POV Ally

Tomei um banho relaxante e minha mãe ficou preparando alguma coisa pra ela comer, perguntou se eu queria, mas eu disse que não. Minha cabeça doía, por pensar demais. Adentrei debaixo do chuveiro e deixei que a água levasse um pouco dos meus tantos pensamentos. Mas me surpreendi com o que veio em minha mente. Frases e mais frases, eu não tava entendendo só sabia que tinha que colocar no papel. Vesti a primeira roupa que vi na minha frente e fiz um coque frouxo e peguei um caderno qualquer. Comecei a escrever e quando notei já tinha três folhas cheias de frases de sentimentos, as de amizade eu fiz pensando na Trish, no Dez, na Kira, e as de amor é claro que pensei no Austin. Organizei-as e fiquei pasma comigo mesma quando percebi que eu tinha composto músicas, quer dizer a letra. Passei tudo a limpo no meu diário e dei títulos. Eu tinha três letras de músicas completas! Em apenas uma hora! O tempo passou rápido e eu estava tão animada! Como assim eu tenho essa capacidade? Tá eu sempre gostei de música, mas compor? Eu realmente tô surpresa comigo mesma. E eu não irei contar isso para ninguém, não quero que me peçam para cantar, então a melodia eu vou ver se consigo fazer com as aulas de piano. Decidi dormir, eram quase nove da noite. Apaguei a luz, me deitei e deixei o sono pesado me levar.

POV Austin

E eu meu pai andamos bastante! Demos uma volta pela cidade e depois de uma hora mais ou menos voltamos. Estacionei a moto e nós entramos em casa, a Penny dormia no sofá e a TV estava ligada. Procurei a Ally na cozinha, mas ela não estava. Meu pai foi acordar a Penny, mas ela cambaleava tentando andar, então ele a pegou no colo e ela voltou a dormir em seu ombro. Que legal, acho que eu e Ally nem vamos precisar fazer muita coisa por esses dois. Ele subiu as escadas com ela e eu o segui, abri a porta do quarto da Ally e liguei a luz. Ela dormia tão serenamente, então meu pai colocou a Penny no colchão e a cobriu. Deu um beijo em sua bochecha e saiu do quarto. Sentei do lado da Ally e a olhei dormindo, eu estou tão apaixonado por ela. Foi aí que eu vi um caderno marrom aberto, na cabeceira de sua cama, Me inclinei para ver e li letras de músicas, espera aí, ela compõe? Eu não acredito! As letras são incríveis, o jeito como ela fala do amor, não me contive e peguei o caderno. Li cada frase e me surpreendi com o talento dela. O que eu não conseguia fazer, ela faz. Tinha três músicas incríveis. Mas será que a letra de amor foi feita pensando em mim? Tomara que sim. Coloquei o caderno do mesmo jeito e no lugar que estava. Eu a cobri e tirei o cabelo de seu rosto, não resisti e lhe dei um selinho demorado. Depositei um beijo em sua testa, apaguei a luz, fechei a porta e sai. Meu pai já estava em seu quarto, então eu fui pro meu. Tomei um banho e coloquei uma bermuda simples. Peguei meu Notebook e olhei um pouco as minhas redes sociais, mas não consegui ficar por muito tempo. As letras da Ally rodeavam a minha cabeça, então peguei meu violão e lembrando um dos refrões, comecei a anotar algumas notas de combinação. Depois que eu terminei, cantei baixo para não acordar o Dez que dormia em um colchão no chão e ver como ficou também. E modéstia parte ficou incrível! Guardei minhas anotações, o violão e o Notebook. E fui dormir.

Acordei com o meu pai batendo na porta:

– Filho?

–Hm? – murmurei sonolento – Entra! – falei me sentado e abrindo os olhos forçadamente

–Filho são 6 h da manhã, por favor, acorde você tem que levar a Ally na escola.

–Mas eu não sei onde é essa escola que ela estuda, por que o Austin não a leva? – O Dez disse sentado no colchão.

–Tá bem Dez, ele leva. – meu pai disse suspirando e rindo, ri também.

–Ela já acordou pai?

–Já sim, está tomando café. Eu vou pra loja agora, você quer ir comigo Dez? – Dez deu um pulo do colchão e correu pro banheiro.

–Claro que sim, só 5 minutos. – e bateu à porta, meu pai revirou os olhos e saiu do quarto.

