Forbidden Romance escrita por Madame Niklaus Kurayami


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Primeira fic postada então sejam bonzinhos e espero que gostem!Ladies and gentlemen, boa leitura!
E estou na última semana de 2013 *-*



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Refiz o coque no cabelo pela terceira vez naquela manhã.

Meus olhos cinza encaram a garota no espelho, finalmente desisto e deixo meus cabelos castanhos claro soltos. Um nervosismo toma conta de mim e não é a primeira vez, minha pele clara estava ainda mais pálida naquela manhã, havia esperado tanto por aquele dia que agora era como um sonho.

Eu estava saindo da Inglaterra, onde moro com minha tia dona de um restaurante, onde quebrei o coração pela segunda vez, finalmente estava dando adeus. Outro reflexo no espelho, minha tia Katherina estava na porta.

Os olhos azuis marejados e o cabelo loiro em uma trança, aquela mulher é como uma mãe pra mim. Logo quando minha mãe Sophia morreu em um acidente de carro e meu pai não conseguiu mais suportar a presença da própria filha que lembrava tanto a mãe, foi tia Kat que se ofereceu pra cuidar de mim. E o fez com muito amor, acabou abrindo um restaurante na Inglaterra e se mudando pra Europa.

-- Sara estou muito orgulhosa, mas querida se você dissesse que quer ficar aqui eu faria uma festa. -- minha tia confessa com um sorriso. -- Você esta linda.

Caminho até ela.

-- Obrigada tia Kat. -- digo abraçando minha tia. -- Mas eu vou ir, eu preciso ir.

-- Eu sei querida. -- Katherina disse limpando o início de uma lágrima nos olhos, odiava chorar. -- Tudo pronto?

Dou uma olhada no meu quarto, não queria esquecer nada mas também não queria deixar escapar nenhum detalhe da memória, aquele lugar foi meu refúgio desde de meus 14 anos quando cheguei naquele país. Respiro fundo e pego a mala.

-- Sim, tudo pronto. -- digo e dou um sorriso meio nervoso.

Nós descemos as escadas da casa antiga e caminhamos até a rua onde um táxi me esperava.

Bill um amigo e também sócio do restaurante ajudou a colocar as malas no táxi, respiro fundo o ar de Cardiff. A capital do País de Gales ficava a algumas horas de Londres, mas era provida de um próprio aeroporto internacional. Lembro-me de quando cheguei naquele lugar, tudo tão lindo e antigo, a natureza, os castelos tudo ali era como um conto de fadas, mas por um tempo foi o pior lugar de todo mundo, e tais lembranças não são esquecidas.

-- Respire bem esse ar, lá em Portland vai competir com a poluição. -- minha tia passou um braço pelo meu ombro.

-- Vou competir por muito mais que isso titia, a faculdade não é fácil. -- digo com um olhar longe.

-- Não seja modesta, você é esperta vai conseguir. -- Disse Bill que já terminará de colocar as malas e agora estava na nossa frente.

Olho pro relógio já era hora de dizer adeus aquelas pessoas, dou um abraço em Bill e em algumas outras pessoas, deixando minha tia por ultimo. Eu a abraço com força.

-- Não deixe de me ligar quando chegar, e me falar da universidade e de dar um abraço em Emily por mim, e claro, avise seu pai. -- ela se afastou, sua voz já mudada pela emoção. -- E de tentar se feliz.

Dou uma espécie de sorriso, não queria chorar mas havia aquele maldito nó na garganta.

Entro dentro do táxi, por sorte ele partiu rápido. Daqui a algumas horas estaria em outro continente e teria uma nova vida, mas ainda assombrada pelo passado e um passado que não podia ser relembrado pela dor que significava.

Depois de alguns minutos já havíamos chegado ao aeroporto e apresentei os documentos pra uma senhora. Sigo rumo ao portão de embarque, no caminho vejo famílias se abraçando e chorando. Pra algumas pessoas a "despedida" era algo terrível, mas eu não tinha muito do que sentir saudades, havia minha tia e alguns amigos ali e sem falar da paisagem exuberante que eu não encontraria nos Estados Unidos, estava contando com o que o futuro me traria.

Minha melhor amiga Emily me encontraria em Portland, e depois nós iriamos ao apartamento em que dividiríamos. Emily tem cabelos loiros e cacheados em volta do rosto em formato de coração, seus olhos azuis estão sempre sorrindo, fazem 7 anos que nos conhecemos, após algumas brigas sobre quem ia ser a princesa barbie nos tornamos inseparáveis ou nem tanto, quando minha mãe morreu e fui morar na Inglaterra Emily continuou na California, mas continuamos nos falando por celular/computador e por um acontecimentoEmily passou as férias de verão na Inglaterra comigo.

