cidade destruindo tudo. Sophia e Stella já toparam com uma Stella do mal, uma Sophia, um outro eu e um outro você —  diz para mim, que abro a boca para falar, mas sou interrompido pela Sophia.

— Matamos Stella e a outra eu. Mas não sei por quanto tempo vão continuar assim. Temos que invadir a nave dos vilões essa noite...

— Mas não era nosso dia de descanso? —  pergunto embicando os lábios.

Ashley suspira.

— Posso rastrear meu irmão. Conhecendo ele deve estar com Aurora.

— E ui! Será que Dylan e Clary estão se pegando por ai? — pergunto com um largo sorriso, recebendo um tapa de Stella que faz meu ombro arder. — Ei!

— Agora não é hora disso, Zack! Mantenha o foco!

Ashley se afasta de nós e leva as mãos às têmporas, seus olhos firmemente cerrados e aparentemente ela faz um grande e surpreendente esforço. Fico mais atrás caso ela caia, para poder ampará-la. Então ela abre os olhos de chofre.

— James está com Aurora há uns dez metros daqui. Acabei de falar com ele.

— Ah essas ligações de irmãos... Vamos até onde estão — digo começando a caminhar com Ashley, enquanto Stella alça voo, e Sophia e Simon correm mais à uma frente.

(...)

Talvez não tenha sido uma ideia excelente invadir o quarto em que James e Aurora estão...

—  Opa! —  Ashley diz primeiro.

Os dois estavam embaixo dos lençóis como vieram ao mundo para ser mais exato. Aurora deu um gritinho e se cobriu com os lençóis, enquanto James arqueou uma das sobrancelhas para nós.

—  Sabem que é falta de educação não bater na porta?

—  Ahn... —  ficamos boquiabertos como dementes e "Ahnnn" parece a única coisa que sai de nossas bocas.

Limpo a garganta e dou meu sorriso de "Ahhhh Moleque!".

—  Você não perdeu tempo hein James? Parabéns aos dois! Mas tem uma treta aqui. Tipo... Meteórica. Adoraria ficar em uma situação como a sua cara, mas somos heróis e não temos tempo!

—  Okay! Se vocês saírem a gente se veste e tá tudo certo. —  James diz começando a se levantar sem se preocupar em cobrir nada.

Opa que eu não to a fim de ver as coisas dos outros não. Da Aurora até ia né? Mas não de algum outro macho. Deus que me livre.

Saímos do quarto sem antes reparar no corpo estatelado de Caroline. Vixe que aconteceu uma batalha nuclear aqui.

—  Uau. A Aurora... —  Ashley cochichava com Sophia e Stella.

—  Pois é —  responderam as duas em coro, perplexas.

Alguns minutos depois e Aurora e James saem do quarto —  a Clarkson bem corada por sinal — , e nos entreolhamos na tentativa de voltar ao plano.

Simon pigarreia, encarando todos.

—  Temos nossos uniformes —  Ele diz mostrando as pulseiras que tínhamos adquirido na S.H.I.E.L.D há um século e meio, que permitia que o uniforme surgisse em nosso corpo e se ajustasse perfeitamente —  por que eu não tinha uma dessas para colocar minhas roupas normais e tudo?

Concentro meu poder na minha, e raios disparam ao meu redor até que a roupa azul escura (uma calça e uma blusa de mangas curtas com luvas de couro nas mãos e uma máscara cobrindo metade de meu rosto) surgem e se ajustam em meu corpo.

O raio branco em meu peito indica que sou o fodão Catástrofe (nome decidido de última hora. Morram de inveja gafanhotos e gatinhas suspirem!).

Olho para os outros.

James traja sua capa negra e seus típicos jeans com as  botas de couro nos pés, sem se importar em ter uma máscara. Ashley usa seu colante vermelho no busto, uma saia da mesma cor até as coxas e uma capa vinho às costas, com uma máscara cobrindo metade de seu rosto e botas também vinho indo até as coxas. Aurora veste um colante verde escuro, com botas pretas e uma máscara também negra protegendo seus olhos.

