Just Friends escrita por Laia


Capítulo 22
Capitulo 22


Notas iniciais do capítulo

Heey
Então, quem gostou da briguinha basica do capitulo anterior? Eu adorei u.u
Ah, para os novos leitores: OOOOOI pra voces seus lindos :*
E para os antigos que me acompanham desde o inicio: OBRIGADA seus lindos *-*
Então...



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Bati a porta do quarto, trancando logo em seguida. “Isso Manu, super maduro da sua parte”. Enfiei minha cabeça no travesseiro abafando o grito.

Otimo, eu parecia uma menininha de doze anos. Chega!

Abri a mala e joguei tudo de volta no guarda roupa. Vesti um short jeans e uma blusa bem larga, com um top por baixo. Coloquei meus fones no Maximo e sai. Dei algumas voltas pela rua e me vi parada em frente a tal escola de dança. Não era daquelas chiques e bem estruturadas... Era só um salão, provavelmente mantido através de doações.

Entrei e mesmo com nada demais no espaço, fiquei encantada. A estrutura simples, o chão de madeira, o espelho gigante trincado em uma das laterais, um enorme quadro de giz mostrando o horário das aulas...

–Aluna nova?

Tirei o fone que ainda restava e identifiquei a voz através do espelho. Dois garotos encostados do lado oposto da sala.

–Só to...

–Olhando? Qual é, tive a mesma reação quando entrei aqui. Dança o que?

–O que tocar.

Eles se encararam com uma expressão de “uuui”.

–E vocês?

–O que você dançar querida.

–Querida é mãe? Que isso João?

A garota entrou fazendo cara de raiva, uma mão posta na cintura, andou rebolando o caminho todo, parando na frente do garoto.

–Oi amor.

Eles se beijaram enquanto o outro menino morria de rir.

–Quem é ela?

Apontou para mim, fazendo cara de nojo, como se eu fosse um verme.

–Andréa, não esquenta, é nova aqui, não deu em cima do teu homem não.

Ela ignorou esse fato e começou a discutir com o namorado.

O outro cara veio pra perto de mim, me puxando para longe da discussão.

–Vem, te mostro o lugar. Não tem muito o que ver, mas é melhor do que encarar a Andréa.

Realmente não havia muito o que ver... Um vestiário pequeno, um salão fechado que estava tendo aula de salsa e uma escada que dava acesso a uma espécie de corredor suspenso. Sentamos nos degraus.

–Então...

–Então...

–Primeiro: tem nome?

–Manuela. E você?

–Bernardo, mas acho muito nome de metido então... Ben.

–Faz o que da vida Ben?

–Sou barman eu uma espécie de pub e danço.

Como é que é?

–Barman? Tem quantos anos?

–Eu sei, tenho cara de criança, mas tenho vinte e dois, pasme.

–Te dou dezessete no Maximo!

–Obrigada – ele me deu um tapinha no braço – e você faz o que da vida?

–Estudo medicina.

–What? E o que ta fazendo aqui garota?

–Sou apaixonada pela dança... - dei de ombros.

–Difícil de imaginar alguém dançando de jaleco.

Tive que rir.

–E ai, me fala sobre você...

–Tenho 18, faço medicina, moro aqui desde o inicio do ano e... Sei lá, o que quer saber?

–Onde mora?

–Não muito longe daqui...

–Namora?

Devo ter feito uma careta horrível ao responder.

–Não.

–E por que – ele me imitou – “não”?

–Só não namoro...

–Ok, entendi... Sem mais perguntas. Maaaas, por que não me mostra o que sabe fazer?

–Não, eu sou a novata aqui, por que VOCÊ não me mostra o que sabe fazer?

Ele deu de ombros e se levantou. Pegou uma caixinha de som dentro da mochila e conectou no celular.

–Observe como se dança meu bem.

Ele dançava muito! Não conseguia fazer metade dos seus movimentos e conhecia poucos dos passos que ele fazia. A musica terminou com ele de joelhos,imitando o som da queda que era reproduzida na musica.

–Isso era coreografia feita! Quero ver no improviso!

–Pode vir doutora.

