Sophia

Pior do que a morte do Fury e a nossa recente demissão é sermos presos. E pior: não fizemos nada!

— Por quê que eu vou ser presa? — Ashley começa a surtar, andando de um lado para o outro no porão. — Pela bunda da Nicki Minaj, eu sou uma santa! Não mereço ir para a cadeia.

— Ash, cala essa boca! — Aurora demonstra sua impaciência típica. Respira fundo, encarando James. — Você e a Clary não andaram aprontando na S.H.I.E.L.D, certo?

James finge uma decepção, levando a mão ao peito.

— Baby, eu sou um anjo. Jamais mexeria com esses caras...

— James...

— Tá bom, gata — o Turner bufa. — A Clary e eu desconfiamos da S.H.I.E.L.D e resolvemos dar uma investigada . Consegui entrar na mente de todos lá dentro, menos na daquele cara do conselho que nos demitiu.

— Por que não nos contou isso? — Perguntou docemente.

James cruza os braços.

— Porque fiquei preto demais para me lembrar. — dá de ombros como se isso revolvesse a questão.

Simon ajeita os óculos no rosto, demonstrando nervosismo.

— Acho que essa é uma boa hora para escolhermos o líder da equipe.

O silêncio predomina apenas por um segundo. Um segundo é...

— Bom, eu voto em mim! — Ashley leva a mão ao peito e exibe uma calma repentina. — Sou glamourosa, inteligente, diva e persuasiva.

— Esqueceu do “modesta” — Ironiza Aurora, encarando Simon em seguida. — Você pode assumir o comando temporariamente.

O moreno nerde demonstra confusão.

— Eu? Por que eu?

— Porque todas aquelas horas jogando Minecraft devem servir para alguma coisa — comenta James, mexendo em seu baralho agilmente.

Um forte estrondo sacode as estruturas da minha casa. O medo me pega de surpresa assim que lembro da vovó.

— Droga! — Exclamo, e devido ter ficado tão amedrontada quanto agora, alguma vez antes.

Subo as escadas do porão, alcançando o corredor. Uma nova explosão do lado de fora, colocando a prova meus campos de força.

Envolvo a maçaneta da porta do quarto e a giro, empurrando-a o suficiente para ter uma rápida visão do cômodo de tons alaranjados e móveis mofados. Suspiro em alívio ao ver a mulher de longos cabelos acinzentados, pele enrugada e pálida, deitada na cama de dossel.

As lágrimas vêm rapidamente, ao concluir que não vou vê-la por um bom tempo.

Os remédios fortes continuam sendo injetados em sua veia, impossibilitando-a que desperte.

— Sinto muito, vovó — Acaricio os cabelos da sra.Tompson, admirando sua expressão suave. — Eu tenho que sair novamente.

Ela permanece respirando lentamente, completamente inerte. Fecho os olhos, enquanto seco o rosto.

— Continue dormindo. Prometo voltar logo — Deposito um beijo em sua testa, afastando-me na mesma hora. — Eu te amo, vovó.

(...)

Naves com armamento de grande porte, apontando seus canhões diretamente para minha casa... E atirando contra Clarissa e Dylan.

— Estamos cercados — Digo o óbvio, fitando Simon. Ele franze o cenho preocupado. — O que vamos fazer?

Posso ouvir as engrenagens em sua cabeça trabalharem a todo vapor. Ele volta-se para nós um segundo depois.

— Temos que pegar uma daquelas naves. — Decide, e somos obrigados a concordar. — Eu posso derrubar algumas, mas preciso de cobertura.Tudo bem para você, Soph? — Quando concordo, Simon prossegue. — James e Ashley podem entrar nas mentes dos pilotos enquanto isso, e convencer um deles a pousar. Aurora, você pode ficar com Dylan e Clarissa na defesa e no ataque. Prontos?

Assentimos um tanto hesitantes. Vejo Clarissa e Dylan a alguns metros, escapando dos tiros que atingem o chão, erguendo nuvens de poeira.

Respiro fundo antes de desfazer o campo de força que protege a minha casa. Logo que meus pés atingem o solo, a voz vinda de uma das naves ordena que paremos.

Com toda sua gentileza, ele pega uma pedra do tamanho de uma maçã e como um bom jogador do time de futebol americano, faz um lançamento perfeito contra a nave que paira acima de nós. Assim que a pedra atinge uma das turbinas, a queda do caça é inevitável.