Stella já usa sua roupa típica de Metallick, com botas prateadas, o colante cinza com a capa e a máscara até a metade de seu rosto.

Já Sophia usa um novo uniforme, uma saia azul clara até os joelhos com uma camiseta da mesma cor justa, botas brancas e a capa também branca, assim como sua máscara que protege seus olhos.

Simon também mudou seu uniforme em alguns detalhes, dessa vez usando calça preta e botas da mesma cor, com uma blusa de mangas e uma máscara que cobre apenas metade (e não todo) seu rosto.

Estilo é o nosso nome do meio agora. Abalamos com nossos uniformes ultramegafuckingfodas!

Até tenho orgulho de nossa querida Ashley e nosso querido Simon. A pprincípio a pulseira da S.H.I.E.L.D nos foi entregue como um meio de rastrearmos uns aos outros, mas Ashley teve a brilhante ideia de fazer uma tecnologia como a dos anéis do Flash (pai do Dylan) em que podemos colocar nossos uniformes em qualquer lugar sem precisar necessariamente carregá— lo em uma mochila para todo canto (como fizemos na mansão dos avós dela quando fomos atacados por aqueles agentes malucos da S.H.I.E.L.D. Um trabalho danado para nos vestirmos).

Acho que essa é a primeira vez que estamos estreando a tecnologia desenvolvida por Simon (já que não tivemos oportunidades muito legais de usarmos nossos uniformes. Somos heróis simplórios sabe...)

—  James, encontrei nossos pais. Eles abriram o portal —  Ashley diz calmamente. O irmão lhe encara com desconforto.

—  Eles machucaram você? —  Aurora pergunta com preocupação.

Ashley nega me encarando.

—  Só um princípio de aneurisma. Zack me salvou antes que qualquer coisa acontecesse —  volta a fitar o irmão. —  Localize Clary e Dylan. Temos que encontrá— los para entrar na nave

James fecha os olhos e sem qualquer reação, torna a abri— los segundos  depois. De fato, ele tem um nível de fodisse mais alto que Ashley.

—  Ah eles se meteram em encrenca —  suspira James, antes de começar a andar pelo corredor.

(...)

Chegamos a entrada de um luxuoso prédio, que mais parecia um cassino ou hotel. Então me dei conta que era uma arena de luta, onde os granfinos faziam as apostas no guichê de entrada, bebiam umas e iam para as arquibancadas.

Ao entrarmos fomos logo encarados por seguranças e passamos a ser seguidos por eles, fora os olhares que os ricos lançavam a nós.

Dourado e vermelho preenchiam os corredores, e logo tivemos visão da arquibancada, onde logo abaixo tinha uma arena cercada de paredes altas de vidro. Uma verdadeira jaula.

Quando os seguranças vão nos pegar, Aurora se vira de chofre e dá um pontapé em um, e envolve os outros dois em um de seus braços elásticos, enquanto com o outro distribui socos em mais um dos caras ao ponto de desacordá— los.

Os que estavam em volta de seu braço elástico caem no chão desacordados pela falta de ar. É incrível como a Mrs. Elastic consegue fazer tudo isso em apenas dez segundos.

Continuamos nosso caminho rapidamente, seguindo James. Eu não sei qual a preocupação dele ou porque tanta pressa, mas ok.

Chegamos até uma escadaria que dá visão para uma ala VIP recoberta de vidro, onde está um homem com cara de Frankenstein e uma mulher de óculos e cabelos pretos.

—  É a Clary que está lutando... Com o Dylan —  diz Sophia, arregalando os olhos.

Olho para a arena. Um Dylan diferente (com roupas em tom laranja e um raio vermelho no peito, fora seu cabelo ser um pouco maior) chuta Clarissa Wayne, que bate contra uma das paredes de vidro e volta ao chão.

