Stray Heart escrita por Karina Barbosa


Capítulo 30
Atraso e aula de biologia.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus queridos leitores! =D
Sinto que muitos estão querendo dar na minha cara, pelo atraso! kkkkkkk Mas, eu espero ser perdoada. A última vez que eu postei, foi antes da prova do Enem. Depois dessa prova, eu tive que fazer outra prova de vestibular que tem segunda fase. À propósito, a segunda fase foi ontem, por isso estou postando hoje! Eba! Ainda bem que agora eu terei mas tempo livre para postar. Se eu pudesse, escreveria e postaria todos os dias, mas não dá.
Espero que gostem do capítulo!
Boa leitura!



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P.O.V. Grover

Rachel e eu ríamos à beça no ônibus. Muitos passageiros e até o motorista nos encaravam como se fôssemos dois retardados. Ah, que se danem!

– É sério? – interroguei tomando ar.

– É! – confirmou – Percy parece um retardado quando faz cara de apaixonado. Nunca vou me esquecer o fato daquele filho da puta ter me acordado para falar besteira.

Ela havia contado para mim que o Percy apareceu na casa dela de madrugada só para dizer que ele estava ACHANDO que gostava da Annabeth. Esse cara é uma figura!

Antes de por o plano “dar um golpe na porquinha” em prática, eu pensei na hipótese do vagabundo acabar se apaixonando pela nerd, só que eu a descartei. Annabeth é uma garota absurdamente linda, isso é inegável, mas o Percy já se envolveu com garotas bem mais atraentes e sedutores, como a gostosa da Victoria Rice, e nunca sentiu nada de especial por elas. Se eu já me envolvi com a Victoria? Sim, umas três vezes. Ela é daquele tipo: “Tenho que aproveitar a vida de todas as maneiras possíveis”. Só de me lembrar daquele corpo esbelto, pele macia e mente suja, os pelos do meu braço se arrepiaram.

Descemos do ônibus. Era o meu primeiro dia em um emprego novo. Caminhamos até um restaurante bem elegante. O prédio parecia ter cerca de três andares. Entramos. A recepção era charmosa, possuía alguns buquês de flores branca e vermelha, o chão parecia pérola e as paredes eram de um tom mais claro.

Rachel me apresentou ao seu chefe: um homem que aparentava ter entre trinta e quarenta anos, cabelo preto brilhoso e cheio de gel, nariz grande, pele morena e olhar intimidador. Felizmente, fui aceito como garçom! Ele entregou a minha farda e eu fui me trocar no banheiro. Vesti uma calça social preta, sapatos de couro, camisa branca de botão, colete cinzento e uma gravata vermelha.

Rachel também teve que trocar de roupa. Eu insisti para que trocássemos de roupa juntos, dei aquela típica piscadela e levei um baita de um fora! Ela trocou de roupa depois de mim. Agora ela estava usando um vestido justo que marcava todas as suas curvas, era preto, chegava na altura do joelho e tinha um decote quadrado. Seu cabelo ruivo e cacheado foi jogado para o lado de uma maneira simples e elegante. Seus lábios estavam cobertos por um batom vermelho e ela usava salto alto.

O dia passou mais rápido do que eu esperava. Tenho que admitir: eu não estava odiando o emprego. Recebi várias gorjetas, meus horários eram bem definidos e os clientes não eram mal educados.

Já eram onze horas da noite. Terminei de limpar todas as mesas, fui trocar de roupa e esperei a Rachel se ajeitar. Quando já estávamos prontos para fechar o restaurante, escutamos uma voz infantil atrás de nós.

– Com licença. – viramo-nos e olhamos para baixo. Tinha um garotinho nos olhando com um olhar pidão. Era moreno, possuía cabelo preto e encaracolado, olhos negros e redondos e suas roupas estavam esfarrapadas. Ele tossiu – Vocês podem me dar comida, por favor.

– Hum... Não! – neguei ficando de costas para ele. Rachel me deu um tapa na orelha – AI!

– Grover! Não seja tão insensível! – disse ela – Olha para esse menino, parece assustado, com fome e com frio.

Olhei para o garoto.

– Cadê seus pais? – perguntei.

– Eu não tenho. – uma lágrima escorreu do seu olho esquerdo – Nunca conheci meu pai e a minha mãe me abandonou em um supermercado desconhecido há dois dias. Estou faminto. – tossiu de novo – E gripado.

– Ah, pequeno! – falou Rachel ficando de joelhos. Começou a alisar o rosto da criança – Não se preocupe, fofo! Grover e eu vamos te ajudar.

Arregalei meus olhos.

– Que engraçado, Grover não está sabendo disso! – retruquei.

– Grover! Não podemos deixar essa pequena criatura indefesa na rua.

– Correção: VOCÊ não pode deixar, eu não estou nem aí.

A ruivinha mandou para mim um olhar raivoso.

– Vai me ajudar, ou prefere que eu peça para aquele garçom fortão ali – apontou para um cara que trabalhava conosco que era muito musculoso – te dar uma dedada?