Ergo as mãos, criando um novo campo de força que protege meus amigos e eu de sermos atingidos pelas toneladas de ferro em chamas. Por um instante penso que seremos transformados em panqueca, mas meu poder funciona perfeitamente. A explosão da nave ocorre, porém consigo lançar meu campo para frente, empurrando os destroços para longe... E ops, o monte de ferro acerta outra nave!

Espera, quando foi que fiquei tão irônica?

Olho ao redor a tempo de ver Aurora em cima de uma nave, quebrando o vidro e tirando o piloto de dentro sem esforço. Quando ele ameaça tirar a arma do coldre, um tiro acerta sua testa e a Clarkson o solta como se fosse um verme insuportável. O corpo se choca contra o chão, e em seguida James pega Aurora no ar logo que ela se joga da aeronave em chamas.

Crio um novo campo de força acima deles, protegendo-os. Clarissa surge ao meu lado, portando sua inseparável pistola.

Agora sei quem atirou na testa do cara que estava com a Aurora.

Uma das naves começa a pousar à alguns metros, uma deixa de que o plano do Simon está dando certo. Ashley se encontra parada, com as mãos em sua cabeça e os olhos fortemente cerrados, completamente concentrada em sua tarefa. James se aproxima, concedendo-lhe proteção e distraindo as mentes dos inimigos.

— Vá com os outros! — Clarissa grita, mirando tiros contra agentes de campo que aterrissam ao nosso redor.

Criando escudos com floreios de mão, alcanço a nave onde meus amigos começam a embarcar.

— Parada! — Um homem aponta uma submetralhadora contra mim. Antes que eu precise usar meus poderes, o braço de Aurora se estica até o oponente e o derruba com um único golpe na nuca.

— Vem logo, Soph! — Ela grita da porta da nave, recolhendo sua mão com uma velocidade impressionante.

Subo as escadas que levam ao interior da aeronave, olhando para trás ao ouvir uma nova explosão. Por pouco uma das turbinas não atingem a Clary, que é puxada por um vulto e trazida até onde estou.

Dylan ofega, ainda abraçando a Wayne — aparentemente sem se importar com esse pequeno detalhe.

Adentramos a nave que deixa o chão em poucos segundos. Entre um computador de última geração e alguns bancos, acomodo-me em um dos assentos e admiro a destruição próxima a minha casa.

O campo de força continua lá, protegendo minha avó de qualquer um que venha atrás de mim.

Simon assume o controle do computador, enquanto Ashley senta-se ao meu lado, completamente morta pela carga de poder usada.

— O que vamos fazer agora? — Indaga uma Clarissa impaciente e cansada.

— Somos foragidos — James fala como se fosse algo divertido. — Vamos passar o resto de nossas vidas fugindo...

— James, querido, não pira — Aurora suspira, cruzando os braços. — Temos de salvar Zack e Stella antes de irmos para das Vegas...

Juro por Deus que nessa hora, os olhos de James se arregalaram de emoção.

— Las Vegas? — Ele sorri bobamente.

Dylan arqueia as sobrancelhas.

— Bom, tudo bem. Simon lidera, nós salvaremos nossos amigos, fugiremos da S.H.I.E.L.D... Quanta coisa legal! Mas onde vamos achar o Zack e a Stella...

O Walker se pronuncia ansiosamente, ajeitando os óculos, mal parecendo o cara que acabou de derrubar uma nave com uma pedrinha de concreto. — Segundo nossas recentes descobertas acabei de dar uma olhada na previsão do tempo nas outras localidades de Nova York — Passou os dedos pelo monitor, mostrando-nos um mapa da cidade. Todo lugar está coberto de nuvens chuvosas, exceto...

— A S.H.I.E.L.D! — Exclamo, um pouco atordoada pela tonelada de informações. — Mas a alguns dias estava chovendo por lá...

— Acho que Zack conseguiu nos mandar um sinal — Clarissa recarrega sua pistola com apenas uma das mãos. — A S.H.I.E.L.D não é o que parece ser.

Suspiro. Que ótimo.

Próxima parada: a base secreta mais protegida dos Estados Unidos.

Objetivo: Destruí-la.