Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 31
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Bom dia pessoal! Tudo bem com vocês? õ/

Antes de mais nada, quero agradecer a AliceJackson, melissa polly cullen, ClaraMiKaElsOn, Catwoman, Kira, Rebekah Mikaelson, Duda e Henrique Cruz
que comentaram no capítulo anterior! Fico muito feliz que tenham gostado do fim da Lexi e do Dylan, assim como eu :D

E para alegrar ainda mais, com esse capítulo início a Maratona Destroyers õ/

Capítulos mais frequentes, longos e com muita treta!!!

Nesse, teremos (finalmente) a conversa entre Ashley e James ;)

Espero que gostem.

Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456302/chapter/31

Ashley

Decididamente não.

Não vou sair por aí contando meu maior medo para qualquer um – mesmo que esse “qualquer um” seja o cara mais importante da S.H.I.E.L.D e o chefe dos Vingadores.

Mantenho-me resoluta, porém, ao ver o único olho de Fury me fitando de maneira intimidadora, minhas decisões vão por água abaixo.

Ok! Eu conto! Se é tão relevante assim para minha carreira de super-heroína...

– Que uma antiga inimiga minha retorne – respondo finalmente, batendo os dedos na mesa de vidro, encarando-a com um falso interesse. – E que roube novamente tudo o que conquistei até agora.

(...)

Eu estou surtando!

Definitivamente, merecia mais consideração agora que sou diretora do jornal da escola (beijo, não me liga).

Mas já que ninguém resolve colaborar com os bafões de NovaHead, eu mesma faço meu trabalho de Sherlock Holmes (com mais brilho e perspicácia, meus amores).

Não importa como descobri que a Riddle deixou o colégio e o bofe herói. O que interessa é como minha primeira matéria fez sucesso, e meu lugarzinho na mídia já está garantido.

– “A Rainha do Baile, a estrela do colégio com um futuro brilhante pela frente, deixou de brilhar em nossa renomada escola. Nesta manhã de quarta-feira, nossa equipe flagrou Lexi Riddle saindo da diretoria com seus pais. De acordo com uma testemunha, nossa “rainha” abandonou seus súditos e seu príncipe encantado. Aparentemente, ela está indo para Londres, estudar em um colégio interno que atenda às suas necessidades. Certamente, ter sido atacada pelo maligno Coringa afetou seriamente o seu psicológico.” – Zack ergue os olhos do jornal, e me encara com o cenho franzido. – Isso não é notícia, Ash. É fofoca.

Sentados em uma mesa do Refeitório, aproveitamos o intervalo para admirarmos essa matéria incrível – que foi feita por mim, diga-se de passagem.

– É isso que estou dizendo há meia hora! – Aurora dá um tapa na mesa, e eu apenas reviro os olhos.

– Não é notícia que eles querem – tomo um gole do meu suco de soja, e indico os outros alunos com o copo. – Helooo! Esse povo gosta de saber das desgraças alheias, e não da queda da bolsa de Nova York! Estou apenas concedendo isso a eles.

– Você está botando lenha na fogueira – corrige Simon, e os outros não se preocupam em conterem o riso.

Novamente reviro os olhos. Eles não entendem as artes do jornalismo.

– Ela não seria uma Turner se não colocasse lenha na fogueira – Se pronuncia meu querido irmão, e eu o encaro de maneira inquisitiva.

A Assassina (que magicamente mudou o guarda-roupa!), se aproxima de nossa mesa, com Stella em seu encalço.

Pelo que eu sei (e eu sei de tudo, meus queridos), a Wayne descobriu sobre seu irmão, graças à bravura do James e da Stella. Agora, a cobra está fumando todas as ervas do planeta! Uma catástrofe vai acontecer logo, logo, e eu pretendo estar bem longe quando a bomba detonar... Apesar, que minhas opções de fuga estão bem escassas no momento.

– Olá, povo! – A animada Stella senta a meu lado, carregando a bandeja com seu almoço.

Clarissa praticamente larga sua bandeja na mesa, tão sombria que nem parece a garota “super gentil” que apareceu ontem.

– Bom dia, Clarissa – Arrisca a “Aurora sem medo”.

A Wayne ignora completamente a saudação.

– Você deveria ser mais gentil, Clary – ironiza Zack, recebendo um olhar mortal da garota. – Com seu irmão na cidade...