—  Oh céus! Aquele é o Dylan do mal! Onde está o nosso Dylan? —  Aurora questiona James, que continua andando até a escadaria em direção à área VIP.

Todos nas arquibancadas aplaudem e riem. Clarissa cambaleia na arena e antes de fazer seu ataque, Dylan já está atrás dela e torce seu braço tão forte que o grito da Wayne reverbera por todo o campo, trazendo à tona aplausos dos que assistem.

James escancara a porta do espaço VIP, e o homem Frankenstein pensa em se defender, mas Aurora já estende seu braço e arranca a arma de suas mãos, tomando— a para si. A mulher estampa uma faceta calma e um olhar malicioso na direção de James.

—  Que porra você pensa que está fazendo, Roleta? —  Ele cospe as palavras, furioso.

Daqui de cima é possível ver tudo. Clarissa continua apanhando (e feio) da super velocidade de Dylan.

Que merda.

—  James... Senti tanta falta sua —  a mulher se aproxima, mas Aurora se põe a frente com um ar autoritário. —  Oh, vejo que já arranjou outra diversão.

—  Não sou diversão dele. Estamos namorando. Agora tire a Clarissa de lá ou arrebento sua fuça —  Aurora ameaça furiosamente.

Roleta dá um risada irônica. James cerra os punhos.

—  Você e essa vadia estão me devendo ajuda. Eu precisava de uma luta...

—  Confesse que está fazendo isso apenas porque tem os vilões como chefes! Está nos atrasando! —  James coloca Aurora atrás de si e avança contra Roleta. —  Não lembro de estar devendo nada a você!

—  Mas a ajuda não era temporária —  Roleta voltou os olhos para a arena. Clarissa estava no chão e Dylan— malvado a pegou com as duas mãos e a ergueu acima de si como um prêmio, antes de lançá— la contra uma das paredes de vidro (que milagrosamente não quebrou).

—  Minhas lutas não estavam lucrando muito em Nova York então tive que vir para Vegas, e mesmo assim ainda não tinha lucro. A iniciativa dos vilões não chegou até mim diretamente, mas decidi não participar —  Roleta dá uma risada irônica. —  Não teria dinheiro algum no meu bolso com isso. Então vi  que você e a Wayne estavam em Vegas com esses seus... Amigos. —  Aponta para nós com desprezo. —  E decidi pegar a Clarissa. O tal Allen foi consequência. Estava tentando salvá— la.

Stella franze o cenho.

—  James paga a luta. Deixe o Dylan sair. Um por outro. E depois alguma de nós paga a luta da Clary...

—  Não quero isso, garota tonta —  Roleta mexeu em um cacho de seu cabelo. —  Quero algo maior. Um milhão hoje e ajudo vocês a entrarem na nave dos vilões.

—  Mas dona Roleta —  falo cruzando os braços. —  Você acabou de dizer que não aceitou o acordo deles, dos vilões.

—  Não aceitei, mas sei como entrar lá —  Roleta encara James. —  Dou minha palavra.

— Sua palavra não basta — Simon se mete. — Prove antes.

Roleta bufa. Encara James diretamente, e o mesmo suspira antes de dizer.

— Ela sabe. E vai nos ajudar — garante ele encarando Aurora, que meneia a cabeça positivamente.

— O que você quer? — pergunta Simon.

Roleta sorri, pegando Aurora e Stella pela mão, em seguida puxando Ashley e Sophia.

— Quero que elas e Clarissa lutem contra alguns clones de vocês, garotos — Roleta bate palmas. — Os homens são os que mais vêem as lutas, e gostam de ver belas lutadoras dando duro. Aposto que chegará a ser animador de muitas formas.

Sorrio largamente, imaginando a cena. Oh, sim! Isso vai ser interessante.

— Nós faremos isso — Sophia concorda, e as outras assentem com meneares de cabeça.

James não parece muito contente, mas tem de concordar no final das contas. Simon suspira e eu... Bom, talvez eu compre umas pipocas para ver isso.