( Sentimentos de Sam Puckett )

Cheguei em casa cheia de sacolas nas mãos, enquanto a senhorita de cabelos ruivos, chamada Cat, carregava apenas uma e na outra mão trazia um sorvete. Pelo menos Robbie nos deu carona até aqui, porque não havia meios de trazer tantas coisas sozinha por 5 quadras.
Coloquei as coisas na cozinha e procurei dentro das sacolas o meu precioso bolo gordo, depois de gastar tanta energia segurando essas compras do estacionamento até aqui, só bolo gordo para me animar.
Cat: O Robbie está me esperando no estacionamento, eu volto logo. - Disse, sorridente.
Sam: Ele não tinha que voltar ao trabalho?
Cat: Sim, mas ele ainda tem 15 minutos até voltar, então temos que aproveitar. - Falou e em seguida saiu. Subi para o meu quarto afim de trocar de roupa e avisar ao Freddie que já tinha chegado. A porta estava entreaberta e ouvi um grunhido.
Sam: Freddie? - Chamei e sem esperar a resposta entrei, encontrando o moreno deitado em minha cama, chorando. - O que aconteceu? - Perguntei. Minha voz o assustou e ele levantou-se rapidamente. Me aproximei e pude ver que seus olhos estavam avermelhados e um pouco inchados. Sentei ao seu lado e passei meus braços ao redor de seu pescoço, puxando-o para um abraço.
Freddie: Eu...eu fui procurar... meus amigos. - Falou entre soluços.
Sam: Foi? E aí? O que eles disseram?
Freddie: Eu não falei com eles. - Falou baixo.
Sam: Porque não?
Freddie: Não consegui... eles estavam tao felizes sem mim. Não tive coragem de aparecer e estragar isso.
Sam: E quem disse que você estragaria tudo? Eles são seus amigos... com certeza saber que você está vivo vai aumentar a felicidade deles.
Freddie: Será? Eles estão juntos. - Falou, enxugando as lágrimas.
Sam: E daí?
Freddie: Eu não sei... eu me senti estranho.
Sam: Estranho como?
Freddie: É como se eu tivesse sido traído. Como se a minha presença na vida deles, fosse um obstáculo.
Sam: Porque se sente assim?
Freddie: Porque agora que eu vi que eles estão juntos, percebi que talvez eles já sentissem algo um pelo outro antes do acidente, mas não ficaram juntos por minha causa. - Ele explicou, me deixando ainda mais confusa. Quer dizer... o que uma coisa tem a ver com a outra?
Sam: Mas, porque você seria um impedimento?
Freddie: Porque eu... gostava da Carly. - Ele disse com a voz baixa.
Sam: Oh... é verdade. Me esqueci desse detalhe. - Comentei, tentando não demonstrar nenhum tipo de sentimento. Senti um nó na garganta que me fazia quase sufocar. Meu coração estava estranhamente apertado, sentia um medo de perdê-lo. Hump! Como posso perder algo que nem mesmo é meu?
Freddie: O Gibby sempre soube disso, acho que até mesmo Carly desconfiava, mas eu nunca cheguei a me declarar. E talvez eles se gostassem há tempos, mas não ficavam juntos por saber dos meus sentimentos. - Falou, dando de ombros.
Sam: E você... ainda é apaixonado por essa amiga? - Perguntei, temendo a resposta. Ele me encarou sério.
Freddie: Eu nunca disse que era apaixonado por ela. - Falou, sem interromper o contato visual.
Sam: Mas... você acabou de dizer que se sentia traído porque seu melhor amigo está namorando a garota que você era afim. - Falei, ainda mais confusa. Esse garoto é doido, só pode.
Freddie: Sim, eu disse que me sentia traído, porque o Gibby poderia ter me contado a verdade. Não teria impedido-os de ficar juntos, só gostaria que tivessem me dito. E eu disse gostava e não amava. Há uma grande diferença, sabia? - Ele disse com um sorriso de lado, que me fazia perder o fôlego.
Sam: Tem certeza que não era apaixonado por ela? Porque você parece bem magoado para alguém que apenas '' gosta ''.
Freddie: Antes, eu até pensava que era apaixonado por ela... mas algumas coisas mudaram e me fizeram perceber que o que eu sentia por ela, era algo como admiração, eu gostava muito dela, é bonita, inteligente e sempre muito gentil com todos. Carly foi a primeira amiga que tive na vida, éramos vizinhos e quando Gibby se mudou pra nossa rua, ele implicava comigo, mas ela com aquele jeito pacífico, fez com que Gibby e eu nos tornassemos melhores amigos. Ela sempre adorou ajudar os pobres, os animais, crianças de rua. Ela era como... a irmã que eu nunca tive. - Ele disse, olhando para o nada. Parecia até estar viajando no tempo.
Sam: Wow... você fala dela de um jeito... com certeza ainda gosta dela, mesmo que não queira admitir. - Falei inocentemente, tentando fazê-lo dizer o que sente, ainda que isso me machuque.
Freddie: Mas eu gosto dela... como amiga. Mas agora... eu sinto algo melhor e muito mais especial por outra garota. - Falou sério, porém seus olhos brilhavam. Senti um frio na barriga e um arrepio percorreu meu corpo, me fazendo ofegar.
Sam: O..outra pe...pessoa? - Gaguejei, sentindo-me uma idiota por isso.
Freddie: É... você. - Respondeu sem demora. Arregalei os olhos, surpresa. Meu coração falhou por um segundo, me deixando sem ar e logo depois bateu tão depressa que me deixou zonza. Eu não conseguia encontrar as palavras certas para responder, embora soubesse exatamente o que eu sentia, minha cabeça girava e meus pensamentos estavam bagunçados. Seu olhar terno e sereno, me hipnotizou.
Foram apenas segundos de silêncio, porém pareciam décadas e quando finalmente ia dizer tudo que eu sentia, Freddie grudou seus lábios nos meus delicadamente. Suas mãos foram para minha cintura, me fazendo tremer. O beijo aos poucos foi ficando mais intenso, porém ainda bem lento, afinal não tinhamos pressa mesmo. Seus lábios tão macios encaixavam-se perfeitamente nos meus, como se fossem feitos um pro outro. Não tenho palavras para expressar o que estou sentindo nesse momento, é indescritível. Jamais me senti assim em relação à alguém, me sinto tão segura e feliz.
Cat: JÁ VOLTEEI. - Ouvi sua voz cantarolando irritantemente, enquanto a porta do quarto era aberta. Empurrei Freddie pra longe e me levantei assustada.
Sam: O...o...o que faz aqui? - Gaguejei, completamente atrapalhada.
Cat: Ahn... eu disse que voltaria logo. Porque? - Ela perguntou me encarando.
Sam: Por nada...eu...eu... preciso... ah, sei la. - Balbuciei, tentando arrumar uma ótima desculpa para sair dali, porém só ficou pior. Droga... porque estou agindo como uma retardada?
Saí do quarto, sem me importar em esbarrar em Cat e desci as escadas correndo, torcendo para que Freddie não viesse atrás de mim. Oh Deus... o que foi isso? Freddie me ama? E eu não disse que o amava também. Argh... Samantha! Você com certeza é louca. E agora? O que eu vou dizer quando encontrá-lo de novo? Como eu vou agir? Como ele vai agir?A culpa é minha... porque eu fui enchê-lo de perguntas? Eu... preciso de bacon.