Uhh, mais uma matéria para o jornal: Homicídio executado de maneira fria contra o maior galinha de Nova Head.

– Por que se meteram nisso? – O questionamento de Clarissa nos pega de surpresa, e eu chego a ficar decepcionada por perder uma morte ao vivo. – Não é da conta de vocês.

– Você faz parte da equipe – explica Aurora, sem descer do salto mesmo com o tom assassino da Wayne.

Aurora 1, Clarissa 0.

A Wayne dá de ombros, levantando-se da mesa.

– Tipo – Simon se inclina, baixando o tom de voz. – Pensei que ela surtaria mais.

James e Stella permanecem quietos, e não deixo de desconfiar. Como o Walker disse, era para Clarissa estar soltando fogo pelas ventas, mas no fim está tão gentil – até mesmo legal – quanto qualquer outra pessoa.

– Bom – pego minha bolsa da Prada, colocando-me de pé. – Isso não é problema meu. Tenho outra matéria para redigir, além do teste para líder de torcida...

– Espero que não vá fazer outra fofoca – Aurora arqueia uma das sobrancelhas. – Algo relacionado à Lexi, por exemplo.

Reviro os olhos pela centésima vez hoje.

– Claro que não! – balanço uma das mãos. – Dessa vez vou falar do bofe Allen ter faltado, e em como ele deve estar sofrendo pela vaca de minissaia.

(...)

Estaciono meu Porshe na ampla garagem com outros dois carros importados para fazerem companhia ao meu “bebê”. Logo que fecho a porta do veículo, percebo que temos visitas. E só por saber quem é, meu radar de perigo apita loucamente.

Com os saltos finos colidindo audivelmente contra o chão, subo as escadas de serviço que seguem diretamente à minha casa, apertando a bolsa da Prada (coleção outono-inverno do ano passado) contra o lado do meu corpo.

– Nonna? – chamo assim que adentro a sala de estar. Ah, uma coisa interessante de mencionar é que a minha família tem ligação com italianos. Incrível, não?

À porta da cozinha, dona Nina surge com um largo sorriso em sua face. Para uma senhora de quase 60 anos, ela está bem “inteirona” por sinal. Os cabelos escuros e a maquiagem suave realçam seus traços fortes e um tanto joviais.

– Ashley! – Ela indica a cozinha com um aceno de cabeça, seu sorriso não desaparecendo por um segundo sequer. – Seu irmão está aqui.

Eu sabia! Ao menos reconheço de cara o BMW do James.

– Você demorou irmãzinha. – ironiza o Turner, sentado à mesa da cozinha com vovô Esteban ao seu lado. – Foi comprar outra coleção de verão ou algo assim?

Reviro os olhos.

– Não. – largo minha bolsa na mesa. – Já comprei na semana passada. – Arqueio as sobrancelhas para meus avós. – Posso saber o que James está fazendo aqui?

Meu irmão me encara como se eu tivesse fumado alguma erva.

– Uh, você me chamou pelo nome – E dá uma risada.

Continuo séria, e meus avós parecem perceber o perigo.

– Querida – o sr. Esteban limpa a garganta. – James veio conversar com você.

– É o quê? – questiono com perplexidade.

Meu irmão suspira.

– Não faz drama, Ashley – Ele se mostra cansado, e arqueio as sobrancelhas em resposta.

Eu? Dramática? Pelo glitter azul bebê do vestido da Katy Perry em “Firework”, eu não sou dramática! Hum!

– O que ele quer falar comigo? – pergunto aos meus avós, e estes se entreolham de um jeito preocupante.

– Melhor deixarmos vocês se entenderem – diz vó Nina, pegando sua bolsa no cabide ao lado da porta. Vovô Esteban se levanta, sem antes dar alguns tapinhas no ombro de James. – Eu e seu avô vamos resolver alguns assuntos.

– Mas... – antes que eu possa questioná-los, os dois deixam a cozinha rapidamente. Encaro James, uma careta de confusão se formando em meu semblante. – O que está havendo?

Ele se levanta, tão sério que me incomoda. Meu irmão e eu não somos exatamente “próximos” e nem sei se James merece receber tal denominação familiar.

– Estou querendo ajustar as contas com você – Dá a volta na mesa. – Fazer meu trabalho de irmão pelo menos uma vez na vida.

