Just Friends escrita por Laia


Capítulo 6
Capitulo 6


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei o/
Gente, to quase chorando de emoção, serio :')
Obrigada por acompanharem
Então sem enrolação, capitulo 6



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Que vontade de enfiar minha cara no chão quando vi aquele conjunto ridículo. O que o Eduardo ia pensar? Deuses!

Enfiei ele de volta na sacola da lavanderia e terminei de guardar as roupas bufando de raiva. Amanha vou lá enfiar isso na cara daquela recepcionista metida.

“Acho que ficaria uma gracinha de tigresa sexy”.

Acha nada... Ta vendo? Em duas semanas eu já me ferrei.

Argh, vou tomar um banho pra ver se me acalmo.

***

Voltei a fazer meu projeto e ouvi ela bater a porta do banheiro. Ainda estava nervosa. Acho melhor não mexer com ela...

Passou uns vinte minutos e ela veio secando os cabelos com a toalha. Ela sempre fazia isso, seu cabelo era liso, volumoso e batia nos ombros, mas o tamanho variava por causa do corte super repicado. Eram tão negros quanto os meus.

Usava uma daquelas blusas mais soltinhas, que são abertas até a cintura, deixando o sutiã a mostra. Pude ver a renda preta aparecendo. O pior que ela percebeu...

–Para seu nojento!

–Desculpa, mas você tem que entender que mesmo não querendo nada com você – fiz cara de nojo – eu sou um CARA que repara nas coisas, principalmente quando você tenta tanto mostra-las.

Ela corou um pouco, e jogou a toalha molhada do cabelo sobre a blusa, tampando tudo.

–Posso te ver desenhando?

–Posso te ver fazendo uma operação?

–Se não parar de falar besteira faço uma em você!

Calei a boca, melhor não arriscar.

Não demorou muito pra ela se entediar e ir buscar um livro da sua faculdade. Ela era bem aplicada, todo dia chegava e fazia uma espécie de resumo de tudo que tinha visto.

***

Fui para o meu quarto depois de ler o capitulo de citologia. Ele ainda estava na metade do projeto, parecia ser bem difícil pela cara de concentração que fazia a cada traço que marcava no papel gigante.

Lembrei da academia de dança que tinha lá perto. Como eu queria me inscrever... Mas prometi pra mim mesma que não faria isso até o fim do semestre, tinha que me empenhar na faculdade, e se bem me conheço, ia ficar dançando o dia inteiro. A boa noticia é que o Eduardo ajudava um amigo em algumas campanhas publicitárias, e ganhava um dinheiro. O apartamento era da Suzy, então livre de aluguel. Alem de que tinha um dinheiro que ele recebia da herança dos pais, que faleceram quando ele era menor. Pelo que ele me contou, funcionava do mesmo jeito que a minha poupança, só que a dele era bem mais gorda. Resumindo: ele disse que eu não precisava gastar com as contas, desde que ajudasse a arrumar a casa e também nas compras. Mais tempo livre pra mim, já que não precisaria procurar um emprego por agora.

As coisas estavam indo muito bem. Já morávamos juntos há um mês, e ele nem parecia o mesmo cara do primeiro dia. Brincava sempre comigo e estávamos respeitando os limites de cada um. O problema era que eu tava acostumada a viver com um cara, e ele acostumado a viver com uma garota. Afinal, eu tinha o Sam e ele a Suzy. Só que às vezes esquecíamos que nossa companhia não era nosso irmão ou irmã. Uma ou duas vezes peguei ele só de toalha pela casa, e sem querer, uma vez sai só de calcinha e regata do quarto – em minha defesa, eu jurava que tava sozinha em casa.

Fiz algumas amizades na faculdade, e uma galera me chamou pra sair. Ia ser a primeira vez que sairia desde que me mudei.

Procurei alguma roupa mais bonitinha e não gostava de nenhuma basicamente.

Vou ser sincera: eu não sou uma gostosona. Minha barriga não é chapada, minha perna é grossa só porque fiz jazz quando era mais nova, meu braço é gordinho e minha cintura só é formada por uma gordurinha acumulada acima do quadril. Mas não sou gorda e até gosto do meu corpo assim. E nem sou magra. Sou uma baixinha com perna, bunda e peito. Digamos que minha gordura é bem distribuída, então sou classificada como “gostosa” por alguns por ai... Mas, devido à barriga não chapada, não gosto de usar aquelas roupas de balada justas sabe? E adivinhe, para minha sorte, parece que só existe esse tipo de roupa vendendo por ai.

Fucei entre todas as roupas e achei uma blusa azul escuro – minha cor favorita – e uma saia clara de cós não muito alto, mas que disfarçava bem minha barriga. Coloquei parte da blusa por dentro, e calcei um salto só pra dar um charme. A maquiagem era simples, lápis, muito rímel e obviamente, boca. Pra mim, o mais importante era olho e boca marcados. Mas não olho pesado com boca marcada, se não parecia uma palhaça.

Estava fechando a bolsa quando meu celular tocou, era o Sam.

Continuei pegando as coisas enquanto falava com ele no telefone, ele estava contando as “novidades” – na verdade, nada de novo tinha acontecido. Contei o quanto estava amando a faculdade, e como tudo aquilo me fascinava. Bati na porta do Eduardo, havia pedido pra ele ir me deixar lá no lugar – não pego carro dos outros nem morta – e entrei no seu quarto quando ele pediu. Eu nunca tinha entrado lá, e ainda falando no telefone, fiquei muda.

O quarto tinha o cheiro dele – obviamente – e toda a mobília era em madeira. Uma mesa própria para arquitetura na janela centralizada no quarto, uma cômoda de frente pra cama com uma TV e um guarda roupas ao lado da porta. Algumas fotos e pôsteres colados nas paredes que revezavam em azul e verde claro . Tudo muito bonito.

–Manu? – eu havia parado de ouvir o Sam.

–O que foi?

–Nada, te falei que vou sair hoje?

E ai ele meio que surtou perguntando como e com quem loucamente. Disse que sozinha com o pessoal que tinha conhecido e ele insistiu em falar com o Eduardo.

–Não!

“Passa agora esse celular pra ele Manu”.

Revirei os olhos e entreguei o aparelho para ele, que me olhou como se eu fosse louca.

Eu só consegui ouvir:

“Alo? Sim, é ele. Não, eu ia apenar levar... Como? Precisa mesmo? Olha, acho que... Ta bom! – risada – Pode confiar. Com certeza. Tchau”

Ele me devolveu o celular e riu um pouco mais.

–Ele acha que você é uma garotinha indefesa. Quer que eu vá com você pra garantir que nada vai acontecer...

–E você quer ir?

–Prometi pro seu irmão... E se não se importar, faz tanto tempo que não saio...

Bufei indignada e acenei positivo com a cabeça. Não tava acreditando que ele ia tentar me controlar até longe...

–Se arruma logo.


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Notas finais do capítulo

Então festinha no próximo capitulo, será que rola alguma coisa?
Veremos u.u