Levantei-me e escolhi uma roupa pra mim, o Dez já sai do banheiro pronto. De onde ele levou a roupa que eu não vi?

–Tchau cara, até mais tarde! – ele falou na porta

–Tchau, quando eu vir da escola da Ally eu vou pra lá, como a loja só abri às 10h, a gente vai procurar algo pra fazer, que tal um filme?

– Ótimo, mas só se for de zumbi! – fizemos nosso Cumprimento e ele foi embora.

Tomei um banho, coloquei a roupa e baguncei mais o cabelo molhado. Desci e encontrei certa morena sozinha tomando café. A Penny ainda dormia.

–Bom dia pequena. – eu disse me sentando em sua frente.

–Bom dia loiro, você não sabia que existe pente não? – ela gargalhou, que risada boa de ouvir.

–Haha muito engraçada, - eu disse e ela piscou pra mim tomando mais um gole de seu suco e se levantou levando sua louça para pia. Olhei pra ela de cima a baixo e ela tava incrível, mas ainda faltava um pedaço de tecido no short. (Roupa da Ally http://www.polyvore.com/ally_escola/set?id=115610569)– Você ainda vai trocar de roupa essa hora?

–Não, eu vou assim por quê? – ela perguntou se olhando

–Esse short não tá muito curto não mocinha? – perguntei enciumado, todos os caras iam babar por ela com certeza. Ela riu.

–Tá feio?

–Com certeza não. – eu disse respirando fundo e a admirando.

–Então é assim que eu vou. – ela disse vitoriosa e saí da cozinha me deixando um pouco irritado, fui atrás dela.

–Ally, você vai assim mesmo? – eu disse tentando fazê-la mudar de roupa.

– Vou qual o problema? – ela falou

–O tamanho desse short é problema, vai chamar muita atenção. – Eu disse cerrando os dentes, imaginando o tanto de marmanjo que iria olhar pra ela.

–Ah entendi, isso é ciúmes. – Ela disse sorrindo e me olhando provocadamente.

–Não, não são ciúmes, é só instinto protetor. – eu disse sério a encarando.

–Tem certeza que não é ciúmes? – ela veio caminhando em minha direção e ficou bem em minha frente, com centímetros de distância.

–Não, - minha respiração ficou descompassada e a voz saiu falhando, que poder é esse que essa menina tem sobre mim? – tá bom é ciúme sim, você tem noção do tanto de olhares que você vai atrair com essa roupa? – ela sorriu

–Austin ninguém vai prestar atenção, não precisa ficar assim. – ela disse me olhando e me beijou sem nem me dar tempo de falar nada. Seu hálito de hortelã me deixou desnorteado. Minhas mãos foram para sua cintura e as dela pousaram em minha nuca. Depois de alguns segundos, ou minutos (não tenho certeza ainda, pois perdi totalmente a noção do tempo) Nos separamos e eu grudei minha testa na dela.

–Ninguém vai prestar atenção? Garota você tem certeza que você já se olhou no espelho alguma vez na vida? Você é linda Ally, eu nunca vi nenhuma garota tão bonita como você, portanto não me diga que ninguém vai olhar. – eu disse a encarando

–Obrigada Austin, então vamos, quero andar de moto! – Ela disse pulando animada na minha frente, me rendi, ela não ia trocar de roupa mesmo.

–Tá você venceu, vamos! – peguei a chave da moto, e ela pegou sua bolsa. Fechamos a porta e saímos da casa. Ela segurou os nossos capacetes enquanto eu tirava a moto da garagem, colocamos os capacetes, e ela subiu e eu dei partida, ela se mantinha afastada de mim.

–Ally você tem medo de mim por acaso? – eu perguntei a ela, a moto ainda estava parada na frente de casa.

–Claro que não por quê? – ela disse confusa

–Porque ninguém ainda de moto assim. - eu disse me virando um pouco para olhar pra ela, ela sorriu vergonhosa.

–E como se anda? Eu tenho que te abraçar por acaso? – ela perguntou brincando

–Daâhh! – eu disse sugestionando o óbvio e ela me encarou sorrindo– É claro, é assim ó! – peguei suas mãos e as coloquei em volta da minha cintura, e a puxei pra mais perto, e ela só fazia rir. – O que foi?

–Você tá se aproveitando, assim ninguém vai olhar pra mim mesmo. – ela gargalhou. E eu virei pra ela e pisquei.

–Minha querida, a intenção é essa. – ela sorriu e eu saí em rumo à escola.