Cruzo os braços, contendo-me para não gargalhar. Isso só pode ser uma piada muito sem graça.

Repentinamente, James surge aqui em casa, conquista a confiança de nossos avós e vem com este papinho de “fazer seu trabalho como irmão”? Faça-me rir.

Quando retorno à realidade, noto que meu irmão está rindo da minha cara.

– Simon tem razão em dizer que você só fala merda – Dá seu sorrisinho de canto. – E pensa também.

Bufo, cerrando os punhos aos lados de meu corpo.

– Para de entrar na minha mente sem permissão! – Bato os pés, e James meramente dá de ombros. – E como você quer que eu não pense merda ao seu respeito, irmãozinho?

– Deveria tentar de verdade - sugere, com uma expressão reprovadora. – Mas antes que comecemos a discutir bobagens e declarar nosso amor sanguíneo... – Faço uma careta de desgosto. Ele simplesmente me encara. – Preciso mesmo conversar com você.

– Estou esperando – Dou de ombros, fingindo desinteresse.

James passa uma das mãos por seus cabelos escuros, aparentemente pensando por onde deve começar.

– Quero acabar com essa nossa richa – diz, e franzo o cenho. James não está mesmo...

– É pela Aurora? – Mantenho-me na defensiva.

Meu irmão nega.

– É por nosso elo – sua sinceridade me pega de surpresa. – Por nossa família.

Descruzo os braços, uma tristeza repentina consumindo meu peito.

– Por que você fugiu com a Caroline? – pergunto com um fio de voz. – Por que abandonou nossos pais, e não fez nada para impedir que eles morressem?

James continua me encarando, uma expressão de indefinida pena ou culpa mesclando seu semblante.

– Eu tive que fazer isso – Se aproxima de mim, e permaneço imóvel. – Meus poderes não são como os seus Ash. Nunca foram – Ele se vira, transtornado demais. – Caroline era... Igual a mim. – Me encara por cima de seu ombro. – Você se lembra de quando ela foi para nossa casa?

Balanço a cabeça positivamente. Como posso não lembrar? Caroline Miller tinha sido adotada por meus pais e blábláblá. James parece notar o rumo de meus pensamentos, pois resolve continuar falando.

– Eu tinha habilidades mentais mais desenvolvidas que as suas, Ash, e a cada dia era quase impossível não entrar na mente das pessoas. Caroline não foi adotada por um mero capricho de nossos pais. Eles não queriam que eu chegasse perto de você – Arregalo os olhos, perplexa e assustada com tais palavras. James continua virado de costas, um sério indício de que sua história não é uma mentira. – Eu estava começando a me tornar um monstro, alguém que deveria ser evitado... Até Caroline aparecer. – Um suspiro pesaroso deixa sua garganta. – Ela tinha os mesmos poderes que eu, sendo apenas mais controlada. Nossos pais acharam que eu poderia ter o mesmo controle, e quem sabe voltar a ser seu irmão, Ashley.

Encaro o chão, lembranças inevitáveis rondando minha mente.

– Por isso vocês dois não se desgrudavam – concluo com meus punhos ainda cerrados, mas não de raiva. – Por que ninguém me falou nada? – Ergo os olhos, vendo James apoiado contra a pia, a cabeça baixa, uma tempestade de emoções indefinidas fluindo ao seu redor. – Eu era nova, mas... – A vontade de chorar se intensifica. – Eu podia tentar entender. Eu podia te ajudar...

– Você não podia me ajudar – finalmente diz, e eu o encaro. Sua voz indica a dor que ele está sentindo. – Nem Caroline pode... E nem nossos pais conseguiram – Ele hesita por um segundo. – Por isso, eles iam me matar.

Recuo um passo, a repentina falta de ar consumindo-me lentamente. Não pode ser. Não pode.

– O-O quê? – gaguejo, mas James não demonstra qualquer reação.

– Nossos pais começavam a se conformar de terem apenas um filho. Caroline também estava inclusa no pacote de “se livrar do problema”. Mas o plano deles deu errado.

Lembro-me daquela dívida. Ao menos foi o que meus avós me contaram na época. Agora, com todas essas coisas sendo ditas, tantas verdades ocultas... Tenho medo de manchar ainda mais a memória dos meus pais gentis e amorosos.