Seu tom era debochado, aquilo não era pra valer.

Ele mexeu no celular e pude reconhecer a musica: Rude Boy, Rihanna.

Isso facilitava pra mim já que meu básico era mexer o quadril de qualquer forma...

Mas não o desafiei, continuei sentada vendo ele dançar. O cara tinha o quadril mais solto do que muita menina por ai! Depois da primeira parte, o refrão se repetia e foi quando ele me chamou. Botou as mãos na altura da cintura me chamando com os dedos.

Levantei o encarando, sabendo que eu iria perder. Abri um sorriso debochado, enxotando ele com as mãos. Comecei a dançar. Acompanhava o movimento do corpo com as mãos, mexendo nos cabelos. Girei sobre a ponta dos pés, parando com o corpo reto. Parei na sua frente, descendo e subindo as mãos perto do seu rosto, acompanhando com os movimentos do corpo. Segurou minhas mãos, acompanhando meu ritmo. Empurrei seu ombro de leve, me afastando. Ele parou me observando, e eu sequer me importei. A musica parou subitamente e eu nem me importei. Fazia tanto tempo que eu não dançava... Que saudade de me sentir assim! Estava ofegando, o corpo inclinado, as mãos apoiadas nos joelhos.

–Chega, isso é um lugar de respeito mulher!

Ele disparou a rir da própria piada sem graça.

–Agora serio! Meu deus, você é...

–Desengonçada, eu sei.

–Não, muito boa. Nunca se viu dançando? – fiz que não com a cabeça – Deveria ver qualquer dia desses... Sei lá, você não é a melhor dançarina daqui mas, tem alguma coisa que você faz que deixa seu jeito de dançar diferente.

Meu sorriso estava enorme, eu estava tão feliz... Sempre ficava assim quando dançava. E eu amava isso!

–Eu não sei metade do que você fez! Como consegue?

–Não é nada, faço desde os 16 então... - disse como se não fosse nada - É, realmente você não tem nenhum passo definido.

Era verdade.

–Você é maluca Manuela.

Eu não sabia o motivo dele falar isso, mas não me importei. Algo me atingiu com uma pancada. Levantei de uma vez correndo em direção a porta.

–O que ta fazendo?

–Volto outro dia.

Gritei de volta sem me virar para responder.

O elevador nunca me pareceu tão lento. Abri a porta com as mãos tremendo, não por que estava nervosa, e sim porque sempre fico tremendo se correr muito.

Sedentarismo é foda mesmo.

Enfim...

Ele estava no habitual lugar de desenho, sentado com as costas apoiadas no sofá, as pernas dobradas, dando apoio ao caderno, as coisas espalhadas na mesinha de centro. Os cabelos estavam molhados caindo no rosto, a blusa azul escuro estava amarrotada e justa, apesar de não apertar. Os fones tão altos que podia ouvir a musica da porta. Os olhos negros concentrados no movimento de vai e vem do lápis. Larguei as chaves no aparador e sentei do outro lado da mesa. Ele levantou os olhos por só um segundo, voltando quase que imediatamente para o desenho. Os lábios franzidos, a expressão concentrada. Ele estava com raiva.

–O que é?

Puxou um dos fones, o que só aumentou o volume pra mim.

–Eu sou maluca - eu estava admitindo isso.

Ele levantou os olhos sem largar o lápis. O olhar incrédulo, como se eu tivesse acabado de falar a coisa mais tosca que ele já tinha ouvido.

–Não to pedindo desculpas, e muito menos falando que to arrependida, mas – baixei os olhos e vi o nó dos dedos feridos. Fechei os olhos, respirando fundo – eu não quero mais brigar.

Ele não disse nada. Eu estava sendo idiota ali na sua frente, tentando falar alguma coisa enquanto ele só me ignorava. Levantei e fui para o meu quarto.


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Notas finais do capítulo

E ai? Manu conhecendo novas pessoas... Mas fiquem tranquilos, o Ben não é um perigo não u.u
Então, me digam o que acharam... Dependendo até posto mais hoje mesmo.
Quem quer ver eles dois se pegando? Aguardem aguardem
Um beijo :*