Anteriormente...

– E você, Jenny? Como está indo com Ryan? – Beckett perguntou ingenuamente e sentiu a expressão da amiga mudar.
– O que foi? – Lanie perguntou, percebeu que ela havia ficado triste após o questionamento.
– Kevin é perfeito, mas não estamos muito bem, estou com medo de perde-lo.
– E ele está com o mesmo medo, achando que você quer deixa-lo.
– Hã? Não, claro que não.
– Foi o que eu disse. – Beckett afirmou.
– Eu o amo, mas reconheço, tenho andado bem instável, meu humor é um sobe-desce sem fim e me estresso por coisas bobas, ele chega do trabalho, quer conversar, namorar e eu sempre estou cansada... tenho medo dele se cansar.

Lanie e Beckett se olharam mais uma vez, Lanie decidiu falar.
– É... Jenny querida, quando foi a última vez que menstruou?
– Ah. – Jenny fez algumas contas e parecia assustada com o resultado. – Eu- é... Estou atrasada.

Jenny estava assustada a principio, Beckett e Lanie sorriam. Não precisavam falar nada, Jenny sabia muito bem o que aquilo queria dizer.

– Seria lindo. – Jenny sorriu. – Mas é impossível, nos prevenimos e eu tomo remédios regularmente.
– Ambos podem falhar. – Lanie afirmou.
– Por que não tiramos essa dúvida? – Beckett sugeriu.
– Como? Médico de madrugada?
– Não, um teste. Tem uma farmácia logo aqui embaixo.
– Não sei, Beck. – Jenny estava nervosa.
– Bom, eu vou lá.

Beckett pegou um casaco, desceu e foi até a farmácia.
– Oi, boa noite.
– Posso ajudar em alguma coisa? – Perguntou a atendente.
– Oh, sim. Um teste de gravidez, por favor.
A atendente sorriu e entregou a ela.
– Desculpe ser invasiva, mas, se der positivo, meus parabéns. – a mulher sorriu novamente e Beckett correspondeu.
– Ah, sim, obrigada. Quer dizer, não é pra mim.
– Me desculpe. – a atendente pareceu sem graça.
– Não tem problema. Eu não tenho filhos e nem tenho planos futuros pra isso.
– Tenho dois e são a alegria da minha vida, meus verdadeiros tesouros.
Beckett sorriu com o jeito que a mulher falava.
– Eu ainda não estou em um relacionamento estável e também acho que não tenho o dom pra ser mãe.
– Querida, não se trata de dom, eu pensava a mesma coisa quando engravidei pela primeira vez, só se trata de amor. Fiquei desesperada quando soube, achava que tudo iria dar errado e que meu namorado terminaria comigo, mas isso tudo passou quando ouvi o coração de Michael pela primeira vez, algo falou mais alto dentro de mim, eu percebi que não se tratava de dom, nem de vocação, se tratava de amor incondicional. Quando tiver um filho, você vai entender do que estou falando. É difícil as pessoas compreenderem esse amor, é difícil até ficarem na mesma situação. Quando peguei Michael no colo pela primeira vez eu senti algo que nunca havia sentido antes, eu percebi que o amor que eu sentia por aquele ser tão pequenininho ultrapassava muitas coisas, percebi que eu daria a vida pelo meu filho, que agora, ele era minha prioridade. – a mulher sorriu com lágrimas nos olhos.
– E o meu relacionamento instável, deixou de ser instável... ele me pediu em casamento e estamos juntos há dez anos. Tivemos uma menina e a sensação foi a mesma. Os dois são a minha vida, hoje, eu não vejo minha vida sem eles. Tudo que fazem é uma alegria sem fim, desde o primeiro passo até a primeira escolha de profissão. – ela sorriu. – Então, todas nós temos esse “dom”, ele só está guardado, esperando o momento certo para aflorar.

Beckett estava igualmente emocionada, acabara de ter uma conversa íntima com uma atendente que ela via raramente. Ela engoliu a seco e segurou as lágrimas.
– Eu preciso ir. Obrigada... Principalmente pelas palavras. – ela sorriu. – Dê um beijo nos seus filhos. – ela pegou o teste e foi em direção ao caixa; pagou e guardou a nota no casaco.

Kate subiu e as meninas estavam ansiosas a sua espera.
– Até que enfim, achamos que tivesse se perdido.
– Desculpem a demora. – Ela entregou o teste à Jenny.
– Jenny... Quer que dê positivo ou negativo? – Beckett perguntou.
– Isso importa?
– Sim, claro que sim.
– Se der positivo eu serei a mulher mais feliz do mundo, mas tenho medo da reação de Kevin.
– Não fique. Ele ficará muito contente, pode apostar. E tem mais, vocês têm uma boa relação, um casamento estabilizado e seguro. Faça o teste.

Jenny sorriu, afirmou que sim e foi fazer o teste.
(...)
Alguns minutos depois, ela volta do banheiro com o resultado na mão.
– E ai? – Perguntou Lanie. Beckett e ela estavam ansiosas pelo resultado.
– Positivo. – Ela sorriu e derramou algumas lágrimas, correu para abraçar as amigas, que comemoravam como se o filho fosse delas.
– Ah meu Deus, eu estou tão feliz por você, ou melhor, por vocês. – Beckett estava emocionada.
– Eu também estou, é um grande passo.
– Daqui pra frente não será só você e Ryan, será vocês e um filho, uma família. – Beckett completou.
– Sim. – Os olhos de Jenny brilhavam. – Mas, o que eu faço agora?
– Bom, no momento, o melhor a se fazer é assistirmos um filme e dormir. – Beckett sugeriu.
– Você precisa contar isso pessoalmente para Ryan.
– Tem razão.

Beckett colocou o casaco dentro de seu guarda-roupa, pegou seu celular e foi para sala assistir ao filme com as meninas.
Jenny dormiu com um belo sorriso no rosto e Lanie nem prestou atenção no filme, assim que deitou, pegou no sono.
Beckett jogava no celular como de costume quando recebeu uma mensagem.
“ Está aí? R.C”
“ Sim, estou. Não deveria estar dormindo? K.B”
“ Não consegui, fiquei pensando em você desde que saiu. R.C”
Beckett sorriu ao ler aquilo.
“ Você me deixa sem jeito. K.B”
“ Queria você aqui. R.C”
“ Teremos muito tempo depois de sua viagem K.B”
“ Sentirei sua falta. R.C”
“ Espero que sim. :) K.B”
“ Boa noite, te ligo mais tarde. R.C”
“ Boa noite, boa viagem. K.B”
“ Eu te amo. R.C”
“ Eu também amo você. K.B”

Ambos foram dormir sorridentes após a troca de mensagens, um fazia bem ao outro, se completavam.
Castle não teve muito tempo pra dormir, acordaria muito cedo para viajar.

to be continued...