–---- À noite -----

( Ponto de Vista Geral )

A loira finalmente desligou a televisão, após horas assistindo filmes e seriados preferidos, afim de esquecer o que aconteceu mais cedo. As palavras de Freddie ecoavam em sua mente e ela podia jurar que ainda sentia o sabor dos lábios dele nos seus. O moreno passara o dia todo no quarto e ela não teve coragem para falar com ele sobre seus sentimentos. Odiava-se por isso, principalmente porque pensava que talvez, Freddie pense que ela era uma garota boba e sem atitude.
Ela evitou-o o resto do dia, mas agora ela teria que subir para o quarto para dormir. Catherine fez algumas perguntas, como ela imaginou, porém ela não disse nada. Sabia que a amiga faria críticas sobre seu comportamento infantil.
Subiu as escadas lentamente, demorando o máximo que pôde, abriu a porta do quarto e Freddie já estava deitado e aparentemente dormindo. Ela suspirou aliviada e foi ao banheiro escovar os dentes e colocar o pijama. Quando voltou, sentiu um frio na espinha ao ver o moreno acordado.
Sam: Ahn... de..desculpa te acordar. - Falou nervosa.
Freddie: Eu tenho sono leve... está tudo bem. - Falou com um sorriso. Ela arrumou as cobertas e em seguida deitou-se na cama, desligando as luzes do abajur rapidamente. - Boa noite. - Ouviu o moreno, quase sussurrar.
Sam: Boa noite. - Ela respondeu. Ouviu um suspiro de Freddie e tentou ficar calma. - Você... tem que procurar seus amigos. Eles precisam saber a verdade. - Falou, de repente.
Freddie: Eu sei disso. - Respondeu baixo.
Sam: Se quiser, eu vou com você. - Disse. Freddie sorriu.
Freddie: Eu vou adorar. Obrigado. - Respondeu, sentindo-se um pouco melhor, por saber que a loira não estava mais o evitando. Passou tarde toda angustiado e com muito medo dela estar brava. Queria ter ido atrás dela, porém Cat o aconselhou a deixá-la sozinha, para pensar.
Em poucos minutos, ambos já estavam dormindo.