Engoli em seco.

– Está bem! – falei derrotado.

– O que é dedada? – perguntou a criança.

– Um dia a gente te explica. – prometeu Rachel – Agora, vamos arranjar alguma coisa para você comer e depois te levaremos para um orfanato que não é muito longe daqui.

Fomos nós três para um pequeno restaurante que também já estava para fechar. Compramos sopa para o garoto. Pelo jeito e tempo que ele comeu, percebemos que ele realmente estava muito faminto.

Pegamos um ônibus e chegamos ao tal orfanato. Parecia ser uma casa normal, uma pensão. Era azul e tinha dois andares. Bati na porta de entrada. Escutei um “só um minutinho” e bufei. Quando a porta foi aberta, fiquei atônito. Era a Júniper e... Caraca! Como ela é gostosa! Ainda mais usando short e camisa, os dois bem curtinhos. Ele me encarou e disse:

– Oi.

– Oi. – falei.

– Olá! – pronunciou-se Rachel – Trouxemos esse garotinho para cá. Ele não tem abrigo e nenhum de nós dois tem condições de cuidar dele.

Júniper se pôs de joelhos e começou a examinar o garoto.

– Tadinho. Como é o seu nome, querido? – perguntou ela.

– Minha mãe me chamava de Atraso. – responde. Olhamos para ele de maneira estranha – Ela sempre dizia que eu era um Atraso na vida dela.

– E quanto anos você tem?

– Sete.

– Tia Meredith! – chamou Júniper ficando de pé. Uma senhora de meia idade apareceu. Usava um vestido azul bebê que cobria os joelhos e um xale. Colocou seus óculos “fundo de garrafa” e nos encarou.

– No que posso ajudar? – perguntou a senhora.

– Tia, esse casal trouxe essa criança sem abrigo para ficar conosco...

– Não somos um casal! – estabeleceu Rachel.

– Exatamente. – afirmei – Sou muita areia para o caminhão dela.

Dito isso, meu pé foi esmagado pelo tamanco da Rachel. Grunhi de dor.

– Tudo bem. – disse a senhora – Venha comigo. – ela chamou o Atraso – Você pode tomar um banho agora e depois, descansar na sua nova cama.

O garoto sorriu para Rachel. Ela sussurrou um “vai lá” e o Atraso abraçou as pernas dela e acompanhou a senhora.

– Tchau. Obrigada. – disse ele para nós. Só sinalizamos com a mão.

– Foi muito bonita a atitude de vocês. – disse Júniper – Querem alguma coisa? Uma água? Um suco?

– Eu gostaria de um pouco de água. – falou a ruivinha.

– Preciso ir ao banheiro. – menti.

Júniper me acompanhou até o banheiro. Ela entrou comigo e começou a apanhar algumas roupas que estavam no chão.

– Essas crianças. – brincou. Quando ela se abaixou, não tive como não ficar encarando a parte traseira dela. Fechei a porta do banheiro e ela me olhou interrogativa.

– Júniper, eu preciso conversar com você.

– Diga.

– Queria pedir desculpas pela maneira que te tratei ou pelo que pensei ao seu respeito.

– E o que você pensou?

– Que eu não preciso gastar saliva com uma dançarina de boate qualquer, como você era.

– Esquece isso. – disse ela – Não quero mais pensar naquele lugar. – sorriu de lado.

Suspirei aliviado. Ela já estava saindo do banheiro, mas minha mão segurou o braço dela, impedindo a de sair.

– Que foi? – indagou.

Pus minha outra mão na nuca dela e a puxei para um beijo. No início ela estapeava meu peitoral e tentava se afastar, mas logo começou a ceder. Encostei a na parede fria e aprofundei nosso beijo. Nossas línguas brincavam uma com a outra, enquanto os dedos dela vagavam pelas minhas costas. Mordi seu lábio inferior e chupei. Ela me deu um selinho e abraçou o meu pescoço.

P.O.V. Rachel

Estava me perguntando onde aquela criatura foi pegar água! Na China? E será que o Grover passou o mês inteiro sem urinar para também estar demorando tanto? Credo!

Sentei-me num sofá para duas pessoas. Senti algo desconfortável embaixo de mim. Passei minha mão e tirei uma boneca de plástico. Revirei os olhos. Eu estava de frente para uma escada e por ela, desceu um homem absurdamente gato! Ele estava vestindo uma camisa enquanto descia os degraus. Ainda consegui ver uma parte do seu abdômen definido. A pele dele era morena e o cabelo, preto. Seu rosto era retangular e ele tinha o queixo másculo. Percebeu a minha presença.

– No que posso ajudar? – perguntou.

Poderia ir tirando a camisa de novo.

– Nada. – respondi – Eu trouxe uma criança abandonada para cá e agora estou esperando um copo d’água.

Ele riu. Encarei sua camisa.

– Você é fã de Codplay? – perguntou percebendo que eu estava fitando o desenho da banda na camisa dele.