Sento-me na poltrona perto da janela, algo que fazia questão em todas as viagens que eu fizesse. Mando uma mensagem para tia Kat falando que já estava no avião, pois se não detalhasse seria capaz da marinha britânica invadir a América a mando dela. Após algum tempo todos os tripulantes já haviam ocupado os lugares e o avião decolou, coloco os fones e decido ver um filme pela tela da poltrona mas não presto muita atenção. Na teoria a viajem iria durar umas doze horas, mas na prática pareciam ter se passado pelo menos quatro horas e olho no relógio de pulso, apenas mais tediosas dez horas de voo. Pego um livro na bolsa, iria me aventurar pela segunda vez nas Crônicas de Gelo e Fogo, uma tarefa árdua se contarmos que cada livro tem mais de mil páginas. Moleza, começo a ler mas um cansaço toma conta de mim e resolvo dormir por alguns minutos.

Só que não existe dormir por alguns minutos.

Acordo com uma aeromoça perguntando-me se queria jantar, uma dica: Nunca dispense comida de avião. Após comer checo o relógio e eram 16:00 horas americanas, logo iria pousar, meu coração dava pequenos saltos.

O avião pousou uma hora depois, saio do avião e vou em direção ao aeroporto. Fico imaginando em como Emily estaria, se havia mudado o cabelo ou qualquer outra coisa que dificultasse de reconhecer minha amiga, algumas famílias estavam com plaquinhas e de repente leio uma escrita com:

Procura-se Sara Morgan, altura mediana e cabelos castanhos.

Tratar com a pessoa (linda, maravilhosa) que segura essa placa, ou Emily pros chegados.

Xoxo (;

Dou um sorriso que logo vira uma gargalhada, ótimo jeito de dar boas vindas.

Emily a segurava com o mesmo sorriso, vou em sua direção e a abraço.

-- E ai pessoa linda e maravilhosa, ganho alguma recompensa porme achar? -- pergunto ainda achando graça da placa.

Emily fez uma cara de pensativa.

-- Olha se você fosse um garoto bonitão e taus... -- ela ri sem completar a frase. -- Mas como é minha melhor amiga, vai morar comigo!

-- Vou ignorar esse egocentrismo todo, e então vamos? -- digo e entrelaço o braço ao dela.

Caminhamos até o estacionamento onde estava o carro modelo Ka 1998 de Emily.

-- Bom, Sara esse é o Sr. Bob. -- disse Emily, referindo-se ao carro. -- Sr. Bob quero que conheça minha melhor amiga Sara.

Paro, encarando Emily que davaafagosno carro.

Cruzo os braços, estava com tanta saudade dessa loucura toda, finalmente vou poder agir como uma adolescente.

-- Olá Sr. Bob. -- por incrível que pareça também entro na brincadeira e abraço o carro. -- Muito prazer.

-- Sabe que nós parecemos malucas né? -- Emily disse do outro lado, ainda abraçada ao carro. -- Que seja, foda-se a sociedade e suas normas, nós podemos abraçar carros.

-- Claro que podemos está dentro da lei. -- digo fazendo Em gargalhar. -- Mas é sério vamos pra casa.

Emily começou a dirigir, ligo o rádio.

A música já estava indo pro refrão, nos olhamos e damos risada. Alguns segundos depois.

--It's like rain on your wedding day.. -- começo a cantar. --It's a free ride when you've already paid.

--It's the good advice that you just didn't take -- Emily se junta e fez batuques no volante. --And who would've thought... It figures!

Rimos e cantamos a música toda.

Depois do momento musical, aproveito pra mandar outra mensagem para minha tia.

-- Diga um oi ok! -- Emily disse virando em uma rua qualquer.

Murmuro um "sim" e mando, não tenho certeza mas aposto que ainda era madrugada em Cardiff, mas tia Kat iria querer saber todos os detalhes.

-- Então, vou me assustar com o estado do nosso apartamento quando chegar? -- pergunto.

-- Talvez, mas não prometo nada. -- Emily deu de ombros com um sorriso de culpa. -- Hum, tenho uma surpresa pra você.

Olho para ela.

-- Ah claro,surpresa.-- digo meio sarcástica. -- Em, o que você esta tramando?

Emily virou a cara sussurrou a palavra "surpresa" e voltou a prestar atenção na rua.

Algum tempo depois paramos em frente a um prédio meio retrô, saio do carro e logo tiro as malas, olho pra cima e suspirou. Ali seria meu novo lar.

-- Olha tenho que admitir que é bem legal. -- digo.

-- Eu sei, tenho um ótimo gosto. -- Emily disse e foi em direção a portaria, lá havia um senhor. -- Ei Philip pode pedir pra colocarem o Bob na garagem?

-- Claro senhorita Emily. -- ele respondeu, e pegou a chave.

Dou uma olhada na rua e entro na portaria.

-- Essa é Sara, eu te falei dela. -- Emily disse já apertando os botões.

-- Oh claro, seja bem vinda senhorita Sara. -- ele disse gentilmente.

Dou um sorriso, algo naquele sotaque...

-- Obrigada, hum é britânico? -- pergunto curiosa.

O senhor arregalou um poucos os olhos, e deu um grande sorriso.

