Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 2
Capítulo 01


Notas iniciais do capítulo

Como não aguentei, resolvi postar esse capítulo para deixar as coisas mais "explicadas" para vocês! Espero que gostem e por favor, quem ler, não deixe de comentar ;)

Thanks!



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Clarissa

Dirijo-me ao galpão abandonado, no centro da cidade. Aperto o sobretudo com mais força ao redor do corpo, sentindo o frio me atingir.

Alcanço o beco mal iluminado e percorro os dois lados da calçada com meus olhos. Sem encontrar qualquer suspeita, início meu caminho por entre os dois prédios antigos.

O cheiro de lixo e entorpecentes é percebido por mim, que permaneço intacta e decidida.

Chego até a porta de ferro e bato com força por duas vezes, até que a janelinha se abre, e um par de olhos me analisa com frieza.

– Trouxe a encomenda? - questiona a estranha figura, de modo áspero.

Sorrio já acostumada com esse tipo de tratamento.

– E muito mais, querido– forço uma voz sedutora, o que faz o homem sorrir e abrir a porta. Patético.

Entro no galpão a passos lentos. Uma música agitada toca, enquanto pessoas dançam e bebem sem pudor algum.

O homem que abriu a porta passa por mim me avaliando de cima a baixo, e faz um sinal para que eu o siga. Subimos por uma escada de ferro, até alcançar o patamar superior.

Avisto Stanley Jefferson, o chefe dessa máfia, cercado de mulheres sem um pingo de vergonha na cara.

– Ora, ora - Stanley bebe mais um gole de seu uísque. Um sorriso malicioso surge em seus lábios. - Clarissa Wayne. Trouxe o que pedi?

Em resposta, deposito um pequeno envelope na mesa. Stanley indica uma cadeira à sua frente e me sento. Ele abre um pacote e tira quatro frascos com um líquido transparente, de seu interior.

– Vejo que conseguiu. - Ele admira os frascos, com curiosidade. - Produziu um novo tipo de veneno.

– Mata em dois segundos - digo, com naturalidade, enquanto passo meus dedos por meus cabelos ruivos. - Corrói todos os orgãos internos e os reduz a pó. Pode ser disparado de qualquer tipo de arma.

– Tenho que admitir, você é boa. - Stanley sorri maldosamente, me dando ainda mais nojo.

Seus cabelos ensebados e o chapéu por cima deles já me gera repulsa. Agora seu gosto por cigarros e bebidas, e seu bafo de onça, sem falar na sua baixa estatura, conseguem me tirar do sério.

Deus, por que criar um ser tão repugnante quanto Stanley?

– Chegou a sua vez de cumprir com o combinado, queridinho - dou um falso sorriso. O que não faço por dinheiro? Sou capaz de produzir um veneno que pode ser usado contra qualquer pessoa inocente.

– Ah, certo - Stanley estala os dedos, chamando cinco de seus capangas. Eles apontam seus revólveres para mim e com isso, entendo perfeitamente a situação.

– Você foi incrível, gatinha, mas não sou de pagar pelos serviços que cobro.

Permaneço tranquila, com um sorriso no rosto. Consigo perceber que as armas empunhadas por eles não são muito boas. Pelo menos, não são as minhas favoritas.

– Não precisava ser desse jeito - murmuro, o encarando, ainda sorrindo falsamente.

– Matem-na! - ordena Stanley, dando as costas para mim.

Antes que as armas disparem, salto para o lustre, começando a abrir meu sobretudo, revelando o uniforme roxo, colado ao meu corpo. Coloco uma máscara que cobre metade do meu rosto, depois de uma rápida busca pelos bolsos de minhas vestes.

Agora sim.

Os capangas se recuperam, no exato momento em que pulo na mesa, derrubando o lustre em dois deles, que caem no chão. Os outros três avançam, mas desvio de seus golpes. Bato o pé na mesa e uma faca voa para minha mão. Pego-a no ar e lanço no peito de um dos homens, que desaba sobre os próprios joelhos, antes de cair no chão.