– Por conta da dívida com os mafiosos? – pergunto, desejando silenciosamente que James concorde.

– Isso foi o que nossos pais quiseram que todos pensassem. A verdade vai além – James se vira e fico feliz ao constatar que ele não estava chorando. Acho que se o visse tão frágil, eu não aguentaria por mais tempo. – Existe uma... Organização chamada Liga das Sombras. – Franzo a testa, mas meu irmão continua. – Nossos pais planejavam entrar nesse grupo, por pensarem que conseguiriam bastante dinheiro e poder. No fim, eles irritaram o líder e foram mortos antes que pudessem me matar. Fugi com Caroline, praticamente a arrastei comigo por considerar que tudo tinha acabado. Eu não poderia te levar comigo sendo que você tinha um futuro brilhante pela frente. Ao contrário de mim, Ashley, você poderia ser uma pessoa boa.

Uma risada irônica escapa por minha garganta. Não sou exatamente uma “boa” pessoa, como meu irmão desejava que eu fosse.

– Sinto muito, James – murmuro com um sentimento de culpa me atingindo repentinamente. – Eu não... Eu não sabia de tudo. Nunca poderia imaginar que seus motivos eram tão...

As palavras faltam. A imagem de meus pais retorna à minha mente, e tudo o que eu acreditava simplesmente se esvai. Eles não eram quem aparentavam ser.

– Onde a Caroline está?

James se mostra mais tenso do que antes.

– Em uma cova no cemitério de Los Angeles – Sua resposta me cala na mesma hora. – Você não deve se desculpar irmã. Eu já estraguei muitas vidas. Fiz muita merda.

– Onde você ficou durante todo esse tempo? – pergunto um tanto ansiosa. – E como você conheceu a Clarissa?

James dá uma risada.

– Eu e a Caroline entramos para a Liga das Sombras – Fico boquiaberta por alguns instantes. James meramente encolhe os ombros. – Ra’s Al Ghul era o líder e a Liga das Sombras foi o grupo que ensinou tudo o que o Batman sabia. Ra’s Al Ghul foi o primeiro a ser trazido de volta à vida. Ele recrutou Caroline e eu, e nos ensinou a controlar nossos poderes. Clarissa entrou no grupo pouco tempo depois, e fui eu quem a trouxe para Nova York. Formamos um trio, realizamos várias missões... Até Caroline morrer e eu ir embora do grupo. Clarissa também deixou a Liga das Sombras, e tudo acabou.

– E você começou a atacar garotas – lembro-lhe com um sorrisinho sarcástico. James dá de ombros mais uma vez.

– É uma consequência do que sou. – Ele segura meus ombros, me dando uma leve sacudida. – Mas Aurora vai mudar isso.

E passa por mim, se dirigindo para a sala. Arqueio as sobrancelhas, seguindo-o.

– De que forma? – levo as mãos à cintura. – Se nossos pais não conseguiram...

– Ela pode quebrar essa maldição – explica, enfiando as mãos nos bolsos de sua calça. – Pode me salvar de mim mesmo. Eu só roubo mentes para continuar vivo. Aurora pode me mudar.

Baixo os olhos. Eu, a egoísta e fútil, me preocupei apenas em manter o ódio por meu irmão, e a popularidade intacta diante de todos do colégio.

– Ashley – James sussurra, mas eu simplesmente me viro.

– Não... Está tudo bem... – Limpo o rosto, secando as lágrimas. – É melhor você ir.

Um instante de silêncio decorre entre nós. Quando penso que as descobertas terminaram, e que a paz está instaurada na família Turner, James estilhaça esse curto pensamento com suas palavras.

– Tem mais uma coisa. – O encaro novamente, semicerrando os olhos, preparando-me para a bomba. James mexe em seus cabelos escuros, desviando o olhar. – Uma coisa bem simples e irrelevante até...

Arqueio uma das sobrancelhas.

– O que é?

Ele hesita um pouco, suas sobrancelhas tremendo, antes da granada cair em meu colo.

– Nossos pais não estão exatamente mortos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E agora, hein? Cabeças vão rolar!

O próximo capítulo será da Clarissa, portanto, aguardem por mais confusões! Uma dica: não esperem muito pelo Charlie, muahahaha.

Em breve volto com o próximo!

Beijokas *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destroyers" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.