-- Culpado, sou londrino mas moro aqui a vinte anos. -- ele disse.

Ainda iria responder mais alguma coisa quando Emily me interrompeu.

-- Ei não temos tempo pra conversas britânicas. -- ela pegou a mala me e arrastou pro elevador.

Subimos no elevador que continha espelhos por toda a parte.

-- Estou feliz por você estar aqui. -- Emily diz, os cabelos em cachos atrás da orelha. -- Tudo o que aconteceu... enfim, somos nós duas de novo agora.

Encaro o reflexo no espelho, estralo meus dedos.

-- Sim, nós e um novo mundo. -- digo mesmo que com pensamento distante.

As portas do elevador abrem.

-- Bom, esse é o nosso andar. -- diz Emily com uma nítida empolgação, ela tira a chave do bolso e me entrega. -- Faço questão de que você abra.

Balanço a cabeça sorrindo.

-- Vamos lá então.. -- digo e começo a me dirigir à porta de número 34, quando finalmente acho coloco a chave e giro, a porta se abre com um barulhinho.

Dou de cara com uma grande sala que fazia divisão com a cozinha, os sofás pretos de frente pra uma tv e a cozinha era na verdade espaçosa e com um balcão, e também dava pra ter uma bela vista de Portland. Nas paredes tinham algumas pinturas e uma grande losa, olho pra Emily procurando uma explicação para a losa.

-- Eu achei que ficaria legal... -- ela deu de ombros. -- Venha comigo, vou mostrar os quartos.

Sou levada ao corredor, ela abriu a porta e lá encontro algo que já suspeitava.

Um papel de parede com flores, uma cama espaçosa (pra uma pessoa espaçosa), alguns detalhes rosa e uma penteadeira de madeira branca, com um grande espelho. Algumas fotos e bilhetes estavam presos, no canto do quarto havia um manequim. Emily adorava coisas femininas mesmo não parecendo muito.

-- É lindo, totalmente a sua cara Em. -- digo pegando uma foto na mobília. -- Ei eu lembro desse dia..

Dou um sorriso interno ao lembrar de que quando pequenas havíamos ido tomar sorvete e acabamos nos sujando muito, a foto foi tirada pela mãe de Emily. Três anos depois eu chorava pela morte da minha.

-- Vamos ver seu quarto, e a surpresa. -- Emily deu uma risada.

Meu quarto ficava de frente para o quarto de Emily.

-- Pronta? -- Emily perguntou, faço um "sim" com cabeça e ela abre a porta.

O quarto tinha paredes alternadas em tijolinhos e um azul opaco, um closet com algumas coisas já postas, imagino que seja fruto da viajem à Paris de Emily no mês passado, uma mesa onde coloco a bolsa e uma estante onde colocar os vários livros.

Emily abaixou e pegou algo debaixo da cama, quando vi aquilo entendi a surpresa.

Por todo esse tempo Emily havia guardado meu antigo violão, dou um mega sorriso.

-- Emily Mcfield, você é impossível. -- digo abraçando-a.

Jantamos pizza, e ainda arrumamos algumas coisas a mais da casa nova.

As conversas duram horas mas tivemos que dormir cedo, no dia anterior haveria o primeiro dia na universidade College River e não poderíamos faltar.Tomo um longo banho e coloco meu pijama, pego o telefone sem muita vontade e disco o número que queria esquecer.

-- Alô, escritório do Sr. Jackson quem gostaria? -- uma voz feminina quase que mecânica atendeu a ligação.

Respiro fundo.

-- É a filha dele, Sara. -- respondo meio hesitante.

Alguns segundos se passaram, provavelmente ele estaria em alguma reunião e a secretária perguntaria se a filha do patrão poderia ligar depois ou marcar algum horário.

-- Senhorita Sara, receio ter de dizer mas seu pai esta ocupado no momento.. -- ela começou a dizer, algo eu já havia gravado

-- Olha só diz pra ele que eu estou em Portland, boa noite. -- digo rapidamente e desligo o telefone.

Odiava fazer aquilo, ter de me humilhar pra conseguir algum carinho ou mesmo atenção do homem que me gerou, o homem que não agia como pai.

Mas já havia me acostumado e não tenho mais lágrimas derramados por isso, deito-me na cama e logo durmo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Comentem, não me deixem falar sozinha pode ser considerado loucura u.u
Ok ok, se alguma alma ler esse capítulo antes de 2014 eu lhe desejo um bom ano e se ler depois eu ainda desejo um bom ano haha! Vou deixar o próximo capítulo pronto mas preciso ter pelo menos um leitor, e pelo anjo tenham um bom dia ou algo do tipo :)

It's like rain on your wedding day = É como chuva no dia do casamento
It's the good advice that you just didn't take = É o bom conselho que você simplesmente não toma
And who would've thought... It figures! = E quem teria pensado ela aparece!
(essa é a música que a Sara e a Emily cantaram, chama Ironic e eu aposto que vocês já ouviram).



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