Até na hora da morte ele é frustrante.

Puxo um dos capangas pelo braço, o virando de costas para mim. Seguro sua mão direita, onde há um revólver. Aponto para o último capanga e acerto sua nuca, logo que ele tenta fugir.

– Não me mate! Não me mate! - implora o homem que usei como assassino. Largo seu braço e ele suspira aliviado, entretanto, não parece perceber que tem uma bomba relógio de 30 centímetros dentro de seu paletó. Logo que começa a correr, aperto o dispositivo e o que vejo é apenas mais um homem morto, que faleceu tragicamente na explosão do galpão.

Sim, esse galpão vai explodir logo, logo. Só preciso encontrar Stanley e ter certeza de que ele não vai sobreviver para contar história.

Desço as escadas de ferro, enquanto observo o meu redor. É então que vejo o meu alvo, se dirigindo para um dos quartos no terceiro patamar. Reviro os olhos. Tão estúpido...

Chego ao patamar e alcanço o quarto que Stanley usou para se esconder. Chuto a porta e adentro o cômodo, percorrendo-o com meus olhos felinos.

Ouço um barulho suspeito e ao me virar, dou de cara com Stanley, apontando um revólver em minha direção.

– Está carregada com seu próprio veneno - diz, com um sorriso vitorioso.

Estreito os olhos.

– Você deve estar bem desesperado para usar isso contra mim - dou um sorriso sedutor. Falso, claro.

Stanley cerra os dentes.

– Adeus, vadia burra - e aperta o gatilho.

Mas o inesperado - pelo menos para ele - acontece. Ao invés da cápsula com veneno me atingir, acerta Stanley, que cai no chão, tendo espasmos de dor. Antes do último suspiro, me encara com perplexidade. Mando um beijo em sua direção e esta é a última coisa que ele vê.

Coitado, morreu sem entender o que realmente aconteceu.

A arma usada por Stanley, diga-se de passagem, foi criada por mim. É exatamente perfeita para os meus inimigos que se acham espertos demais. Ela tem o mecanismo invertido, ou seja, quem dispara é acertado.

Genial, certo? Ele foi trouxa demais para pensar que eu não tinha preparado cada parte desse galpão ao meu favor.

Saio do quarto e caminho pela passarela de ferro, onde posso ver as mesmas pessoas vulgares dançando e bebendo sem pudor algum.

Alcanço a pista de dança e a passos lentos, sem chamar qualquer atenção exagerada, saio do prédio, sentindo o vento frio me atingir novamente.

Tiro do cinto de ferramentas um pequeno controle e um cartão de crédito, que pertencia a Stanley. Afasto-me do galpão e sem hesitar, pressiono o botão.

BUM

O prédio voa pelos ares, sacudindo toda a região. Para quem pensou que não me preveni antes de adentrar aquele lugar imundo e errado, passou longe das minhas intenções.

Sou uma garota precavida, baby.

Salto pelos telhados, até alcançar uma distância razoável da explosão. Sento-me ao parapeito do prédio e seguro o cartão de Stanley.

Dizem que roubar coisas dos mortos trás má sorte, mas creio que no inferno Stanley não vai precisar comprar nada com esse cartão.

Distraída com meus próprios pensamentos, não percebo quando ele se aproxima e puxa o cartão de minhas mãos.

– Então - sua voz soa rouca e carregada de deboche. - Você continua roubando coisas, Lady Assassina?

Cerro os dentes. Dylan Allen, ou Relâmpago, como preferir chamá-lo, é o cara mais insuportável da face da Terra.

Por quê?

Bom, talvez pelo fato de que Dylan é o herói e eu, a bandida.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a quem leu!!! Aguardo comentários *---*

Dependendo dos reviews, tento postar até sexta-feira ;) Beijokas!