Só dava pra aproveitar duas coisas naquele casamento: a comida estava divina, e os primos da Laura eram muito, mas muito lindos.

A maioria era como a própria Laura: altos, com os cabelos cor de areia, quase loiros, os olhos castanhos mel.

E se não me engano, todos fizeram os ternos com o noivo, porque o caimento de cada um era impecável!

–Pode bater a foto pra mim?

Era um dos primos da Laura.

–Quer dizer... Se não for incomodar?

–Não, tudo bem.

Calcei discretamente os sapatos que tinha tirado e deixado escondido na barra longa do vestido e andei até o grupo que sairia na foto.

O vestido foi arrastando e meu salto afundando na grama. Chances de cair? É claro que sim!

Eles se juntaram e sorriram. Os dentes perfeitos, todos branquinhos e alinhados, de todos eles. Era perfeição demais pra uma foto só gente.

Acabou que tirei varias fotos, com eles de diferentes formas. Acabei descobrindo que o nome do que tinha pedido as fotos era Oliver. Estava até me divertindo enquanto dava uma de fotografa. Até ouvir a Laura...

–Muito bonito Manu, sai e me deixa sozinha com a doida da tia Lucy, muito obrigada!

Ela vinha afundando o salto, levantando o lado do vestido que não tinha a fenda, o que só mostrava ainda mais as pernas.

–Se fosse pra ficar sozinha eu tinha vindo sozinha!

Devolvi o celular para o garoto e sai sendo puxada, pedindo mil desculpas.

Não saímos muito tarde naquele dia, e acabei dormindo na casa da Laura mesmo. Essa semana seria bem mais tranquila, eu estava dando conta das matérias e apesar de ainda não estar completamente bem, eu e o Edu passamos a semana sem brigar. E depois outra semana... E depois outra. Isso era estranho. Quase um mês, e nada! Ele tava tentando ao Maximo não mexer comigo. Era “bom dia, boa tarde” e principalmente “boa noite”.

Na minha faculdade, tínhamos uma semana acadêmica por semestre, e dessa vez eu iria participar. As palestras seriam feitas por professores e estudantes, e as oficinas seriam feitas pelos estudantes e supervisionadas pelos professores.

A comissão organizadora era formada principalmente por meninas. Não demorou pra perceber que tudo ficaria perfeito: elas divulgaram – já que era aberto ao publico – e organizaram tudo conforme planejaram. As turmas foras divididas entre os minicursos, as palestras, os painéis e etc.

–Ei – disse arrancando os fones do Edu enquanto ele mexia no computador. Ele ergueu a cabeça fazendo cara de chateado por estar sem os amados fones. Seu cabelo crescia extremamente rápido, e algumas mechas já caiam sobre o rosto de novo. E olha que ele tinha cortado há duas semanas – Quer ir me ver de jaleco amanha?

Fiz uma daquelas carinhas de cachorro pidão, piscando os olhos.

–Não faz isso – ele disse choramingando e virando a cabeça pra trás – Com essa cara e você de jaleco... Como posso resistir?

–Eu de jaleco?

–TODO cara tem queda por mulheres de jaleco.

–É serio? – tive que rir, isso parecia tão ridículo.

–É claro que é! Eu principalmente...

Ele foi levantando o corpo sobre a mesinha de centro da sala, fechando o computador com uma das mãos.

Quando ele já estava quase lá, virei meu rosto.

–Não! – ele não mudou de posição, imitando a carinha pidona que eu tinha feito, só que nele, realmente se tornava algo irresistível. Fiz careta, me odiando por ser tão fraca – Deuses, você é insaciável!

Puxei a gola da camisa por cima da mesinha mesmo. Seu corpo girou e ele quase caiu tentando pular a mesa. Senti seus lábios e o peso do corpo por cima de mim.