– Sim, é minha banda preferida. – afirmei.

– A minha também. Qual é a sua música preferida?

– Hum... São tantas. – rimos – Eu sou Rachel.

– Sou Rodrick.

P.O.V. Júniper

Afastei-me bruscamente de Grover. Sem pensar, estapeei sua bochecha. Ele choramingou e me olhou confuso.

– Por que me beijou? – indaguei tentando falar baixo.

– Porque... Porque...

– Por quê?

– Deu vontade. – respondeu simplesmente.

– Escuta, eu te desculpei, mas isso não quer dizer que você pode simplesmente ficar me agarrando no banheiro da minha casa. – arregalei meus olhos – Rodrick!

– Quem é Rodrick?

– Meu namorado. – estapeei o braço dele.

– Para! – mandou e eu desobedeci.

– Você é maluco! Se o Rodrick vê isso, ele te mata!

– Diga para o seu namoradinho bobo que não precisa se preocupar. Eu não quero nada com você, tudo que tivemos foi só um beijo.

Só um beijo?

Respirei fundo. Quer dizer, que ele só estava abusando da minha boca? Babaca!

– Tem razão, foi só um beijo. – concordei – Até porque eu gosto do Rodrick e com ele, eu ganho muitas coisas além de beijos. E os beijos dele são bem melhores.

Ele ergueu uma sobrancelha.

– E a minha namorada é bem mais gostosa que você.

Minha boca formou um “O” perfeito. Retornei à minha pose de durona.

– Tem namorada?

– Tenho! Quer conhecê-la?

– Sim. Teremos um evento beneficente semana que vem. Traga a sua namorada.

Saí daquele banheiro e fu direto para sala. Rodrick estava sentado com a garota ruiva.

– Oi linda. – disse ele vindo até mim e me dando um selinho.

– Cadê minha água? – perguntou a ruiva.

– Sua água? Ah, foi mal. Esqueci.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou Rodrick.

Neguei.

Assim que Grover apareceu, ele foi embora com a amiga dele. Agradeci mentalmente.

P.O.V. Grover

Bufei estressado.

– Que foi que aconteceu? – perguntou Rachel.

– Eu agarrei aquela garota no banheiro. – respondi de uma vez.

– Sério? Bom, podia ter agarrado ela por mais tempo. Eu estava conversando com o namorado dela e ele era tão legal.

– Por que não o agarrou também?

– Não me envolvo com caras comprometidos. – disse séria.

– E o pior, foi que eu disse que tinha uma namorada. Agora, a Júniper quer conhece-la.

– Primeiramente, não peça a mim para ser sua namorada, porque ela já sabe que não somos um casal. – aconselhou.

– E o que eu faço?

– Arranja outra garota para fingir.

– Onde?

– Sei lá, Grover! Dê um jeito.

P.O.V. Susy

Ri da atitude do Quíron. Seus olhos estavam focados no telefone fixo. Quase não batia pestana. Tudo isso porque a Annabeth ainda estava na casa do Percy. Na verdade, ela passou o dia inteiro na casa dele. Deve ter chegado lá umas oito da manhã e já eram dez horas da noite.

– Quíron, para com isso. – falei.

– Não dá. Estou muito preocupado com a Annabeth.

– Ela disse que ia passar o dia estudando na casa do Percy.

– Estudando... – pronunciou de maneira fina. Fez cara de espanto – Será que eles estão estudando biologia? E se estiverem, será que já chegaram na parte de sistema reprodutor e fecundação?

– Qual é o problema?

– O problema é eles quererem estudar essa matéria mais a fundo. Aí, ele mostrará para ela como funciona o aparelho reprodutor dele. Depois, ele, “inocentemente” – fez aspas com as mãos – irá querer uma demonstração do feminino também. Logo, eles estarão realizando experimentos sobre fecundação, usando a si próprios como cobaias.

Não aguentei e acabei rindo.

– Quíron, Annabeth não tem mais quatorze anos de idade. – lembrei – Ela não é tão ingênua a esse ponto.

– Era bem mais fácil quando ela tinha essa idade. – sorriu bobamente – Parecia um anjinho, um verdadeiro bebê. Agora, ela já é uma mulher e os marmanjos babam para aproveitar dela.

Posicionei-me atrás da cadeira de rodas dele e levei o até a sala de janta.

Jantei com ele e conversamos um pouco. Apesar de adorar a companhia do Quíron, tive que ir para casa. Quando me despedi dele, recebi um beijo na testa e outro na bochecha. Olhei no fundo daqueles olhos meigos e divertidos e sorri.


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Notas finais do capítulo

Só eu que achei o "Atraso" um fofo? Own! =3
Que é isso Júniper? Assanhadinha, ein? kkkkkkkkkk
Hum... Rachel! Acho que ela e o Rodrick terão uma grande "amizade". kkkkkk
Quem está ansioso para saber como terminará essa briga entre Grover e Júniper? o/
Por favor, mandem comentários!
Beijo e até logo!



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