Just Friends escrita por Laia


Capítulo 19
Capitulo 19


Notas iniciais do capítulo

Então, eu ainda não dormi e tava doida pra postar então...
Apenas leiam :)



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Cheguei no endereço do cartão em cima da hora. Tecnicamente eu tinha uma razão para estar lá... A dor não passou.

Reconheci a dona da voz irritante na hora que abri a porta do consultório. Ela parecia ter tipo... Doze anos.

Confirmei meu nome e ela confirmou minha avaliação. Sentei em uma das cadeiras e fiquei lá observando o espaço.

Ouvi a porta do consultório abrir e involuntariamente, virei o rosto.

Sem a maquiagem pesada dessa vez, os cabelos presos, mas ainda com muito volume nos cachos. Um sorriso de ponta a ponta da orelha enquanto se despedia do paciente. A roupa toda branca.

Ela ergueu a cabeça, e a expressão mudou. Mas isso foi ainda melhor...

–Eduardo – me levantei e ela cruzou os braços, entrando na sala.

Esperou que eu entrasse e fechou a porta.

–Pode sentar na maca por favor.

Fiz o que mandou.

–Então... Por que marcou uma avaliação?

Me encarava fixamente, parecia satisfeita com a situação.

–Fui atropelado por uma doida ai... – ela riu baixinho – Mas fui rapidamente atendido e encaminhado a uma linda fisioterapeuta.

Nossa, que espírito de cantada de pedreiro que baixou em mim, misericórdia!

–Sem duvida você é um dos piores que já apareceu me cantando aqui... Mas sei que a luxação não deve ter passado só com uma semana. Fisioterapia é um processo lento, muitas vezes doloroso... Quer mesmo arriscar só pra me cantar?

–Me pegou... Mas e você? Ta disposta a me aguentar em todas as sessões jogando esse papo furado?

–Não! – ela se sentou na sua mesa e esticou as pernas, ainda de braços cruzados.

–Então sai um dia comigo! Prometo que nunca mais apareço aqui.

Ela não respondeu o convite, apenas se levantou e começou a analisar meu braço. Pegava em alguns pontos e perguntava “dói?” de forma doce.

Fez alguns exercícios e eu quase gritei de dor em alguns momentos.

–Pronto, a tortura acabou.

Ela voltou para sua mesa e arrancou uma das folhinhas de atestado medico, anotando alguma coisa no verso.

Me levantei e fui até a mesa ver o que era. Ela abriu a porta e antes de sair, me entregou o papel.

–Sexta, 19:00 horas aqui na portaria do prédio.

Me deu um empurrão e fechou a porta. Sai de lá com um sorriso no rosto.

***

Eu já estava lá há uma semana praticamente. Era sábado e fomos para a casa da minha avó. Pra variar, eu estava sentada no meu cantinho observando a vista.

Peguei o celular pela milésima vez. Nada de novo desde os últimos cinco minutos.

Ele bem que podia me ligar... Dar um sinal de vida, nem que fosse pra brigar comigo. Qualquer coisa.

–Manuela – minha avó apareceu. Sempre achei minha avó uma gracinha. Baixinha, o cabelo branco, o jeito ranzinza que as vezes soltava um palavrão... – Ta escurecendo, vai passar a noite aqui?

–Sim vó.

–Vou arrumar seu quarto, não demora pra entrar.

Então ela voltou arrastando os pés como sempre fazia.

Vi o carro do Sam virar a rua e parar na frente da casa da minha avó. Pera, tinha uma garota lá dentro? Ah, devia ser a tal menina...

Eles desceram, ele deu um beijo nela e pediu pra ela esperar quando me viu sentada.

–Precisa conhecer ela.

–Não acredito que VOCÊ ta amarrando o burro?

Ele riu.

–Sua idiota! Ta vendo como nada é impossível?

–Algumas coisas são sim.

Ele puxou minha mão, me levando até ela enquanto riamos.

–Beca, essa é a Manu. Manu, essa é a adorável Beca.

–Então você é a santa que colocou meu garoto nos trilhos? Uma honra conhece-la.

Ela riu e respondeu um tímido:

–Prazer.

Parecia ser boa moça. Era alta, magra, os cabelos castanhos cortados na altura do pescoço. Estava tímida, é claro.

–Desculpa, sou meio espalhafatosa assim mesmo...

–Tudo bem.

Sam saiu de trás de mim e pegou a mão dela. Seguiram os dois juntos pra dentro da casa e eu voltei pro meu cantinho.

Acho que já ia dar umas 9:00 horas da noite quando resolvi entrar. Jantei e fui para o quarto que minha avó tinha arrumado, me tranquei lá dentro e não sai mais.

Liguei a TV, nada de interessante. Havia esquecido meus fones em casa, então nada de musica. Deixei todos os livros na outra casa, pra poder descansar a cabeça.

Meu celular vibrou com um novo email, era da empresa do meu voo. Havia tido um problema com minha passagem, e eles pediram pra que eu reagendasse para os dias disponíveis. Tinham três datas: uma era pra daqui uma semana, a outra era pra madrugada e outra só pra fim do mês. Bem, não ia arrumar minhas malas a tempo de qualquer maneira, e minha mãe pirava se eu já fosse embora. Um mês era muito tempo. Respondi marcando para daqui uma semana. Eles confirmaram meu voo e mandaram os novos dados.

Precisava de alguém pra me buscar no aeroporto...

Quer saber? Foda-se o orgulho.

Disquei o numero e esperei.

–Alo?

Meu estomago deu um pulo só de ouvir a voz do outro lado.

–Edu? Ta tudo bem?

–Sim e com você?

–Otimo... Então, eu...

E ai que a merda aconteceu.

“Eduardo, você... Ah, desculpa, não vi que tava no telefone”.

–Tem alguém ai?

–Manu, escuta...

–Não, fica tranquilo, não precisa explicar. Sem compromisso lembra?

Então eu desliguei. Idiota. Idiota. Idiota. Idiota. Idiota.

Isso que eu sou: uma idiota!


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Notas finais do capítulo

E aiiiii?
Acho que hoje eu não posto mais meeeesmo, então até :*